Reino da Verdade Brasileira

Autor(a): Lucas Baldi


Volume 1

Capítulo 19: Momento de paz

A luz do sol atravessou a mínima brecha da cortina quando tocou exatamente nos meus olhos. Senti o meu punho doer ao me apoiar para sair da cama e…

Oh, de novo essa dor. A pancada de Alice foi um pouco pior do que eu esperava.

O quarto do castelo era mais espaçoso do que eu gostaria, pelo visto, meu pai ficou sentido quando soube que a casa demoraria a ser rematada e resolveu arrumar este aposento para mim. 

A enorme janela que ia do chão ao teto do quarto e consumia quase por inteiro a parede, eu conseguia ver muito além dos muros na altura em que eu estava. 

Os inúmeros aventureiros e guardas vagavam apressadamente pelas ruas. Prédios novos e barracas que aos poucos eram erguidas. Os comerciantes que tentavam adentrar no grande chafariz eram jogados de volta pelos cavaleiros de Enguerrand. 

Além do muro, havia algumas casas destruídas e plantações queimadas. Ainda era muito perigoso saírem sem segurança, dado que os esforços eram direcionados para dentro. 

Era muito agitado. 

Vesti uma calça legging e um moletom preto simples e sentei na mesa. 

O jornal chegou cedo hoje. 

Na primeira página falava inteiramente sobre o ataque de goblins, esquecendo-se completamente dos outros tipos de monstros presentes. 

Na segunda, estava ele: o Sem Magia. A foto do menino foi pouco favorável à sua aparência habitual, ele estava com hematomas e cortes horríveis. 

Eu o instruí pouco para ter ido na linha de frente, mas ele levou a sério demais para estar no ataque... 

Eu gostaria de testar o nível dele de novo. Será que-

— Senhorita Ellie, o Senhor Hiroki a convocou para a sala dele — Relly, falou da porta. 

— Oh, eu queria tomar café da manhã antes — Me deixei cair na cama novamente. — Que tal eu dormir mais alguns minutinhos?

— Eu disse que ficar até tarde estudando não era uma boa ideia — Relly me puxou pelo braço. — Eu vi o seu… amigo no jornal. 

— Por que enfatizou a palavra amigo? Você sabe que-

— Hunrum. Vamos, vamos. 

Saí do meu quarto um tanto relutante e fui a sala de estar. O corredor era iluminado por pequenos orbs brancos flutuantes em cima de apoios presos nas paredes de pedra polida, o chão era dominado por um tapete com um tom forte de vermelho e pequenos pontos dourados com o mínimo de espaçamento entre si. 

Apoiei minha mão sobre a maçaneta e puxei calmamente. Meu pai me olhou de relance enquanto tomava um gole do café.

— Bom dia, filha. Podemos falar do evento um pouco? 

— Bom dia, pai. Podemos — Um bocejo. — Sim.

— Eu sei que você queria descansar hoje, me desculpe por isso. — Me sentei na poltrona oposta a ele e peguei uma das xícaras na mesa. — Eu pedi para Relly comprar os melhores vestidos da cidade. Eu gostaria muito que se preparasse para ir, estaremos diantes do rei Enguerrand e algumas famílias nobres — Arqueei uma sobrancelha e enchi minha xícara de café, antes dele continuar. — E o príncipe Miguel. Não vou forçá-la a um casamento ou semelhante, mas gostaria que o conhecesse.

— Miguel parece ser forte, pai, mas não tenho qualquer outro objetivo a não ser lutar contra ele. Além disso, por que veio para Karin? Pensei que estaria em Tera a esta altura.

— Ele é um Fulgor, Ellie, filho do Rei Enguerrand. Um prodígio. Talvez possa aprender um truque ou outro. Sobre isso, eu resolvi trazer alguns dos meus guardas que estavam em treinamento para terem alguma experiência real, uma cidade pacífica com anormalidades é ótimo ambiente para treino.

— Um ambiente perigoso também. Eu queria ir em alguma missão da guilda para praticar. Não tive muitas chances de lutar no ataque de goblins.

— Você só irá se um cavaleiro Real for junto. Gostei de como defendeu o povo, sua irmã teria tomado a mesma atitude.

— Minha irmã virá?

Meu pai e eu trocamos olhares profundos, eu sabia que ela não iria vir. Mas, mesmo assim, eu precisava perguntar. 

— Não, filha. Mas sua mãe sim. Você continua com essa meta de alcançar ela?

Dando um leve sorriso, eu o respondi:

— Você sabe que sim.

— Tem um menino chamado de Sem Magia pela cidade. Suponho que já tenha ouvido falar — Um leve aceno. O que ele… — Ele tem se metido em muitos problemas desde que o minotauro se levantou, tome cuidado. Não sabemos o tipo de pessoa que ele é.

Lumi era gentil.

— Tudo bem, estarei atenta. 

Me despedindo dele, eu saí da sala. De repente, o loiro tomou conta da minha visão. 

Eu devia ter penteado o cabelo. 

Passei a mão para liberar a minha vista e andei até a sala de refeições, onde as famílias do castelo costumavam vir. 

As mesas preenchidas com diversos tipos de alimentos deixavam o lugar um pouco mais… alegre. Havia um ou outro nobre espalhados pelas cadeiras, bem vazio se comparado ao de costume. 

Sentei em uma mesa perto do centro e coloquei algumas frutas em meu prato. Alice e Áki estavam preenchendo o prato delas, e vieram até mim logo quando me viram.

—Bom dia, Ellie — disse Áki. — Pensei que gostava de comer sozinha.

— Bom dia, Áki. É uma ocasião especial.

— Higasa — disse Alice ao se sentar. 

— Alice.

— Vocês vão para a festividade do rei Enguerrand?

— Eu vou sim. Inclusive, seu amigo apareceu no jornal — Áki disse. Foi difícil conter a leve risada. — Bruno e João andam bastante com ele, e você o instruiu. Acho que vai ser legal se todos formos.

— Bem — Suspirei. — Eu vou de qualquer forma, verei vocês lá.

— Isso!

— Ele é forte? — questionou Alice.

— Vamos descobrir. Se ele colocou em prática o que eu ensinei, creio que sim. Talvez tenha sido isso que o manteve vivo no ataque de goblin nos arredores.

— Eu soube que a mãe dele confrontou a aura de um Laiky! Gente, isso é incrível demais — Áki bateu na mesa. — Nenhum outro conseguiu nem ficar de pé.

— O Laiky… — Alice disse baixinho. — Muito pior que o minotauro. 

— E ainda falou. Que arrepio. O que ele quis dizer com “Vivo”? Tipo, que ele sobreviveu? Talvez esteja aprendendo a falar ainda.

Vivo… Foi realmente algo aleatório assim? Toda aquela aura era coisa que minha irmã enfrentaria?

— Tivemos sorte de ter Amice lá — falei. — E do Laiky ter recuado após ter mostrado a palavra que aprendeu. Karin não o seguraria.

— Os Laikys vivem na Fronteira — Alice. — Ele estava um pouco longe do seu habitat. Qualquer um teria medo de viajar depois disso. 

— Ele levou o líder do time de Coleta… — Áki disse. Capitão do Lumi? — Eles faziam um ótimo trabalho. O tanto de ervas medicinais que coletaram já ajudou muita gente. Espero que ele volta a acordar um dia.

— Espero que Lumi esteja bem.

— Oh, verdade! João disse que ele trabalhava lá.

Alice olhou para o nada por uns três segundos.

— O menino que você instrui é do grupo de Coleta?



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O corredor estava cheio de empregados, guardas e famílias passando. 

Morar no castelo era relativamente complicado, já que a privacidade fora do quarto era inexistente, e, boa parte das vezes, discussões e certos momentos íntimos podiam ser ouvidos. 

Alice possuía o mesmo nível na esgrima que eu, o que tornaria impossível Lumi ter uma chance. Ela sempre quer se testar, só que… Ela destruiria Lumi sem nem usar a espada.

De repente, todos se curvarem perante o homem parado na porta. Ele tinha cabelo castanho claro alaranjado, olhos azuis escuros, um porte físico de se admirar, uma pele clara e estava coberto por um manto preto com algum tipo específico de pelo.

— Ellie Higasa, é uma honra conhecê-la — O homem segurou a minha mão e a beijou. — Sou Miguel Enguerrand. 

Quem mais seria, Ellie?

— Igualmente, príncipe Miguel. O que te traz aos corredores do castelo tão cedo? — perguntei, mantendo minha expressão de sempre. 

— Alguns assuntos inacabados. Você está ótima hoje. Teria algum tempo? 

— Infelizmente não. 

— Lhe desejo um ótimo dia então. 

Segui andando até o local onde Relly me aguardava e bati na porta. Sem resposta, eu só abri, e minha amiga vestida com um lindo vestido amarelo claro brilhante.

— Ellie! Tem uma variedade bem grande de vestido aqui hoje para você experimentar! Eu já escolhi o meu.

— A confiança dada é a arma mais perigosa que podemos dar a alguém.

— Sua- — Um puxão de orelha em mim. — Você precisa se preparar, venha ver.



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A grande porta vermelha para o local tinha o arco feito de ouro e o centro cobertos por jóias muito semelhante a rubis. 

Eu escolhi um vestido preto ônix longo transpassado, com uma saia em ondulações, tendo detalhes em dourado por todo ele, também com uma fenda em um dos lados, deixando a mostra meu salto preto scarpin com tiras e pedrarias em dourado.

Meu pai vestiu um terno preto feito para ele e uma gravata vermelha que destacou os seus olhos escarlates. Seu cabelo escuro penteado para os lados tornou ele um tanto mais elegante que o costume. 

Minha mãe escolheu um vestido longo em vermelho carmelina, contendo uma fenda em um dos lados e também um leve decote e alças finas, com um salto em vermelho do mesmo tom do vestido, mas com tiras e pedrarias em prata.

— Vocês estão perfeitas — disse Hiroki. 

A enorme porta se abriu e os servos tomaram os seus cantos, abrindo passagem para o Rei Enguerrand, seus dois guardas e o príncipe Miguel. 

— É um prazer recebê-los! — disse o Rei. 

Eles formalmente se cumprimentaram, dando-nos espaço para seguir para dentro. Miguel, novamente, beijou a minha mão. Havia duas pessoas em especial no canto do piso superior em que estávamos. 

Um deles tinha uma coroa com dois dos dez espaços preenchidos com esmeraldas, enquanto o outro usava um terno social branco, óculos e tinha o cabelo caído sobre as laterais do rosto. 

O Rei Nove e seu aliado.

Andei para o canto que me desse uma boa vista do local. 

No primeiro andar estavam a maioria dos convidados sentados em algumas mesas, enquanto no segundo tinham algumas famílias mais privilegiadas e a presença de dois dos nossos grandes reis. 

Havia um lustre dourado imenso pendurado sobre o teto distante, preenchido por luzes brancas dentro de esferas de um vidro dourado. Haviam grandes cortinas nas paredes, e o chão era todo preenchido por um tapete vermelho claro. 

O corrimão em que eu apoiei os braços era de pedra branca polida. Gostei da coloração desse ambiente. Entre as pessoas abaixo, estava o amigo do garoto que eu instruí. 

Será que ele também veio?

Fui tirada dos meus pensamentos quando senti uma mão sobre meu ombro.

— É um belo evento — disse Miguel. — Você é tão forte quanto dizem? Eu queria ter ido a um dos treinos, mas não cheguei a tempo.

— Soube que você tem talento — Meus olhos nas janelas. 

Quando a atenção das pessoas ao redor cravaram em nós, Miguel colocou um sorriso falso no rosto e disse: 

— Suponho que possamos conversar outra hora.

— Sim, é melhor.

Miguel deu um breve aceno e foi embora, e duas pessoas subiram as escadas. Uma menina da academia e o garoto que podia usar dois elementos. 

— Oh, oi! Eu me chamo Aria, e esse tomate é o João. Você é Ellie. Digo, sim, mas eu queria muito te conhecer.

Aria usava um vestido longo e sem alça, com a cor branca e um degradê no final da saia que vai do azul claro ao roxo, também com alguns detalhes em renda fina e brilho por todo ele.

Enquanto o garoto ficou com uma blusa e calça social.

— El-Ellie Higasa — O menino de dois elementos tentou dizer.

— Oi, Aria. Ouvi falar de você por Bruno. Soube que é boa com água também.

— Bruno falou de mim!? — Ela aproximou as mãos dos seios e se inclinou o corpo para mim. — Sim, mas nem me comparo a ele. Bruno é um prodígio quando se trata de água.

— E ele é…? — Direcionei o queixo para o menino que andava com Lumi. 

— João, ele fica nervoso perto de garotas.

— Ei! Não é sempre assi- — Ele travou quando percebeu que eu o olhava. Dei uma leve risada e estendi a mão para ele.

— É um prazer, João. Você é amigo de alguém que eu gosto, não fique nervoso.

Ele gesticulou que sim com a cabeça e apertou minha mão.

Áki chegou em seguida com Alice. 

Áki escolheu um vestido mullet em azul cobalto e royal, ondulações percorrem toda a saia, com um leve brilho por todo ele, um busto simples com um leve decote e alças mais grossas, deixando em vista seu salto totalmente azul seguindo os tons do vestido, apenas com alguns detalhes em dourado

Alice optou por um Cheongsam preto e vermelho, com o busto fechado, mangas longas e gola alta, detalhes florais e rendas suaves o percorrem.

Enquanto os outros conversavam e bebiam algo, mantive meu olhar nas portas do andar inferior. 

Eu curtia pouco estar em tais ambientes, apenas uma reunião com as pessoas próximas já me bastaria. Me deixei levar em pensamentos, na possibilidade de encontrar a minha irmã se eu conseguisse me tornar Dilúculo. 

Até que ele apareceu. 

— Ele veio mesmo — Um sorriso no rosto de Aria ao dizer. — Então o João não estava mentido. Hahaha.

— Você achou mesmo isso!? Sua- — João agarrou a bochecha de Aria, que se defendeu puxando o nariz dele.

O Rei, ao lado de seus guardas, tomou a atenção de todos com uma pequena demonstração de sua poderosa aura azul. Seu olhar confiante atingiu cada um aqui presente. 

Eu podia jurar que ele encarou Lumi por um certo tempo antes de começar a falar. Seu discurso foi voltado para os investimentos na cidade de Karin. 

Quando a sala se encheu de gritos e aplausos, ele brindou e citou o nome de cada família nobre aqui. Porém eu andei em direção a escada circular.  

— Uh, Ellie vai ver ele? — Aria sussurrou para João.

— Parece que sim — Ele sussurrou de volta. Alice apenas me olhava com seu olhar penetrante.

Quando continuei a andar, eu esbarrei nas costas dele. 

Sua blusa social azul, sua calça social escura com um sinto preto. O cabelo dele estava penteado para trás, ainda um pouco úmido, e seu sapato refletia o brilho do lustre.

Apesar de um pouco magro, ele estava lindo.

Seu olhos pareciam cansados quando me encontraram, o brilho que ele passara antes estava menos reluzente, mas o mínimo de animação nasceu em seus lábios quando ele olhou para mim. 

— Lumi Kai — falei, estendendo a mão. 

Lumi apertou minha mão. Os cavalheiros dos livros não fizeram assim.

— Oi, Ellie. Já faz um tempo. Na verdade, parace ter passado muito tempo. 

— Vi você. Espero que tenha praticado — Pude ver o remorso em seus olhos, mas logo acompanharam o fraco sorriso que ele deu. — Para quem esteve em alguns eventos de anormalidade, fico um pouco curiosa com sua força.

— Por acaso minha mentora quer me reavaliar?  

— Eu te jogaria no chão de novo, mas você me deu uma boa ideia. 

— Seria um pouco diferente desta vez, professora — disse ele, aproximando o rosto do meu.

Quebrando mais a distância, eu fiz o mesmo. Mas meu coração me traiu e ficou acelerado demais para eu continuar perto. 

Eu devia ter feito mais naquela noite. De verdade.

— Veremos. 

Esses ombros largos, esse olhar firme e desafiador… Por que havia tantas pessoas aqui mesmo?

Infelizmente tivemos de voltar para o segundo piso. 

Lumi cumprimentou Aria e João com um abraço e se virou para Áki e Alice.

— É… Oi! Ellie disse que vocês são pessoas fortes.

— De fato — comentou Áki. — Eu me chamo Áki. Somos fortes sim, mas é curioso ouvir isso de alguém que sobreviveu ao ataque dos goblins sem ter magia — Ela ergueu a sobrancelha.

— Saudações, Kai. Me chamo Alice Tadaratsuki.

— Você é a menina samurai — Lumi ficou surpreso. — João falou que você destruiu um menino no primeiro dia.

Aria abafou uma risada e Alice lançou seu olhar fatal em João, que ficou paralisado. Uma gota de suor escorreu feliz de sua testa.

— Ele mereceu.

Alice tentou comentar estilos e técnicas de espadas para usar, porém Lumi ficou perdido no assunto. Áki ficou confusa e… desacreditada quando Lumi disse ter tido apenas sorte no ataque, mas a gente sabia que não era só isso.

Mentir para três mulheres, menino Kai?

Aos poucos, a conversa fluiu, e o clima de “acabamos de nos conhecer” desapareceu.

Bruno chegou e abraçou o amigo, entrando na conversa naturalmente.



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Eu gostava de ficar aqui no fim da noite. A vista da cidade era boa, e o uivar do vento tomava conta do cenário. Um simples corredor aberto quase no topo do castelo, mas era meu lugar favorito de ficar.

Apoiei a mão na pedra lisa e inspirei todo o ar enquanto fechava os olhos. 

— Você gostaria de estar aqui, Aeliana. Queria saber como é a Fronteira. É muito perigoso para estar aí, mesmo com um grupo. Eu queria estar aí para proteger você, como você me protegeu. 

Uma brisa mais forte, o silêncio do topo me cercou como as montanhas distantes.

— Eu sinto sua falta…

Até que uma presença se aproximou, e eu liberei uma quantidade razoável de energia.

Quem veio me atrapalhar?

— Elli- — Lumi tentou falar, mas caiu de joelhos com a pressão de aura. 

Oh.

— Está me seguindo? — falei e arqueei uma sobrancelha. 

— Talvez sim — Seus olhos foram longe quando se levantou. — Nossa, que bela vista. 

— Lumi, quando uma dama lhe dá a mão — apoiei meus braços no muro novamente. — você deve beijá-la.

Suas bochechas coraram. 

— É, bem, sim… Desculpe. Por que exatamente você resolveu usar o seu tempo para me treinar? Sabe, eu sei bem como você é forte e até onde pode chegar. Então o que um sem magia tem para-

— Você é interessante, mas é muito lerdo. 

Colocando a mão sobre seu peitoral, eu o pus contra a parede e colei nossos lábios. 

Ninguém iria nos interromper agora.



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Ficamos ali por algum tempo apenas observando o céu, como se esse fosse um momento de paz em meio ao caos, que precisasse ser aproveitado. 

O silêncio se tornou um conforto, e eu… gostei mais ainda de estar aqui. 



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