Volume 1

Capítulo 11: A Queda do Firmamento ②

*Castelo de Aurora - Salão Principal*

— Estamos perdendo tempo aqui parados. — Harold resmungou.

— Se aqui é o lugar mais seguro no momento, acho que não podemos nem pensar em tirar Lisa daqui. — Asuka pontuou.

CRAAAAACK-BOOOM!

— O que foi isso? Um raio? — Arik perguntou, assustado com o estrondo próximo ao local.

— Se as criaturas estão avançando de todos os lados, devem ter muitos pontos cegos nas nossas defesas. — Diana disse, analisando todo o contexto. — E se isso foi mesmo um raio, quer dizer que criaturas que dominam magias poderosas estão vindo pelo Norte.

— Os elfos… — Lisa disse, timidamente.

— Os elfos do Bosque do Sul. — Harold completou.

— Isso não deve ser nossa preocupação no momento. Antes desse raio, houve um outro estrondo, e não se parecia nada com um raio. Na história que Edgar nos contou existiam várias criaturas, e tenho certeza que todas são extremamente poderosas. — Asuka disse, tentando evitar distrações. — E se não bastasse isso, elas nos odeiam…

— Você está certa! Vamos por partes. Primeiro temos que…

— É… Mestra! — Asuka a interrompeu, apontando para trás.

— O que fo… — Diana ficou sem palavras ao virar-se. — Art!

— Pessoal! Que alívio ver voc… 

Art foi interrompido por um abraço de Diana, seguida por Lisa. Os outros observaram com um sorriso gentil.

— Que bom que você está bem! — Diana disse, aliviada. — E o senhor Gideon?

— Ele ficou para conter Edgar. 

— Será que ele não precisa de ajuda? — Arik perguntou.

— Se ele precisar de ajuda em uma luta, quem somos nós para conseguir ajudá-lo? — Harold interviu.

— Não! Não se preocupem com meu pai. Nossa prioridade é o reino. Temos que dar um jeito de acabar com essa guerra antes que tudo seja destruído. — Art disse, tomando frente à situação.

— Tudo bem! Mas… Como faremos isso? — Harold questionou.

— Primeiro temos que proteger Lisa. Alguém deve tomar essa responsabilidade, enquanto os outros vão se juntar à batalha. — Diana sugeriu.

— Eu fico com ela. Minha função é ser um escudo. Prometo que vou protegê-la com minha vida. — Asuka se prontificou, colocando a mão no peito, como sinal de compromisso.

— Agradeço sua prontidão, Asuka! Mas tenho uma ideia melhor. — Art disse.

— E qual é? — Arik perguntou.

— Restaurar o domo. 

— Está louco? Como vai fazer isso? — Harold se irritou.

— Tenho isso aqui! — Art respondeu, mostrando o artefato que roubou de Edgar.

— Você pegou ele… — Diana se animou.

— Sim! Esse é o Artefato da Escuridão… que foi usado para criar o domo. Edgar o utilizou para destruí-lo.

— Escuridão? E o que te garante que vai conseguir voltar o domo? — Harold pressionou.

— É uma longa história… Mas posso controlar o poder deste artefato. 

— Uff! Tudo bem! Não temos muito tempo para pensar. Vamos com o seu plano… — Harold concordou.

— E o que faremos com esse artefato? — Diana perguntou, com o artefato de Lisa em suas mãos.

— Esse é o Artefato da Natureza… Creio que Lisa ainda não está preparada para controlá-lo. 

Lisa pegou o artefato das mãos de Diana — ainda preso um colar — e o colocou, com o olhar determinado.

— Deixe com ela. Vou protegê-la! — Art completou.

— Qual o plano? Está na hora de colocar minha espada em jogo. — Markos perguntou, ansioso para entrar na batalha.

— Lembram do túnel em que encontramos o Sr. Raymond? 

— Sim. O que tem ele? — Harold perguntou.

— Segundo a carta do fundador, é um local repleto de runas mágicas. Tentarei replicar o que ele descreveu. Para isso, preciso de ir até lá com meu artefato…

— Ei! Vocês aí! Vão ficar parados até quando? São da Aurora Force, não é? Mexam-se! Precisamos de toda ajuda! — um dos poucos soldados da Guarda Real que restaram dentro do salão os interrompeu.

— Já estamos indo! Vou me juntar à tropa norte. — Asuka respondeu.

— Não precisa. Elara acabou de chegar e está cuidando do norte. Suas barreiras estão contendo os ataques. Logo Lucian deve chegar também. Nesse ritmo vão demorar muito para subirem a floresta e alcançarem o castelo. Espera! Isso é uma elf…

Art tapou a boca do soldado.

— Silêncio! O destino de Aurora está nas nossas mãos. Não grite! — Art disse, soltando-o aos poucos.

— UMA EL… 

TLAK!

Markos o desmaiou com um golpe em sua nuca.

— Deixem ele nas escadas, vai demorar um pouco para alguém encontrá-lo. — Art disse.

— E agora? — Diana perguntou.

— Se o que o soldado disse é verdade, os mais poderosos do reino estão reunidos aqui. Duvido que todos os habitantes do reino serão evacuados a tempo. — Art respondeu, pensando no melhor plano. — Mesmo restaurando o domo, talvez não sobre mais ninguém… Vamos ter que nos dividir.

— Você conseguirá alcançar o túnel em segurança? E se tiver inimigos lá?— Arik perguntou.

— É uma possibilidade… Mas temos que arriscar. Não podemos ignorar as outras pessoas.

— Eu vou com você! — Diana disse.

— Chega disso! Markos vem comigo! Vamos para a base da Aurora Force ao Leste. Lá reunirei informações sobre a situação real das forças inimigas e conseguiremos pensar na melhor estratégia. Asuka e Arik vão para o Oeste, devem ter muitas pessoas nas fazendas que não foram evacuadas. — Harold ordenou.

— Mas e o Sul? — Asuka perguntou.

— Você nunca leu o protocolo de defesa?

— Não! Quem lê aquilo? Quem imaginaria que o domo seria destruído?

— Aaaarrhh! — Harold bufou, com a mão na testa. — O protocolo de defesa diz que o ponto mais vulnerável de Aurora é a região Sul. Lá é onde as primeiras pessoas são evacuadas, pois é onde as forças inimigas chegam com mais facilidade. À Oeste temos as fazendas e plantações, é o segundo local mais fraco, mas é próximo ao mar, então dificulta aos inimigos atacarem por ali. À Leste temos a base da Aurora Force, que nessa situação só perde para o castelo que estamos, pois é o local com mais segurança, além da altitude e da floresta, que complica ainda mais para as forças inimigas.

— Então o Sul é onde as tropas de defesa vão se concentrar? — Art perguntou.

— Você também não leu, não é? — Harold o acusou, com desprezo. — Os mais fortes estão ao Norte, aqui na região do castelo. Mas o Sul tem maior quantidade de tropas. A estratégia é eliminar o inimigo o mais rápido possível. Caso não seja possível, vão ganhar tempo para evacuarem o máximo de pessoas que conseguirem. 

— Em resumo, nossas defesas funcionaram como um domo. Vamos começar na divisa com o mundo exterior e recuaremos conforme a necessidade. E como aqui é a parte mais protegida, poderemos recuar até sermos apenas um pequeno domo em torno do castelo. — Diana completou.

— Se chegar até esse ponto, a derrota é inevitável. Do terraço deu para ver a quantidade de tropas inimigas. É incomparável. Se não fizermos algo, seremos dizimados. — Art disse.

— Então vamos! Boa sorte! — Harold se despediu, partindo com Markos.

— Você quer ir até à base para ver a Menna… — Markos provocou, enquanto corriam.

— Cala a boca, seu gigante!

— Boa sorte, pessoal! Tome cuidado, mestra! — Asuka se despediu, partindo ao lado de Arik.

— Somos só nós agora. — Diana disse. 

— Vai dar tudo certo! — Art disse, olhando em direção para onde seu pai lutava contra Edgar.

— Dá para escutá-los daqui! — Diana exclamou.

— É… Vamos!

Art partiu — ao lado de Diana e Lisa — rumo ao túnel onde tudo começou.

*Terraço do Castelo*

ZWOOOSH! 

KRANG!

SWOOOSH!

Os sons da espada de Edgar bloqueando as magias de Gideon reverberavam.

— AGGHHHHHH! — Edgar suspirou, com o corpo emborcado, tentando processar a dor.

— Se renda e isso acaba aqui, seu maldito! 

— Heheh… E vai me prender onde? No meio de toda essa bagunça… — Edgar respondeu, com um sorriso sarcástico. — Isso acabará aqui, de um jeito ou de outro. E Aurora nunca mais será a prisão que sempre foi. Acho que sua esposa até iria concordar com o que fiz!

A expressão de Gideon — antes demonstrando controle — mudou. Seus olhos se encheram de fúria.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHH! — ele gritou, partindo com todo o seu poder para cima de Edgar.

BOOOOOOM!

Uma explosão o atingiu no caminho.

— Arghh! Cof! O que foi isso? — Gideon murmurou, caído por conta do impacto. — Se não bloqueasse esse ataque teria morrido…

Ao se levantar, Lucian estava à sua frente.

— Ah! É você…

— Está tudo bem? Pode deixar que termino com isso. — Lucian disse, virando-se para Edgar.

— Lamento… mas não acho que esteja no mesmo nível que ele, garoto. — Edgar respondeu, olhando-o com seriedade. — Qual a situação das tropas?

— Já dizimei boa parte dos orcs e goblins do Sul... Eles lançaram uma espécie de sinal rumo ao céu, e agora o dobro de suas tropas se aproximam.

— Vá ajudar! O reino está precisando de você. 

— [...] — Lucian apenas assentiu e direcionou-se rumo às tropas ao Norte.

— Te proíbo de interferir aqui… Essa é minha luta. — Edgar disse, antes que Lucian se retirasse.

Agora, novamente sozinhos, Gideon e Edgar voltaram ao combate. Ambos já estavam cansados e apresentavam ferimentos.

— O VIRIBUS ANTIQUORUM, EGO INVOCO! DA MIHI POTENTIAM FLAMMARUM, VELOCITATEM VENTORUM, ET FIRMITATEM TERRÆ! FIAT VOLUNTAS MEA! — Edgar recitou.

“O que é isso? Nunca vi um encantamento tão longo…” Gideon pensou, assustado.

Assim que recitou o encantamento, uma densa energia tomou conta do ambiente, distorcendo o ar ao redor, como se o próprio espaço se curvasse à sua vontade. Sua espada começou a arder em chamas intensas, lançando fagulhas que dançavam em sincronia com sua respiração. Seus músculos pulsaram, ganhando uma definição sobre-humana, enquanto sua postura se erguia com a firmeza de uma montanha inabalável. 

Sua pele adquiriu um brilho áspero, como se estivesse fundida com a própria terra. Seus olhos, antes frios, agora ardiam com uma luz flamejante, transbordando um poder avassalador. Cada passo ecoava como um trovão, e o calor de sua aura fazia o próprio Gideon suar sob a pressão que agora emanava daquele que antes era apenas um guerreiro mortal.

— Já mostrou sua magia, velho amigo! Agora mostrarei a determinação de um homem livre, que nunca rastejará na lama como um bom homem um dia fez. 

O tempo clareava lentamente e leves gotas de chuva caíam do céu, tocando o solo de Aurora pela primeira vez em séculos.

Ei, Shosckk aqui!

Meu sincero agradecimento por apoiar O Domo de Aurora: Os Sete Artefatos, torço para que goste e acompanhe a história!

*Eu mesmo faço os esboços das imagens, depois finalizo com IA. Te convido a dar uma olhada no canal do youtube, onde até mesmo já postei uma incrível trilha sonora para a obra Youtube Shosckk (E vem mais coisas por ai!). 

*Caso queira fazer alguma doação para ajudar a obra: PIX - [email protected]

Te vejo nos próximos capítulos!

Traduções 

O VIRIBUS ANTIQUORUM, EGO INVOCO! DA MIHI POTENTIAM FLAMMARUM, VELOCITATEM VENTORUM, ET FIRMITATEM TERRÆ! FIAT VOLUNTAS MEA! - Ó forças dos antigos, eu vos invoco! Concedei-me o poder das chamas, a velocidade dos ventos e a firmeza da terra! Que minha vontade prevaleça!



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