Livro 5
Capítulo 113: Recompensa da Árvore do Mundo (2)
Fora o convite, Theodore foi forçado a descansar por alguns dias.
Ninguém foi morto ou seriamente ferido na luta contra o Laevateinn, mas foi uma batalha em que magos superiores acima do 5º Círculo consumiram a maior parte do seu poder mágico em um curto período de tempo. Era normal sentir fadiga física, sem mencionar o fardo nos círculos. Apenas os magos da Torre Vermelha, que estavam ativos em outros lugares, não foram afetados.
Vince sentou ao lado do Theodore e disse com um sorriso, — “Foi inevitável, mas não posso deixar de sentir vergonha por ter pegado mais leve que meu discípulo.”
— “Não foi difícil para o Mestre?”
— “Não foi nada comparado ao que você passou.”
Na última batalha, os magos da Torre Vermelha foram relutantemente excluídos. Isso porque a existência da magia do fogo seria insignificante contra o grimório lendário, Laevateinn. Até mesmo a Veronica não poderia ajudar, muito menos os magos do 6º Círculo.
Portanto, Orta os instruiu a capturar o grupo que trouxe o Laevateinn para a Grande Floresta. No final os incendiários foram apropriadamente capturados.
Os magos da Torre Vermelha não foram capazes de ajudar de forma apropriada! A frustração por não participarem da luta histórica explodiu acima de suas cabeças. Os incendiários foram cegados pelo dinheiro e acabaram lidando com os magos de guerra da Torre Vermelha, as famosas tropas de elite de Meltor.
Claro, alguns tentaram resistir corajosamente, mas eles foram transformados em pedaços terríveis de carvão. ‘Foi uma batalha inútil.’ Vince lembrou.
— “Eu tenho pensado nisso desde então, e eu acho que é uma boa ideia combinar magia de outros atributos. Nesta idade, eu percebi que ainda sou imaturo e há muitos caminhos profundos.”
— “Ha, haha…”
Theo não teve escolha senão concordar com a cena.
Vince entrou no sexto círculo em seus 50 anos enquanto estudava línguas antigas, e agora ele queria aprender magia de outros atributos? Theo se perguntou se o Vince só dormiria três ou quatro horas por dia. Ter um coração curioso que não sabia como parar também era uma das características de um mago.
Nesse momento, os dois tiveram a chance de ter uma conversa particular. As conversas sérias ocorreram em algumas noites, e agora eles estavam apenas esperando que as pessoas viessem buscá-los.
Desde a luta contra o Laevateinn, os elfos estavam preparando um “festival”, junto com os Ents e as Dríades que foram evacuadas. Algo que aqueles que estavam presos em seus quartos não perceberam.
Pouco depois, alguém bateu na porta.
Edwin apareceu na porta e falou enquanto se curvava, — “Como meus pais pediram, eu vim buscar vocês dois.”
* * *
Como no último encontro, os elfos guiaram o grupo inteiro de uma só vez. No entanto, a diferença dessa vez foi a atitude do Edwin em relação à delegação, além do Theodore. No começo os elfos não foram rudes, mas também não foram mais do que educados. Agora aquela frieza foi liberada em uma simpatia gentil.
Theodore adivinhou o motivo e assentiu interiormente. ‘Parece que o fato de que nós destruímos o Laevateinn foi anunciado. Se fosse a história humana e não a história de Elvenheim, as coisas não fluiriam tão bem.’
Foi um pensamento cínico, mas não era assim tão errado. Ao contrário dos elfos que priorizavam devolver o favor acima de si mesmos, os humanos geralmente cuidavam de si mesmos primeiro. Se isso tivesse acontecido em um lugar como o Reino de Austen, eles poderiam ter enviado o Theo como isca em vez de fornecer tropas de apoio. Então, no final, eles provavelmente tentariam reivindicar o trabalho do Theo como se fosse deles.
Sendo assim, era difícil encontrar um país que declarasse publicamente e os tratasse como salvadores.
No entanto, o clima agradável não terminou por aí.
— [ Espere… um… minuto… ] Uma voz profunda soou.
Houve passos barulhentos, então a fonte enorme apareceu.
Parte de uma espécie que tratava os ramos como braços e pernas, era um animal que vivia na floresta oriental. Garotinhas, que pareciam fadas, sentavam nos galhos e riam enquanto conversavam.
‘O Ent que eu vi da última vez… e as dríades também?’ Theo lembrou da atitude hostil e quis recuar um passo.
No entanto, o líder dos Ents falou, — [ Você… ótima… pessoa… ]
— “…Eu?”
— [ De… fato… ] A resposta foi confusa, mas o Ent de repente se curvou na direção do Theodore.
Os galhos das árvores desceram alguns metros.
— [ Desculpe… E pela… proteção… da floresta… obrigado. ]
Então as dríades nos galhos começaram a falar de forma animada.
— [ Obrigada. ] — [ Obrigada. ]
— [ Obrigada e minhas desculpas! Me desculpe e obrigada! ]
— [ Maçãs são deliciosas! ]
— [ Batatas doces são deliciosas! ]
Havia muitas palavras que o Theo não conseguia entender, mas ele reconhecia a sinceridade delas. Não era o mesmo que a sociedade humana que usava mentiras como arma. Theodore sorriu e estendeu a mão para um ramo diante de seus olhos. — “Eu também fui rude no começo, então me desculpe.”
— [ Digo… o mesmo… ]
— “Sim, então vamos nos reconciliar.”
O Ent pausou por um momento antes de estender o dedo parecido com galhos. Foi um momento em que duas espécies diferentes apertaram as mãos. Após uma série de trocas, as duas espécies retornaram à floresta oriental, enquanto o Edwin assumia a liderança novamente.
Mais uma vez, um buraco grande os saudou. Seu interesse pelas portas espaciais ainda era grande, então o Mestre da Torre Branca deu um passo à frente e perguntou, — “Podemos passar como da última vez?”
Edwin apenas se afastou com um sorriso desconhecido. O buraco na frente deles estava zumbindo e gritando.
— “Sim. Mas a estrada não leva ao mesmo lugar que da última vez. Será uma boa experiência, então eu acho que é melhor você entrar do que ouvir por mim.”
— “…Hum, entendo.” Orta tocou seu queixo brevemente antes de entrar sem hesitar.
A visão da túnica branca sendo engolido pela escuridão foi a mesma de antes. Theo não sabia o que estava além disso, mas ele avançou com uma sensação estranha de antecipação. Ele se perguntou o que o Edwin chamaria de “boa experiência”.
No momento em que todo o seu corpo passou pelo buraco…
Huuuuong!
Um vento forte fez sua túnica vermelha balançar. Era um vento forte, difícil de encontrar nas planícies. No entanto, era fresco e discreto. Theo respirou fundo enquanto seu coração batia mais rápido. Então ele sentiu uma familiaridade estranha e se lembrou da Baronia Miller.
‘Este lugar… é uma montanha?’
Era semelhante ao vento que ele sentia quando subia ao topo de uma colina em sua infância. Theodore moveu as mãos reflexivamente e olhou em volta. Ele estava esperando uma boa visão reminiscente de sua memória distante.
Então seus olhos e boca se abriram ao mesmo tempo.
— “…Uau.”
O cenário que apareceu era absurdo. Ele só podia admirar o mundo diante dele.
Nuvens brancas flutuavam ao nível dos olhos e deixavam os dedos úmidos ao tocá-las. O cenário abaixo dos seus pés realmente fazia parecer que ele estava olhando do paraíso para a terra. Era este o ponto de vista que fazia a palavra “deus” emergir da boca dos sacerdotes?
Theodore Miller estava literalmente andando acima do céu. Após uma tentativa desesperada de usar magia para calcular a altura, uma resposta surpreendente surgiu.
‘…11km acima da superfície?!’
Ele calculou de novo e de novo, mas o resultado não mudou. Orta, que chegou primeiro, lhe deu uma resposta semelhante.
— “11km, ou para ser mais exato, 10km e 824m. Se não fosse pelo poder da árvore do mundo, seria natural congelar até a morte a esta altura. Seria difícil até para respirar, mas não estamos tendo nenhum problema.”
— “Entendo…”
Quando as pessoas subiam uma montanha, o ar ficava rarefeito, dificultando a respiração. No entanto, eles não tiveram problemas para respirar, apesar de estarem bem acima da superfície. Isso era possível devido ao poder da árvore do mundo, uma existência com o poder da vida.
Theodore ficou chocado quando percebeu tardiamente o significado das palavras. — “Á-Árvore do mundo?! Mestre da Torre, então esse lugar…!”
— “Sim, correto.”
Enquanto o resto do grupo chegava, uma voz gentil os cumprimentou. O amontoado de nuvens bloqueando a visão se afastou e sua aparência foi revelada. Lumia era uma elfa superior com cabelo castanho escuro, como casca de árvore, e olhos verdes gentis. Ela sorriu brilhantemente enquanto respondia suas perguntas.
— “Este é um dos ramos da árvore do mundo, bem como um lugar onde você não pode entrar, a não ser que abrimos o caminho para você.”
— “Esta é a árvore do mundo…?”
— “…É um tamanho absurdo.”
O chão, que tinha dezenas de metros de largura, era apenas um ramo? Enquanto os magos admiravam esse fato, Lumia acenou com os braços em direção às nuvens. As nuvens que bloqueavam o resto do caminho foram removidas, revelando o salão de banquetes.
Os outros quatro elfos superiores estavam lá.
— “Você veio tarde demais!” Alisa resmungou como se já tivesse comido.
Enquanto isso, Ellenoa acenou quando encontrou o Theo. Naia estava dormindo com o rosto na mesa, como sempre, enquanto a expressão do Alucard estava mais brilhante que o normal. Em vez de um evento nacional, esse evento era como um banquete normal, e a Lumia recomendou que eles se sentassem em qualquer lugar.
— “O banquete de hoje não é apenas entre Meltor e Elvenheim, mas sim um evento para celebrar os salvadores da floresta. Portanto, não faça distinção entre status e se sente em qualquer lugar.”
— “M-Mas…”
— “Vamos lá, não deve ser tão difícil. Por favor, pense em nós como amigos a partir de agora.”
Não seria possível recusar após ouvir isso. A delegação foi obrigada a se sentar em volta da mesa e a Sylvia rapidamente se sentou à direita do Theo. Quando todos se acomodaram em seus assentos, Alucard decidiu assumir o papel de anfitrião e abriu a boca.
Talvez tenha sido devido ao humor, mas sua voz estava um pouco mais animada do que o habitual.
— “Então, agora eu vou começar o festival. A árvore mãe abençoou essa reunião e espero que possamos mudar de vizinhos distantes para amigos até o final disso. Assim como vocês nos salvaram de uma crise, não nos acomodaremos se vocês estiverem em perigo!”
— “A graça e a bênção da árvore do mundo e sua descendência. Meltor valorizará este pacto.”
Quando eles levantaram suas taças, as vozes dos elfos superiores e dos humanos se juntaram como uma só.
— “Saúde!”