Volume 4

Antes do Teste, um Momento

   No domingo antes do início dos exames, Amane estudava calmamente em seu próprio quarto.

   Ele queria tirar notas altas, mas também havia outra razão pela qual estava estudando - ele estava tentando afastar os pensamentos de Mahiru de sua cabeça.

     “... Vou mimá-lo o quanto eu quiser, então apenas relaxe e aproveite, ok?"

   Mahiru havia sussurrado aquelas palavras inacreditáveis com um sorriso diabólico, e agora os pensamentos sobre ela ameaçavam encher sua cabeça, deixando espaço para mais nada.

   Amane não sabia se o recente comportamento sugestivo de Mahiru em relação a ele foi intencional, mas certamente foi eficaz. Ele apreciou, mas ao mesmo tempo, o deixou nervoso.

   Até que ele tivesse certeza das intenções de Mahiru, ele não poderia realmente fazer um movimento.

   Todos os tipos de perguntas o perturbavam, então para afastá-los, ele estudando furiosamente desde o início da manhã. Seus esforços foram pelo menos um pouco bem-sucedidos, porque ele ficou tão envolvido no trabalho que quando percebeu, já passava das duas da tarde.

   O fato de ter trabalhado direto sem almoçar era uma prova de quão concentrado ele estava, mas agora que ele havia notado a hora e checou o relógio, seu estômago imediatamente roncou com fome.

"... Acho que eu deveria pelo menos almoçar."

   Amane se esticou para aliviar um pouco da rigidez que havia depois de ficar sentado em um lugar por tanto tempo. Pois então ele se levantou e saiu de seu quarto.

   Mahiru havia dito que ficaria sozinha em casa estudando para as provas naquele dia, e ela não veio para a casa de Amane. Isso significava Amane teria que preparar o almoço sozinho.

   Pensando em como ele foi mimado com boa comida desde que conheceu Mahiru, ele foi até a cozinha e abriu a geladeira.

   Ele colocou uma porção congelada de arroz que havia sido reservada para uso rápido no micro-ondas e, enquanto descongelava, pegou uma tigela e retirou vários tipos de vegetais em conserva que Mahiru preparou com antecedência, garantindo um pouco de cor e nutrientes para sua refeição.

     Tudo isso é a Mahiru que está fazendo.

   Se fosse apenas Amane, ele não teria preparado nenhum vegetal. Seu almoço teria vindo da loja de conveniência.

   Agora ele tinha uma boa quantidade de comida em casa e também sabia como fazer algumas coisas sozinho. Eles não estavam no mesmo nível que A culinária de Mahiru, que sempre foi deliciosa, adorável de se ver, e nutritiva para o bucho. Ainda assim, ele aprendeu a fazer alguns pratos comestíveis.

   Usando o que aprendera com Mahiru, Amane fez uma simples fritada de arroz para o almoço com apenas ovos e bacon. Mas a refeição acabou por ser bastante colorida graças aos acompanhamentos que Mahiru preparou.

   Com a adição de sopa instantânea de estilo chinês, era um menu perfeitamente satisfatório para um almoço fácil.

   Ele colocou tudo em uma bandeja e levou para a mesa de jantar.

"Vamos comer."

   Ele sorriu suavemente enquanto olhava para um almoço de fim de semana que ele anteriormente teria tido problemas para imaginar. Então ele pressionou suas mãos juntas em agradecimento e pegou sua colher.

   O arroz frito que ele levou à boca tinha um sabor um tanto forte, diferente do de Mahiru, mas não era ruim. Acabou por ser bem recebido para algo preparado por um garoto do ensino médio.

     É bem diferente, né?

   Os hábitos alimentares de Amane mudaram completamente, assim como várias outras coisas sobre ele. De todas as maneiras, ele se tornou completamente mimado.

   Ele se perguntou se estava se tornando uma pessoa melhor em sua vida diária. Depois de experimentar a vida com Mahiru, Amane não queria voltar para sua existência anterior - agora que ele sabia que a vida podia ser assim tão boa, ele não queria voltar. Ele havia se tornado muito mimado, no sentido que ele sentia que nunca ficaria satisfeito se Mahiru fosse embora.

   Ele não era mimado apenas em todos os aspectos práticos da vida; ele era mimado emocionalmente também.

   Amane lembrou-se de algo que tinha ouvido antes de seu pai, Shuuto. Aparentemente, os homens Fujimiya eram os devotos tipos sinceros. O tipo que se apaixona por apenas uma pessoa e depois a valoriza demasiadamente.

   Amane não teve que pensar se ele também havia herdado essas tendências. Desde que se deu conta de que estava em amor com Mahiru, ele prestou ainda menos atenção às outras garotas. O mais importante era que ele queria valorizar Mahiru e faze-la feliz.

     ... Não vou me contentar com ninguém além de Mahiru.

   Se ele era o único a trazer sua alegria ou não, desde que Mahiru estivesse feliz, ele decidiu que iria recuar imediatamente se ela se apaixonasse por outra pessoa e escolhesse essa pessoa em seu lugar. Ele disse a si mesmo que ver Mahiru sorrindo alegremente seria o suficiente.

   No entanto, ele também tinha sentimentos contraditórios. Ele realmente queria ser aquele que a faria feliz, e ele definitivamente não quer desistir dela. Ele não queria se separar de Mahiru e gostava de ser o único que realmente a conhecia.

   Algumas pessoas provavelmente chamariam o que ele estava sentindo de obsessão... seu coração estava cheio de emoções que ele não conseguia explicar a ninguém, como a sensação de que ele simplesmente não poderia viver sem Mahiru.

   Ela não era apenas um rostinho bonito; ela também tinha um coração puro. Amane foi francamente manipulado pelo profundo e forte sentimento de amor que estava em seu coração.

“... eu não teria tantos problemas se fosse mais assertivo.”

   Amane riu um pouco. As palavras que ele havia murmurado em voz alta naturalmente tinha um tom autodepreciativo.

   Pela primeira vez em seus dezesseis anos de vida, ele se apaixonou por alguém, e ele queria estar ao lado dela, mas não tinha ideia de como fazer isso acontecer.

   Qualquer outra pessoa provavelmente teria rido, se soubesse que ele tinha chegado aos dezesseis anos sem experimentar seu primeiro amor.

   Ele estava ciente de que tinha uma natureza covarde e cautelosa, e que ele não sabia nada sobre como abordar garotas. Ele acreditava que essas qualidades ajudaram a ganhar a confiança de Mahiru e que não eram coisas que ele poderia mudar facilmente. Mas ele sempre desejou que ele poderia ser mais assertivo.

   Era exatamente por isso que ele estava trabalhando tanto em seus estudos e fazendo um esforço para se exercitar. Ele estava tentando ganhar confiança.

   Com um sorriso, quieto e amargo, Amane engoliu o resto do arroz frito.

 

   Amane fez uma pequena pausa depois de comer para alongar seus músculos rígidos, e enquanto ele estava nisso, ele decidiu fazer algum exercício leve para relaxar. Ele mudou para roupas de corrida em sua sala.

   Ele estava sentado em sua mesa por um tempo, então ele pensou que um pouco de atividade física seria uma boa mudança de ritmo.

   Ainda assim, ele não tinha tanta resistência. Ele precisaria reservar alguma energia para estudar mais tarde. Ele tinha certeza de que iria dormir como uma pedra naquela noite.

   Lembrando-se de ter cuidado para não exagerar, Amane deu um passo pela porta, e aconteceu de encontrar Mahiru assim que ela estava saindo de seu próprio apartamento.

"Ah, Amane... Indo se exercitar?"

   Ela poderia dizer claramente por sua roupa. Ela deu a ele um sorriso encantador, e ele acenou com a cabeça em resposta. Mahiru estava vestida como se sair, então Amane imaginou que ele deve tê-la pego exatamente quando ela estava saindo.

   Por um segundo, ele se lembrou do que havia acontecido no dia anterior e quase berrou alto, mas ele se acalmou um pouco desde então, para que ele não ficasse nervoso só de vê-la.

"Sim, eu preciso de uma pausa", respondeu ele. "Você também? Parece que você está indo a compras."

"Sim. Falando nisso, lembro-me de estar com poucos ovos. Eu pensei em fazer omeletes enroladas para o jantar esta noite. Temos exames amanhã, e se eu deixar um pouco para o café da manhã, eles podem ajudá-lo a fazer o seu melhor…”

"Sério? De repente, sinto uma onda de energia!”

"Eu estou fazendo isso por minha causa, também, você sabe." Mahiru colocou a mão sobre sua boca e riu um pouco.

   Amane respondeu, franzindo ligeiramente a testa: “Não consigo evitar; você faz as melhores omeletes.”

   Isso interrompeu a conversa, mas ambos sabiam que Amane não estava realmente chateado. Pelas brechas nos dedos de Mahiru, ele podia ver o sorriso dela se alargar.

“Ah, isso mesmo, usei o último ovo e também um pouco de bacon antes. Além de que comi uma das porções congeladas de arroz.”

"Oh, você fez seu próprio almoço?" comentou Mahiru. "Impressionante."

“... Eu sinto que você está tirando sarro de mim. Eu acredito que eu consigo cozinhar ocasionalmente mesmo quando você está ausente.”

   Naturalmente, Amane se sentiu mal por deixar toda a comida para Mahiru, então ele geralmente tentava ajudá-la com tarefas simples, e nos dias em que Mahiru parecer estar cansada ou meio pra baixo, ele assumia o fazer das refeições.

   Havia limites para o que ele poderia fazer, então às vezes o menu se desviaria consideravelmente do que havia sido planejado. Desconsiderando a apresentação e aceitando que o sabor seria inferior a comida de Mahiru, Amane era capaz de cozinhar uma refeição aceitável.

   Então não havia razão para ela elogiá-lo só porque ele tinha feito o almoço.

“Eu sei disso, mas você quase nunca faz isso quando está sozinho em casa, certo? Você tende a escolher refeições instantâneas quando está sozinho, porque cozinhar é uma dor e você está bem com algo fácil.”

"Uh-"

“Adivinhando pelos ingredientes e pelo seu repertório, aposto que você fez arroz frito ou algo assim. Parece que você fez um bom trabalho, então isso é ótimo.”

   Amane estava sem palavras. Ela viu através dele. Ele pensou que podia sentir seu sangue começar a ferver.

   Mahiru quebrou a tensão quando ela riu alto e estendeu uma mão em direção a Amane. Ela gentilmente passou os dedos pelos cabelos dele, afofando-o enquanto ela o atingia com um sorriso encantador.

   Amane franziu os lábios com força. Ele não odiava a sensação; ao contrário, o deixou feliz. Ele realmente havia se tornado mimado.

"...Pare com isso, caramba."

“Ah, que pena. Eu queria fazer mais.”

   Quando ela disse isso, Mahiru prontamente se afastou e sorriu gentilmente.

   Ocorreu a Amane que sua expressão séria estava apenas fazendo as coisas piorarem, pois então ele se afastou dela.

“… Os ovos são a única coisa que você está comprando?”

  Ele mudou de assunto para que Mahiru não pudesse mais acariciá-lo.

“Vamos ver, há outros ingredientes que eu preciso para o jantar, como os ovos... e leite, mas isso deve bastar, eu acho. eu estava planejando fazer uma viagem rápida, então decidi ir ao supermercado mais próximo.”

"Entendi. Posso pegar tudo isso no caminho de volta para casa.”

   Amane não teria dito nada se Mahiru tivesse outras tarefas ou compras para fazer além de mantimentos, coisas que ele não poderia fazer no lugar dela. Mas se ela não tinha mais nada ao sair, não havia razão para ela gastar o tempo extra e esforço.

   Amane estava saindo de qualquer maneira, então seria melhor tê-la em casa para fazer outra coisa que ela queira fazer. Ela passa um tempo todas as noites fazendo o jantar para ele, então ele achou que deveria pelo menos fazer isso.

"Huh? Mas você terá que carregar tudo.”

“Tudo bem, eu ia fazer compras no caminho de volta. E não é como o mercado fosse tão longe.”

"E o dinheiro?"

“Eu tenho meu cartão de crédito comigo. E eu já verifiquei a balança. Posso obter um recibo do supermercado, então não haverá qualquer problema com a divisão da conta ou qualquer coisa.”

   Amane inclinou a cabeça para perguntar se havia mais alguma coisa, e nessa hora, Mahiru se atrapalhou com suas palavras.

"... Desculpe-me por fazer você fazer isso."

“Eu disse a você, está tudo bem; Eu vou sair de qualquer maneira.”

   Amane bagunçou o cabelo de Mahiru em retaliação, e ela olhou para ele. com os olhos semicerrados como se ele estivesse fazendo cócegas nela. Algo em sua expressão parecia genuinamente feliz, e Amane ficou silenciosamente aliviado por ele não ter cometido algum erro grave.

“… Tudo bem, vou deixar isso com você. Estarei esperando em casa.”

“Casa de quem?”

"Eu me pergunto?"

   Mahiru inclinou a cabeça levemente para o lado, parecendo tímida. Então sem perder o ritmo, ela abriu a porta do apartamento de Amane, usando a chave reserva que ela já estava segurando e entrou suavemente através da fenda.

   Tendo tornado sua resposta óbvia, Mahiru espiou de volta através a porta e sorriu para Amane.

“Vejo você quando voltar, Amane.”

"... estou indo agora", respondeu ele, se divertindo com Mahiru, que não parecia mais se importar com qual era o apartamento de quem.

   O sorriso de Mahiru se alargou enquanto ela acenava na despedida de Amane.

 

   Após o aquecimento com alguns alongamentos leves, Amane foi para uma corrida fácil que durou pouco menos de uma hora, e depois fez uma viagem para o supermercado como parte de seu resfriamento antes de voltar para casa.

   Como ele estava correndo, ele foi capaz de relaxar e se exercitar sem pensar demais, e sua mente se calou um pouco. Por enquanto, as coisas pareciam ter se acalmado sem que ele tivesse que responder a todas as provocações de Mahiru, então ele voltou para casa sentindo-se aliviado. Com o arrastar silencioso de seus chinelos de casa, Mahiru veio cumprimentá-lo na porta.

"Bem-vindo a casa. Fui em frente e enchi a banheira com água quente. Quer entrar?

   Ela casualmente pegou as sacolas de compras de suas mãos, e ele encontrou ele mesmo olhando para ela.

   Itsuki e Yuuta disseram que ela agia exatamente como uma esposa recém-casada, e ela realmente fez juízo. A própria Mahiru provavelmente não pretendia isso dessa forma, mas seus movimentos eram rápidos e eficientes, e alguém que não sabia melhor poderia fazer essa suposição. Amane sentiu-se estranhamente embaraçado com o pensamento.

"...Amane?"

“Ah, não é nada. Obrigado, vou tomar banho.”

   Ele sorriu vagamente em resposta ao olhar estranho de Mahiru, lavou as mãos na pia e foi para o quarto se arrumar para o banho.

   Ele puxou sua roupa de dormir habitual e depois entrou no banheiro, onde, como disse Mahiru, mostrava a banheira cheia de água quente e ajustada para a temperatura perfeita.

   Depois de dizer um agradecimento silencioso a Mahiru por estar tão preparada e geralmente estando lá para ele, ele lavou o suor de sua corrida.

   Amane era auto-indulgente e preguiçoso de coração, mas isso não significava que ele estava bem em estar sujo. Ele era alguém que aproveitava um bom banho.

   Quando ele submergiu na banheira depois de se lavar adequadamente a sujeira de seu corpo e cabelo, parecia que todo o cansaço em sua mente e o corpo derreteram. Ele percebeu que estava bastante desgastado e como a exaustão parecia se dissolver na água quente.

   Enquanto ele mergulhava na água do banho que estava na temperatura certa, Amane recostou-se na lateral da banheira e exalou.

   Então ele olhou para seu corpo através da água limpa - ele não tinha acrescentou sais de banho ou qualquer coisa - e sua expiração se transformou em um suspiro.

“… Ainda tenho muito trabalho a fazer, hein?”

   Não fazia muito tempo desde que ele começou a se exercitar de verdade, então foi de se esperar. Amane tinha muito pouco músculo em seu corpo porque ele nunca havia treinado e comido adequadamente. Ele era extremamente magro, muito longe de sua imagem de masculinidade. As palavras broto de feijão vieram imediatamente à mente.

   Amane queria ficar um pouco mais forte e melhorar sua aparência enquanto ele estava nisso. Alguns de seus colegas o viram em sua forma de “homem misterioso” antes, então ele não poderia assumir aquela aparência descuidadamente sem atrair suspeitas, mas ele sabia que poderia ser mais diligente com seus cuidados com a pele e higiene.

   Ele admirava Mahiru, que nunca era negligente em seu autocuidado diário. Ele tinha certeza de que ela devia trabalhar tanto que ele nem estava ciente de.

   Enquanto pensava sobre todas essas coisas, Amane sentiu uma considerável sonolência rastejar sobre ele, provavelmente do calor confortável da água e de seu próprio cansaço. Ele soltou outro suspiro profundo enquanto começou a cochilar na banheira.

 

   Eventualmente, Mahiru, preocupada por estar demorando muito no banho, acabou acordando-o em pânico ao abrir a porta do banheiro para checá-lo.

"Hum, você sabe... é perigoso ficar muito tempo, certo?"

“Sinto muito por ter sido tão descuidado.”

   Tudo o que Amane pôde fazer foi se desculpar sinceramente. Ele não tinha certeza se as bochechas coradas de Mahiru eram devido à raiva ou ao constrangimento de vislumbrar sua metade superior no banho - ele imaginou que era pelo menos parte da preocupação.

   Ele tinha ouvido falar que pessoas se afogaram em menos de trinta centímetros de água, então a raiva de Mahiru parecia justificada. Amane imaginou que ela estava ainda mais ansiosa porque ela mesma não sabia nadar.

   Ele tentou inventar alguma desculpa, mas sua mente estava confusa.

   Ele não estava completamente adormecido; realmente era como se a consciência dele estivesse mergulhando um dedo do pé no oceano do sono. Ele estava confiante de que teria acordado sem problemas se tivesse perdido o equilíbrio e batido na lateral da banheira.

"... Por que você está se esforçando tanto?"

   Amane sentiu instantaneamente remorso quando ouviu a suspeita nas palavras de Mahiru. Ele poderia dizer que ele pisou na bola ao ouvir a ansiedade em sua voz, o que deixou claro que ele tinha dado a ela a causa do estresse.

“Não vou negar o valor do trabalho duro”, continuou Mahiru, “mas se você não pode lidar com tudo isso, você não deveria pegar um pouco mais leve?”

“Você está certo, é claro. Serei mais cuidadoso da próxima vez.”

“Mas por que você está fazendo tudo isso, Amane?” ela perguntou novamente.

"... eu acho... porque eu quero me tornar alguém de quem eu possa me orgulhar."

   Mesmo que ela parecesse um pouco zangada, Mahiru parecia triste. Amane sorriu humildemente e acariciou sua cabeça para tentar limpar o olhar ansioso em seus olhos, enquanto jura não cometer tal erro de novo.

“Tenho pensado que quero ser mais confiante em mim mesmo, só isso. E eu queria começar com coisas como meus estudos e exercícios. eu não pretendo preocupá-la; isso foi realmente tudo minha culpa. Da próxima vez, eu vou manter em mente o quanto eu posso aguentar.”

"... Você está com tanta pressa?"

“Acho que provavelmente não há pressa, mas eu quero trabalhar mais… me transformar em alguém em quem posso confiar. Afinal, sou trabalhando duro para o meu próprio bem,” Amane disse a ela com um sorriso enquanto ele esfregava a cabeça dela.

Mahiru olhou fixamente nos olhos de Amane, então suspirou. "…Eu entendo sua determinação. Dito isso, estou falando sério: se você não tomar mais cuidado consigo mesmo, vou ficar realmente preocupada, ok?”

“Eu disse que sentia muito.”

“Mas acho que você realmente brilha quando se esforça tanto, e não quero atrapalhar seu progresso. Eu tenho observado você, mas tentando não entrar no caminho.”

“No mínimo, é você quem está me mantendo”, ele insistiu. "Cuidar das refeições é realmente uma grande ajuda. Eu não consigo lidar com isso tão bem quanto você pode, afinal.”

“Você é quem está fazendo todo o esforço, então seria mais preciso dizer que é tudo o que posso fazer para ajudar... Faça o seu melhor, mas não force demais você mesmo, ok?

"Vou tentar não fazer você se preocupar novamente."

   Sem dúvida, ele tomaria cuidado para não adormecer na banheira novamente. Ele não tinha nenhum desejo de aprender como era se afogar.

   Amane também não queria fazer Mahiru se preocupar e chorar, então ele decidiu cuidar melhor de sua saúde física e não se esforçar demais.

   Mahiru ainda parecia um pouco cética, então ele continuou tentando tranquilizar ela acariciando suavemente seus cabelos.



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