Livro 4
Capítulo 574: Nosso Acordo
No Quarto Pico, o status de Meng Hao fez com que suas palavras fossem a vontade do céu. O discípulo da Seita Interna assentiu com a cabeça, fez uma marca na jade, depois apertou as mãos e saiu.
Tudo aconteceu tão rapidamente que a jovem ficou de pé, perdida. Nem percebeu quando Meng Hao a agarrou pelo braço.
Isso pareceu acordá-la.
— Ei… Ei, o que você está fazendo? — disse, seus olhos se arregalando. Um olhar de terror apareceu dentro deles quando de repente se lembrou quem era essa pessoa, e as histórias que ouvira contar sobre ele dentro da seita. Estava prestes a lutar contra, quando ele passou os braços em volta dela e voou para o ar.
Enquanto Meng Hao sobrevoava o Quarto Pico, os discípulos que olhavam para vê-lo segurando a jovem tinham expressões estranhas em seus rostos. Muitos deles se entreolharam consternados.
— Quem é que o Jovem Patriarca está segurando?
— Nunca a vi antes. De suas vestes, parece ser uma discípula da Seita Externa.
— De jeito nenhum! Ele estava tão pacífico hoje cedo. O céu nem está escuro e já voltou ao seu antigo eu?
Enquanto isso, no ar acima do Quarto Pico.
— Coloque-me no chão! — disse a jovem, com o rosto vermelho. Um olhar de raiva apareceu em seus olhos. Continuou a lutar contra Meng Hao, mas ele parecia não ter intenção de libertá-la. Ela só podia olhar para seu rosto, a centímetros do dela, sua fúria ficando cada vez mais intensa.
Quando os dois finalmente desembarcaram fora da caverna do Imortal, a mulher abriu a boca e mordeu violentamente o braço dele. Ele olhou para ela por um momento, sorriu e soltou-a.
— Você vai praticar o cultivo aqui por um tempo — disse com um sorriso, dando-lhe um olhar profundo. — Levará apenas alguns dias para você perceber quem sou.
— Você é o irmão mais velho do Quarto Pico, Aprendiz de elite da seita! Não me diga que lhe dá o direito de humilhar arbitrariamente outros discípulos! — A mulher recuou, olhando para Meng Hao com raiva.
— Fui um aprendiz de elite ontem, não hoje — disse, rindo. Com isso, sentou-se de pernas cruzadas e olhou para a jovem.
Isso a deixou ainda mais irritada. Mas então, pensou em seu status e nas histórias que ouvira e começou a tremer. E recuou ainda mais, colocando-se ainda mais em guarda.
Ela tinha ouvido muitas histórias sobre essa pessoa. Qualquer um delas foi o suficiente para fazer com que um discípulo da Seita Externa tremesse de terror.
Tempo passou. Logo foi noite e depois meia-noite. Estrelas brilhavam e ficavam lá em cima. Eram vagas no começo, mas rapidamente se tornaram claras e brilhantes.
Talvez fosse por causa do vento gelado da noite ou do estado de pânico da jovem. De qualquer forma, encolheu-se em um canto contra a parede de pedra, parecendo bastante indefesa.
Meng Hao olhou para ela e depois se levantou.
— Não se mexa! — gritou, de repente ficando ainda mais nervosa. Ignorando suas exigências, Meng Hao se aproximou dela, retirou uma peça de roupa de sua mochila e gentilmente a colocou sobre ela.
A suavidade de seu movimento a fez ficar boquiaberta de surpresa.
Ele sorriu, voltou para onde estava sentado antes e continuou a meditar.
A mulher o olhou em silêncio, sua expressão de confusão e dúvida. Ainda mais confusos foram os discípulos do quarto pico que haviam se escondido na área para assistir o que aconteceria.
Eles estavam todos sussurrando curiosamente sobre sua ação compassiva agora.
Outra pessoa que estava completamente confusa era Ke Yunhai.
— O garoto realmente mudou de personalidade? — murmurou espantado.
Nenhuma palavra foi trocada durante a noite inteira.
A jovem ficou incrivelmente nervosa o tempo todo. Não ousou meditar nem fechar os olhos. Estava com muito medo do que temia que pudesse acontecer se o fizesse.
No entanto, seu nervosismo, com a exaustão de subir a montanha durante o teste anterior, fez com que inconscientemente adormecesse.
Quando os primeiros raios de luz do amanhecer tocaram seu rosto, seus cílios tremeluziram e lentamente abriu os olhos. Então começou a tremer. E rapidamente se levantou, fazendo com que as duas vestes que tinham sido colocadas em cima dela caíssem no chão.
As vestes eram grossas e obviamente estavam bem quentes.
Uma delas havia sido colocado nela por Meng Hao quando estava acordada. Quanto a outra, ele a cobriu depois que adormeceu.
Bem na frente dela havia uma pequena bola de fogo que emanava pulsos de calor. O calor foi preenchido com o poder do Céu e da Terra, e aliviou um pouco da exaustão que encheu seu corpo.
Vendo isso, a mulher ficou espantada e olhou para Meng Hao.
Ele estava descendo alguns degraus de pedra na montanha, algumas frutas na mão. Estas eram frutos espirituais, algo que os discípulos da Seita Externa não tinham qualificação para desfrutar. Somente os Aprendizes de Elite poderiam ter acesso a elas.
Meng Hao colocou uma na frente da jovem.
Sua expressão era complexa. Depois de ter uma noite de descanso, parecia ter chegado a um acordo com sua situação atual. Ainda se sentia apreensiva, embora não tivesse certeza de como atraiu a atenção daquele Jovem Patriarca. Ela também não sabia por que havia mudado todo o seu destino com essa única frase.
— Experimente os frutos espirituais — disse, colocando um em sua boca. — O sabor é incrível. — Entregou outro para ela.
Ela hesitou por um momento, depois aceitou e mordeu uma das frutas. De repente, seus olhos começaram a brilhar e, quando apertou os olhos, pareciam duas luas crescentes.
— Bom — perguntou Meng Hao com um sorriso.
O rosto da jovem corou e assentiu.
— A Seita Externa é bastante caótica — continuou, olhando para o céu. — Vou ajudá-la a pagar as dívidas que deve.
A mão da jovem parou no ar, agarrando-se a uma Fruta Espiritual. Inclinou a cabeça, sem dizer nada em resposta.
— Aqueles discípulos da Seita Externa que tem te tratado mal já foram resolvidos — continuou suavemente.
O corpo da jovem tremeu ligeiramente. Depois de um longo momento, olhou para Meng Hao, quase atordoada.
— Por quê? — perguntou. — Por que você está me tratando assim? Sou apenas uma Discípula da Seita Externa e você é… Por quê?
Meng Hao balançou a cabeça, mas não disse nada.
— É por causa de Xu Qing? Quem é ela? — perguntou a jovem. Levantou-se e olhou para ele, seu olhar cheio de teimosia. Queria saber a resposta.
Meng Hao ficou quieto por um momento. Hoje foi o terceiro dia e, a menos que algo imprevisto tenha ocorrido, Xu Qing deveria acordar em breve. Então essa jovem mulher desapareceria. Afinal de contas… já tinha morrido há muito tempo.
Vendo o olhar em seus olhos, os olhos de Meng Hao lentamente ficaram vazios, como se estivesse recordando o passado. Em sua mente, viu os eventos fora da caverna do Renascimento, o assassinato de Ji Hongdong e as lágrimas de Xu Qing. Se viu levantando a mão para limpá-los. Ouviu aquelas vozes de anos atrás.
— Estamos a salvo agora. Ninguém saberá seu segredo.
— Meng Hao. Vamos nos ver… de novo?
— Não chore. Há um longo caminho pela frente. Quem sabe quando é que nos encontraremos novamente?
Meng Hao ainda se lembrava de como estava prestes a se virar naquele dia, quando um corpo quente e flexível o abraçou por trás.
— Eu vou esperar por você.
A voz de Xu Qing, cheia de determinação, era forte o suficiente para durar vidas passadas, presentes e futuras.
— Você poderia pensar em Xu Qing como sua próxima vida”, Meng Hao disse suavemente. — Em relação a nós dois… temos um acordo para nos encontrarmos na próxima vida.
Nota do Er Gen: Este capítulo é curto por mil caracteres, porque sinto que para este capítulo, tem a quantidade certa. Se eu me forçar a escrever mais, tenho medo de perder seu charme.