Magus Supremo Americana

Tradução: Silent Fitts

Revisão: Barão_de_Gomidd


Volume 2

Capítulo 88: Surpresa da Solus

Depois de entrar na casa, longe de olhares indiscretos, Lith fez uso de seu novo conhecimento como curador.

Ele usou o Revigoramento para localizar e consertar todos os danos ósseos, musculares e até dos discos intervertebrais acumulados no corpo de seus pais ao longo do tempo, devido ao trabalho árduo no campo e ao envelhecimento.

Ele também usou magia de nível quatro para não os deixar cansados por causa do tratamento, emprestando-lhes sua energia.

“O que?” Raaz se moveu, sentindo as mudanças sutis.”Sinto-me cheio de energia, e meus calos desapareceram. Parece que tenho vinte anos de novo!”

“Fico feliz em ouvir isso.” Lith respondeu abraçando seu pai. “Aprendi muito em apenas um mês. A academia mostrou como meus horizontes eram limitados. Ainda há muitas coisas que posso melhorar.”

Ele também fez uma verificação completa em Tista. Ela sempre esteve em forma como um violino, mas Lith nunca parava de se preocupar com ela.

Depois, eles falaram sobre seu exame simulado, do qual Lith deu uma descrição precisa, embora removendo o encontro com o Scorpicore.

Em vez disso, ele colocou ênfase particular em como desenvolveu um bom relacionamento com seus companheiros de equipe, e com Phloria em particular.

A versão adulterada da história tinha como objetivo evitar que eles se preocupassem com seu filho sozinho na academia. Lith a contou na esperança de ajudar a superar o sentimento de culpa de longo prazo que tinham por ele nunca ter tido nenhum amigo no passado.

Seus pais continuaram acreditando que ele havia passado a infância sozinho porque a família precisava de dinheiro e comida, forçando-o a se tornar um caçador primeiro e um curandeiro depois. Mas isso era apenas metade da verdade.

Ele não tinha quase nada em comum com mágicos adolescentes, muito menos com crianças pequenas. O trabalho sempre foi uma desculpa, para evitar qualquer risco desnecessário de estragar seu disfarce.

O papo foi bom, e depois de resolver o assunto com a família, Lith decidiu dar um passeio na floresta. Ele precisava de um tempo sozinho, não apenas para resolver seus sentimentos caóticos, mas também para tentar converter em verdadeira magia tudo o que havia aprendido na academia e em seus livros.

Sabendo que também poderia estar sob vigilância, ele caminhou em direção a sua clareira privada na floresta Trawn usando Life Vision, enquanto Solus esquadrinhava seus arredores com todos os sentidos à sua disposição.

– [“Além de nós e dos animais, não consigo encontrar mais nada.”]- Ela relatou.

-“O mesmo. Eu acredito que é possível para os homens da Rainha terem itens mágicos que escondam sua presença, mas eu duvido que eles possam evitar todos os nossos recursos combinados. Eu uso magia verdadeira, enquanto você, bem, me supera com o que você usa. Resumindo, acho que estamos seguros. Provavelmente eles foram enviados para ficar de olho nas ameaças externas, não em mim. “-

-[“Sim, mas é melhor prevenir do que remediar.”]- Solus fez sua primeira observação paranoica. -[“A propósito, você se lembra que antes do exame simulado eu falei sobre uma surpresa?”]-

-“É claro.”-

-[“Bem, é hora de revelar meu novo presente. Precisamos de um lugar especial, então preciso que você siga minhas instruções.”] –

Lith lançou seu feitiço de voo de turbilhonamento, movendo-se em um padrão irregular em direção ao destino que Solus o indicou. Ao mesmo tempo, os dois examinavam os arredores.

Segui-los em alta velocidade enquanto permanecia escondido deveria ser impossível. Eles logo alcançaram a parte interna da floresta, onde, meses antes, haviam ajudado os três reis contra o Wither.

Ainda era um terreno baldio, apenas a grama e as ervas daninhas haviam começado a crescer novamente.

– “Estamos livres. Não notei ninguém nos seguindo. Você escolheu esta zona porque não dá cobertura aos nossos perseguidores?”-

-[“Não, é porque é um dos poucos locais que podem servir ao nosso propósito. Graças ao meu senso de identidade, cada vez que recupero uma nova função, sempre sei como fazê-la funcionar. Este é especial e precisa de um local especial.”]-

-“O que há de tão bom neste lugar? É deprimente e mais morto do que Júlio César.”-

Solus riu.

-[“Você já se perguntou por que Wither se movia nessa direção toda vez que conseguia escapar?”]-

-“Normalmente eu diria que foi só desespero, mas aposto que você tem uma explicação melhor.”-

-[“Bingo! Eu percebi isso na primeira vez que viemos aqui, mas naquela época eu não conseguia entender nada disso. Você vê, com meu senso de mana eu não sou apenas capaz de diferenciar as pessoas, mas também as paisagens, isso porque o mundo está literalmente cheio de mana, e alguns lugares mais do que outros.

Durante nossas viagens, notei vários pontos onde a energia mundial era muito mais abundante do que o normal, e este é um deles. Acredito que Wither estava procurando por este lugar para sugar a enorme quantidade de energia mundial para sobreviver à luta. “]-

Solus se separou do dedo de Lith em sua forma usual de aranha, alcançando uma clareira a poucos metros de distância, antes de começar a cavar no chão.

Na frente de seus olhos espantados, uma pulsação azul iluminou a clareira. A cada batida, algo saía do solo. Era como assistir a um vídeo acelerado, onde se podia ver uma semente se transformar em uma flor em menos de dez segundos.

Mas no caso de Solus, a pequena pedra cresceu e se tornou uma torre.

Uma pequena torre demolida, para ser mais preciso.

Ela mal chegava a 10 metros de diâmetro, com uma única porta, frágil o suficiente para ser levada por uma forte rajada de vento. A torre só tinha o piso térreo e nem tinha telhado, os destroços cobriam seu topo, como se tivesse desabado sobre si mesma.

– “Isso é realmente uma surpresa.”- Mesmo assim, Lith ficou impressionado. -“Essa coisa vem com algum mecanismo de defesa? Se sim, onde quer que formos, sempre teremos um lugar para ficar, evitando humanos e animais.”-

-[“Em primeiro lugar, isso não é uma coisa, sou eu!”]-” Solus estava muito chateada por ser tratada como um objeto. -[“E sim, eu tenho mecanismos de defesa. Então, coloque sua bunda rude para dentro, para que eu possa ativá-los.”] –

Lith fez conforme as instruções, descobrindo que a estrutura interna era maior do que parecia por fora. À sua direita, havia um conjunto de escadas em ruínas subindo e outra que parecia descer desimpedida.

À sua frente havia uma única porta que conduzia a um quarto quase idêntico ao que Lith fizera construir em sua casa. No entanto, a cama era tamanho-rei com dossel, e o quarto tinha banheiro privativo, assim como seu quarto na academia.

“Deslocamento em massa?” Lith perguntou surpreso.

[“Sim.”] Pela primeira vez, ele podia ouvir a voz de Solus com seus ouvidos. [“Apenas parte desta forma existe em nosso plano, o resto está na dimensão de bolso. Mas…você gosta deste pedaço de casa longe de casa?”] Ela estava claramente ansiosa por um elogio.

“Muito, é uma réplica incrível. Eu não posso agradecer o suficiente por me dar um banheiro de verdade, isso significa o mundo para mim.”

Solus deu uma risadinha.

[“De nada. Mas esta não é a surpresa, apenas parte dela. Desça, por favor.”]

No porão havia mais duas salas, a primeira era uma cópia perfeita da sala de treinamento de forgemaster, até o último pequeno detalhe.

[“Eu fui capaz de reproduzir os laboratórios de poção e forgemaster, até mesmo o equipamento.”] Ela explicou. [“Mas não posso criar ingredientes ou consumíveis do nada. Algumas coisas só podemos comprar.”]

Lith abriu a gaveta que supostamente continha anéis e amuletos para encantar, mas assim como Solus havia anunciado, ela estava vazia.

“Não é um problema.” Ele respondeu. “Não há muito que eu possa fazer com meu conhecimento limitado. Felizmente, quando disse à professora Wanemyre que queria praticar sozinho, ela me deu alguns anéis e uma garrafa do líquido para desenhar círculos mágicos. Temos o suficiente para algumas tentativas de aplicar magia verdadeira em forgemastering.”

O único feitiço de Forgemaster que Lith viu foi aquele para realizar itens dimensionais. Ele desenhou os círculos e as runas com o máximo cuidado, não havia ninguém para ajudá-lo caso algo desse errado.

Quando terminou, ele colocou uma pedra no centro. Lith não esperava ter sucesso, seria suficiente apenas estudar o fluxo de mana para reproduzi-lo com magia verdadeira.

Então, em vez de cantar, ele usou o revigoramento para invocar a energia mundial e a enviou para preencher o círculo mágico. Foi fácil e não afetou suas reservas de mana, já que ele estava empregando energias externas.

Ao contrário da professora Wanemyre, ele não preencheu os círculos até a borda. Por ser um experimento, quanto menos energia melhor, sem mencionar que ele queria evitar a criação de anéis de nível superior depois de apenas um mês.

De acordo com os livros, era suficiente dar mana aos círculos até que o ar começasse a estalar para obter os objetos dimensionais das classes mais baixas.

Lith conhecia as treze runas e seus feitiços como a palma da mão, ele os havia executado inúmeras vezes durante as aulas e por conta própria.

Assim, lembrando o sentimento característico de cada uma, ele teceu os encantamentos das runas em rápida sucessão. Na mente dele, o desempenho de Wanemyre, embora excepcional, era como o de uma criança tocando piano, uma tecla de cada vez.

Lith estava convencido de que, para maximizar os efeitos, os diferentes feitiços deveriam se complementar e se integrar, como em uma sinfonia mágica.

E como o esperado, as runas subiram no ar uma após a outra, formando um anel perfeito ao redor da pedra em um piscar de olhos. Lith então começou a compactar a mana dentro das runas. Logo toda a energia estava envolvendo a pequena pedra, tentando infiltrar-se dentro dela.

Agora era o momento mais crítico, Lith teria que forçar a energia e a matéria a se fundirem. As coisas estavam indo bem, mas no fundo de sua cabeça havia um alarme constante de que algo estava errado.

De repente, a massa de energia implodiu, pulverizando a pedra. E apesar de não ter conseguido escapar, a mana selvagem ainda conseguiu queimar o círculo, deixando uma rachadura no chão.

[“Ai! Isso doeu!”] Solus disse.

“Desculpe, minha culpa.” Lith disse envergonhado por seu fracasso. “Alguma ideia do que deu errado?”

[“Imediatamente, posso inventar pelo menos oito erros que você cometeu.”] Ela realmente respondeu à pergunta retórica dele, deixando Lith admirado mais uma vez.



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