Volume 1

Capitulo 13: A escolha de Angel

A sala de aula estava barulhenta.

Sentado em uma cadeira, Eric observava os arredores, estava inquieto esperando notícias de Ruby é Sapphire, além disso, sua mente estava uma bagunça, pensava em como ia cuidar de Isabela, ao mesmo tempo que pensava em como as outras servas estavam naquele momento com sumiço repentino da garota.

As preocupações martelavam sua mente, como um ferreiro preparando o molde de uma espada.

“Acalme-se Eric, essas dúvidas não vão ajudá-lo nesse momento” respirando fundo.

— O que foi, Eric; preocupada com seu amigo, perguntou — Parece pensativo, está doente?

Ao seu lado, Aisha o observava. A garota usava um vestido de tons claros com um lacinho branco prendendo seus cabelos, ela desenhava o que parecia ser uma baleia feitas de figuras geométricas.

— Não é nada Aisha; Suspirando, inventou uma mentira — Estou apenas um pouco cansado, dormir mal a noite.

As palavras do garoto não pareceram o suficiente para a garotinha, mas ela não se atreveu a retrucar seu amigo. Enquanto isso, Eric deparou-se com o que esperava ao ver uma figura familiar ao fundo.

Pousada na parede, bem em cima da porta que levava a saída da sala de aula, estava uma mariposa, seu corpo era todo feito de uma cristal, dando-lhe a aparecia de ser uma decoração do local, e com bater de asas, a mariposa voou saída adentro, sem chamar atenção de ninguém naquela sala

— Aisha, se a professora perguntar por mim, diz que fui ao banheiro — Dirigindo-se a saída.

Eric andou um pouco até parar enfrente a um corredor, olhou aos arredores até achar a mariposa de cristal pousada em cima de um vaso com algumas flore. Ao se certificar de não haver ninguém naquele local, o garoto ergueu sua mão para que mariposa pousa-se nela.

— Relate, Sapphire, é aproposito, cadê a Ruby? — Indagou 

— Ela dirigiu-se ao encontro da dama gélida, vossa majestade - Ao pousar na mão de Eric, relatou.

Enquanto a mariposa falava, pequenas descargas elétricas suavam sobre suas antenas. 

— Encontramos três indivíduos cujas energias não correspondem a essa terra, assim como a senhora disse, porem, infelizmente eles estão em constante movimento, difícil saber a localização exata agora.

Eric ponderou. — Sabe seus respectivos elementos? 

— Sim, majestade, um elemento primário, fogo, é dois secundários, metal é raio — relatou.

Isso explicava algumas de suas dúvidas, por mais que Isabela fosse experiente em combate, dois de seus inimigos eram de elementos capazes de vencer seu elemento de gelo. 

— Muito bem gêmeas; acariciando gentilmente a mariposa - sabem a raça dos agressores?

A mariposa negou; mas definitivamente não são mortais. Porem existe outro problema, vossa majestade.

Eric não gostou de ouvir isso.

— Detectamos uma visita indesejada em nossa missão, uma visita bem familiar…

Longe dali.

Angel observava Isabela treinar com sua alabarda, estava fascinada com o objeto, ela parecia pesada, porem a mulher o balançava sem dificuldade, e por onde a lamina passava pequenos fragmentos de gelo se formavam dando um aspecto misterioso a Isabela. Ao mesmo tempo, outra coisa passava pela mente da bonequinha.

— Isabela, como é castelo do maninho?

— O castelo de papel?  Ele é Majestoso! — parando seu treino, comentou. — Seus muros são tão brancos quanto o quartzo, suas torres de flanqueio são tão esbeltas como esculturas de um templo grego, e seu pátio é coberto por um jardim de flores que mais parece um mar colorido.

Angel notou que a cada palavra que Isabela contava, mais seus olhos brilhava de admiração, a boneca sentiu uma imensa vontade de ver esse tal castelo.

— O maninho uma vez me contou sobre ele, quero muito ir lá um dia.

— Você irá, a professora adora levar visitas a ele, tanto que foi proibida um tempo de fazer isso.

A boneca achou tal informação curiosa, seu irmão não gostava muito de contar sobre seu passado, e, por mais que Angel respeitasse, não gostava deste mistério todo. Assimilou que Isabela pudesse sanar algumas de suas dúvidas.

— Isabela, por que o maninho foi proibido de usar os seus poderes?

— Proibido? Nunca foi, na verdade, contudo a professora tem um certo temor em usa-lo- Ao ficar a lâmina da Alabarda no chão, comentou — Angel, a professora já lhe explicou ou contou a origem da energia elemental?

A boneca negou com a cabeça. Isabela então explicou.

— No início do tecido dos mundos nenhuma das raças controlava o poder de manipular a energia elemental, apenas os Dragões tinham tal feito, porem isso tudo mudou quando a entidade, conhecida apenas como a Tabela, deu o dom do controle da energia elemental aos seres vivos.

Isabela então criou uma pequena esfera de gelo - A partir deste presente dado a nos, as raças criaram um sistema de poderes, nomeado com mesmo nome da entidade.

A mulher então entregou a esfera a boneca, ao mesmo tempo que continuava sua explicação — Os que são agraciados com o dom são apelidados de portadores, e seus elementos são catalogados como primários, secundários, híbridos e artificiais. Eu, por exemplo, sou uma portadora de um elemento secundário, o elemento gelo.

Angel escutou tudo atentamente, agora ela compreendia o porquê de gelo é água não serem considerados o mesmo aos olhos de seu irmão, também ficou curiosa sobre essas tais entidades, queria conhecer uma qualquer dia desses. 

— Senhorita Isabela, será que as outras servas do castelo de meu irmão iriam gostar de mim?

Isabela encarou incrédula: É porque elas não iriam gostar!?

— Bom…— coçando seu ombro — Meu irmão quebrou um tabu para eu existir, e isso o fez ficar preso aqui, então…

Isabela então interrompeu a boneca; Angel, nos nunca a culparíamos, a professora esteve disposta a quebra uma regra por você, alegre-se e não se culpe.

Ela então começou a acariciar a cabeça da boneca — É normal se sentir confusa, eu também me senti quando tinha sua idade. Porem nunca devemos pensar negativamente sobre nossa vida, apenas devemos nos orgulhar de ainda estamos vivos.

De repente, Isabela encarou o horizonte.

 — O que foi senhorita Isabela?  — Curiosa, Angel indagou.

 Das folhas uma mariposa surgiu. Suas asas eram tão vermelhas que pareciam serem feitas de sangue, e junto a aparecia cristalizada do inseto o fez parecer ser de mentira.

  — Se era para se discreta, sabe que facilmente percebi você, Ruby — ao pegar a boneca em seus braços, a mulher comentou.

A mariposa então engolfou em luz, tornado-se uma forma humanoide.

 — Você ia perceber minha presença mesmo eu a escondendo, dama gélida.

Angel ficou atenta a nova visitante. Ela vestia uma roupa de cor preta que destacava o vermelho de seus olhos e cabelo, em sua saia possui decorações que lembrava a cabeça de um cisne, havia também uma roseira de cor branca que decorava seu busto, era um visual um tanto exótico aos olhos da boneca.

 — Vossa majestade pediu para encontrar sua energia após completamos seu pedido— Ruby comentou. — Então vossa majestade escolheu você para a missão dela…

 — Logico que ela ia me escolher!  — Aproximando-se da mulher, Isabela bravejou.  — Eu sou uma mortal, portanto consigo me esconder melhor entre os meus.

Isabela suspirou, todas aquelas palavras ditas por ela eram mentiras, mas não queria que Ruby soubesse demais dos problemas que teve antes, conhecia ela muito bem para saber que só ia piorar a situação.

Ruby cruzou seus braços, notando então a boneca nas mãos de Isabela.

— Você é um ser artificial como eu? — Ao cutucar as bochechas da boneca, indagou. — Sua energia lembra a de vossa majestade.

Isabela riu; — É uma longa história, Ruby, é uma longa história.

A mulher então explicou tudo, contou sobre a existência de Angel ser uma tentativa de Nephrite de salvar a pobre alma da morte, e como ela a tornou sua irmã de sangue e escolheu viver com ela como um mortal. Angel escutou tudo em silêncio, discordava um pouco do tom romantizado das palavras de Isabela, estava certo que seu irmão tentou salvá-la, mas não era intenção dele se prender naquele corpo.

— Entendo… A inocência de vossa majestade alegra meu coração — comentou Ruby. — Acho que lhe devo uma apresentação, adequada, minha jovem.

A mulher então ergueu sua saia, mostrando que, na verdade, ela era sua asa de mariposa  cobrindo uma saia menor, a mulher então curvou-se para boneca.

— Saudação, me chamo Ruby Actias. Como serva de vossa majestade, Nephrite Yggdrasil, também sou sua serva, estou aos seus cuidados, jovem senhorita.

Angel ficou sem jeito, estranhava a fala da mulher, pois a mesma não expressava nenhum sentimento ao falar, isso dava-lhe uma sensação desconfortável. A boneca então usou da habilidade que seu irmão a ensinou, examinando a energia da alma da visitante.

A energia presente em Ruby lembrava a de seu irmão, entretanto, enquanto seu irmão possuia um vazio indescritível em seu peito, Ruby não parecia ter nada onde normalmente a alma ficava, achando tal coisa suspeita, ela puxou a camisa de Isabela, e murmurou.

— Ela não possui uma alma?

— Não possui, Angel. Ruby foi criada por seu irmão para servir a sua mãe original, entretanto mesma disse que era melhor que elas servissem Nephrite.

Ruby complementou — Por isso não sou considerada um ser vivo, pois nasci com um proposito.

Por mais que a mulher tenha dito tais palavras com uma tranquilidade, Angel não deixou de sentir estranheza naquilo. 

“O que ela quis dizer com gerado com um proposito?”, pensou

— Mas mudando de assunto. Isabela, você sabe que as outras servas do castelo estão preocupadas com você não sabe? — Ruby indagou.

Isabela concordou com a cabeça. Ela tinha em mente que tal coisa podia ocorrer, não fazia ideia de quanto tempo havia ficado presa naquela forma bestial, temia que sua família em seu condado estivesse preocupada com seu sumiço.

— Espero que meus pais não tenham a perturbado muito — Isabela indagou 

— No começo, sim; cruzando seus braços, Ruby falou. — Mas Samantha conseguiu convencê-lo que tu estavas em missão.

— Ótimo; encarando Ruby seriamente — É sobre aquela pessoinha, como está?

— Está em seu quarto a mando de Samantha.

Angel ficou curiosa sobre quem estavam falando, pensou que era outra serva de seu irmão, isso a deixou com uma pulga atrás da orelha; — Quantas pessoas moram no castelo de meu irmão?

— Contando com Isabela, existem quatro servos no castelo, minha senhorita. Entretanto, eu, e minha irmã Sapphire somos um caso especial — Ruby respondeu.

Isabela tomou a partida da conversa —   A besta alada no qual sou receptáculo também é considerado um morador especial no castelo.

“Besta alada”, a boneca pensou.

Em sua menta ela imaginou um animal com asas. Ao mesmo tempo, se contemplava com o quanto estranho era as coisas desse mundo, neste pouco tempo ela aprendeu sobre almas artificiais, entidades e até classes de elementos, sentia que sua cabeça esfumaçava com tantas informações novas.

— Minha senhorita sabe o que é uma besta alada? — Ao pegar Angel em suas mãos, a mulher indagou.

Angel negou com a cabeça.

— Imaginei: Levantando seu dedo indicador — como expliquei, sou um ser artificial, criado por vossa majestade, sua irmã, mas eu não sou a única criação dela, existem as bestas aladas. Seres criado a partir dos sentimentos da própria dragão da criação, o ápice dos seres vivos nos tecidos dos mundos.

Isabela entrou na conversa, retirando Angel dos braços de Ruby. — A professora escondeu isso de Angel por um motivo, Ruby! Acho melhor você não ser bocuda!.

Angel não entendeu o porquê de tanto mistério, a explicação de Ruby parecia bem normal aos seus olhos, isso a frustrou, não entedia o porquê de seu irmão esconder tudo dela, sentia-se como se ele não confiasse nela.

Como se lesse os pensamentos da boneca, Isabela falou — Angel, desculpe se não podemos sanar suas dúvidas, é melhor que a professora crie coragem para lhe contar tudo.

— Senhorita Isabela, o maninho me odeia? — Em tom triste, a boneca indagou.

— Nunca que ele ia a odiar, acontece que ele se cobra muito, muito mais do que deveria, a meu ver…— Isabela suspirou. — Angel quero você cuide da professora, ela pode tentar parecer ser alguém forte, mas, no fundo, ela é tão frágil como nos 

A boneca concordou com a cabeça, ela ia proteger seu irmão, porem para isso ela precisava de uma coisa.

— Isabela, por favor seja minha professora! — Agarrando-se ao busto da mulher, exclamou. — Eu quero ser forte para proteger o maninho do mesmo jeito que ele me protege!

Isabela, com um sorriso gentil, sentou-se de joelho, colocando Angel em ao chão a sua frente.

— Está disposta a ser um cavaleiro de Nephrite e protetora do castelo de papel? Sabe que seu irmão não gostaria de a ver pegando em armas

Angel estufou seu peito e exclamou — Sim! Não ligo se o maninho não goste. Eu serei um cavaleiro de Nephrite!

A mulher então levou a lâmina de sua alabarda até a boneca, citando um pequeno juramento.

— Eu, Isabela Garcia, aceito ser sua mestra, Angel Yggdrasil. Espero que se divirta em nossas aulas.

Angel concordou com cabeça, a euforia a afogava por dentro. Ela iria se fortalecer, e protegeria seu irmão. Olhando ao fundo, Ruby encarava a cena em silêncio.

— Ruby, pode esconder que a senhorita Isabela vai me treinar — falou Angel.

— Bom, eu não fui criada para mentir para minha mestra, porem… Tu és do mesmo sangue que ela, então obedecerei a ti.

Angel respirou fundo, ela não será mais uma espectadora da história de seu irmão, ela seria a protagonista.

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