Volume 1

Capítulo 38: O Mestre de Arnold

O grupo estava parado diante a uma residência similar a demais na vizinhança.

Entretanto, esta era muito menor que as outras. Também possuía uma porta mas, diferente das outras casas, parecia muito mais pequena e estreita. Com isso, parecia uma casa abandonada.

 

Arnold bateu na porta, e franziu quando ninguém respondeu. Havia uma chance do residente estar fingindo ter saído, principalmente porque seria inconveniente lidar com quer que seja a pessoa do outro lado da porta.

 

Com um leve empurrão a porta se abriu;  estava destrancada.

 

Muir:”Está tudo bem entrar sem permissão?”

 

Muir olhava Arnold com incerteza, e ele assentiu em resposta.

 

Arnold:”Bem, olhe.”

Muir:”O que?”

 

Arnold apontou o dedo para um sino que estava pendurado acima da porta do lado de dentro.

 

Muir:”O que este sino significa?”

Arnold:”É um hábito do meu mentor. Sempre que ele sai para algum lugar, meu mestre coloca um sino na porta. Agora ele está aqui.”

Muir:”Entendi…”

Arnold:”Bem, igualmente a Shishou, ele provavelmente estava bebendo e dormiu em algum lugar aqui dentro.”

 

Após isso, o grupo entrou na casa. Como Arnold disse, o cheiro de álcool era forte no ar. Eles torceram os narizes; estava claro que não havia ventilação na casa.

 

Hiiro:”Esse cheiro é muito ruim, deixe a porta aberta por enquanto”

 

Observando o interior, isso não poderia ser chamado nem de casa e nem mesmo um celeiro, era pequena o suficiente para ser chamada de dispensa. Haviam várias garrafas espalhadas no chão.

 

Hiiro:”O que foi? Não era para alguém supostamente estar aqui?”

 

Sua questão era óbvia, mas o forte cheiro de álcool o deixou de mal humor.

 

Arnold:”Ah, sim, sim. Pelo que eu me lembro…”

 

Arnold começou a arrumar os itens nas prateleiras. Depois de mexer uma alavanca apareceu.

 

Arnold:”Aqui. Encontrei.”

 

Quando Arnold ativou a alavanca, uma pequena parte do chão deslizou para o lado revelando um alçapão. levantando a alça circular, foi revelado um caminho pequeno o suficiente para somente uma pessoa caber.

 

(O que é isso, a casa de um ninja? Fora isso, porquê tal mecanismo foi instalado?)

 

A razão da criação de algo assim era preocupante, mas olhando de perto, havia uma escada que se iniciava no caminho. Parece que o alçapão leva ao porão da casa.

 

Hiiro:”Oy, velhote. Não tem como…”

Arnold:”Espere, ele está lá embaixo. Tenho certeza.”

Hiiro:”Imagino que tipo de pessoa vive neste tipo de lugar.”

Muir:”T-Também estou interessada.”

 

A conversação deles lentamente desapareceu assim que eles se perderam no pensamento de quem podia morar aqui.

 

Arnold:”Bem, vocês vão saber quando encontrarem ele.”

 

Arnold começou a descer a escada.

 

Hiiro:”Bem, vamos”

Muir:”Sim, eu acho?”

 

Hiiro e Muir cuidadosamente seguiram Arnold escada abaixo.

 

Dentro havia muito mais espaço que o esperado. Haviam varias aberturas dentro da sala que pareciam túneis feitos por grandes formigas. Se uma pessoa vagasse despreocupada nesta área, há uma grande chance dela se perder.

 

Haviam garrafas no chão também mas ele ignorou elas e começou a olhar ao redor. Caverna a direita, caverna a direita, caverna a direita, caverna a esquerda, caverna do meio, caverna a esquerda. Arnold procedeu assim através de todas as cavernas na área até finalmente encontrar a sala correta e chamar o resto do grupo para entrar.

 

Quando eles entraram na sala eles viram o que parecia um laboratório científico. Vários espécimes orgânicos decoravam a sala. haviam também vários jarros com líquidos estranhos nas prateleiras.

 

(Incrivelmente, ao invés de um laboratório científico, isto parece mais um centro de pesquisas)

 

Hiiro olhou ao redor perdido em seus pensamentos. Naquele momento, Arnold parou. Imaginando o que teria acontecido, Hiiro olhou a frente de onde Arnold estava. Havia uma cama na qual alguém estava dormindo.

 

*Guga~, Guga~, Guga~.¹

 

O alto ronco pode ser ouvido claramente.

 

*Munya, Munya….² 

 

Quando os outros dois viram o mestre de Arnold, estavam chocados. Quando Arnold viu isto ele olhava seu mestre com uma expressão exasperada. E pensar que esse era o seu mestre…

 

Mas era a verdade. Seu mestre, que estava somente em um jaleco branco e roupa de baixo, estava dormindo de forma barulhenta com uma garrafa de álcool.

 

Oh meu….. isso é uma pequena garota. ³

 

Arnold:”Oy, vovó… você está ai…?”

 

Por instinto, Arnold disse imediatamente.

 

Arnold:”Está tudo bem. Eu sei o que vocês estão pensando mas eu estou dizendo que vocês estão errados.”

Hiiro:”Porquê então, porque tem uma pequena garota em um lugar desses; ela parece ter 5 anos de idade.”

Arnold:”Bem, muitas coisas acontecem. Essa pessoa é minha mestre.”

Hiiro:”Sério, isso é verdade?”

 

Muir olha para ele com os mesmos olhos suspeitos.

 

Hiiro:”É verdade não é? Você é um lolicon”

Arnold:”Droga Hiiro! Eu já lhe disse. Eu sou normal!”

Mestra de Arnold:”Cale a Boooooooooooooooooca!”

 

Uma voz repentina ecoou como uma sirene pelo quarto causando todos cobrirem os seus ouvidos em surpresa. Então, eles olharam de onde a voz vinha.

 

Mestra de Arnold:”Quanto barulho! Eu vou pessoalmente lidar com quer que esteja fazendo tal algazarra. Arnold, é você?”

Arnold:”Oh, oi, prazer em lhe ver novamente, mestra.”

 

A face de Arnold se contorceu enquanto ele comprimentava

 


 

 

Arnold:”Então, deixe me começar as apresentações. Essa pessoa aqui é minha mestra, seu nome é Rarashik Fan’naru. Bem isso é tudo, como podem ver.”

 

De forma abrupta, um chinelo acertou sua cabeça o enviando ao chão. Muir ficou surpresa quando ela viu o que aconteceu. Hiiro por outro lado, casualmente observou que ela tinha muita força.

 

Rarashik:”Quem você acha que é  dizendo “isso é tudo”, você está se achando demais Arnold-boya.”

Arnold:”Huff. Isso foi cruel mestre.”

Rarashik:”Ignorando minhas ordens e vagando sozinho, eu não quero ser chamada de mestre por alguém como você!”

 

Saindo de sua pequena boca, não parecia medonho. Entretanto, a expressão que Arnold tinha era terrível. Ele sentiu que estava em uma terrível situação.

 

Rarashik:”E ir para o continente dos Humas naquele dia, o que você estava pensando?”

Arnold:”Mas, mestre…”

Rarashik:”Porque você não me levou junto?”

Arnold:”….que?”

Rarashik:”Como você ousa deixar sua mestra em um lugar solitário como esse? Você sabe o quanto sofri?”

 

*Pakeshi. 

 

Com isso, a cabeça de Arnold foi ao chão novamente com o impacto.

 

(O que diabos é essa garotinha?)

 

Por causa dos acontecimentos inexplicáveis, e as ações, Hiiro observou a garotinha cuidadosamente. Ela tinha um cabelo verde que estava amarrado junto em forma de um “O” atrás de sua cabeça. Pela primeira impressão ela parecia alguém do fundamental com sua altura e aparência. A parte que a distinguia era suas longas orelhas no topo de sua cabeça.

 

(Com essas orelhas, seria ela o chamado wererabbit?)

 

De acordo com sua memória, com esse cabelo verde, e longas orelhas, ela tinha todas as características do wererabbit.

 

Em adição a isso, havia muito mais coisas interessantes a se observar. Por exemplo, porque Arnold chama ela de Mestra? Assim sendo, então deveria haver uma diferença de idade considerável? Ainda sim, a aparência, a casa estilo celeiro, o laboratório de pesquisa. O que ela está fazendo é ou quem é ela é um completo mistério.

 

(Eu não estou interessado nesse indivíduo… mas estou interessado em descobrir o que é ela exatamente)

 

Era a primeira vez que Hiiro viu um wererabbit como ela, mas de acordo com o que ele leu no livro ilustrado, não haviam wererabbits como ela.

 

(É uma versão mutante ou é só um problema de crescimento?)

 

Enquanto pensava, Hiiro foi interrompido por um olhar nada agradável vindo de Rarashik.

 

Rarashik:”O que foi boya? Você não deveria encarar uma garota assim, ou pode ser que você tem interesse neste corpo?”

Hiiro:”Você acha que eu teria interesse em um corpo mal desenvolvido como o seu? Eu não sou um lolicon como  Arnold.”

Arnold:”Hey, Hiiro seu idiota.”

 

Arnold levantou sua voz, e viu atrás dele o corpo tremendo de Rarashik. Ele começou a suar repentinamente.

 

Rarashik:”Hey…. Arnold”

Arnold:”Si-Sim!”

 

Ele entrou em posição de sentido como um verdadeiro soldado.

 

Rarashik:”Oy, pirralho, você quer fazer um pequeno experimento?”

 

Rarashik disse através de seus dentes com um sorriso de vilão. Vendo isso, Arnold começou a soar ainda mais.

 

Hiiro”Nah, eu não quero”

 

Não é que Arnold estava interessado no experimento mas se Rarashik se agitasse agora ele claramente iria receber parte do dano. Ele rapidamente tirou algo da bolsa.

 

Arnold:”M-Mestra. Aqui!”

 

No momento que ela viu o objeto, sua face foi de uma furiosa para feliz imediatamente.

 

Rarashik:”Isso não é <Mel>?”

 

No momento que Arnold entregou a ela a bolsa, ela tirou e pôs junto ao seu peito como se fosse um tesouro precioso.

 

Arnold finalmente pode respirar aliviado quando ele viu o humor dela melhorar.

 

Rarashik:”Porque? Oh porque? Se você tinha algo assim então porque você não disse antes?”

Arnold:”Bem, me desculpe..”

 

Arnold rapidamente começou a limpar o suor de sua testa, e mostrou um sorriso exausto.

 

Rarashik:”Hmmm, então porque você está aqui, e esses dois atrás de você?”

Arnold:”Finalmente podemos ter uma verdadeira conversa…”

 

Arnold procedeu e contou a ela que tipo de conexão tinha com Hiiro e Muir. Enquanto ouvia silenciosamente, Rarashik encarou os outros dois.

 

Rarashik:”Hmm, um idiota como você conseguiu encontrar companheiros.”

 

Não era claro se isso foi um comprimento ou um insulto, mas mesmo assim havia um sorriso. Entretanto, havia um garoto que não conseguia ler a atmosfera.

 

Hiiro:”Essa afirmação está errada, nós somente somos dois viajantes com o mesmo destino.”

 

Rarashik olhou para Hiiro. Os outros dois ficaram chocados. Hiiro tinha mesmo que dizer isso?

 

Rarashik:”Viajantes? O que você está dizendo? Vocês não são companheiros?”

Hiiro:”Bem, é que…”

 

Hiiro sumarizou o tempo que gastou junto ao grupo. Claro, ele se certificou  de manter a <Magia das Palavras> fora.

 

Rarashik:”Oh, então não está ok? Como professora do Arnold, não estaria tudo bem me deixar entrar no grupo?”

Hiiro:”Nah, não precisamos de uma garotinha como você.”

 

Naquele momento o ar entre os dois parecia estalar com eletricidade. Arnold não podia fazer nada exceto se arrepender de ter trago Hiiro junto.

 

Rarashik:”Seu bastardo arrogante. Você não viveu 1/10 da minha vida, você quer morrer?”

Hiiro:”Se você pode me matar faça isso agora!”

 

Mas naquele momento, Hiiro sentiu o aço gelado no seu pescoço.

 

(Que? Não tem como…!?)

 

Antes que ele pudesse reagir, Rarashik estava atrás dele com uma pequena faca, pressionada contra seu pescoço. Muir estava tão surpresa que ela não podia dizer nada. Arnold deixou um suspiro escapar e assistiu.

 

Rarashik:”Entenda. Eu não sou só uma garotinha, e eu não tenho um corpo mal desenvolvido. Mesmo que eu pareça assim, eu já vivi 200 anos. A próxima vez que você me chamar de garotinha, eu vou te tornar em um experimento vivo. Entendeu?”

(Eu não tenho idéia do que aconteceu… se ela estivesse séria eu poderia estar…)

 

Sem tocar seu pescoço, ele podia sentir seu coração batendo. Era como ele tivesse escapado com vida por um triz. A partir dessa sensação, ele percebeu, pela primeira vez, o terror que reside neste mundo.

 

(Este tipo de pessoa existe, huh… Uma pessoa que nem mesmo eu posso alcançar… essa pessoa)

 

Se ele tivesse usado sua magia antes do encontro ele poderia escapar. Se ele tivesse usado a palavra [Visão], ele poderia ver os movimentos dela, se tivesse usado a palavra [Velocidade] ele poderia ter reagido.

Mesmo assim, Hiiro sabia que se essa pessoa lutasse de verdade, ele tinha sua morte garantida.


Notas:

1 – Pode ser interpretado como ronco ou como ressonância., som de alguém dormindo que não é necessariamente ronco.

2 – むにゃむにゃ. Netblazing deixou como murmúrios, eu deixei a onomatopéia original porquê sim.

3 – Lembre que diferente do português que complica as coisas, o  japonês e o inglês usam a mesma palavra para ambos os sexos.

4 – Boya=boy

5 – ぱけし, som de tapa, esbofete, etc…



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