Volume 1

Capitulo 5: Primeira Missão

Neste momento, estou na minha varanda comendo alguns lanches e lendo um livro. Esse lugar é confortável e tem uma ótima visão, também gosto das plantas que estão como decoração, a melhor parte é que não sou eu quem tem que cuidar, não sou muito bom cuidando de plantas…

O céu azul, o vento balançando meus cabelos e os pássaros cantarolando, tudo isso é muito relaxante, mas… O pão macio com pate é o melhor! Isso, sim, é o paraíso… Além disso, esse romance é fofo, o protagonista é tímido, mas ele sempre faz umas maluquices, haha!

Estive estudando os livros que Akira me deu, meio que pulei algumas partes, tem algumas coisas que eu já tinha lido em outros e coisas que se repetem muito. Mesmo assim ainda dei uma passada de olho, afinal posso acabar deixando passar algo importante e realmente encontrei algumas coisas interessantes nesses pedaços. Gosto de aprender coisas novas, pena que é quase tudo apenas sobre magia, queria aprender mais sobre esse mundo também.

E estou cansado de tanto estudar. Então, hoje, ao invés de estar estudando, estou apenas lendo um livro de romance bem legalzinho, não faz mal dar uma pausa ocasionalmente, não é mesmo? Além disso, eu não consigo me concentrar muito bem quando estou cansado de algo. Vou continuar a ler o último livro que falta depois do almoço.

Outra coisa que não mencionei, não tenho certeza de qual andar da torre vou ficar, estou no mesmo que os candidatos a mestre da torre, mas ainda não foi decidido onde eu realmente ficarei, quem decide isso é o mestre da torre, afinal. A única coisa que me foi garantida é que eu vou ficar entre os 7 andares mais altos e, não importa o andar, eu vou ter um quarto confortável, comida gostosa e tal.

Descobri algo nesse tempo, pedi essa informação ao Akira, só por curiosidade. Marry tem 7 anos, Luís 10, Jeff 18 e Tamires 20. Um dos meus irmãos, a Harumi, também está na torre, mas ela tem algumas responsabilidades no castelo também, por isso ela não está aqui no momento.

Disseram que o mestre da torre volta hoje ou amanhã, ele havia falado que voltava uns dias atrás, mas disseram que ele mudou de ideia porque tinha algumas coisas importantes para resolver… Me pergunto se ele voltará mesmo dessa vez, acho que sim, ele não iria adiar isso duas vezes seguidas, não é mesmo? …

Apenas continuei lendo diversos livros de ação, aventura, romance e etc, antes do horário de me arrumar para descer para o almoço. Como sempre, Emilly cuida de tudo. Enquanto estou aqui bocejando, ela está penteando e trançando meus cabelos, cantarolando alguma música que eu não conheço.

Então ela se afastou e pegou alguns conjuntos de roupa no guarda-roupa.

— Qual desses estilos você prefere para o almoço de hoje Vossa Alteza?

São ótimas roupas, parece que meu guarda-roupa só tem roupas que fazem meu estilo, o que faz sentido, afinal, sou eu quem vai vestir, né?

Ah, mas ainda tem aquelas roupas super formais e desconfortáveis, aquelas eu não gosto muito…

— Hmm… Me vê… Essa que tem o top que mostra um pouco da barriga… Mas por que um príncipe tem uma roupa dessas? Não consideram vulgar? Geralmente, a realeza é tão conservadora…

— Não, é bem normal e não é como se essa roupa mostrasse muito. Acho que mesmo se você ficasse sem camisa, não teria muito problema, dependendo do lugar, é claro. — Disse Emilly enquanto me ajudava a me vestir.

— É, acho que faz sentido, bem, tanto faz.

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— O mestre disse que não vai ter como ele chegar amanhã, ele disse que volta daqui a três dias. — Disse Jeff enquanto mastiga tranquilamente o seu almoço, apenas Akira parecia um pouco decepcionado.

— Eu tinha algo para falar com ele… — Resmungou Akira.

Oh! Ele adiou mesmo então?

Todos estavam apenas comendo tranquilamente, então Nozuka largou seus talheres e limpou seus lábios com um lenço caro. Quando você o observa tão cheio de modos, é difícil acreditar que ele é apenas um filho ilegitimo. Me pergunto de que família ele é, não que eu conheça outra família além da família real… Eu deveria estudar mais sobre política.

— Recebi um pedido para lidar com alguns lobos que estão atacando uma pequena cidade na fronteira do reino. — Disse Nozuka logo após terminar o seu almoço. — Eles possuem uma mina com as melhores pedras magicas da região sul do reino de Solaris. Temos um contrato com eles, então é nossa obrigação proteger a cidade de monstros e coisas parecidas. Eu estava querendo que a Marry e o Yuki viessem comigo.

— Por que eu?… — Eu e Marry perguntamos ao mesmo tempo.

— A Marry é claro que é por conta de sua magia de cura, parece que algumas pessoas se feriram e eu não sou muito bom com magia de cura. O Yuki é simplesmente porque achei que seria bom para ele saber como funciona o nosso trabalho por aqui.

— Não estou muito interessado nisso… Por que eu iria querer trabalho extra? E não tem adultos pra fazer esse trabalho, não? — Eu disse enquanto juntava a comida no garfo.

— Tem, sim, mas tenho uma magia mais poderosa que a maioria desses adultos, então eles me acham mais confiável e eu recebo uma boa recompensa desses trabalhos.

— Mesmo assim, acho que isso devia ser feito pelos adultos… Crianças deviam apenas estudar, brincar e aprontar, sabe…

— Você não está apenas sendo preguiçoso? ~ — Disse Akira enquanto usava seu garfo como uma catapulta e preparava para lançar um pedaço de brócolis na direção de Nozuka.

— É claro que sou mesmo um pouco preguiçoso. Mas não é por isso. — Eu disse enquanto apontava o garfo para ele.

— … Não brique com sua comida, Akira. — Disse Nozuka enquanto pegava o brócolis voador com seu lenço.

— Eu já ia comer, beleza? Que cara chato… Eu sempre falo, esse cara deve ser um demônio disfarçado ou algo assim.

— …

— Não foi pelo que você disse agora que eu te chamei de chato, mas sim porque eu não gosto de você desde quando eu te conheci. Você sabe.

— Não era com o “chato” que eu estava incomodado…

— Eu não te odeio completamente, eu só sinto que tem algo de errado com você… Certeza de que você não é algum tipo de criminoso ou algo assim? Meus instintos dizem que você é perigoso.

— Você diz que pareço perigoso, mas tentou lançar um brócolis em mim.

— … Não acho que você ira fazer algo comigo na frente de tanta gente poderosa, né? Hehe!

Nozuka apenas franziu a sobrancelha e o ignorou.

Me pergunto por que o Akira é tão paranoico com o Nozuka… Bem, parece que ele arranja briga com todo mundo também, não que eu me importe muito, não é comigo mesmo.

Mas eu ainda tenho que dar uma resposta sobre essa tal missão?

— Eu não vou sair da torre, não estou com vontade de sair.

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O céu azul, limpo e claro me traz uma sensação de paz… Em contraste, há muito sangue à minha volta, pessoas feridas e alguns lobos mortos… Isso mesmo, eu realmente vim nesse lugar, fui subornado. Aparentemente, esse lugar possui um doce que só pode ser encontrado por aqui e encheram de elogios para esse tal doce, espero que seja mesmo tão bom quanto disseram…

O lugar até que é bonito e era um lugar bem tranquilo e pacífico, até esses lobos chegarem. Eu só estou vendo uma quantidade absurda de sangue porque estou perto da linha de defesa deles, num lugar onde os feridos estão se juntando. Esse cheiro é horrível e a visão é uma mistura de nojento e deprimente, quero voltar para o meu quarto…

Viemos a esse lugar primeiro para dar uma olhada na situação e para que Marry pudesse curar eles. O povo aqui não parece muito animado em nos ver, eles parecem um pouco… Decepcionados.

Provavelmente por sermos crianças, acho que eles não confiam muito em nossas capacidades, seria estranho se confiassem. Eu disse que era melhor que um adulto viesse até aqui, apesar de eu saber que esses dois são mais do que capazes de lidar com isso.

Marry caminhou até o centro de todas aquelas pessoas e começou a conjurar um feitiço. Ninguém parece muito confiante ou esperançoso na magia dela, sei que ficarão impressionados quando ela terminar sua magia, mas esse feitiço demorará um pouquinho ainda e eu e Nozuka temos outra coisa para fazer. Duvido que eu possa ajudar muito.

Fomos até a linha de frente deles e encontramos algumas poucas pessoas lutando contra vários lobos negros que pareciam furiosos, tinham mais de 1.000 lobos atacando, pois é, isso é uma quantidade absurda mesmo. E a quantidade de soldados do nosso lado? Uns 20… Que merda, hein.

Subimos na muralha e Nozuka começou a conjurar seu feitiço. Minha magia de gravidade ainda é bem difícil de controlar, eu não consigo usar muito bem em coisas vivas, eu até consigo, mas só em um alvo específico e só consigo deixar ele um pouco mais pesado ou mais leve…

Então, apenas conjurei algumas flechas de água e atirei nos lobos, com ajuda da magia de gravidade. Não é tão significativo, mas já é alguma coisa. Consigo matar uns 15 lobos de uma só vez, isso já foi o suficiente para deixar esses adultos em volta ao menos um pouco impressionados… Como podem se impressionar só com isso? Parece que eles são exageradamente fracos, então… Deve ser porque sou só uma criança.

Após eu matar um total de 43 lobos, Nozuka terminou finalmente de preparar sua magia, várias estacas de gelo começaram a aparecer por toda parte e um total de 380 lobos morreram em um instante, mas Nozuka também ficou cansado e quase sem magia. Ainda teríamos uma batalha não tão curta com o restante dos lobos.

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Olá, meu nome é Marry, me sinto triste por essas pessoas… Estão todos tão feridos, não só fisicamente, como mentalmente também. Parece que algumas pessoas não foram capazes de sobreviver, muitos perderam seus entes queridos. E eles perderam a esperança de sobreviver a esse ataque, por conta da quantidade de lobos que viram enquanto tentavam defender sua cidade… Quando chamaram reforços, o que veio para eles foi um total de três crianças…

Com certeza não confiam muito em nós, mas usarei o máximo de mana que eu conseguir para curar cada um, os meninos irão derrotar cada um dos lobos e essa cidade irá voltar a ser pacífica como antes… Só não posso trazer de volta as pessoas já mortas.

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— Haa… Finalmente… Eu realmente deveria ter ficado no meu quarto. — Eu disse enquanto me jogava no chão.

Nós finalmente derrotamos todos esses lobos. As pessoas que estavam lutando ao nosso lado começaram a comemorar. Enquanto Nozuka ajudava os feridos a voltar, ele acabou desmaiando de tanta mana que gastou, nem para alguém pensar em trazer poções de mana…

Usei um pouco da minha mana restante para deixá-lo um pouco mais leve e olhei para o soldado ao meu lado.

— Ei, carregue ele por mim.

— Ah! Certo.

Não pedi isso por eu ser folgado ou preguiçoso, eu sou muito menor que ele sabia? Seria um pouco complicado para mim, carregar ele.

Quando cheguei no salão onde estavam os feridos, eu pude ver uma cena semelhante à de alguns minutos atrás, as pessoas estavam comemorando com lágrimas e abraçando umas às outras. Mas mesmo nessa situação, tinha algumas pessoas com rostos sombrios, bem, afinal algumas pessoas estavam de luto nesse momento.

— Você viu a Marry? Sabe, a garota da magia de cura… — Perguntei a uma senhorinha, que sorriu para mim e apontou na direção de um certo prédio em ruínas.

Procurei Marry por um bom tempo, quando finalmente a encontrei, ela estava com várias garrafas de poções de mana vazias à sua volta, ela estava cheia de suor e tinha um olhar um pouco sombrio também, provavelmente era apenas o cansaço.

Ela estava curando a última pessoa com ferimentos graves, ela parecia estar se esforçando muito para juntar mana o bastante para curá-la, eu me sentei ao seu lado e a ajudei emprestando um pouco de mana para ela.

Quando ela finalmente curou a moça guerreira, que estava com um enorme buraco na barriga um momento antes, Marry sussurrou algo com suas últimas forças.

— Obrigada… — Logo em seguida, ela desmaiou também.

Agora sou o único que continua acordado… Eu não faço ideia do que faço agora! Certo, eu só preciso perguntar a alguém… Acho que eu devia falar com quem está no comando aqui? …

— Com licença… Já está tudo resolvido? A gente derrotou os lobos que estavam atacando a cidade e a Marry curou todos que estavam com ferimentos mais sérios… Existe mais alguma coisa que precisa da nossa ajuda aqui?

— Não se preocupe, está tudo resolvido graças a vocês, crianças. — Enquanto dizia isso, ele começou a afagar minha cabeça, sua mão com certeza era bem pesada. — Mas isso com certeza é muito estranho… Lobos negros não costumam atacar cidades assim, muito menos andar em um grupo tão grande quanto esse…

— Você sabe algo sobre isso?

— Tudo que sei é que tem algo de errado sobre isso. Isso não importa agora, pode ficar tranquilo, pedirei para mandarem uma recompensa extra para vocês, vocês três foram de grande ajuda para nós, obrigado.

— Hm, não tem de que… Onde acho o tal doce que só pode ser encontrado por aqui?

— Ah! Você gosta de doces!? — Perguntou ele com um sorriso.

— Gosto de comidas no geral, eu diria…

— Eu te levo lá!

E assim ele me levou até uma pequena confeitaria, dirigida por uma senhorinha em seus últimos anos.

— Obrigada, graças a vocês essa cidade pode sobreviver. — Disse ela enquanto me entregava um pedaço de pudim.

Aquilo era pudim! Como uma coisa tão deliciosa só pode ser encontrada nessa cidade!? Isso não faz sentido!

Dei uma colherada nele e, sim, aquilo era o melhor.

— Esse é o melhor Pudim que eu já comi… — Eu disse com um sorriso, enquanto ainda o mastigava.

— Parece que você gostou! — Disse o general com um sorriso.

Então, eu peguei umas moedas em minha bolsa para entregar à senhorinha, mas ela me impediu.

— Você não precisa pagar, é um agradecimento por salvar nossa cidade.

— Vovó, você não precisa me agradecer, eu acho que você precisa mais do dinheiro do que eu, tão velhinha e ainda tem que estar trabalhando assim… Vou até te dar uma gorjeta, em troca quero poder comprar sempre uns deses para mim.

— Hahaha! Eu não estou tão velha assim, ainda tenho muita energia sobrando e eu faço isso porque gosto. Aceitarei o dinheiro, mas vou te dar dois pudins a mais para você levar para os seus amigos. Tenho uns potes com magia de conservação.

— Me vê quatro então… Quero comer mais 2, hehe!

— Claro, claro. — Disse ela enquanto separava os pedaços de pudim, com um sorriso.

— Obrigado, vovó! Depois passo aqui de novo!! — Disse eu, enquanto saia com os pedaços de pudim nos potes. — Ah! Meu nome é Yuki, o quarto príncipe!

— É o quê!? — Perguntou o general confuso.

E eu apenas saí sorridente e cantarolando.

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Depois disso, fiquei um tempo nessa cidade, descansei e depois ajudei um pouco em algumas coisas pequenas, como deixar alguns materiais que eles estavam usando para a reconstrução mais leves. No meio disso, pensei que não era minha obrigação ajudar esse povo, mas como era uma tarefa bem fácil, eu apenas continuei os ajudando. Estava fazendo isso enquanto esperava os dois se recuperarem para que pudéssemos ir embora.

Enquanto eu andava de um lado para o outro, eu encontrei uma pequena pedra negra perto da muralha, ela emanava uma energia estranha e um pouco desconfortável, nunca ouvi ou li nada sobre essa pedra estranha. Resolvi guardar ela comigo e pesquisar sobre ela depois.

Mais tarde ficamos sabendo que, no fundo da floresta, tinha uma enorme pedra negra emanando uma energia sombria. Ninguém sabia que tipo de pedra era aquela, ou o que ela fazia, mas era a principal suspeita de ter deixado todos aqueles lobos agitados daquele jeito. Mesmo assim, ainda era um mistério o que havia acontecido naquele dia. 



Nota: Desculpe pela demora para mandar um cap novo, vou tentar mandar caps com mais frequência.



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