Volume 4

Capítulo 152: A Decisão de Eveam

“Ela ficou violenta?” (Eveam)

“Sim, ela ficou enfurecida e com uma força tão terrível a ponto de destruir tudo em seu caminho, até que ela foi detida. Além disso, a agitação não parou por aí: o mesmo ocorreu com todas as «Val Kiria Series». Considerando que esses bonecos eram clones do Demon Lord, elas possuíam profunda sabedoria e poder semelhante à sua origem. Imagine todas essas existências conduzidas apenas em relação aos seus impulsos destrutivos. Tenho certeza que você entende o que elas fariam, certo?” (Aquinas)

Tudo iria se tornar exatamente como uma cena do inferno.

“P-por que uma coisa dessas aconteceu?” (Shublarz)

Shublarz perguntou enquanto tinha um espasmo na bochecha.

“Para colocar isto de modo simples, a sua magia saiu do controle” (Aquinas)

“Eles não foram capazes de controlar a sua magia?” (Eveam)

“Sim. Os clones do Demon Lord eram certamente excelentes, no entanto, o poder do Demon Lord era demais para elas para controlarem. No começo a contenção era estável, mas com o passar do tempo, o recipiente que continha o poder do Demon Lord começou a gritar de dor, enquanto gradualmente se tornaram incapazes de suportar a enorme quantidade de poder mágico. E no final, o recipiente desintegrou” (Aquinas)

Era semelhante a quando a represa colapsa devido à intensa força destrutiva da água que estava tentando conter.

“Claro, o Demon Lord não ficou em silêncio e destruiu-os com suas próprias mãos. Mesmo os clones não tinham todas as habilidades do Demon Lord. Assim, as Val Kirias foram derrubadas pelo Demon Lord. No entanto, as consequências foram muitas.” (Aquinas)

Devido à luta entre as Val Kirias e a Demon Lord, o país estava em ruínas. Os moradores foram quase aniquilados também.

“I-Isso aconteceu…?” (Eveam)

Eveam estava com uma expressão triste.

“Depois disso, a Demon Lord ocultou a existência das «Val Kiria Series» e elas se tornaram inexistentes neste mundo. Em seguida, ela teve tempo para reunir, mais uma vez, compatriotas e estabelecer o país verdadeiramente com suas próprias mãos.” (Aquinas)

“Então o Demon Lord ocultou as suas existências para que as gerações futuras não tivessem complicações sobre isso?” (Eveam)

“Sim.” (Aquinas)

“Isso não é muito egoísta? Ela inventou-as para si mesma, as pessoas ficaram feridas por causa delas e, além disso… ela escondeu o que fez…” (Eveam)

Eveam tremia de raiva. Ela não pode suportar um Demon Lord fundador tão egoísta.

“Eu sei que as palavras de Sua Majestade são plausíveis. No entanto, há outra razão para a ocultação.” (Aquinas)

“O… Outra?” (Eveam)

“Ela não queria deixar para trás uma existência perigosa como as «Val Kiria Series». Isso é porque elas não foram concluídas, mesmo com o conhecimento do Demon Lord. Se as Val Kirias são imperfeitas, uma tragédia como a de antes vai acontecer novamente. O Demon Lord julgou que isto não devia ser pesquisado devido à apenas curiosidade, então ela enterrou o segredo de como fazer as Val Kirias na escuridão.” (Aquinas)

Com certeza seria um problema deixar para trás o método de fazer uma existência tão perigosa que ninguém no mundo podia controlar. Já que a Demon Lord não era capaz de completá-las, ela pensou que seria impossível para outra pessoa também.

Por esta razão, o Demon Lord Fundador não deixou para trás o método de sua produção para as gerações futuras, com medo de alguém produzir outra Val Kiria incompleta e não ser capaz de pará-la.

“Muu…” (Eveam)

Talvez por Eveam estar envergonhada de sua observação anteior, ela olhou para baixo. No entanto, ela sentiu que o fato de o Demon Lord ter envolvidos os civis era, talvez, algo que devia ser lembrado no mundo de alguma forma.

O Demon Lord parece ter pensado que, se isto fosse lembrado, a pessoa seguinte poderia fazer um melhor policiamento quanto ao assunto.

“Entendo, isto definitivamente iria causar algum desconforto se fosse descoberto pelas gerações futuras. Mas Kiria… existe.” (Eveam)

“É como diz Sua Majestade. Até eu fiquei surpreso quando ouvi de Kiria que ela era uma Val Kiria. O que significa…” (Aquinas)

“Avoros?” (Eveam)

Aquinas concorda com Eveam.

“Embora eu ainda não tenha certeza, eu temo que o mais provável seja ele saber o método de fabricação…” (Aquinas)

“Mesmo assim, por que você sabe uma coisa dessas?” (Marione)

Era a dúvida mais importante de Marione. O olhar de todo mundo se virou para Aquinas. Seguindo seu olhar, Aquinas, que estava com os olhos fechados, exalou e abriu-os lentamente. E então, ele respondeu.

“… Quanto às pessoas, nem todos eles pereceram. Havia um número de pessoas que, de fato, sobreviveram. Eu sou uma das pessoas que tem conexões com estes sobreviventes.” (Aquinas)

Em outras palavras, Aquinas ouviu a história de um dos descendentes dos sobreviventes.

“Entendo… Mas pensar que Kiria veio de tais circunstâncias…” (Eveam)

“Não é de se admirar que você não saiba disso. Mesmo eu só ouvi a história recentemente. Eu posso ser o único no país que sabe sobre ela.”(Aquinas)

“Muu, Sua Majestade, a situação não vai mudar, mesmo se a história de Aquinas for verdade. Deixando isso de lado, a guerra diante de nós é o principal problema no momento. Como devemos tratar os prisioneiros?” (Marione)

Marione, que prendeu os cativos, perguntou como agir a partir do atual impasse.

“Ah, obrigado por me lembrar. Primeiro de tudo, eu já fiz a minha decisão sobre esse assunto” (Eveam)

Eveam trocou olhares com as pessoas ao seu redor e exalou profundamente.

“Desta vez, eu fiz todos vocês prenderem os [Humas] e os [Gabranth] que entraram no continente dos demônios. No entanto, eu não tenho qualquer intenção de privar a vida dos cativos.” (Eveam)

As quatro pessoas, que conheciam sua maneira de pensar, não disseram nada. Todo mundo ficou em silêncio, embora Marione tivesse um rosto mal-humorado.

“Tenho a intenção de libertar os cativos e criar junto deles um pacto de não agressão.” (Eveam)

“Hou, não uma aliança…?” (Aquinas)

Ela olhou para Aquinas que falou com algum sarcasmo.

“Até eu entendo que é impossível formar uma aliança na situação atual. Portanto eu decidi dar prioridade à paz dos ⌈Evila⌋ por agora” (Eveam)

“Mesmo assim, Sua Majestade~, você realmente acha que o outro lado vai aceitar tal proposta?” (Shublarz)

“Vamos ver. O parceiro que nos traiu foi o ⌈Humas⌋, e o orgulho de ⌈Gabranth⌋ foi danificado na última batalha milagrosa. Portanto…” (Ornoth)

Shublarz e Ornoth respectivamente falaram. Mais da metade de um ano atrás, os ⌈Evila⌋ lutaram contra os ⌈Gabranth⌋ uma vez. Embora a guerra tenha acabado imediatamente com Eveam destruindo a ponte, Eveam e os outros admitiam que tinham danificado o orgulho dos ⌈Gabranth⌋  naquele momento.

“Talvez… Seja impossível com os ⌈Humas⌋. Há uma alta probabilidade de que o seu rei irá nos trair, mesmo que usemos seus cativos como razão para uma aliança. Depois de tudo dito e feito, ele prontamente sacrificou os heróis que deveriam ter sido seu trunfo.” (Ornoth)

“Hm, então é possível negociar com os ⌈Gabranth⌋?” (Shublarz)

“Sim, eles são uma raça que valoriza os relacionamentos de amizade e companheirismo acima de tudo. Embora a probabilidade seja baixa, ainda é possível.” (Eveam)

“Embora eu sinta que seria um desperdício de esforço se nosso parceiro é aquele Beast King…” (Marione)

Marione falou essas palavras enquanto fracamente balançava a cabeça para os lados em rejeição.

“Certamente eles valorizam as ligações. No entanto, eles nunca admitiram a derrota durante uma luta. Eles vão avançar com o objetivo de vencer a batalha, mesmo se tiverem que colocar suas vidas em risco.” (Ornoth)

“No entanto, há um companheiro desta vez. Certo?” (Marione)

“Ainda assim, eles não irão parar. Porque esses caras são pessoas simples que vivem famintas por sangue.” (Ornoth)

Sede de sangue apareceu de Marione. Ele ainda alimentava ódio quanto aos ⌈Gabranth⌋ porque sua esposa e filho foram assassinados por eles.

“… No entanto, eu recomendo fazermos isto.” (Eveam)

“Ainda assim, como você vai lidar com eles se eles não têm qualquer intenção de parar?” (Ornoth)

Eveam fechou os olhos e preparou seus lábios. Todo mundo estava esperando por sua resposta. E então, ela abriu a boca.

“Nessa hora… Nós lutaremos contra eles “(Eveam)

Marione enrijeceu por ter sido pego de surpresa por esta resposta. Pelo contrário, não foi apenas Marione. Todas as pessoas, exceto Aquinas, ficaram boquiabertas.

Eles nunca esperaram que a expressão “luta” pudesse sair da boca de Eveam.

“V-Vossa Majestade? Você entende o que essa luta significa?” (Shublarz)

O confuso Shublarz perguntou à Eveam.

“Sim, se meu pedido não for aceito a única opção restante é lutar contra eles. Nós apenas atrasamos a luta, mas o desconforto não desapareceu, mesmo quando destruímos a ponte.” (Eveam)

“V-você tem um po~nto” (Shublarz)

“Eu fui criada para compreender que nada mudará se ignorarmos a situação e esperarmos que o outro lado faça um movimento.” (Eveam)

Ela parecia ter claramente aprendido com seu erro. O erro de confiar cegamente em um parceiro.

“Portanto, supondo que a proposta não funcione, nós vamos lutar. Além disso, vamos começar a dominá-los e deixá-los sentir a força de nossos ideais! Nosso desejo para a verdadeira paz!” (Eveam)

“Através da força… certo?” (Marione)

Ela afirmou pergunta de Marione com um aceno enquanto cerrava os dentes.

“Sim, no entanto, quero abster-me de matar o máximo possível… e é por isso que eu decidi fazer valer a proposta de libertar os cativos.” (Eveam)

Depois de ouvirem a proposta, as pessoas que estavam reunidas na área ficaram sem palavras.



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