Volume 1
Capítulo 10: O Primeiro Passo — O Segredo do Verdadeiro Perdão
Depois de algum tempo, a porta finalmente se abriu. Lá estava Yuji com uma cara de alívio. Não apenas ele de fato. Tanto Rina quanto eu ficamos surpreendemente felizes em ver o rosto de Yuji. Talvez essa tenha sido a primeira vez que isso aconteceu.
— Oh?! Eu estou atrapalhando? Rsrs...
— Hã? Do que você está falando idio-?
Foi quando finalmente notei a situação: Rina e eu estavámos quase que abraçados ali. Meus olhos então se voltaram aos dela e vi que suas bochechas brancas e delicados agora tinha um rubor vermelho. Penso que Rina tinha quase a mesma visão, afinal meu rosto também ficou em chamas naquele momento. Apesar que toda essa situação não demorou mais que cinco segundos.
Meu reflexo me fez separar de Rina e ficar em pé quase que imediatamente. Já Rina apenas continuou agachada escondendo seu rosto com o meu terno. Ela parecia bem fofa para mim naquele momento. Eu gostaria de ter olhado um pouco mais para o seu rosto, no entanto, não era nada confortável ficar sendo observado por Yuji com aquela cara de paspalho dele. Ele estava com um sorrisinho muito irritante.
— N-não é nada! V-vamos!
Aos pouco, Rina pareceu juntar forças para se levantar. Ela começou a andar em direção as escadas junto de mim e de Yuji. Yuji parecia curioso sobre algo, fazendo aquela cara de como que queria falar comigo o mais rápido possível, mas ter Rina atrás de nós atrapalhava isso. Eu poderia apenas ignorar a curiosidade de seus olhos, mas decidi apenas murmurar para ele.
— Por que...você... demorou tanto...? Quer que nós...peguemos um resfriado...?
Yuji pareceu refletir sobre a minha pergunta por alguns segundos, antes que finalmente entendesse a minha indagação. Estava me referindo sobre a sua demora em nos ajudar. Afinal, era meio óbvio que o ideal seria deixar isso para outro dia.
— Não deu... a porta emperrou... de verdade... por isso, que... demorou tanto...
— O quê? Que azar...
— Aquela porta já está... bem velha por sinal... mas, eu realmente não esperava... que isso podia acontecer... — Explicou, Yuji. —...eu realmente fiquei empenhado... mas, ela não abria por nada...
— [...]
As palavras de Yuji, no entanto, me faziam ficar em dúvida. Afinal, nós ficamos bem pertos da porta e eu não escutei barulho algum. Provavelmente Rina também não. Se alguém estivesse tão empenhafo em abrir aquela maçaneta não deveria ter feito algum barulho? No entanto, a chuva talvez pudesse ter atrapalhado de escutarmos alguma coisa. Sim, isso fazia certo sentido para mim, apesar de não matar a minha curiosidade
— Mas... e então...? Você conseguiu... se resolver com Rina...?
— Bem...
Eu ainda não tinha certeza. A forma como Rina havia me aceitado naquele momento me fez achar que sim, mas minha mente ainda me enchia de dúvidas. "E se ela não aparecer no clube amanhã?" "E se eu nunca mais tiver outra oportunidade de falar com ela?" Perguntas como essas apareciam uma após outra sem parar. Sentia-me um pouco nausiado, e Rina provavelmente sentia o mesmo que eu.
— Ainda não...
Parei de descer as escadas e esperei até que Rina chegasse até mim. Rina pareceu perceber que eu parei visto que ela diminuiu a velocidade de seus passos, como se entendera minha intenção. Os nossos olhos então se encontraram mais uma vez. Ambos — Rina e eu — estavámos encabulados, porém, eu estava decidido a falar uma última coisa para ela.
— Rina...
— [!!!]
Movi minha cabeça para o lado de sua cabeça. Estendi meu braço esquerdo até seu ombro direito e o segurei firmemente. Sua roupa estava molhada. Ela parecia estar com frio, então decidi que deveria ser o mais breve possível. Movi meus lábios até seu ouvido direito, tentei o máximo que pude segurar minha respiração, mas ela ainda pareceu sentir um pouco de cócegas visto que soltou um breve gemido. Também busquei não falar muito alto, não apenas para não incomodá-la, mas também para que Yuji não escutasse. Então, tomei coragem e falei o que precisava dizer
—...Me desculpe... Eu fui um...grande idiota...
— [...]
—...Mas, por favor, volte para o clube... as garotas... elas estão realmente preocupadas... com você...
Assim que terminei, voltei a descer as escadas. Claro que um pouco mais rápido dessa vez, afinal estava muito encabulado. Afinal, nunca fui do tipo de pessoa que toma decisões tão... ofensivas. Sempre fui do tipo que deixa os problemas se resolverem sozinho, então, talvez aquela tenha sido a primeira vez que agi totalmente diferente de mim mesmo. Por mais que me sentisse envergonhado, no entanto, também tinha um sentimento estranho de liberdade. Era estranho, mas libertador. Como se eu tivesse feito o que era possível e o que estava ao meu alcance.
— E-ei! O que foi isso?! — Exclamou, Yuji.
— C-cale a boca! Eu vou te quebrar idiota!
— Mas eu não fiz nada!!
Descendo as escadas não olhei para ver a reação de Rina. Provavelmente, ela ficou parada ali mais um tempo. Afinal, não escutei mais o barulho de seus passos. No entanto, se fosse para chutar a reação dela...
...ela provavelmente estava como eu. Sem nem onde meter a cabeça
***
"Urgh, e agora? Como irei olhar no rosto delas?"
Já foi uma saco lidar com Yuji ontem. Ele não parava de falar sobre como aquilo pareceu uma declaração para ele. Quando percebi que não importava o que eu falasse ele não calava a boca, eu simplesmente só concordei com tudo. Agora á pouco Yuji pediu para ser o padrinho do meu casamento e isso quase me fez jogar ele pela janela.
Não bastando isso, agora teria que lidar com as garotas do clube mais uma vez. A presidente disse que eu não deveria voltar até trazer Rina de volta, mas infelizmente acho que eu falhei em minha missão. Não posso ficar faltando mais ao clube, pois notei que Yoshiko-sensei estava suspeitando de mim. Provavelmente irei receber um olhar mortal das garotas, porém, acho que fiz tudo que podia. Por alguma razão, dessa vez me sinto mais tranquilo comigo mesmo.
Ao colocar a mão direita sobre a porta, respirei um pouco e a abri calmamente — tentando mostrar alguma naturalidade. No entanto, era mais fácil falar do que fazer e eu consigo sentir claramente o meu nervosismo visto o suor frio presente na palma da minha mão e como os meus dedos não conseguem se manter estáveis
— B-boa Tarde!
Quando olhei para dentro da sala do clube, de primeira, pensei que não havia ninguém ali dentro. Quase que instatanêamente veio o sentimento de vergonha e até mesmo o desejo de sair dali o mais rápido possível. Entretanto, uma voz ecoou da sala até meus ouvidos. Uma voz fria, assustadora, mas irreconhécivel.
— Então, vocês dois voltaram finalmente...
A voz me levou mais uma vez até a janela onde a figura de Haruka-senpai repousava. Seu olhar se voltava para mim, mas não era fixo. Quase como se olhasse atráves de mim. Ela sempre me deu essa sensação mais parecia diferente dessa vez. Foi quando notei...
"Vocês dois?"
Meu reflexo me fez olhar de relance para trás de mim.
E lá está
A garota de cabelos laranjas
Suas bochechas estão sutilmente rosadas e sua respiração parece um pouco alterada. Ela está cruzando os dedos das suas mãos enquanto mexe seus olhos de um lado para o outro. Suas orelhas também parecem um pouco avermelhadas e suas pernas mal parecem conseguir se manter equilibradas.
A luz que vem da janela quebrada quase que faz o cabelo de Rina reluzir magicamente. Tornando esse pequeno momento — especial — de várias maneiras. Sua pele branca sendo tocada pela luz do sol quase que me faz ficar fascinado pela beleza da garota. O calor da tarde faz com que eu me sinta um pouco quente nesse instante. Momentos como esse me fazem lembrar do porquê dela ser tão popular entre os garotos de minha idade, mesmo que ela não fale nada.
A garota está com meu terno dobrado em mãos. Normalmente, devido a escolar ser de um escalão mais alto é normal que tenhamos mais de um uniforme. Então, quase que nem me lembrei dele. No entanto, o terno que Rina trouxe parece estar seco e lavado, além de dobrado. Talvez isso seja algo normal a se fazer mais... ainda sim, fico feliz por algum motivo. Acho que realmente eu acabei a julgando de maneira errônea afinal de contas.
Eu poderia perguntar o motivo dela estar ali, questionar o porquê dela veio... mas, por alguma razão, sinto que isso não importa naquele momento. Eu apenas quero fazer o que acho justo nesse momento. Todo o resto é simplesmente desnecessário, pelo menos, naquela situação onde nos encontrávamos.
— É verdade. Bom, finalmente estamos aqui... então, Rina-san... vamos entrar? — Disse, sorrindo genuínamente. — Não podemos deixá-la esperando mais certo?
— [!]
A porta estava ali, ou melhor, ela sempre esteve ali. A oportunidade sempre existiu. Então, nem pestanejei ao decidi dar o primeiro passo e entrar na sala do clube. Rina, a garota que parecia tão nervosa e instável apenas alguns segundo atrás também não demorou para fazer o mesmo.
Notas do Autor: Todas as Ilustrações dessa novel são feitas por IA. Comentem e façam teorias, leio e respondo todos os comentários
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