Generation Z Brasileira

Autor(a): Carlos Gabriel


Volume Único

Capítulo 2- O condomínio

   

    Enquanto Jason e Max seguiam caminhando, Jason começou a perceber que Max se sentia incomodado ou preocupado com algo, e analisando toda a situação em que se encontravam era normal ele se sentir assim, por isso, de certa forma Jason o entendia. Eles não tinham noção do que havia acontecido com suas famílias, mas só de pensar que eles poderiam estar seguros em uma das bases, já os confortava um pouco, mas parecia que a preocupação de Max ia um pouco além. Isso fez com que a caminhada se tornasse silenciosa e isso incomodou tanto Jason que ele não se segurou:

 

     - O que houve cara? O que o preocupa tanto?

 

    Max fixou um olhar triste e bem distante, então respondeu:

 

     - Minha namorada... Ela também estava sozinha em casa e ainda deve estar.

 

    Jason não falava a tanto tempo com Max que nem sabia que o mesmo tinha uma namorada.

 

     - É muita coisa para alguém ter que lidar sozinho, eu mesmo teria surtado se não tivesse te encontrado. - Disse Jason enquanto tocava o ombro de Max. - Ela com certeza está bem! Talvez ela não esteja sozinha como pensa.

 

    Max fez que “sim” com a cabeça e continuou andando, agora fixando seu olhar no chão.

 

     - VAMOS BUSCA-LA! - Gritou Jason.

 

     - O que? Mas... - Disse Max confuso. - Por que?

 

     - Poque eu sei que você pretendia fazer isso sozinho, arriscar sua vida sozinho... Você nunca muda. - respondeu Jason.

 

     - ... Você não pode arriscar sua vida também! Não precisa fazer isso! - disse Max tentando convencer Jason a não ir.

 

     - Eu posso e vou! - respondeu Jason. - A vida é minha e eu a arrisco quando eu quiser...

 

    Max ficou em silêncio por alguns segundos até que então concordou sem ter muita escolha. Eles poderiam acabar mortos, mas Jason estava decidido em ir junto.

 

     - Vamos encontrar um lugar pra ficar. - disse Jason. - Precisamos nos estabelecer e ficar seguro.

 

     - Vamos para o condomínio? - perguntou Max um pouco mais tranquilo.

 

     - Sim, nós vamos! - respondeu Jason.

 

    Quando eram mais novos, costumavam voltar juntos da escola e o assunto deles era sempre o mesmo, “o que fariam caso acontecesse um apocalipse zumbi”. Zumbis eram febres, não importa onde fossem, sempre havia alguém falando sobre, além das series, filmes e games. Então o objetivo deles em caso de um apocalipse zumbi, era se abrigar nesse condomínio.

 

    Próximo a casa de Max, havia um condomínio de casas com muros altos e seria um bom local para se manter seguro. Esse era agora seu destino, ir até o condomínio.

   

    Após 5 minutos de caminhada, eles chegam ao condomínio. Ele estava como o resto do setor, totalmente deserto. Max pulou o portão e por dentro ele abriu para que Jason entrasse. A primeira coisa que fizeram ao entrar, foi olhar a cabine do segurança e procurar por algo util.

 

    O segurança não havia deixado muita coisa para trás, apenas algumas pilhas, lanternas, água e uma barrinha de cereal. No canto da cabine, havia um “criado mudo” bem pequeno com uma gaveta que estava trancada e em cima havia um vaso de flores artificiais.

 

    Eles procuraram a chave por toda a cabine, mas nada de achar. Jason não parecia ter muito interesse em saber o que tinha na gaveta, mas, por desencargo de consciência resolveu abrir. Poderia ser que tivesse algo útil, e se não tivesse, não perderiam nada com isso. Max então pegou o “criado mudo” e o arremessou no chão algumas vezes, até que se quebrou e a gaveta abriu.

 

     - Temos sorte? - disse Max enquanto sorria e secava o suor de sua testa.

 

     - Acho que, só um pouco... - respondeu Jason.

 

    Dentro da gaveta havia uma pistola 9mm com 2 cartuchos cheios, como se nunca tivessem sido tocados, o que não surpreenderei já que o índice de criminalidade em marte era de 0%. Havia também uma arma de choque recarregável e uma barra de chocolate.

 

     - A barra é minha! - Gritou Jason enquanto pegava a barra e guardava em sua bolsa. - A 9mm é sua, até porque só você sabe usar uma.

 

     - Ah, droga... Tá! - disse Max um pouco decepcionado enquanto guardava a pistola.

 

    Em seguida Jason volta até a cabine e pega um porrete que estava jogado na cabine, depois seguem condomínio a dentro. Começaram a procurar por água e comida nas casas. Em algumas horas, haviam recolhido tudo que acharam e levaram para uma das casas mais próximas do portão do condomínio, onde provavelmente iriam se estabelecer.

 

    Fizeram a conta de tudo o que encontraram e se racionasse, teriam água e comida por alguns meses, além de serem convictos de que os mercados ainda não haviam sido saqueados. Uma coisa que Jason e Max perceberam, foi que ainda havia energia elétrica e não sabiam por quanto tempo ainda teria.

 

    Após se estabelecerem, Jason foi tomar um banho, na tentativa de relaxar e tirar toda aquela tensão que havia tomado seu corpo, mas ainda não conseguia parar de pensar em como iriam buscar a namorada de Max. Ela morava no setor 2 e eles moravam no setor 4, não era muito longe, mas a pé demoraria horas ou dias. A maneira mais rápida seria de carro, e esse era o problema. Onde encontrariam um?

 

    Quando Jason terminou o banho, procurou por Max e não o encontrou em lugar algum, até que o viu sentado no telhado da casa olhando fixamente para o céu, então Jason foi até ele e se sentou ao seu lado. Antes que dissesse qualquer coisa, Max disse:

 

     - Onde você acha que ele pode estar?

 

     - Quem? O Cast? - perguntou Jason.

 

     - Sim, onde acha que ele está? - disse Max.

 

     - Ele sempre dizia que iria para o setor 1 quando falávamos em apocalipse zumbi. - respondeu Jason enquanto abria uma garrafa de água. - Segundo ele, a base que tem lá é a mais segura e armada... Talvez ele tenha ido para lá.

 

    Então Max voltou seus olhos novamente para o céu, ainda mais pensativo do que antes.

 

    Cast, era um dos amigos de Jason e Max que também conversava com eles sobre o apocalipse e um amigo que nenhum dos 2 tinham notícias a um bom tempo.

 

    Rapidamente aquele dia se passou e um novo dia iria começar. Max ficou de vigia durante a madrugada e ao início do amanhecer, Jason trocaria com ele.

 

    Jason se deitou no quarto onde ficava a janela que ficava de frente para o telhado onde estavam. Demorou um bom tempo para dormir e quando conseguiu, acabou tendo um sonho. Nele, todos quem conhecia estavam sendo devorados e ele não podia fazer nada, pois não conseguia se mover independente do quanto tentasse e tinha que assistir tudo aquilo, no fim ele era o único que restava vivo. Jason acordou no susto, olhou para seu relógio de pulso e ainda era madrugada. Olhou para o telhado e Max ainda estava lá sentado, então Jason foi até ele e se sentou ao seu lado.

 

     - Pode ir dormir, se quiser. - disse Jason ainda assustado com o sonho.

 

     - Bem que eu queria, mas estou sem sono nenhum! - disse Max.

 

    Jason entendeu, e então eles ficaram lá sentados esperando o dia amanhecer.

 

    O tempo passou tão rápido que quando Jason se deu conta, já era de manhã e Max havia cochilado ali ao seu lado no telhado. As coisas estavam tranquilas até que Jason começa a ouvir gritos vindos de fora do condomínio, tão altos que quase acordou Max, que pulou de susto.

 

     - O que foi isso? - perguntou Max.

 

     - Não sei, veio lá de fora! - respondeu Jason assustado. - Parece grito de mulher.

 

     - Ai, merda... - disse Max enquanto se levantava rapidamente.

 

    Os dois desceram rápido do telhado e correram em direção o portão, mas não havia ninguém lá, até que:

 

     - JASON, OLHA ISSO! - gritou Max.



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