Volume 1

Capítulo 12: Resultados Finais e Suborno

Após o exame, na terça foi dito para as duplas #1 e #2 se reunirem no palco, já que os resultados seriam ditos em voz alta.

Yukari havia acertado na sua previsão.

Hoje é quarta; 08:01.
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Eu estava na mesma sala que havíamos planejado o conteúdo e o método.

Minha cabeça estava apoiada sob meus braços na mesa.

— O dia hoje vai ser uma merda. — bocejei.

— Eu te ajudei a expor o plano do Yoichi e da dupla um, e você já está com essa cara de bunda? — disse Yukari.

Cocei os olhos.

— São oito da manhã. Tem como você não encher meu saco?

Humpf! Chato. — Yukari empinava o nariz.

Com as pálpebras caídas, barrando um pouco minha visão superior, pisquei lentamente.

— Você já tem atenção dos seus “súditos”. Se quer minha atenção, é só pedir diretamente — falei.

Yukari se levantou da cadeira, ficou na minha frente com as mãos no quadril.

Olhei para ela.

Yukari respira fundo; ela gentilmente bota a mão na mesa, fica de joelhos e me encara.

Seu olhar era tímido, ela desviava o olhar; com a outra mão na boca, ela transmitia a imagem perfeita da “garota linda mas tímida”

Ela ficava constantemente me olhando e desviando o olhar, até seus olhos se fixarem em mim.

— P-Por favor… Me dê atenção! — disse Yukari.

Como um tiro no peito, isso me atingiu profundamente.

Meu coração disparou por um momento; minha expressão de cansaço desapareceu, e uma de surpresa tomou conta do meu rosto.

Hah! Você tinha que ter visto sua cara! — Ela se levantou e me olhou de cima — Você não consegue mesmo resistir ao charme de uma garota bonita, não é?

Yukari joga seus cabelos ao vento: Sou mesmo tão bonita a esse ponto, Alger?

Essa filha da puta.

Ela havia conseguido fazer meu coração disparar como nunca antes.

Parando pra pensar, quando foi a última vez que eu fiquei assim por uma garota?

Acho que… nunca?

Coloquei a mão no rosto.

Eu… não me lembro.

Yukari estava em silêncio, até ela suspirar.

— Desculpa por fazer isso com você, tá? — Ela se senta na cadeira de antes — Eu só estou entediada, e queria me divertir um pouco a suas custas.

— Você sabe que não precisa fazer isso se quer diversão, certo? — Minha voz saiu abafada.

Hmh. — Concordou Yukari.

No alto da parede, uma voz sai da caixa de som, no alto da parede: Duplas um e dois, compareçam ao palco, por favor.

Essa mensagem impediu que o tédio me dominasse de novo.

Todos da sala se levantaram e saíram pela porta.

Continuei sentado, esperando. Quando todos haviam saído, me levantava e saia da sala.

— Demorou, hein?

Parei e olhei pro lado; Yukari estava me esperando fora da sala.

Coloquei as mãos nos bolsos e voltei a andar; Yukari estava me acompanhando a partir de agora.

— Rolou algo? — perguntei.

— Não, só queria ficar com você mesmo — respondeu Yukari.

?

— Não tenho interesse nenhum em você. É que ser paparicada o tempo todo é chato — disse Yukari.

“Não tenho interesse nenhum em você”

Eu também não tenho nenhum interesse na Yukari, mas aí.

Essa doeu.

Ah, me lembrei. — Yukari afundou seu dedo na minha bochecha — Graças a você me dar todo o mérito com aquele seu “showzinho divertido”, a nossa dupla quis espancar a dupla um.

— E daí?

— Eu fiquei encarregada de impedi-los, seu burro idiota — xingou Yukari.

— Me esqueci de planejar algo para conter as reações deles e só pensei nisso ontem a noite. Erros de cálculos acontecem, certo?

— Não me venha com essa — Yukari tirou o seu dedo da minha bochecha.

— Da próxima vez, me avisa quando for fazer algo assim — disse Yukari.

— Eu já te contei sobre “aquilo”. Não é o suficiente?

Hmm, pensando por esse lado, talvez — disse Yukari.

Entramos no palco; havia esquecido quantas pessoas essa escola tem.

Todos pareciam pequenos vermes amontoados e… espera, o que eu estou falando?

Parecia que eu estava em uma feira.

Não deu nem 5 segundos e Yukari já sumiu.

Tsk. Tanto faz.

Com ou sem ela, o resultado vai ser o mesmo.

Passei entre as pessoas sentadas; fui para uma parede e me encostei nela.

Um homem que estava “ocupado com negócios” finalmente dá as caras: Vergher.

— Vejo que não tem cadeiras o suficiente para todos, e alguns estão sendo forçados a terem que sentarem no chão ou se encostarem nas paredes. Me desculpem por isso — disse Vergher.

Formal como sempre.

Calma, isso foi uma indireta pra mim?

— Como sabem, foi realizado um exame, e algo que alguns podem não saber, é que esse exame pode alavancar os alunos que passarem para outra turma. Tudo vai de acordo com a pontuação das duplas.

Mesmo papo de sempre.

— Muito bem, irei anunciar agora os resultados — Vergher pega um papel que um inspetor o entrega.

— Dupla um: dois mil, trezentos e oitenta e nove pontos. Dupla dois: três mil, setecentos e oitenta e três pontos.

As turmas B e C estavam em total espanto, com gritos, objeções e ofensas.

Pela reação da dupla #1, Yoichi não havia contado nada do que tinha acontecido.

— Se acalmem! Estou prestes a anunciar o up de turma! — Com a voz autoritária e imponente de Vergher, todos calaram a boca.

— Turma A continuará na A, com exceção de Yoichi Katake. Todos da turma B descem para a turma C, todos da turma C descem para a D. E por último, a turma D, sobe para a turma B! Fim do exame! — disse Vergher.

Todos das turmas A e D, com exceção de mim, é claro, estavam comemorando e esfregando na cara da dupla #1 sua vitória.

— Turmas A, B, C e D, vão para suas atuais classes! — ordenou Vergher.

Enquanto do meu lado, todos saiam com a vitória, os do outro com a derrota.

Yoichi estava puto. Ele estava socando a parede freneticamente.

Desse jeito, ele vai quebrar as mãos.

Um leve sorriso se abriu no canto da minha boca.

Yoichi ao notar que eu olhava para ele, mostrou o dedo do meio e saiu do palco.

Heh, isso é…

Rapidamente, olhei pro lado ao sentir olhares me cercando.

Eram aqueles 4 merdas que eu havia espancado no primeiro dia de aula. Eles pareciam putos comigo.

Fechei o sorriso e os lancei um olhar penetrante; como de costume, isso foi o suficiente para fazê-los saírem do local.

Suspirei.

Só eu estava aqui.

Finalmente, posso aproveitar um pouco de pa…

— Alger! Vá para a sala 2-B! — gritou Vergher, ainda com o microfone ligado.

— Tá bom, caralho! — Com uma raiva borbulhante, saí do local.

Diretor filho da puta!

Melhor deixar isso de lado, não mudaria nada se eu o xingasse mais, pensei.

Então os resultados finais eram:

Dupla #1: Turma B e C = 2.389 pontos.
Dupla #2: Turmas A e D = 3.783 pontos.
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Dupla #2 = Vitória.
Dupla #1 = Derrota.
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Turma A → A
Turma B → C
Turma C → D
Turma D → B
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Respirei fundo.

Eu havia pego todo meu material e agora estava de frente para a sala 2-B.

Sei que lá dentro haveriam as mesmas pessoas da sala D, mas esse era um sentimento de realização muito grande.

Tomei coragem; abri a porta, entrei na sala e fui para meu lugar habitual: fileira da janela, último lugar.

Minha influência caiu bastante. Todos estavam falando apenas da Yukari e do “plano dela”

Me espreguicei.

Parece que enquanto não acontecer alguma briga envolvendo a mim, diretamente ou indiretamente, minha fama continuará apagada.

Glória, ao meu esforço para isso.

Acharam que eu falaria “Glória a Deus”, certo?

Foi mal decepcionar os religiosos aqui, mas eu já havia dito antes: “Eu sou Ateu. Acredito apenas nas descobertas humanas e na Ciência”

Senti meu celular vibrar.

O tirei do bolso. Havia uma notificação de uma mensagem, era da Yukari.

“Preciso que faça algo simples por mim”

Desbloqueei o celular; respondi: “O quê?”

Fiquei extremamente surpreso.

O que ela respondeu, era de fato uma coisa simples.

Mas o que me surpreendeu foi o que ela disse logo em seguida.

Um som de porta abrindo chama minha atenção; olho na direção.

Havia um inspetor na porta: Nova turma B, vocês e as outras turmas terão um período de descanso de até cinco aulas. Podem sair.

Como crianças no 5° ano, esperando na porta, quando o sinal está prestes a tocar, todos saem correndo da sala.

Comparando o favor da Yukari com essa reação deles, acho que agora faz sentido.

Me levantei da cadeira e saí da sala.

Desci escada por escada; a escola parecia vazia.

Enquanto passava por um corredor, olhei pela janela e vi um amontoado de gente.

Todos em volta de quem?

Exatamente.

Da Yukari.

Todas as escadas que eu encontrava, agora eu pulava direto pro chão.

Finalmente, saí para o pátio.

Respirei fundo; coloquei as mãos nos bolsos e entrei na multidão, passei pelas pessoas.

Fiquei de frente para Yukari e me virei, servindo de “escudo” para ela.

Minha atitude fez todos ficarem quietos e darem sua atenção a mim.

Tch. Odeio isso.

Deixando isso de lado; rosto sério; olhar imponente, expressão de superioridade e confiança.

Ei! Sai daí! Não está vendo que estamos falando com ela?! — gritou uma pessoa.

— Cala a boca. Não vêem que como súditos, estão desagradando a Rainha de vocês? — disse.

— Como? — perguntou outro alguém.

— Se vocês não se consideram súditos, beleza. — Fiz um thumbsup e deitei minha mão — Mas vocês estão desagradando a “Queen” de vocês.

— Quero dizer, dá pra ver que ela não está no clima pra ficar sendo paparicada por vocês.

— E quem você pensa que é? — perguntou esse mesmo alguém.

— Eu sou o Brutal Guy, esqueceram? — Ainda com o dedão de pé, aponto pra mim — Diferente de vocês, até mesmo eu sou alguém pra Queen de vocês não ter me encarado com cara feia.

— Por acaso você está apaixonado por ela, caralho?! — perguntou outra pessoa.

— Não confunda as coisas. Apenas tenho motivos para estar com ela nessa — respondi.

— E que influência você tem?! — gritou um aluno enorme, do terceiro ano.

— Bom… — Enquanto pensava em algo para falar, senti algo macio e braços se enrolando nos meus braços.

O q… Ah, entendi.

— A influência dele sobre vocês pode ser baixa, mas seria melhor se vocês o respeitassem mais — disse Yukari.

Olhei para ela; seu olhar relaxado e afiado, seu sorriso relaxado e largo em seu rosto demonstrava apenas superioridade.

— Não por ele ser forte, mas sim por eu ter o escolhido como meu peão para mostrar a verdade a vocês. Lembrem-se que a Queen aqui é quem manda em vocês.

Ouch. Ela pegou pesado nessa.

As pessoas me encaravam com raiva, ódio, repulsa, e outras incrédulas com a resposta de Yukari ao seu “povo”.

Sério, de onde surgiu essa “Hierarquia” idiota?

Foda se, tanto faz essa bosta.

Com Yukari grudada no meu braço, saí com ela do pátio.

Entramos em uma sala; fechei a porta.

Por mais que eu esteja um pouco puto, puta merda! Os peitos dela são grandes!

— Tá tudo bem aí? Você tá calado desde quando chegamos aqui — disse Yukari, com os braços cruzados, por baixo dos peitos.

Mas você assim também não ajuda.

— Só estava pensando. E mais importante, você sabe muito bem o motivo de eu ter te ajudado.

— Sim. — Ela sorri — Sei que você não iria me ajudar se você não ganhasse nada em troca, então lhe ofereci aquela placa de vídeo.

— “Aquela” placa de vídeo não. A placa de vídeo. Uma RTX 4090 é um rim e um fígado juntos, sabia?

— Só porque eu sou uma garota, isso não significa que eu não saiba dessas coisas — disse Yukari.

Me sentei em uma cadeira: Já pode sair.

Hm? — Yukari olhou para mim, confusa.

— Falei que já pode sair. Você queria que eu te tirasse daquela, e eu te tirei. Agora já pode sumir e trazer minha RTX 4090.

— Se eu saísse, eles voltariam a me sufocar com perguntas e falas. E você sabe que todos nós queremos um tempo para respirarmos — disse Yukari.

— É, você está certa.

— Você não conseguiu pensar em algo simples como isso, mas pra desmascarar o Yoichi, seu cérebro funciona, não é? — falou Yukari.

— Eu só queria tornar as coisas mais divertidas e desgraçar a reputação daquele filho da putinha, então pensei “Por que não?”. Outra que você também seria afetada.

— Eu estava pouco me fudendo pra essa coisa de “Subir de classe”, “turma”, essa porra aí.

Uau, que pavio curto — disse Yukari.

e . Agora… — Parei, repensei na fala — Agora me agradecer não quer, né?

Na verdade, o que eu iria dizer era “Agora chupar minha rola você não quer, né?”, mas isso iria dar muita merda.

— Não — respondeu Yukari, de forma seca.

Suspirei.

Honestamente, eu não entendo garotas.

— Chata.

Depois desse exame, creio que as coisas voltem ao normal.



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