Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 1

Capítulo 47: O Início do Confronto

Gus caminhou na rua a passos apressados, ansioso pelo desejo da riqueza. Ultrapassando os corpos caídos, lançou-lhes um olhar rápido e seguiu em frente, considerando normal.

Ao avistar a casa, observou-a um tempo do lado de fora, analisando e considerando. Mesmo ansioso para alcançar o tesouro, seus instintos de mercenários funcionavam bem, eram anos de experiência; poderia entrar em perigo apenas pisando no lugar errado.

Lentamente, passou a porta e encarou o interior, sempre atento a sons estranhos. Ao aproximar das paredes esburacadas, tentou lembrar onde já viu isso. “É uma minhoca subterrânea, é claro, são ruins na luz; depois de ter quebrado a casa, fugiu.” Após uma breve busca, teve certeza do monstro ter ido embora.

Subindo até o segundo andar, os passos nas escadas de madeira produziam rangidos estridentes, ecoando na casa.

Entrando em todos os quartos, revistou detalhadamente, sem deixar nem poeira quieta. Finalmente, encontrou o cofre atrás de escombros de madeira, revelando um sorriso.

Ao agarrá-lo, tirou-o facilmente da sujeira e o ergueu perto da cabeça, balançou-o levemente e ouviu barulhos de pequenos objetos balançando.

Colocando-o de volta no chão, levantou o machado sobre a cabeça e acertou a porta do cofre. Juntando a força de um mutante e uma arma bestial, cortou o metal facilmente.

Pulando de alegria, olhou dentro. Em segundos, o sorriso paralisou, os punhos cerraram, e a raiva cresceu, chegando ao ponto de ranger os dentes.

Chutando o cofre, pedaços de madeira guardados dentro voaram no ar. As veias pulsavam no rosto, segurando seu machado fortemente, decidido a voltar e matar o mentiroso, dar um exemplo na frente da família.

Um passo em direção à saída, o acertaram na parte de trás da cabeça. O impacto forte, desorientando-o. Virou-se, balançando o machado, tentando acertar o responsável.

Confuso, não viu nada de perigoso. Desta vez, recebeu um na barriga, infelizmente a armadura o protegeu do dano e enfraqueceu o ataque.

Desconhecendo de onde vinham os ataques, correu até o canto e encostou as costas na parede, procurando desesperadamente um sinal do agressor.

Brevemente, tocou aonde o acertaram na cabeça. Um rastro de sangue caia, o ferimento havia sido superficial. Porém, sabia que se recebesse esse tipo de golpe, do tipo rápido e difícil de ser detectado repetidamente, perderia a consciência.

Parrado por um minuto, tava tranquilo. Caminhando até meio do quarto, cuidou ao redor e notou algo estranho: um buraco pequeno vindo da parede.

Pondo um dedo, sentiu estar quente. Alguns centímetros abaixo desse, um segundo buraco formou instantaneamente, perto demais. Uma bala de energia azul o atingiu diretamente no peito, empurrando-o para trás.

— Aaah! Quem diabos está fazendo isso? Eu vou te matar!

Enquanto soltava seus gritos histéricos e berrava, o som espalhou-se pela casa. San, apenas a uns quartos de distância, ouvia atentamente, considerando quando seria o próximo tiro.

Ao escutar Leo falar de um cofre cheio de jóias, reconheceu a mentira imediatamente; sabia o suficiente do amigo. “Se realmente achasse um tesouro, iria dar um jeito de esconder.”

Tendo certeza onde Gus ia, correu à frente, e evitando ser pego por surpresas. Realizou um mapeamento completo, decorou a casa.

De pé em um quarto, uma antiga sala de lazer, com jogos de sinuca, cartas e equipamentos destruídos no chão, olhava uma tela holográfica, mostrando o layout inteiro, incluindo a posição de Gus.

Mesmo tendo uma boa memória e confiando em sua audição, acertar outra pessoa com paredes o atrapalhando e sem qualquer dica seria impossível. Por isso, usou Sacro, que dizia perfeitamente, usando cálculos, onde seria a melhor posição e hora de disparar.

No mapa à sua frente, viu a si próprio e seu inimigo. Em vez de dar outro tiro, escolheu mudar de lugar. É arriscado uma pessoa tentar permanecer oculta e atacar simultaneamente; ficar parado é pior.

Abrindo a porta, andou no corredor, sempre observando uma versão miniatura do mapa à sua frente. Descendo ao primeiro andar, achou uma adega de vinho com todas as garrafas destruídas e líquido jogado no chão.

Nesse tempo, Gus saiu do quarto e procurava, chutando portas ignorando o barulho. Levantando o dedo, concentrou sua essência.

— 5 centímetros à esquerda. — Sacro deu uma dica e logo continuou. — Alvo movendo, processando, processando. De dois passos em frente e em um ângulo de 90 graus, atire.

Nem questionando ou duvidando, fez como instruído. Disparando um tiro de energia, atravessou facilmente o teto já danificado. Em segundos, ouviu um grito, raiva misturada à dor.

— Onde acertei?

— No pé direito, uma das áreas que muitas pessoas deixam baixa proteção. Independentemente de ter ossos resistentes, terá dificuldade de movimentação.

Sorrindo fracamente, mudou de lugar de novo, animado fazer de novo.

***

O corpo de Gus suava; ficando apavorado. Sem um minuto de descanso, recebia um tiro certeiro, mudava sua posição e recebia.

Já tentou procurar em todos os andares, salas, quartos e entulho de lixo avistado, só tomando um ataque em seguida. No início, achava os tiros fracos e aguentaria facilmente vários, mas após ter o corpo furado, implorava parar.

No primeiro andar, uma antiga biblioteca. Estava preparado, formou um plano no calor do momento e tinha esperança de dar certo. Usando sua experiência de anos entrando em situações perigosas, esperou.

Em instantes, ouviu o teto esfarelar; erguendo o machado, conseguiu pôr na frente do projétil de energia antes de o acertar. Prestes a comemorar, foi pego de surpresa quando, subitamente, mudou de direção no meio do caminho e atingiu seu peito.

Ajoelhando-se, desesperado. Foi o quarto acertando o mesmo lugar; sua resistência elevada atingiu o limite, ser acertado exatamente no ferimento repetidas vezes; uma hora ou outra, seria seu fim. Nem a armadura aguentou tantos danos e a tirou.

Claro, já teve a ideia de simplesmente correr a porta e fugir, e fez isso uma vez. A cinco metros, recebeu um tiro bem forte, acertando diretamente na sua garganta.

Tossindo sangue e a voz tornando rouca, decidiu afastar-se dali.

A esperança de sair vivo sumindo, gritou:

— Me desculpe! Eu imploro, só me deixe viver.

Nessa hora, Gus desistiu; seu maior desejo era fugir do inferno, seus olhos até lacrimejavam.

No entanto, escutou um rangido de madeira, um já ouvido anteriormente, ecoando na casa inteira. Entendendo na hora ser o da escada, uma animação selvagem tomou conta e correu com todas as forças.

Chegando, viu um vulto descendo ao primeiro andar. Abrindo um sorriso assustador, ergueu o machado e sem hesitar ou importar no cansaço, acertou a escada poucas vezes, impossibilitando qualquer um de subir.

— Oi? Pode aparecer; as coisas vão ficar divertidas.

***

Deitado dentro de uma banheira, San pensava: “Burro, burro. Tava indo bem, agora esse maluco sabe que tô no primeiro andar.” Pensando em um novo plano, escutou passos.

Por sua passagem no segundo andar estar obstruída e apressado, só entrou na primeira porta vista, sendo para o seu azar, um banheiro pequeno destinado aos criados. Os passos aproximavam, lentos, e risadas contidas, como se estivesse divertido enquanto fazia aquilo.

Torcendo para ignorar o banheiro, um silencioso tomou conta. Estranhando o motivo e indo levantar, a porta explodiu, quebrando a tranca e a madeira.

Dando uma olhada ao redor, Gus só via um banheiro sujo com uma torneira quebrada. Saindo de perto, procurou em outro lugar, enquanto falava:

— Amiguinhooo, cadê você? Tava tão animado.

A boca seca e suas mãos suando, San podia pular e gritar em voz alta de alegria. Deitado com o corpo encolhido e forçando para baixo na banheira, de algum jeito, passou despercebido.

Sussurrando e quase encostando a boca no relógio, perguntou:

— Quais as chances de eu continuar o atacando daquela forma?

— Muito baixas.

— E em uma luta?

— Dados insuficientes.

Pensando em cada possibilidade, considerou inúmeros planos, desde: Utilizar outras habilidades e lutar de frente, tentar subir as escadas destruídas, o emboscando e o pior, fugir.

Balançando a cabeça, recusou; tinha de terminar ali, sem sobrar para amanhã, onde estaria arriscando seu amigo. Tentando desacelerar seu coração, decidiu seu plano, odiando na hora.

***

A irritação aumentou, Gus pensava seriamente que sua presa fugiu. Isso o frustrava, estava ansioso para usar seu machado.

Animado, ouviu de novo um som causado por humano, passos leves de botas. Animado, entrou em uma sala espaçosa.

As paredes, iguais às de todo primeiro andar, exibiam buracos grandes, permitindo a luz do sol entrar e os móveis destruídos, somente madeira no chão ou vidro.

No meio da sala, um homem de costas. Magro, cabelo escuro e uma espada curvada.

Erguendo seu machado e indo atacar, o inimigo virou e deu para ver o seu rosto, onde, era coberto por uma máscara preta de dentes pontudos, em um sorriso assustador. Nos buracos dos olhos, completamente escuro, mesmo com a luz emitida.

Parando no meio do ataque, hesitou. Conhecia a máscara; na verdade, todas as pessoas da cidade, jornais, TV, rádio. Na época que o homem apareceu, só falavam nisso, do diabo que ri.

Suando frio, Gus sentia as costas ficando molhadas. Ainda que tenha feito somente uma aparição após anos, fez algo surpreendente: matar o filho do chefe dos guardas e conseguir fugir de um cerco o encurralando.

Tentando soar confiante, falou:

— Você é o cara que matou um garoto. O diabo.

— Vocês são péssimos em dar nomes. — Falando pela primeira vez, sua voz era diferente da de um humano. Rouca, sombria.

— O que quer de mim? Dizem ter matado o moleque por ser um merda torturador.

Inclinando a cabeça, respondeu:

— Você abandonou seus companheiros em um ninho.

Estremecendo, seu rosto mostrava medo. Manter a calma na frente de um assassino estranho era difícil.

— Os rumores são falsos, fiz de tudo para os ajudar, o zumbi de merda, espalhou rumores maldosos por medo de contar a verdade.

— Acredite, fiz minha investigação. — Deu um passo em frente. — Deixou amigos para trás, — outro passo. — traiu aqueles que te ajudaram.

Cada vez mais, o diabo aproximava, com seu modo de andar curvado, inclinando a cabeça e arrastando os pés de vez em quando.

Em uma posição perto o suficiente, puxou a espada e cortou visando a garganta. Acertou, mas de raspão, apenas um pequeno rastro de sangue.

Tentando recuperar do medo, preparou a luta; mesmo seus pelos arrepiando e querendo fugir, sabia que se desse as costas, seria morto na hora.

Esse era o plano de San, usar a máscara para dar medo. No início só trouxe o objeto de garantia; por sorte, vai servir ao seu propósito. Ao colocá-la no rosto, lembrou de uma frase de Leo. “Sabe o melhor jeito de estar em vantagem contra alguém? Tando faz a forma, faça seu inimigo o temer. Sempre funciona.”

Como o estilo da dança da serpente era livre de uma posição correta ou errada, e sim focava em acertar partes críticas, podia caminhar bizarro, e partiu para cima, cortando o melhor que pode.

***

Alguns quarteirões dali, Sônia cravava sua espada no último dos Hobgoblins. Sentando em cima de um deles, viu o céu, pensando: “É só? A maioria das bestas daqui tão em um nível alto; só posso nesses fraquinhos. Depois de acabar, vou para um lugar diferente, ficar forte.”

Levantando, limpou o sangue da sua cimitarra e andou na rua. Atrás, pilhas de cadáveres espalhavam, tantos de Hobgoblins, insetos gigantes e outras criaturas. Todos os golpes das suas mortes foram na garganta, rosto ou peito.

***

Longe, estava Mercer, responsável e líder dos mercenários, usando uma armadura de prata, cobrindo seu corpo e segurando um bastão cheio de espinhos feito de metal.

Atrás, a base dos mercenários abrigava boa parte da gente, seja mutante ou um cidadão comum.

À sua frente, um exército de monstros, só esperando um sinal do homem coberto por um manto. Os dois, de frente, se encarando e preparados para uma luta.

— Mercer, ainda está aqui. Pela nossa antiga amizade, posso pedir para sair da frente?

— Mark, não vou fazer isso. Entendo sua dor, mas matar os civis aqui é horrível, a Clarisse iria…

— Nunca fale o nome dela!! Foi você que deixou aquilo acontecer, encorajou meu filho a fugir da sua casa, explorar esse mundo sujo.

— Cada um tem seu caminho. Chega uma hora em que devemos deixar os jovens decidirem o que querem, longe dos pais.

— Para quê? Se machucarem, ficar triste, brigar, chorar? Vale a pena?

— A vida é assim. Choramos, rimos, brigamos, amamos. É um pacote, não dá para só pegar as partes boas.

— Então, imagino que tentará me impedir?

— Meu amigo, é uma certeza, eu irei.

***

Andando reunidos, o grupo liderado agora por Leo estava melhor, organizado e com mais gente, incluindo pessoas normais.

Ninguém ficava desocupado, ajudava, até se a pessoa nem soubesse usar uma arma. Seu objetivo tornou-se o hospital.

Leo, machucado e cansado, continuava na linha de frente, cuidando de tudo, junto aos mutantes. Na parte de trás, as pessoas comuns, incluindo suas irmãs.

Para evitar de um monstro aparecer e os emboscar por trás, colocou dois mutantes, formando um círculo que protegia perfeitamente.

Virando a cabeça e vendo suas irmãs ao lado de Garmir, com os rostos levemente calmos, abriu um sorriso discreto. Mesmo cansado, as dores no corpo e recuperando da traição, sentia-se alegre. Duas das três pessoas mais preciosas permaneciam a salvo. Só por isso já era motivo suficiente de sorrir.

Infelizmente, a alegria durou pouco. Levantando a mão em sinal de parar, percebeu o ar pesado.

Prepararam, armas em mãos e mentalidade positiva. Saindo de dentro de casas, ruas, becos e até de bueiros, monstros surgiram.

No grupo, havia Goblins, Gremlins, Kobolds, Gnolls, Bugbears e uma multidão. Juntando para atacar o grupo de humanos e alimentar.

Sem mostrar medo, Leo foi em frente e gritou:

— Ouçam! Quem se importa se eles são muitos? Nós também somos fortes, e iremos derrotá-los! Estamos perto do hospital, galera, só esse desafio.

Animados, foram para a batalha, superando o medo e focando em ajudar.



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