Volume 1

Capítulo 7: O Herói é Ambos um Stalker e um Shinigami (1)

“Hah… hah… hah… hah…”

O homem estava correndo como se não houvesse amanhã, ele nem ligava sobre seus arredores.

No que ele estava passando pelas estreitas passagens entre as paredes, troncos e galhos arranhavam ele. Por causa disto, seus braços e pernas estavam feridos.

De qualquer forma, ele não podia se dar o luxo para ligar por tais trivialidades.

As pequenas feridas no corpo dele eram consideradas triviais. Seu medo havia esmagado seu raciocínio um longo tempo atrás.
Seus instintos dizem para ele que se ele não quiser ser assassinado, ele tinha que continuar correndo.

(Merda… isto é ruim, ISTO É RUIM, MEEERDAAAA!!)

Ficando sem fôlego, apesar de seu corpo estar implorando por descanso, seu cérebro comandou ele a ignorar isso e se apressar.

A razão pela qual ele estava correndo veio voltando com memórias temerosas entre seus pensamentos agora caóticos.

O homem estava fazendo tarefas regulares, assim como sempre, como se fosse apenas um dia normal no trabalho.

Pessoas que não podem pagar para serem vistas mais na luz do dia vem todo dia para esses guetos.

Criminosos notórios que estão foragidos, órfãos que perderam seus pais, nobres que perderam sua posição por causa de disputas familiares, mercadores que falharam em negócios, aventureiros que não conseguiram pagar seus débitos, pessoas normais que são apenas pobres, esses são alguns dos tipos de pessoas que aparecem aqui nos guetos.

Esses guetos haviam se tornado o cadinho¹ para pessoas que acabam correndo até aqui por causa de seus segredos sombrios, e mudariam as pessoas completamente. 

Contudo, há ordem no gueto.

É sabido que sem o gueto, esses caras irão inundar por toda a cidade, perturbando a ordem pública.

Uma vez, alguma ordem de cavaleiros tentou destruir um gueto e aniquilá-lo, assumir ele, e tiveram sucesso. Contudo, ao contrário à crença deles que o comércio iria florescer graças à desaparição dos guetos, a ordem pública piorou ao invés disso, e os mercadores não queriam mais se aproximar da cidade. Desse dia em diante, tudo foi ladeira abaixo.

É por isso que há uma regra não dita entre as cidades para não interferir com os guetos, à não ser que seja absolutamente necessário.
A não ser que você se perca dentro dos guetos, você pode ter uma vida melhor num ambiente seguro dentro de uma cidade que tem um gueto do que em uma cidade que não tenha.

Ainda assim, as atividades do gueto são ignoradas, como decidido, até certo ponto. Apesar dos guetos serem considerados um mal necessário, se as pessoas nos guetos interferirem excessivamente com o lado claro, a cidade e o país não terão escolha senão interferir.

Também, o lado do gueto não quer intervenção direta de uma cidade ou do reino. É por isso que aqueles que ficam no topo administram as vidas no gueto.

Eles ajustam a população, e mantém o status quo² dentro dos guetos. 

Em troca de aceitar pedidos problemáticos, há um acordo implícito que os eventos acontecendo dentro do gueto, sob um certo nível, serão varridos para baixo do tapete.

Um lugar que é aceito como extraterritorial, é isso que o gueto significava.

É por isso que o homem, fazendo uso de suas habilidades que ele aprendeu com um ex-espião, observou as entradas localizadas por todo o gueto da capital real, como ordenado pelo homem que fica no topo.

Se ele fosse avistar um homem perigoso, ele iria pegar todas as características principais dele e informar o chefe.

Se ele fosse achar nobres, ricos ou qualquer filho de uma família influente que poderia colocar os guetos em perigo, ele iria protegê-los.

Ao fazer isso, ele prevenia que os guetos infringissem as regras impostas, e protegeria o gueto de possíveis expurgações. Se o gueto fosse desaparecer em algum ponto, isso significaria que ele perderia seu lugar para viver.

É por isso que, quando ele sentiu o homem vindo da grande avenida, como sempre, ele marcou o homem como um alvo e começou seu monitoramento.

A idade do garoto parecia ser apenas além dos 15 anos. Ele tinha cabelo preto, uma figura magra e estava vestindo algumas roupas bem pretas. Apesar da qualidade das roupas serem boas, não haviam roupas daquele tipo entre aquelas da capital.

Ao menos ele não parecia alguém influente, mas pela aparência dele, você podia dizer que ele não era alguém que faliu, ou um criminoso.
Ele poderia ser um nobre ou um mercador de outra cidade, mas ele não podia dizer sua influência ou poder. Contudo, ele sabia que o garoto não era uma pessoa ordinária.

“Isso quer dizer que, deve estar tudo bem se ele fosse receber algumas feridas profundas…”

No que o homem estava murmurando para si, na avenida principal, ele viu que haviam vários vagabundos que apareceram e cercaram o intruso. Então, o garoto seria assaltado, seria ferido e salvo pelo homem, como de costume. 

Aqueles vagabundos e o homem estavam sob um acordo. Em outras palavras, era uma aproximação com síndrome de herói. 

Ao dar dinheiro para eles periodicamente, no caso onde o homem fosse julgar que o intruso deva ser deixado vivo, os vagabundos iriam fingir uma luta com o espião e em algum ponto eles fugiriam dali, forçando o intruso à dever um favor ao espião.

Ao fazer isso, o homem iria pedir ao intruso para deixar os guetos, enquanto a vítima não tem animosidade completa pelos guetos.

Quando eles estiverem prestes a quebrar 2 ou 3 dos ossos dele, deve ser a hora certa para ir‘, era o que ele pensou no que ele se preparou para ir na luta. Esperando pela melhor oportunidade para interferir com os vagabundos atacando o garoto, ele foi deixado sem palavras pela cena seguinte.

“Huh? GAAAAAAGH!?”

Um grito ecoou. O homem, por um momento, não conseguia entender a cena que se passou diante dele.

Os vagabundos que estavam tentando assaltar o garoto caíram e se curvaram no chão. Até o emissário, com os olhos que ele havia treinado sua vida toda, não conseguiu entender o incidente inteiro.

Calmamente, ele criou esta cena com facilidade; e aquele responsável por esta catástrofe parecia não estar particularmente interessado nisto. Antes de quem sabe quanto tempo, na mão dele, havia uma ferramenta com corte que podia ser usada também como uma faca de arremesso; e usando essa lâmina, ele prendeu o braço do chefe vagabundo no chão para prevenir ele de escapar. E finalmente, no que o garoto decapitou ele, o homem começou a correr.

Não havia necessidade para uma explicação.

Uma força que poderia ser considerada insuperável por aquela da ordem de cavaleiros do reino.

Uma mente espiritual dura que pode tomar vidas sem uma gota de hesitação, ao ponto de ser inumano, um estrangeiro dos guetos.

Aquela silhueta que parecia aquela de um deus da morte que ceifa as almas daqueles que escolhe.

Ele não sabia se os vagabundos haviam falado para o garoto sobre sua relação, mas ele estava certo que se o garoto fosse colocar seus olhos nele, não teria como diabos ele ser deixado vivo.

Em qualquer caso, os instintos do homem estavam falando para ele que morte estava se aproximando dele.

No que o homem tentou cruzar, o mais rápido possível, para o outro lado da ponte mofada.

O ex-espião, julgando que era impossível lidar com o garoto sozinho, e sendo suprimido por seu medo, estava recuando para informar o homem responsável pelos guetos, o mais breve possível.

Depois que algum tempo havia se passado desde ter começado a correr, o homem alcançou o mercado dos guetos.

Saindo de uma rua onde haviam apenas bens mal-feitos que não podiam ser comparados aos bens normais da capital, ele entrou em um prédio através de um canto.

Instalado no interior do prédio bruto, havia uma porta de aço reforçado, e em ambos os seus lados, haviam duas gárgulas consagradas, agindo como guardas. (NT: Eu não gosto muito da palavra consagrada, porque é algo como “guardadas dentro de um templo”, mas por enquanto fica assim)

As gárgulas olharam para ele com olhos frios, tão frios como a pele cinza delas que pareciam por cima como de pedra.

“”Qual a senha?“”

“Haaa, haaa, 『A chave mestra do lixão.』”

“”Você pode passar.“”

Falando em concerto, ambas sincronizaram suas respostas no que ambas ouviram a senha. No que ele deu um fôlego aliviado, ele empurrou abertas as portas feitas de aço.

Dentro dela, havia um quarto, inusual para os guetos, que era mantido limpo; até a maioria dos móveis e suprimentos eram altamente valiosos, enfeitando o esplêndido interior que poderia ser comparável até mesmo à de uma mansão de um nobre de ranque médio.

No meio do quarto, haviam guarda-costas que eram ex-cavaleiros ou aventureiros, relaxando enquanto apostavam.

“Nnn? O que aconteceu Jack, tão agitado.”

“Hey hey, simpatize um pouco com ele. Talvez ele comeu algo ruim e está na beira da morte?”

“Hey, vocêêêê… não tente trapacear com toda esta comoção!!”

“Tch, você tem uma vista muito afiada.”

Tendo tido seu nome chamado, enquanto estava cercado por seus colegas, que também providenciam uma atmosfera reasseguradora, rindo, Jack sentiu que seu medo sossegou um pouco. Julgando que ele estava seguro aqui, toda a tensão derreteu embora.

“Eu preciso me encontrar com o chefe, é urgente.”

Apesar de se sentir mais seguro, não é um erro informar sobre seus achados o mais rápido possível.

Ele não sabia o objetivo do garoto, mas ele tinha certeza que ele não era uma criança perdida regular. Ele sabia que mesmo quando a influência de uma pessoa não deva amontoar à nada, como um espião veterano, ele não podia deixar o garoto sozinho, porque ele não sabe o impacto que esse o intruso pode trazer aos guetos.

“O que? O país despachou um cavaleiro?”

“Eu não acho isso… nós conversaremos mais tarde.”

Acreditando que ele não poderia explicar a situação concisamente, como ele era um espião, ele decidiu que seria inútil tentar relatar sem precisão, ele decidiu não falar seus pensamentos rápido demais.

Subindo as escadas de madeira rangente, no fim do corredor, ele ficou lá e bateu na porta.

“『Quem é?』”

“Chefe, sou eu Jack. Eu quero lhe informar sobre algo urgentemente.”

“『A porta está destrancada, então se sirva.』”

“Então, por favor com licença.”

No que ele empurrou e abriu a porta educadamente, ele viu um homem de 30 anos com um cabelo preto todo alvejado e um monóculo, que dava a impressão de um cara esperto, que estava lendo alguns documentos com seus olhos de fendas longas.

“Você se importa se eu ouvir enquanto eu checo esses documentos?”
“Sem problema, Chefe.”

O homem respondeu desse jeito, não porque ele acreditava que sua informação era de pouca importância, mas porque ele acreditava que este homem era capaz o suficiente para tomar uma decisão sábia enquanto fazia isso.

“Houu, parece que isso levará um tempo. Eu não ligo se você se deixar confortável naquele sofá.”

Não era sabido se ele entendeu a importância da situação apenas pela voz do homem, mas a voz do Chefe estava apoiada com um tom sério.

“Bem, então com licença…”

No que o homem estava apoiando suas costas contra o sofá, ele estava pensando em como contar a notícia. O curso de eventos estava correndo dentro da mente do homem de novo, e ele estava prestes a abrir sua boca.

Contudo, antes que ele pudesse colocá-la em palavras, o chefe abriu sua boca primeiro.

“Mmm, Jack, você cometeu um erro.”

Sendo transfixado prematuramente pelo seu chefe, pelas palavras 『Você cometeu um erro』, mesmo antes dele ter lhe contado sobre o incidente, fez ele congelar em pensamento.

“O qu-, o que você quer dizer por isso…”

“Olá, você talvez é o chefe deste gueto?”

Assim quando ele estava prestes à perguntar sobre isso, a porta foi chutada abaixo enquanto a voz foi ouvida; com o som batan, aquela voz foi apagada.

No que a porta abriu, um homem entrou enquanto sua intenção assassina estava retraindo em seu corpo no que ele falou.

Lá estava um homem que agia animadamente, como um amigo que foi convidado para brincar na casa de alguém. Em sua mão direita, havia uma gárgula que não tinha seu corpo, enquanto na outra mão, ele estava arrastando um ex-aventureiro, que era o companheiro do espião, com todas suas extremidades hiper-estendidas…

“Você, obrigado por me guiar. Só por isso, eu irei esquecer sobre a questão de mais cedo.”

Lá estava o garoto com o sorriso de um shinigami, de pé ali.


Notas:

1 – entre seus significados, é um lugar onde as pessoas se misturam…

2 – Manter as coisas como estão, para quem nunca viu essa expressão em latim.

3 – Sobre o título: Stalker, para quem não sabe, é basicamente (e até literalmente) um perseguidor, enquanto Shinigami significa deus da morte (Bleach, Death Note, Soul Eater, vocês devem saber disso já…)



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