Volume 1

Capítulo 11: Conferência no País dos Demônios

O país dos demônios <<Xaos>> se localizava ao norte de <<Victorias>>.

Um quarto no carto no castelo do Rei Demônio, localizado no país, possuía vários guerreiros Evila sentados em uma longa mesa, olhando um para o outro.

Três cadeiras estavam arrumadas em cada lado da longa mesa de maneira a confrontarem umas as outras. Cinco delas estavam ocupadas enquanto outra pessoa sentou-se em uma posição privilegiada aos demais com um assistente próximo a ela.

Encontravam-se na sala sete pessoas. A única pessoa em pé, era uma mulher de nome Kiria, que falou.

 

Kiria:”Eu gostaria de abrir a conferência dos demônios agora. Primeiro permitam-me iniciar a chamada, que começaremos com o menor rank como sempre.”

 

Então Kiria olhou para a pessoa sentada o mais longe dela.

 

Kiria:”<<Rank 6>>, Grayald-sama.”

Grayald:”Sim.”

Um jovem homem em seus 20 anos com uma pele escura respondeu.

 

Kiria:”<<Rank 5>>, Shublars-sama.”

Shublars:”Aqui~fufu.”

 

Uma mulher voluptuosa e sociável respondeu com um sorriso.

 

Kiria:”<<Rank 4>>, Ornoth-sama.”

Um homem com rosto de lobo assentiu.

 

Kiria:”<<Rank 3>>, Teckil-sama faltou hoje devido a outros assuntos.”

 

Um pequeno estalo na língua pode ser ouvido. Veio de

 

Kiria:”<<Rank 2>> Marione-sama.”

Marione:”Sim”

 

Um homem com cara ranzinza, obviamente devido as suas batalhas. Ele estava franzindo de mau humor. Kiria continuou sem prestar atenção.

 

Kiria:”<<Rank 1>>, Aquinas-sama.”

Aquinas:”Sim.”

 

Um homem com cabelo vermelho respondeu.

 

Kiria:”Agora vamos prosseguir com a agenda de hoje. Por favor, vossa alteza Eveam.”

Kiria entregou o tópico a garota loira que sentava próxima a ela, Eveam.

 

Eveam:”Ok.”

 

Ela abriu seus olhos fechados e iria começar a falar, quando <<Rank 2>> Marione levantou sua mão.

 

Eveam:”..O que foi, Marione?”

Marione:”Isso está errado de várias formas, Vossa Alteza. Porque uma pessoa está faltando nesta conferência?”

Eveam:”Porque eu lhe dei uma tarefa.”

Marione:”Uma tarefa? É mais importante que esta conferência?”

Eveam:”Sim. Além disso, eu iria tocar essa conferência de qualquer forma. Ouça me primeiro.”

Marione:”É mesmo…”

 

Ele não parecia satisfeito, mas recuou por enquanto.

 

Eveam:”Ok, eu vou ser bem franca com vocês: Os ‘Humas’ conseguiram conjurar os heróis.”

Shublars:”Isso foi confirmado, vossa alteza?”

Eveam:”Sim, Teckil relatou isso. Não há dúvida.”

Marione:”Entendi. Você enviou ele para <<O Território dos Humas>>.”

 

Marione assentiu entendo a situação.

 

Eveam:”Sim, apesar que eu o mandei para o <<Território das Bestas>> agora.”

Marione:”Sim, precisamos estar mais atentos com os ‘Gabranth’ que com os ‘Humas’ de qualquer forma.”

Grayald:”Sim. Outro dia foi me relatado que um dos meus subordinados foi atacado. Claro eles foram retalhados.”

 

Grayald anunciou o fato, com uma raiva definida.

 

“Sim, os heróis certamente são uma ameaça, mas nós podemos os ignorar agora. Os Gabranth com sua força física e suas técnicas de disfarce são extremamente problemáticos.”

Marione:”Eles não podem usar magia, mas possuem esse poder estranho. Eu acho que ainda está em desenvolvimento, mas agora é a hora deles atacarem.”

Marione disse isso, mas Eveam balançou sua cabeça.

 

Eveam:”Não, como eu disse antes, nós não iremos a guerra.”

 

Marione de repente bateu na mesa, atraindo a atenção de todos no recinto.

 

Marione:”Você está fora de si? Nós estamos sendo assassinados! Temos que esmagar eles antes que eles se tornem uma ameaça ainda maior!”

Eveam:”Não, assim só iremos seguir o mesmo caminho que o rei anterior! Nós estamos construindo um mundo onde todas as raças possam viver em paz!”

Marione:”Então temos que eliminar todos os obstáculos!”

Eveam:”Não! Fazendo isso só iremos trazer ódio. Conflitos criam mais conflitos, instigam as chamas da guerra e destroem nossa <<Edea>>!”

Marione:”Então o que? Você está nos dizendo para sentar e aceitar as ações deles?!”

Eveam:”Exatamente!”

Marione:”Que…!?”

 

Ele não esperava isso dela, então ele ficou chocado.

 

Eveam:”O antigo rei… Meu irmão tomou o poder matando nosso pai e tentou criar um mundo para somente nós Evila. Como resultado nos encontramos na atual situação. É isso que queremos? Vocês chamam de mundo, que cada raça agride a outra, de certo?”

Eveam:”Meu irmão era muito radical e foi assassinado por causa disso. Os ‘Gabranth’ foram os responsáveis por isso, mas isso não importa agora. De qualquer forma, domínio excessivo somente resulta em problemas. Esses problemas aumentam e tornam-se conflitos. Não é triste? Todos os seres vivos neste mundo possuem o direito de viver. Por que devemos ter de lutar por isso…”

Ela expressou suas palavras olhando para baixo de forma triste. Kiria percebeu que seus ombros estavam tremendo e suavemente colocou suas mãos em seus ombros.

 

Eveam:”Estou bem, Kiria. Obrigada.”

 

Então ela se levantou e encarou todo mundo.

 

Eveam:”Todas as raças juntando as mãos seria a melhor opção, mas sem isso, ainda deve haver uma forma de não agredirmos uns aos outros!”

Marione:”Quanto idealismo.”

Eveam:”Sim, é. Mas desse jeito, a corrente de sangue nunca vai cessar.”

Marione:”Nós somos os ‘Evila’. Porque devemos cuidar das outras raças?”

Eveam:”Porque a vida é preciosa!”

Marione:”…”

 

Eveam possuía dezessete anos, mas parecia que estava com oitenta. Aos olhos de Marione, ela era somente uma pirralha. Mas o poder que havia no olhar dessa pirralha tirou-lhe o ar por um momento.

 

Eveam:”Por isso não lutaremos com força total! Incitar a guerra é um absurdo!”

Shublars:”Mas sua alteza, todas as outras raças ignoraram suas cartas de tratado de paz.”

 

Eveam estava enviando repetidamente cartas de reconciliação a outros países, mas não houve respostas.

 

Eveam:”Isso é compreensível. Durante o reinado anterior, as mortes foram sem fins e ele os enganou através de cartas também. Não é estranho dizer que nós estamos ligados a eles com ódio. Então é de se esperar que eles considere um tratado de paz como um trote.”

Eveam:”Presumindo que nem os ‘Gabranth, nem os ‘Humas’ podem perdoar as atrocidades de meu irmão. Eu entendo isso. Entretanto, a menos que alguém corte as correntes do ódio, a tristeza somente irá aumentar.”

Marione:”Você está sugerindo que nós devemos cortar essa corrente?”

Eveam:”Certamente.”

Marione:”Impossível. Também perdemos pessoas. Você não pode esperar que eles de repente aceitem isso. Você está nos dizendo para não agirmos até a paz ser alcançada? Quando isso vai ser? Talvez na nossa ruína?”

Evila:”Não, eu vou proteger os Evila!”

Marione:”Não me faça rir. Tudo que você disse até agora só nos põe em risco.”

 

Até a expressão de Eveam mudou ao ouvir as palavras de Marione.

 

Eveam:”E vou…”

Marione:”Os Humas vão treinar seus heróis e atacar nós o mais rápido possível. Os Gabranth estão esperando a chance deles também. De qualquer forma, nós estamos sem tempo. Nós podemos somente matar uns aos outros até um lado perecer. Por favor retire o cessar-fogo!”

 

Sim, a razão que os Evila ainda não atacaram as outras raças foi que Eveam usou sua autoridade como Lord Demônio para forçar um cessar-fogo. As ordens do Lord são absolutas. Desde os tempos antigos, a punição da capital esperava quem as desobedeciam.

 

Marione:”Vamos eliminar todos os obstáculos com nossa força antes que seja tarde! Sua alteza!”

 

Ouvindo essas palavras, Eveam ficou em silêncio por um tempo. Levantando sua cabeça, ela encarava Marione. Mas sua expressão não mostrava sinais de se render a ele, vendo isso Marione franziu.

 

Eveam:”Não vou retirar a ordem!”

Marione:”Sua alteza!”

Ornoth:”Porque você não se acalma um pouco, Marione-dono?”

Marione:”Cale a boca, sua fera defeituosa!”

 

Marione gritou com Onoth, que interveio, pronto para matar ele.

 

Marione:”Para começar, porque um <<Taboo>>como você está aqui! Você é só-”

Eveam:”CALE A BOCA!”

Marione:”!?”

 

A Atmosfera ficou densa devido as palavras de Eveam.

 

Eveam:”Você está desobedecendo as ordens do Lord Demônio?”

Marione:”Grr…Hmpf!”

Ele deixou a sala.

 

Shublars:”Você não deveria impedir ele, vossa alteza?”

Eveam:”N-Não… Minha convicção não vai enfraquecer.”

 

Então Aquinas, que estava em silêncio até agora, falou.

Aquinas:”Ele tem um temperamento curto, mas essa é a forma dele de se preocupar com o futuro dos Evila.”

Eveam:”Eu sei.”

Aquinas:”Sua esposa e filhos foram mortos pelos Gabranth.”

 

Orneth fechou os olhos. Eveam fechou seu punho frustrada olhando para ele. Ela entendeu que Marione possuía um rancor extraordinário por causa daquele incidente. Ainda sim, ela acreditava que era errado dominar com ódio.

 

Eveam:”Vocês estão dispensados por hoje.”

 

Parecendo completamente o oposto de antes, ela deixou o lugar desanimada junto com Kiria. Os outros deixaram um a um também, somente sobrando Aquinas e Ornoth.

 

Aquinas:”Não leve as palavras dele a sério. Como eu disse, ele tem um temperamento curto.”

Ornoth:”Não, eu estou mais preocupado com vossa alteza.”

Aquinas:”…?”

Ornoth:”O que você pensa sobre os ideais dela?”

Aquinas:”Eu acho que são muito ingênuos.”

Ornoth:”…”

Aquinas:”Entretanto,”

Ornoth:”Hm?”

Aquinas:”Se tal mundo sem rancor realmente existisse, eu gostaria de ver.”

Ornoth:”Sim.”

Aquinas:”Mas enquanto formos os únicos buscando isso, será fútil.”

Ornoth:”Você está certo.”

Aquinas:”…Alguém.”

Ornoth:”Hm?”

Aquinas:”Se houvesse alguém que tivesse ligação com ambas as raças e pudesse agir como mediador…”¹ 

Ornoth:”Não poderia ser vossa alteza?”

Aquinas:”É impossível para a princesa… não, vossa alteza sozinha. Além disso, ela é a representante de nós Evila.”

Ornoth:”Sim. Precisamos de alguém que não é ligado nem aos Humas, Gabranth, Pheom e Evila. Ele pode agir como um mediador.”

Aquinas:”Isso ai é que é idealista demais.”

Ornoth:”Ainda sim, você vai continuar apoiando vossa alteza, certo?”

Aquinas:”Sim”

Ornoth:”E eu prometo de apoiar então.”

 

Dando um sorriso um ao outro, eles se levantaram de seus assentos. Aquinas pensou:

(Um mediador… Isso sim seria o ideal)


Nota:

1 – Já sabe né quem é o Hero desse caso ?



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