Volume 1 – Arco 1
Capítulo 1: Prelúdio Vazio
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O mundo... parou.
A chuva começou a cair. O mundo, coberto por marcas negras tão escuras quanto a vasta imensidão de um buraco negro, emitiam calor excruciante, engolindo tudo pelo caminho.
Céu tingido de um vermelho vibrante, antes azul e calmo, agora dominado por criaturas azuis, figuras grotescas pairando no ar como verdadeiros demônios saídos de pesadelos.
“O quê…”
Em um viaduto, acima da cidade em chamas, começou a chover forte. O som das gotas d'água caindo no chão ecoando pelas ruas vazias, se misturando aos gritos, e as chamas se apagando conforme a chuva caía.
“Aconteceu?”
Em meio ao temporal, se levantando, um garoto tão branco quanto a neve ficou ajoelhado olhando para o céu escuro. Seus olhos brancos refletiam dúvida e desesperança…
Passando-se alguns minutos e talvez horas após ter acordado, ele começou a se erguer aos poucos, pois seu corpo estava dolorido e algo o prendia ao chão. Dores intensas o fizeram desistir daquela ideia. Então, se passou mais algumas horas parado.
As nuvens carregadas, passavam de maneira que o tempo parecia ficar mais lento. O forte cheiro de asfalto queimado subia do chão do viaduto onde estava. E naquele momento infernal, diversas vozes começaram a ecoar na cabeça dele.
Muito tempo se passou desde que tentou levantar pela primeira vez. A consciência estava voltando aos poucos, e com ela, a razão humana, pensamentos, tato, olfato e visão começaram a se restaurar.
— Por favor… me ajuda.
O solo começou a esquentar, mesmo com a chuva, se tornou possível sentir queimaduras formando nas pernas. A voz, graciosa e doce, clamou novamente por ajuda. — Me… salva!
Tão pequena e frágil, uma garotinha estava andando até alguém que poderia salvá-la, mas, já quase sem voz, dificultou ouvi-la.
“Sal… var?”
Socorro. Eu não quero morrer. Socorro. Me… ajuda! Socorro! Monstros por toda parte. Você não é aquele que veio para nos salvar? O meu filho! Alguém faça algo!
Medo, estou com medo. Sangue, isso é meu sangue. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo.
Me ajuda. Medo. Estou com medo, mãe. Alguém, por favor, nos salve!
Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Eu não quero morrer.
Vozes se acumulam. Elas gritam desesperadas para que alguém as salve da morte iminente.
Repetindo-se diversas vezes, e cada uma carregava um sentimento consigo. Angústia; arrependimento; sofrimento; raiva e tristeza.
Carregado por diversos sentimentos, seu coração entrou em frênesi. — Para...! Para! gritou desesperado. Suas memórias ainda não eram claras, mas sabia que precisava salvar algo ou alguém. — PARA!!!
Aflito, o garoto era tomado por um abismo de ansiedade, mergulhando em uma tormenta de vozes incessantes que ecoavam em sua mente sem trégua, como gritos lancinantes que o cercam por todos os lados. O tumulto ensurdecedor ecoando incessantemente em seus ouvidos tornou qualquer tentativa de raciocínio coerente.
“Eu preciso salvar as pessoas. Eu preciso salvar as pessoas. Eu preciso salvar as pessoas. Eu preciso salvar as pessoas. Eu preciso salvar as pessoas. Eu preciso salvar as pessoas. Eu preciso salvar as pessoas. Mas quem eu devo salvar?!”
Erguendo as mãos para a agora à frente tentando alcançá-la. Contudo, percebeu algo viscoso o segurando.
Corpos. Quando tentou se levantar, mãos saindo da enorme poça de sangue começaram a segura-lo com uma força sobrenatural.
“Isso é…” O que o segurava esse tempo todo: a enorme trilha de corpos e cadáveres podres em seus pés. Quando se deu conta, sentiu nojo e o estômago correspondeu ao sentimento, expulsando vômito misturado ao próprio sangue.
A garotinha apertou os passos em direção ao pálido, lágrimas e catarro escorrendo de seu rosto.
BOMM!
Abaixo dela, uma centopeia gigante rasgou o solo como se fosse papel. Partiu para cima, como um tiro.
O frenesi no coração do garoto começou a aumentar, percebendo a centopeia descendo como um míssil, exalando o cheiro da morte. Tentou golpeá-la diversas vezes, sedenta por sangue, mas a garotinha estava apegada por sua vida, correndo e rolando pelo chão. O monstro acertou apenas o solo, formando diversos buracos.
Em questão de segundos o solo virou seu maior inimigo.
E dessa vez, apenas o seu apego não seria o suficiente. A criança tropeçou e caiu.
O pálido, em desespero, reuniu as forças que tinha e gritou: — Corre!
Reuniu suas últimas forças e voltou a correr na direção dele, a vontade de viver queimando em seus olhos, porém…
O estômago queimou com um impacto que fez o corpo dela se contorcer violentamente. Seu pescoço produziu um barulho horrível ao se quebrar, e a dor reverberou por todo o corpo.
Aquele à frente apenas pode observar o espetáculo de horror, com a centopeia aumentando e partindo a garota ao meio junto ao solo destruindo-se, criando uma cratera gigante.
No ar, algo voou e como ruído de uma engrenagem enferrujada, novamente a centopeia disparou para o céu e acertou o objeto, espalhando sangue por todos os lados. Estava morta. Aquela garotinha clamando por ajuda… foi morta em sua frente, o sangue ainda quente respingou no rosto do garoto. Estático e estranhamente calmo, o nojo entalou na garganta.
E então, como uma válvula de escape, ajoelhou-se ao chão e, juntando toda a força que ainda lhe restava, começou a bater a cabeça no chão desenfreadamente.
— Não era isso que estava para acontecer! Por que acabou assim?! Tudo está desmoronando e no fim… não consegui salvar ninguém… Morre. Morre. — Sua voz já não estava mais presente após tanto gritar de angústia. Poderia salvar alguém naquele estado? — Eu quero morrer! Eu quero… morrer…
— Kitsuia!
Uma entidade branca apareceu de frente para o garoto naquele momento, estendendo a mão para ele. Aquela entidade carregava consigo a aparência de adolescente e era tão branca quanto a neve, não demonstrando ser humana, mesmo possuindo a aparência de tal.
— Esse... é o meu nome? — murmurou, olhando para cima. — Como você…
E assim, muitas dúvidas surgiram naquele instante. “Quem eu sou? O que vim fazer aqui?” Um grande turbilhão de perguntas começou a se formar.
— Não deseja entender como ficou assim, garoto?
Como tudo havia acontecido? Era isso que não entrava na cabeça de Kitsuia.
Levantando seu rosto, decidiu colocar o orgulho de lado naquela situação. Erguendo-se do próprio sangue, com fortes dores, com lágrimas misturadas a chuva, segurando a mão daquela da figura humanoide que não tinha rosto, porém o cabelo era extremamente grande e quase tocava o chão.
— Olha só quem finalmente acordou, né?
Ao tocar na mão daquela figura desconhecida suas memórias começaram a retornar rapidamente em um estalar de dedos. Uma dor lacerante se formou em sua cabeça, mas tão efêmera fora a vinda; se foi.
Todas as informações sobre o passado, presente e futuro começaram a se alojar dentro da cabeça do garoto como um quebra-cabeça. Cada memória era empurrada sobre outra, e assim consequentemente criando mais perguntas do que respostas. Memórias sobre uma vida passada, um futuro distante e o presente inesperado se alocaram sem pedir licença e tomaram parte de todas as outras.
Os olhos brancos, antes sem vida, tornaram-se diferentes e confiantes. Ainda estava triste e com muitas dúvidas, afinal aquela criança faleceu na sua frente sem poder ter feito nada. Se sentiu impotente.
Se estivesse com as memórias de agora, poderia salvar ela?
Contudo, não poderia ficar parado. — Você demorou demais, sabia? Poderia ter feito algo sobre isso. — Apontando para a testa.
— Tá assim porque ficou batendo a própria cabeça no chão feio um idiota.
Suas memórias começaram a voltar gradualmente, apenas por estar perto dela. Não sabia ao certo se a conhecia, mas, por algum motivo, dentro de seu coração, sabia que tinha algum tipo de intimidade.
E mais nada passou em sua cabeça. As vozes cessaram.
— Tsc... Vai ter que me explicar o que está acontecendo — disse, jogando o cabelo molhado para trás. — Minhas memórias estão voltando aos poucos... mas ainda não sei dizer ao certo o que está acontecendo... Talvez o Selo quebrou...?
— Sim, sim. O Selo, definitivamente, quebrou. E junto dele, os Anciões finalmente voltaram à vida. Você está atrasado… Como sempre, idiota.
— Então a situação está pior do que as informações que eu tenho agora... — Ficando de pé, começou a se alongar. — Mas, antes de qualquer coisa, preciso acertar uma coisa. — Colocou a mão à frente, o sangue dela formou uma gota que logo caiu no chão. — Poderia esperar aqui, não quero deixar isso passar.
— Fufu… — suspirou, virando de costas, emburrada. — Mesmo ferido quer proteger os outros, né… Pois bem, te dou dois minutos.
— Será o suficiente.
Um sorriso travesso se formou. — É… eu sei. — Desmanchou o sorriso e, concentrada, começou a recitar. — Venha à mim. — Mas, as palavras ditas, não puderam ser ouvidas.
A centopeia voltou novamente, destruindo o viaduto pela metade, seus dentes como engrenagem rodando a todo instante, os dentes coberto por sangue entregaram o que estava fazendo nesse pequeno intervalo de tempo.
Fria e cruel. Começou a gritar, seu grupo soando como uma gralha irritante enquanto as engrenagens giram mais rápido. E então, como um canhão, começou a rastejar feito serpente para o alvo!
Kitsuia começou a correr na direção da centopéia.
“Isso não vai trazer eles de volta.” Pegou impulso e saltou, voando no ar. A visão da cidade o trouxe espanto, milagres de humanos mortos pelas ruas, como se não fossem nada, banhados pela chuva enquanto o sangue escorria dos motins de mortos. “Mas trará paz ao meu coração.”
— KYAAA! — rugiu a fera, percebendo o alvo no ar, batendo no chão em alta velocidade, mudou a rota, agora, para cima de boca aberta.
Ainda no alto, Kitsuia começou a cair frente a frente com a fera feito um meteoro. Cerrando o punho, chegando perto dela, abriu novamente a mão, usando a cabeça da mesma como base.
Se empurrando para cima e inclinando a direção. — Preciso salvar a humanidade, então… — Seus olhos tomaram a cor vermelha e, como gatilho, cerrou o punho novamente e acertou corpo da centopeia, partindo-a no meio. Metade dela começou a se contorcer, agitada. Naquele momento, não estava mais coberto por sangue humano, mas sim, o sangue daquela que tirou uma vida inocente. — Vamos começar por você!
Intenso perigo. Os instintos da centopeia gritaram internamente. E então, ela tentou fugir daquele local o mais rápido possível. Batendo o resto de cauda no chão, destruiu o restante do viaduto e tudo desmoronou.
Em meio aos escombros, começou a rastejar feito um golfinho, entrando e saindo da terra, buscando sobreviver àquele humano.
Porém, como um verdadeiro monstro. — Acho que fui bem claro. — O que mais temia apareceu voando em alta velocidade na sua direção. Ainda relutante, tentou jogar pedras na direção do alvo, visando pará-lo.
Mas, sem sucesso, o mesmo desviou de todas as pedras e ainda tomou mais altitude. Ficando parado no ar, desceu de vez, quebrando outra metade da centopéia. — Você não vai sair daqui viva!
Agonizante e irritante, o grito do monstro se tornou. Ela realmente era um monstro comparado aquilo?
KABOOM!
Pondo um fim ao barulho irritante, socou o crânio dela, como resposta, a mesma explodiu.
— Hah… eu nunca vou me acostumar com esse gosto amargo. — Outra dor de cabeça o atacou. — Agora eu lembrei… o Núcleo Giantz… A Gêneses.
Antes mesmo que terminasse a frase, a entidade interrompeu: — Foi completamente dizimada no processo. Se quiser, pode ver depois. Entretanto, nosso tempo é curto, vamos para o núcleo do problema agora.
Inquieto, perguntou: — Por quanto tempo eu dormi?
— Cerca de três horas.
Para ele, aquelas informações eram apenas nada; ao mesmo tempo, tudo. Confuso e com muitas perguntas. Olhando com mais atenção para a situação da cidade completamente destruída, seu coração apertou ao se deparar com tal situação, pessoas estavam gritando angustiadas.
O desespero tomou conta da humanidade.
No céu, um olho humano macabro se formou, dividiu-se em alguns fragmentos e virou uma pequena esfera. Diminuiu o tamanho — antes gigante —, ficando minúscula. Passaram dois minutos e ela começou a expandir no céu, mudando para a cor azul.
— Eu te amo, sabia? — disse a forma de vida humana, arrancando Kitsuia do transe.
Naquele momento, os sentimentos do garoto começaram a aflorar-se pelo corpo. Aquela sensação de que gostaria de ficar ali para sempre começou a aparecer aos poucos em um turbilhão de emoções.
A entidade deu um belo sorriso alegre, não dava para ver com perfeição, mas o sentimento era claramente de alegria. Por um instante, ele ficou estático.
Tudo estava acontecendo rápido demais, a destruição; pessoas morrendo; civilizações sendo destruídas e enormes desastres. Entretanto, naquele momento, a sensação de alegria tomou os dois, mesmo não sendo o local e nem hora para isso. Tomada por seus impulsos, a entidade, agora se aproximava lentamente.
Kitsuia desconhecia a situação atual do mundo e todos os que conhecia. Porém, a sensação de estar ao lado dela era efêmera e tranquila.
Se aproximando mais de perto, ela o beijou, começando a bagunçar o curto cabelo dele, branco na parte de baixo e preto no topo. Por alguns segundos, o mundo parecia completamente feliz e sem problemas; sua mente estava limpa. Todas as vozes que antes o perturbava, agora não existiam.
O rosto daquela entidade começou a fragmentar-se aos poucos, revelando aos poucos o seu rosto, mas algo não estava certo. Lágrimas se formaram presentes na composição do rosto.
Crash!
— O que você...
A sensação de calmaria começou a sair do corpo dele e começou a transparecer pelo seu peito, aquela criatura se afastou por alguns centímetros balançando o cabelo. Quando Kitsuia tocou seu peito para ver se estava sonhando ao não, tocando em algo viscoso e vermelho saindo do peito.
— Me perdoe, você ainda… não sabe de tudo.
O corpo dele pesou como chumbo e caiu no chão do viaduto e uma enorme poça de sangue começou a se formar. Em sua visão, viu o mundo se fragmentando em pontos brancos até tudo começar a escurecer e tomar uma cor diferente, transparecendo todos os sentimentos que gostaria de dizer, sendo engolido pelo desejo de querer viver…
Sendo afundado em um lago de incertezas, definitivamente morreu.
"Como isso tudo aconteceu?"
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— AH!
Kitsuia acordou repentinamente desesperado, com o coração em frenesi, algo caiu em sua cabeça. A sensação de ter acordado tão rapidamente não o deixou sentir dor naquele momento, mas provavelmente aquilo doeria mais tarde. Seu coração estava acelerado e o corpo completamente suado, tudo o que conseguiu processar naquele momento era algo no qual ele prometeu que não faria mais.
— O que foi isso… Eu não… — murmurou, levantando do chão, observando onde estava: televisão ligada, vários copos de comida instantânea jogados pelo quarto. — Aê… hoje é segunda-feira e meu estoque de comida acabou. Eu deveria ter parado de assistir filmes de terror durante a madrugada, dormi sem perceber.
Por consequência, o quarto estava uma bagunça. Ignorar suas obrigações em troca de um pouco de diversão não tinha valido a pena. Seu quarto tão bagunçado quanto um chiqueiro ao receber a visita de um tornado. Com a sonolência pesando seu corpo, era óbvio que Kitsuia não arrumaria o lugar.
— Deixa isso pra lá… não é como se ela fosse me matar por causa de algumas roupas jogadas pelo quarto.
E então, caminhou feito um bêbado em direção ao banheiro, chutando alguns copos e pratos jogados ao chão; seu corpo ainda não acordou por completo.
Ao chegar no banheiro, a luz acendeu automaticamente, causando uma leve irritação nos olhos.
— Apague as luzes…
A voz robótica respondeu: — Apagando.
Por fim, o local estava coberto pela escuridão novamente, mas a luz da lua ainda permanecia pela janela, o que permitiu vislumbrar seu péssimo estado no espelho.
Apesar de muitos nessa vida terem a aparência parecida, esse não era o caso, para muitos ele era um caso especial, pois o curto cabelo, porém volumoso, destacam-se três cores, sendo elas preto, branco e turquesa. No topo da cabeça, um preto tão escuro quanto a noite e nas pontas o branco alvo como a neve e algumas mechas turquesa.
— Preciso parar de ficar virando noites e noites sem parar… — Passando a mão no rosto. — Está começando a me afetar…
A consequência adquirida ter virado noites e noites: seus olhos azuis, quase chegando na tonalidade branca, estavam cansados e com olheiras. Por ser magro, seria facilmente confundido com alguma criatura de anomalia não identificada, caso alguém o encontrasse nesse estado em um horário noturno.
O que acabou fazendo-o odiar a si próprio pela aparência. “Acho que emagreci mais…” O cabelo bagunçado e olheiras no rosto já costumeiras e fartas de cansaço.
— Tsc… Que se dane. — disse, tampando o rosto e saindo do lugar, como se não quisesse mais ver o próprio reflexo.
Espreguiçando-se, procurou o costumeiro moletom preto. Revirou todo o quarto. No meio daquela bagunça era impossível achar algo.
Depois de alguns minutos revirando o quarto, acabou, estava todo amassado, mas pouco importava. Assim que o vestiu, sentiu algo vibrar em seu bolso, era a mensagem de um amigo querido por ele, a exagerada sequência de 999 mensagens acabou tornando a situação irritante, no começo eram apenas uma ou duas mensagens, então acabou deixando para lá, pois já sabia do que se tratava.
— Ele ainda não desistiu dessa ideia maluca? Hah… — suspirou lendo as mensagens. — Vou contar para ele logo...
Por fim, apenas deixou para lá e jogou o celular na cama. Caminhando até a sacada do quarto. A lua em seu ponto mais alto iluminando cada cantinho da cidade junto a temperatura fria, criando uma atmosfera agradável. Esse é o tempo perfeito para Kitsuia, que amava climas mais gelados.
Isso já foi motivo de discussão entre seus amigos antigamente, por certa vez estar vestido de um moletom preto, sendo que o clima era calorento até demais.
Ninguém aguentava ver aquela cena, todos morrendo de calor enquanto uma “anomalia da natureza” daquele jeito como se fosse escalar alguma montanha nevada.
— Preciso parar com essa mania de ficar vestindo sempre a mesma co-
Algo o surpreendeu, uma sombra surgiu em sua frente, subindo pela sacada. Por conta do susto, caiu no chão e sua visão ficou turva por alguns segundos.
— FINALMENTE TE ACHEI, SEU MISERÁVEL!
“Espera… e-eu reconheço essa voz!”, pensou, se dando conta de quem era. — Merda.
A visão turva começou a normalizar, afirmando o medo dele. Aquele que subiu a sacada de forma repentina, era alguém que Kitsuia não queria ver nem tão cedo, e muito menos ali naquele momento: seu melhor amigo, Kanistu.
Observando com atenção, percebeu que ele ainda mantinha o mesmo cabelo laranja arrumado, mesmo estando frio, trajava sobretudo branco juntamente a uma blusa preta. — Fala! Quero que me explique agora por que tá me ignorando, desgraçado — disse, andando devagar na direção do garoto pálido.
“Ch! Esses malditos olhos turquesa… sempre ficam me encarando desse jeito.” Não era pra menos, os olhos azul-turquesa, que pareciam ter sido esculpidos, estavam encarando-o fixamente.
— Não enche, laranjinha.
— Hã!? Repete isso mais alto se tem coragem!
E por fim, a noite tranquila, na qual queria apenas olhar para a lua, fora destruída completamente pelo apelidado laranjinha. Queria passar alguns minutos ali observando e logo depois voltar para a sua caverna, mas o quão difícil se tornará voltar para a mesma vida novamente?
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Nota
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