Volume 9
Capítulo 518: Entrando no país
— Eu estou vendo, deve ser o posto de controle da fronteira.
— Sério? Foi muito rápido.
— Nn. Urushi é incrível.
No dia seguinte a salvar Khanna e os outros, Fran e Urushi partiram com eles ao nascer do sol e em menos de duas horas eles estavam prestes a chegar ao posto de controle da fronteira do lado do Reino de Belios.
Havíamos atravessado a passagem enquanto carregávamos todos eles nas costas de Urushi.
Khanna e os outros eram nossa prioridade máxima, por isso matamos apenas as feras mágicas mais próximas ao longo do caminho e ignoramos as outras.
Não importa o que aconteça, já que ela aceitou o pedido de escolta, temos que fazer isso corretamente.
— Se continuarmos assim, só vamos causar tumulto, então vamos descer por enquanto.
— Eu entendo.
— … Eu me pergunto se é possível para alguém usar uma besta mágica como ele, hein?
— Isso é impossível, nunca ouvi falar disso antes.
Dianne e Shella permaneceram pálidas o tempo todo nas costas de Urushi. Elas devem ter entendido que ele não era apenas grande, mas também capaz.
Shella estava ao lado de Dianne desde que ela conheceu as habilidades de Fran. E aparentemente, Dianne decidiu não ofender Fran ainda mais falando rudemente com ela. Graças a isso, estava tudo bem e tranquilo agora.
— Vamos embora então.
— Nn.
Com a Fran na liderança, fomos para o posto de controle da fronteira. Disseram-nos que o controle era bastante rigoroso, mas será que conseguiríamos passar?
Esse posto de controle de fronteira era tão grande quanto o do lado do Reino de Kranzel. Também foi construído como um forte para que, em caso de emergência, pudesse ser usado para se esconder de feras mágicas e tropas inimigas.
Quando nos aproximamos, estávamos sendo alvo de um arco de dentro do forte. No entanto, isso pode ser apenas uma preparação para o caso de rufiões ou soldados inimigos se disfarçarem de viajantes. E como não sentimos nenhuma intenção clara de matar, Fran e eu nos esforçamos para ignorar isso por enquanto.
— Alto! Apenas quatro pessoas?
— Nn.
— Mostre-me sua identificação.
— Okay.
— Compreendido.
Ela tirou sua carteira de identidade, como lhe foi pedido, e a entregou ao soldado. Bem, como era de se esperar, eles ficaram um pouco surpresos no início, mas assim que descobriram que a carteira da guilda era verdadeira, permitiram que entrássemos no país sem problemas.
Parece que o fato de ser um aventureiro de alto nível tem um papel importante nisso. Afinal, o Reino de Belios também se beneficiaria de ter mais aventureiros fortes em seu país, então eles não têm motivo para recusá-la.
— Estas três pessoas também estão com você? Ou são de um grupo diferente?
— Fran é o acompanhante que contratamos no outro dia.
— Hmm. Morley Trading Company? Nunca ouvi falar deles antes…
— Porque ainda somos uma pequena empresa comercial.
— Então, você é filha do dono da empresa e esses dois são seus empregados…?
Oya? Khanna e os outros pareciam estar sob suspeita. No entanto, parece que Khanna era filha do proprietário de uma empresa comercial. Estou vendo agora, a coragem que ela demonstrou ontem foi muito semelhante à de um comerciante. No entanto, acho que ela ainda tem um lado elegante também.
Eles podem saber se ela é filha de uma grande empresa comercial. Mas será que a filha de uma pequena empresa comercial, da qual o oficial de imigração, que deve ter muitas informações na cabeça, nunca ouviu falar, exibiria esse tipo de elegância? Sei que ela também recebeu uma educação rígida, mas…
A existência de Dianne com ela era um mistério. Ela se autodenominava uma amazona, mas seu trabalho era o de espadachim. Isso significa que ela não é uma amazona por causa de seu trabalho, mas uma amazona por status.
Mas será que um guarda de uma empresa comercial faria tal afirmação? É claro que também existe a possibilidade de que seja apenas o desejo dela de se tornar um cavaleiro. No entanto, ela deve ter dito claramente que era uma amazona do Estandarte Vermelho.
Há também a possibilidade de ela ter sido contratada pela empresa comercial após ter sido demitida, mas isso permitiria que ela continuasse a se chamar de amazona?
— Mestre, o que devemos fazer com Khanna e os outros?
Hmmm… Vamos observá-los por um tempo.
— Ok.
Quando o momento é de pressão, devemos insistir que somos irrelevantes.
— Onde está localizada essa empresa comercial?
— Está em Dards, uma cidade portuária no Reino de Kranzel.
— Qual é o nome do proprietário dessa empresa?
— Raymond Morley.
— Qual é o seu propósito ao vir para o Reino de Belios?
— Estamos indo para a região autônoma especial.
— … Hmm.
Esse funcionário da imigração parecia ter algum tipo de habilidade para detectar mentiras. Embora seu nível ainda fosse baixo, ele deveria ser capaz de sentir pelo menos uma pitada de desconforto se a outra parte mentisse. E parece que ela não acionou essa habilidade. No entanto, ele ainda estava olhando para Khanna e para os outros com uma expressão de não estar convencido.
Por ter anos de experiência como oficial de imigração na fronteira, ele sabe que eles são um tanto suspeitos. Entretanto, com base em sua habilidade, não há nada de suspeito nessas garotas.
Eu também estava usando o Princípio da Falsidade, mas não havia mentira nas palavras de Khanna. Como esperado, ela é realmente filha do proprietário de uma empresa comercial do Reino de Kranzel, não é?
O policial que havia feito a pergunta antes estava tendo uma discussão furtiva com um homem que parecia ser seu chefe. Bem, mas estou ouvindo.
— O que devemos fazer?
— Aquela garota é uma aventureira do Reino de Kranzel?
— Sim.
— Se eles contrataram uma escolta da guilda de aventureiros do Reino de Kranzel, podemos dizer que a identidade deles foi comprovada pela guilda. Então, está tudo bem, já que o destino deles é a região autônoma especial.
— Tem certeza disso?
— Não há problema, desde que o destino deles seja realmente aquele lugar. Mas não se esqueça de perguntar depois se eles realmente entraram na região autônoma especial, ok?
— Sim!
Khanna a usou para isso? Entendo, se eles têm um aventureiro como acompanhante, qualquer um pensaria que eles solicitaram um acompanhante na Guilda dos Aventureiros. Em outras palavras, a Guilda dos Aventureiros reconheceu que ela não é uma pessoa suspeita.
Isso não significa que ela tenha nos enganado, mas, como esperado, Khanna era exatamente como uma raposa astuta.
No final, nós quatro não fomos mais detidos e conseguimos atravessar a fronteira. Bem, acho que não há mais nada que possa ser feito.
Além disso, o fato de o destino ser uma região autônoma especial parecia ser outro motivo pelo qual fomos ignorados. Parece que a região autônoma é tratada como um país diferente dentro do Reino de Belios. Então, acho que eles simplesmente nos empurraram para eles.
Fran se vira para encarar Khanna quando eles já passaram uma pequena distância do posto de controle da fronteira. Enquanto Dianne e Shella estão verificando mapas e a uma distância tão grande dela.
— O pedido termina aqui.
— Sim. Muito obrigado por nos escoltar. E graças ao Urushi também, eu pude entrar no Reino de Belios mais cedo do que eu esperava.
— Nn. E ei?
— Há alguma coisa?
— A Dianne é uma amazona?
Na verdade, a Fran também estava curiosa sobre isso. Como eu, ela provavelmente não queria ser parada no posto de controle da fronteira por perguntar isso, então ficou quieta.
— … Isso mesmo. Mas você não vai se preocupar com minha identidade?
— Nn? Na verdade não?
— Eh?
— Os aventureiros não se importam com o passado.
Muitos aventureiros deixaram seu passado para trás. E é proibido bisbilhotar o passado deles por uma regra não escrita. Parecia que ela havia adquirido essa mentalidade ao passar algum tempo entre eles. Bem, afinal, ela também era indiferente ao seu passado.
— Mais do que isso, eu estava preocupado com ela.
— Você está preocupado com ela?
— Nn. A Dianne disse que era um cavaleiro e também se vestiu de cavaleiro.
No futuro, haveria outras pessoas que suspeitariam da identidade de Khanna. Fran estava genuinamente preocupada com Khanna. Afinal de contas, ela estava interessada nessa garota de personalidade forte.
— Aah, você quer dizer isso… Ela não é realmente minha serva, já que eu só a peguei emprestada do meu pai… No começo, eu tentei fazer com que ela se vestisse como uma aventureira, mas ela simplesmente odiou essa ideia.
Ela parecia ter um tremendo preconceito contra aventureiros, e eu não a culpo. É como pedir à Fran para fingir ser um gato azul. Ela se recusaria mesmo que isso significasse que ela morreria.
— Embora ela possa ser inflexível e de mente estreita, ela é bastante habilidosa. Afinal, é difícil encontrar uma garota com esse nível de força.
Até mesmo uma pessoa de personalidade difícil como a Dianne pode ser uma acompanhante valiosa, hein.
— E obrigada por ter ficado quieta no posto de controle da fronteira.
Khanna então inclinou sua cabeça profundamente mais uma vez. É verdade que se Fran a tivesse interrompido naquele momento, Khanna e os outros poderiam estar em uma situação difícil agora.
A desconfiança de Dianne e o fato de que ela só contratou Fran depois que eles cruzaram a fronteira. Não acho que ela tenha más intenções, mas eu só não queria que nos metêssemos em mais problemas.
— Não me importo com isso.
— Fufu. Tive muita sorte em conhecê-lo. Vamos nos encontrar novamente na próxima vez.
— Nn. Da mesma forma.