Volume 1
Capítulo 12: O Primeiro Passo — O Segredo do Verdadeiro Perdão (3)
O silêncio pode ser tanto um alívio quanto um fardo.
Tanto Rina, quanto eu, permanecíamos calados. Porém, nos entreolhavamos em alguns períodos de tempo.
"Deveria falar alguma coisa?" Pensava a todo momento. A nossa relação tinha evoluído um pouco, pelo menos, era o que eu pensava. No entanto ficava difícil de entender o quanto havia crescido. Rina é uma pessoa muito timída e difícil de entender, por isso, tinha medo de dar um passo maior que a própria perna
Entretanto, assim como havia aprendido há algum tempo atrás, entendia que dar o primeiro passo era necessário. Como uma ponte que nos liga as pessoas. Então se Rina não faria, eu mesmo teria que tomar a iniciativa
— Ri-
— Uuhuh... uhh...
A garota tentava formular alguma frase. Sua expressão era honesta, mas ao mesmo tempo séria. Como se ela estivesse realmente convicta de alguma coisa. Aquela foi a primeira vez que vi Rina fazer aquela cara. Um olhar invencível, um rosto irredutível.
— Aaaghaa... auahaa...
Rina apontava para o pequeno caderno de anotações que estava em cima de sua mesa. Era um caderno simples de cor cinza-azulado.
No entanto, infelizmente, sua condição ainda a atrapalhava. E sua voz era impedida de chegar até mim.
— O que foi Rina? — Perguntei confuso
— [!!!]
Porém, não era como há algum tempo atrás...
A garota que outrora era impedida de agir devido sua condição, buscou superá-la naquele momento.
Rina segurou o pequeno caderno com as mãos e buscou em sua mochila uma pequena caneta cor de rosa. Parecia ser o tipo de caneta fofa que garotas da idade de Rina usavam. No entanto, a caneta era adornada com pequenos detalhes em branco.
— ?
Rina pareceu não notar a dúvida em meu rosto. Ou talvez apenas estava ocupada de mais para se importar. Colocando a pequena caneta entre seus lábios delicados, Rina mordiscou o bocal e puxou instaneamente, deixando a ponta amostra.
Com suas mãos nuas e macias, Rina pegou na base e segurou de modo que a mesma não escapasse. Logo após isso, começou a movimentar sua mão de modo a alimentar a caneta — a investindo contra a folha branca. Parecia que a caneta não queria funcionar a príncipio, porém, a insaciável e persistente garota não estava de brincadeira. Com um olhar apaixonante ela puxou a tímida caneta em direção aos seus lábios rosados e deu as boas vindas com o que parecia ser um beijo atrapalhado. Foi quando notei a mesma assoprando delicadamente a cabeça. Parecendo tentar instigar a caneta a funcionar.
Provavelmente, teria sido o suficiente. Mas a determinada Rina parecendo não se satisfazer com tão pouco puxou a caneta entre as suas delicadas mãos e, com um movimento rápido e forte, começou a esfregar a caneta com força e empenho; utilizando as duas mãos ao mesmo tempo para não apenas alimentar a ponta, mas sim toda a haste.
Esfrega
Esfrega
Esfrega
A impiedosa Rina atacava a pobre caneta sem nenhuma misericórdia. Não havia como ela aguentar aquilo
[♡]
Rina pareceu entender que ela já estava pronta pra isso. E finalmente deu o golpe derradeiro...
*Riiic* *Riiic* *Riiic*
A caneta pareceu finalmente responder a seus cumprimentos.
A tinta escorreu dá ponta até o papel. Rina, então, começou a finalmente a escrever algumas palavras na folha.
[!]
Entretanto, me surpreendi quando a mesma escondeu o caderno de mim. Como se não quisesse que eu lesse o que ela escrevia. Foi quando percebi que talvez eu estivesse sendo grosseiro de mais. Afinal, querendo ou não, eu não era próximo ainda o suficiente para agir de tal modo.
— Perdão. Acho que fui grosseiro
— [...?] [?!] [!!]
Era um tanto difícil de entender a expressão de Rina. Mas como ela movimentou o rosto de um lado para o outro, era como se ela quisesse me dizer que não era isso.
— Então....
— [....]
Rina voltou a escrever no caderno. O som da caneta em contanto com a página era a única coisa que enchia a sala do clube. Depois de alguns segundos, esse único barulho sumiu. Dando lugar a pequena garota. Ela pareceu dar uma pequena olhada no que havia escrito e isso foi o suficiente para seu rosto se avermelhar como um tomate e Rina acabou escondeu metade dele com o próprio caderno que segurava firmemente com um escudo de proteção entre mim e ela.
— Rina...
— [...]
—...Você quer me mostrar?
— [!!!]
— [...!!!!!]
Rina pareceu juntar toda sua coragem para mostrar para mim o que tanto guardava. Seria essas as palavras que tanto queria me dizer esse tempo todo? O que seu coração desejou desde o início? Tudo naquele instante se tornou tão claro e evidente quanto a luz do sol.
— Então... era isso...
A frase "Você quer ser meu amigo?" Estava no meio daquela folha de caderno.
Uma frase que é tão simples para outras pessoas, mas que para a nossa situação era tão significativa. Seria aquela a recompensa pelo meu esforço? Era irrelevante saber disso.
A única coisa que me importava naquele momento, era responder a garota da minha frente
—...Mas é claro! Se eu for merecedor de tal alegria...
— [!!!!!!!]
De maneira tão natural...
...Rina em um salto, me deu um forte abraço. Seu caderno acabou caindo de suas mãos
Em um outro momento, em um outro instante, eu poderia apenas achar aquilo um absurdo. Afinal foi uma surpresa que eu não esperaria jamais.
No entanto, naquele momento, aquilo sequer passava pela minha cabeça.
A garota escondia seu rosto em meu peito. Como se não desejasse que eu visse seu rosto.
Já eu, desejava que ela não olhasse para cima. Para que ela não visse o meu
Rina havia sido tão corajosa naquele momento. Não esperava nem em meus sonhos que ela poderia ser tão 'agressiva'. Como um homem, não poderia ignorar seus sentimentos
— Rina...
A recebendo em meus braços, busquei voltar a garota em um abraço...
...A aceitando finalmente.
Notas do Autor: Todas as Ilustrações dessa novel são feitas por IA. Comentem e façam teorias, leio e respondo todos os comentários
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