Se der Ruim, Viro Ferreiro Japonesa

Tradução: Rudeus Greyrat

Revisão: Apollo


Volume 3

Capítulo 54

Tudo à minha frente estava envolto em densa neblina. Não, não era neblina, “Nuvens” seria um termo melhor. Uma nuvem branca e macia.

Acredita-se que as nuvens são produzidas pelo resfriamento do vapor de água, mas esta era quente e agradável. Sequer havia qualquer umidade, apenas uma nuvem macia que cobriu meu corpo e fez com que me sentisse muito feliz.

— Oh já sei. Isso deve ser um sonho. — Eu queria ficar assim por algum tempo, sonhando enquanto consciente de que estava um sonho

A realidade tinha sido muito dura ultimamente. Perdi dois dos meus melhores amigos de uma só vez e não tinha qualquer força para encarar isso. Tudo o que mais desejava era continuar deitado assim por um tempo

É isso mesmo, não me importo  com mais nada. Vou apenas ter um dia de “não fazer nada” e Quando acordar novamente, irei voltar aos meus dias de estudo. Não tenho mais motivo para perder tempo agora que aqueles dois foram embora, vou apenas dar um tempo para descansar meu corpo e minha mente.

— Parece que você está realmente exausto agora.  — Uma voz feminina falou atrás de mim. Era a voz de Eliza.

Depois de ouvi-la, senti um leve toque nas minhas costas, ela também parecia cansada.

Sim, este era um bom sonho. Deus deve realmente existir para me abençoar com tal sonho.

— Como está se sentindo?

— Um pouco melhor agora.

A sensação de ter a Eliza perto de mim e me tocar, parecia tão real que até cheguei a pensar que não estava sonhando. 

Eu estou tendo um sonho tão maravilhoso que quero ficar assim para sempre. Sim, apenas ficar assim. 

— NÃO, ESPERA!?

Acordei devido ao quão realista a sensação era e levantei para ver se foi real.

— Droga!

 Eu estava tendo um sonho tão bom

— Oh, você está de pé. Teve um bom sonho?

Mesmo depois ter acordado, eu continuava ouvindo aquela voz e a sensação de um toque gentil continuava nas minhas costas.

Espera, tem realmente alguém atrás de mim. — E me virei para ver quem era.

— Ei, o que diabos está fazendo aqui!?

Apesar de eu ter trancado o quarto antes de dormir, o Rail havia conseguido entrar.

— Parecia que você estava tendo um sonho agradável.

— Sim, eu estava! Agora, saia daqui!

Eu o chutei para fora da cama e lhe perguntei.

— POR QUE ESTÁ NO MEU QUARTO? OU MELHOR, POR QUE ESTAVA NA MINHA CAMA?  

Foi uma crise de proporções apocalípticas. Se eu não agisse de maneira enérgica aqui, só Deus sabe o que poderia acabar acontecendo.

— Bem, pensei que ainda estivesse triste, Kururi-kun.

— Mesmo se estivesse, eu não teria a menor intenção de compartilhar com outro homem. Como foi que entrou?  

— Isso é um se-gre-do.

Amarrei ele no colchão e o joguei para fora do quarto. Eu realmente desejava que isso o mantivesse fora daqui.

Finalmente sozinho, senti a ausência de Crossy e Vaine. Sem eles, meu quarto agora parecia maior e solitário. Sei que já estive só muitas vezes, mas, ao contrário daquele tempo, agora me senti mal e até mesmo o chá que sempre gostei, parecia amargo e sem graça.

Enquanto eu pensava profundamente, alguém bateu à porta. 
Não era o Vaine, ele nunca bate. Agora, eu gostaria muito que ele simplesmente invadisse sem avisar, como antes.

— Posso perguntar quem está visitando?

Eu abri a porta para encontrar um porco. Espere, não, era um homem com cara de porco e dois outros homens.

— Você é Kururi Helan? (Porco) 

— Sim. (Kururi) 

— Eu sou Maru Karack. Você entende sua situação?  

— Sim.

Ele é o filho do conde Marl. Os dois são tão parecidos que dá vontade de vomitar.

— Me empreste seu rosto por um segundo ¹.

— Ok.

Assim como seu pai, ele veio aqui com um pedido. É estranho pensar em como pai e filho podem ser parecidos. O conteúdo foi que nos encontrássemos atrás da escola, em um lugar agradável, sombreado e abscurecido pelas árvores.

— Ouvi de meu pai que você era meio arrogante, então pensei em te machucar um poquinho em nome dele.  

— O quê? Vai lutar comigo?

— Isso mesmo.

— 3 vs 1 não é algo que eu chamaria de luta.  

— Cale a boca.

Maru e os outros dois me atacaram simultaneamente. Eu perdi completamente, mas não é como se eu quisesse começar de qualquer maneira, então, após ficarem satisfeitos, me deixaram para trás.

Não sei se foi por causa da sombra ou do vento soprando através das árvores, mas senti que esse era um bom lugar para uma soneca. Meu corpo doía pra burro, mas meu humor melhorou um pouco. Talvez ser espancado fosse exatamente o que eu precisava. 

Coloquei minhas mãos atrás da cabeça e olhei para o céu. 
O tempo estava maravilhoso, mas provavelmente teria sido melhor se eu não estivesse todo machucando. Enquanto pensava que talvez tivesse sido melhor evitar ter brigado com eles, acabei pegando no sono.

— Posso me sentar aqui?  — Acordei com a voz de uma dama durante a minha soneca.

Quando olhei para ver quem era, uma linda garota estava olhando para mim de cima. Ela estava usando um lindo vestido de peça única cujo a saia era curta o suficiente para que eu pudesse ver sua calcinha.

Não era minha intenção olhar, não vi qualquer calcinha cor de rosa. Juro por Deus.

— Eliza… Por favor, fique à vontade.  

Porcaria. Droga, merda, deixa isso pra lá! Esqueça já a maldita calcinha! — Usando uma calcinha rosa sob um vestido totalmente branco, ela realmente tinha bom gosto.

— O que aconteceu? Seu rosto está cheio de hematomas.

— Ah.

Ela está preocupada comigo?  — Mas minha mente não esquecia do sonho cor de rosa.

— Você deveria saber que homens fracos não são populares.

— Ah.

Se em baixo é rosa, isso significa que o sutiã também é?

— Me pergunto se você está realmente ouvindo? Bem, Maru receberá um belo castigo de mim.  

— Ah.

Mesmo assim, pensando normalmente, se as peças de roupa íntima não combinarem, seria estranho, certo? Então isso significa que o topo também deve ser rosa.

Cara, eu quero me bater. Espere? A Eliza mencionou algo sobre um banho de sangue? Sobre o que você estava falando!?

— Aqui limpe o sangue.  

— Ah, obrigado. Então o lenço também é rosa?  

— …Também?

Merda! Meus pensamentos e observações foram invertidos. — Eliza segurou seu vestido enquanto o rosto ficava vermelho. 
Imediatamente depois, me deu um gancho no queixo. 

 

 

◇◇◇

 

 

À sombra das árvores, uma brisa fresca soprava, mas meu rosto estava muito quente.

— … Dói.

— Você mereceu.

— Verdade.

Eu vi a roupa de baixo, mas não foi culpa minha e se quer tinha qualquer intenção maléfica nisso. Foi um mero acidente, entretanto eu iria refletir sobre minha imaginação saindo do controle. 

— Me perdoe, Eliza.   

— Somente desta vez.

Ela fez beicinho, isso foi muito meigo.

— Ei, Eliza. Quer vir em um encontro comigo na semana que vem? Só nós dois?

Eu tinha algum tempo livre e, por alguma razão, essas palavras saíram da minha boca. Nem eu me entendia agora.

Por que perguntei isso? — Talvez estivesse apenas solitário e queira a companhia dela.

— Ah… Sim… Terei prazer em acompanhá-lo. — Apesar de hesitar um pouco, acabou concordou com o meu pedido. 

CROSSY! VAINE! EU CONSEGUI! — Por um tempo, nos sentamos lado a lado em silêncio, enquanto eu sorria para Eliza, enquanto ela corava olhando para mim. 

Era como se o meu sonho de hoje cedo tivesse sido realizado.


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