Mestre das Palavras Douradas Japonesa

Tradução: Rodizipa

Revisão: Fabros


Volume 1

Capítulo 8: Um Cara Comum Que Não Trabalha De Graça

Em Ames, primeiramente, Hiiro procurou por um dormitório. Sorte sua que não haviam muitos aventureiros por aqui, então havia vários quartos vazios, somente um quarto duplo estava reservado.

— Um quarto de solteiro, por favor — solicitou Hiiro.

Eh, ah, sim. Me desculpe… Você é… um aventureiro? — questionou a atendente hesitante.

— …Sim?

— O-Ok.

— …?

Hiiro inclinou sua cabeça assim que sentiu que não era bem-vindo. Era sua primeira visita ao vilarejo, então ele não fez algo a eles.

Sim, o gerente da pousada tratou-o com ansiedade. Isso o incomodou, mas, por enquanto, ele reservou seu quarto e foi olhar o vilarejo.

Mas havia algo estranho. Por alguma razão, ele sentiu olhares focados nele. E de todas as direções. A atmosfera era a de que ele não era bem-vindo.

Assim como o gerente da pousada, todos olhavam torto para ele. Pode ser que este vilarejo não gosta de forasteiros. Bem, Hiiro só ia ficar uma noite, então tentou não se incomodar.

— Ei, senhor.

Naquele momento, alguém chamou ele. Quando se virou, havia uma criança. Era um garoto de, mais ou menos, sete anos. Ele encarou Hiiro com olhos que viam alguém suspeito. Hiiro o ignorou, já que não gostava dessa atitude.

— Ei, não me ignore!

O garoto ficou zangado. Por que ele tinha que lidar com um fedelho?

— Que foi, tampinha?

— Não me chame de tampinha! Não quando você está vestindo um manto vermelho estranho! É intimidador!

— …Você é um touro, é?

Não que ele tenha vestido o manto vermelho para ser intimidador. Simplesmente o vestia para proteção. Apesar de gostar da capa após vestir.

Com seu uniforme de escola preto por baixo, era uma combinação surreal, mas Hiiro não se importava.

— Senhor, você é um aventureiro, certo? Por que você viria a um lugar isolado como esse?

— Lugar isolado?

— Não chame de lugar isolado!

— Você quem disse.

Por que ele era tão agressivo? Hiiro não podia pensar em uma resposta para isso, então ignorou e foi embora já que era problemático.

— E-Ei! Espere!

Ignore, Ignore.

— Te falei pra esperar!

Não dê atenção.

— Ei, me ouça!

É só o vento.

— Ei… por favor… não me ignore!

Sua voz gradualmente começou a tremer. Ele deve ter ficado triste por ser ignorado. Hiiro soltou um leve suspiro e parou.

— O que você quer?

Ele parou de ignorá-lo já que seria difícil ficar no vilarejo se fizesse o fedelho chorar. Assim, o garoto sorriu energicamente, mas voltou a encará-lo no mesmo instante.

— Você é tão malvado! Todos os aventureiros são assim!

— Eu sou eu. Não me compare a outras pessoas, é desconfortante.

Quando ele encarou o garoto, a criança teve um arrepio.

— …Ah. Então, o que foi? Estou ocupado andando por aí, sabia?

— O que está procurando?

— E isso lhe importa? Não é da sua conta, pirralho.

Uh…Uhh…

O garoto quase chorou novamente, então Hiiro suspirou.

Hah. Só estou matando o tempo. Eu cheguei agora e planejo ficar somente essa noite aqui.

Ele olhou o garoto, esperando que isso o satisfizesse.

Oh? Você não vai assaltar o vilarejo?

— Assaltar? O quê?

De acordo com o garoto, havia alguns aventureiros que apareciam por ali, invadiam a loja de artigos generalizados ou a de armas, e, forçadamente, pegavam produtos, faziam o que eles queriam.

— É um grupo de duas pessoas e eles ameaçaram o gerente da pousada para ficar lá de graça.

— Por que vocês não recusaram? Podiam ter os expulsado com todos os camponeses.

— Não podemos fazer isso. — Não foi o garoto que respondeu.

Ah, Tio Panis!

O homem chamado Panis parecia ter 30 anos. Na realidade, poderia ser mais novo, mas sua expressão o fez parecer mais velho.

— E você é? — perguntou Hiiro.

— Você parece ser um aventureiro. Meu nome é panis. Eu tenho uma humilde loja.

Isto significava que ele era uma vítima dos aventureiros.

— É verdade o que o pirralho disse?

— Sim, é. Eles estão atualmente atacando a loja de artigos generalizados.

— Você disse que não pode expulsá-los. Por quê?

Panis deu um grande suspiro e parecia estar com problemas.

— Por alguma razão, eles têm a escritura do vilarejo.

Huh? Por que eles teriam isso? Não é o líder do vilarejo que sempre tem isso?

— Sim, mas eles roubaram.

— Que descuidados. Vocês colheram o que plantaram.

Haha, pior que você está certo rapaz. — Novamente, outra pessoa interrompeu o diálogo. — Você é o aventureiro que chegou mais cedo, certo? Eu sou o chefe do vilarejo de Ames, Brey.

— O que faz aqui, Chefe? — perguntou Panis.

— Pela mesma razão que você. Disseram-me que um forasteiro havia chegado, então vim checar.

Parece que a chegada de Hiiro foi imediatamente relatada para o chefe do vilarejo e ele veio ver o visitante inesperado com seus olhos. Ele parecia aliviado em ver que Hiiro era um aventureiro comum.

CRAAACK!

De repente o som de madeira quebrando ecoou. Todo mundo encarou a origem do som. A porta de uma casa foi derrubada e alguém foi jogado por ela.

— Mick!

O chefe do vilarejo arregalou seus olhos e gritou. O homem chamado Mick foi jogado ao chão. Então, quando ele foi jogado, duas pessoas apareceram pela casa.

Um homem era gordo e calvo, o outro magro e com um cabelo arrepiado como uma vassoura. O Senhor-Cabeça-Espetada gritou enquanto olhava para Mick:

Keh! Tente dizer isso novamente!

O homem magro, que também se qualificava como porco espinho, gritou de forma diabólica. Próximo a ele, o outro cara mordeu uma fruta que era provavelmente da loja. Hiiro chamou-o de Careca Gordão.

Mick, desesperadamente, suplicou. Eles devem ter dito a ele para entregar seus produtos de graça e o mesmo recusou. Entretanto, o espetado mostrou que se irritou e chutou a cara de Mick.

Muito sangue se espalhou. Vendo isso, os camponeses correram em direção a ele. O espetado encarou aguçadamente o chefe do vilarejo.

Huuh? Olha quem está aqui, o chefe. Tem algo a dizer? Hm?

Hiiro calmamente observou, o categorizando como um gangster de terceira, não, um delinquente.

— Mais comida — pediu o gordo calvo.

Ele tentou voltar para a casa, com baba escorrendo pela sua boca, provavelmente em busca de mais comida.

— Ei, Junior, deixe isso aí, vamos embora — orientou o parente de porco-espinho.

— Mas eu tô com fome.

Tsk. Então seja rápido.

— Ok.

— Pare com isso! — Sem poder ver a cena se estender, o chefe gritou, mas sentiu medo quando o espetado o encarou. Os outros não se aproximaram também, com medo da cólera do espetado.

“Parece que estão sendo forçados a aceitar isso porque esses caras são muito fortes para eles, não somente pela escritura.”

O vilarejo não tinha pessoas capazes, então não resistiram já que seriam mortos se desafiassem os invasores.

“Eles poderiam pedir ajuda ao exército, mas eu acho que esses caras fugiriam com a escritura. E há o medo de ocorrer vingança. A melhor solução era alguém os deter.”

Enquanto Hiiro pensava sobre isso, o garoto próximo a ele o encarou.

Praticamente estava perguntando se Hiiro não podia fazer algo a respeito.

— Não sei o que você quer, mas isso não é da minha conta.

Hã? E você se chama de humano?

— Quê? Eu pareço um demônio ou algo do tipo?

— Sim! Porque você não ajuda! Como outro aventureiro, você tem que parar eles!

— …Ouça, garoto, eu posso ser um aventureiro, mas não sou nenhum representante da justiça. Peça aos heróis se você quer serviço gratuito.

Hiiro disse isso com os braços cruzados. O garoto o encarou com ódio, mas não era da conta dele.

— Esquece. No fim de tudo, todos os aventureiros são assim!

Dizendo isso, o garoto foi em direção aos dois caras.

— Ah, espere, Nies! Não vá ai!

Panis tentou o impedir, mas o garoto chamado Nies correu com toda a força. Então Panis encarou Hiiro enquanto cerrava seus dentes. Então, ele relaxou o suficiente e suspirou.

— Não, eu entendo. Isso não é da sua conta. Um herói que trabalha para as pessoas sem cobrar, assim como os contos de fada, não existe.

Hm… Não faço ideia se tal pessoa existe, mas, pelo menos, eu não sou assim. Não trabalho de graça.

Hiiro não disse que considerava coisas que não rendiam problemas.

— …De graça.

Hm? Que?

Panis deixou sua voz escapar, então Hiiro perguntou de volta.

— Então… e se eu te pagar?

— …

Hiiro tinha um mal pressentimento.

— Eu lhe darei a melhor arma da minha loja se você me ajudar.

— …

— Você vai nos ajudar?

— …

Panis olhava para ele seriamente. Era um saco e, para ser honesto, isso não era da conta dele. Entretanto, a melhor arma era tentadora. Só para cuidar desses vermes era bem barato.

Enquanto pensava isso, ele fez contato visual com Panis. Olhando em seus olhos sem desviar o olhar, eles se encararam por um tempo. Após isso, Hiiro suspirou.

— Certo. Vou dar uma mão. Mas mantenha sua promessa.

— E-Eu sei que te pedi isso, mas… você é forte?

— Não sei. Mas pelo menos posso cuidar desses caras.

Hiiro disse isso olhando pro calvo e pro espetado. Panis estava boquiaberto com a afirmação, mas Hiiro ignorou isso e rapidamente entrou em ação.

Nies pegou uma pedra no chão e atirou no espetado. Foi prazeroso quando ela acertou direto na cara, mas, não precisava dizer que os outros camponeses ficaram pálidos.

A expressão do espetado enquanto olhava devagar para Nies dizia: Este garoto está morto.

Sentindo sua intenção de matar, Nies ficou paralisado.

— P-Pare! — O chefe ficou na frente de Nies, mas foi jogado com um soco forte. 

Então o espetado sacou sua espada e apontou para Nies. Paralisado pelo medo, Nies não se moveu.

— Pirralho, algumas últimas palavras?

— Não faça… — Nies cobriu sua cabeça enquanto chorava, mas ele não podia parar o espetado, que riu alegremente e levantou sua espada no ar, balançando-a para baixo.

WOOSH!

Todo mundo engoliu seco e fechou seus olhos. Acharam que Nies estava morto. Entretanto!

OWWWWWW!

Quem estava gritando de dor e sangrando era o espetado. Algo perfurou o braço que segurava a espada.

Todos ficaram boquiabertos com a cena. Uma lâmina, sim, era uma lâmina.

Seu braço foi perfurado por uma lâmina, sem dúvidas.

Mas o tamanho da lâmina era bem longo. E eles olharam no final da lâmina. Uma pessoa, quem realizou o ataque. Era Hiiro Okamura.



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