Volume 8

Capítulo 155: Dragão e Wyvern

Quando o demonizado Askewell o atirou para longe, Rudel cortou o interior de sua boca. Com sangue escorrendo, ele olhou para a besta vindo em sua direção enquanto se levantava.

— Agora, isso é problemático.

Ele foi jogado para onde os soldados imperiais estavam em formação.

Por esse motivo, o impacto derrubou os soldados e, ao redor dele, as tropas o cercaram para impedi-lo de escapar, mas... ele percebeu pelos rostos que os homens estavam confusos com a transformação de Askewell.

Livrando-se das restrições de seus próprios subordinados, ele os empurrou para o lado.

— Pelo que posso ver, ele está consciente.

Olhando nos olhos de Askewell, além da malícia em relação a Rudel, parecia que havia algum tipo de consciência dentro deles.

— Vou descobrir se tentar.

Assumindo sua postura, ele atacou o príncipe.

Ao contrário de antes, Askewell balançou violentamente a lança para derrubar a espada de Rudel.

Determinando que mesmo com a força do cavaleiro branco ele perderia em uma batalha de força pura, Rudel circulou atrás dele.

Ele poderia circular em um piscar de olhos. Era fácil para ele chegar as costas de Askewell, mas...

— Isto é...

Ele ouviu o som de metal colidindo.

Rudel tinha sem dúvidas abaixado sua espada no ponto que mirou. A nuca do outro homem.

Imediatamente pulando para trás, ele evitou a lança de Askewell que veio com o mesmo movimento quando ele virou o rosto. O impacto trouxe baixas aos soldados ao seu redor.

Aquela armadura de pele endurecida era quase como metal. Mesmo assim, ela não parecia estar obstruindo seus movimentos.

Askewell olhou para Rudel, abrindo a boca de forma indiferente:

— Isso é tudo que você tem? Nesse caso, não demorará muito para que eu o mate e continue a marcha. Com esse poder, não será só esta região. Podemos penetrar profundamente no Reino de Courtois. Podemos fazer todo o caminho até a capital.

Ele continuaria a marcha, faria todo o caminho até a capital, disse Askewell e riu.

"Entendo, ele é incapaz de tomar decisões racionais."

Quando Rudel deu o veredicto, Askewell tomou uma posição com sua lança.

— Para onde foi todo aquele vigor, dragoon!

Chutando o chão, Askewell se aproximou dele.

Rudel disparou um raio de luz em sua direção. Embora o tenha atingido de frente e explodido, não teve nenhum efeito visível no ataque de Askewell.

— Se até mesmo a magia for ineficaz, isso vai ser problemático.

Enquanto exibia o poder do cavaleiro branco, Rudel estava sendo superado. Contra um inimigo cujo poder estava agora em outro plano, Rudel usou sua mente para pensar em meios de neutralizá-lo.

"Muito bem, eu não posso ignorá-lo, mas..."

Mas uma parte dele se lembrou de seus dias de estudante. Ele começou lutando contra Aleist, na época um inimigo em outro plano, e se esforçou de maneiras malucas.

"... comparado a isso, eu não estou tão ruim agora."

E agora, as coisas de que ele era capaz de fazer aumentaram.

Com Askewell vindo direto para ele, Rudel fechou os olhos. Ele desfez sua postura e, sem oferecer qualquer resistência, a ponta da lança de Askewell estava se fechando em seu rosto.

— Desistiu!?

Havia um pouco de raiva na voz de Askewell. Talvez ele tenha ficado desapontado com Rudel por desistir após chegar tão longe. Mas Rudel abriu os olhos de repente.

— Desculpe, mas... eu nunca soube quando desistir.

Quando ele abriu os olhos, sua íris azul tinha ficado vermelha. Ele estava usando seus olhos mágicos.

A armadura de Rudel veio do javali negro.

Os olhos de Rudel do pássaro louco.

Eles os haviam deixado para o rapaz lutar contra o destino.

Sentindo o tempo ao seu redor passar lentamente, Rudel evitou a ponta da lança por um fio de cabelo, largou a arma, agarrou a lança e a usou como alavanca para arremessar Askewell.

Ele usou o impulso do príncipe.

Jogado para o ar, Askewell bateu no chão. Mas ele se levantou no mesmo instante.

A espada e o escudo de Rudel agora estavam cravados no chão. Ele confrontou Askewell com as mãos vazias.

— Você está zombando de mim?

Askewell deve ter se sentido menosprezado. Abaixar a arma nessa situação estava fora de questão.

No entanto, Rudel estava falando sério.

— Estou sempre sério. Essa forma é o método ideal para vencer você.

Rudel sorriu.

— Preciso treinar mais. Existem muitas técnicas que não posso usar com uma arma. Mas, ei, se você acha que está sendo menosprezado, então eu devo me desculpar por isso.

Avançando seriamente para derrotar Askewell, Rudel não estava zombando de ninguém. Porém, como Askewell via isso era um problema separado.

— Se isso não é zombaria, então...

Em seguida, Rudel se manifestou diante dos olhos de Askewell.

Com o punho erguido, o jovem baixou-o na direção do homem.

Askewell, fez pouco do ataque de Rudel...

— Guhah!

... e foi atirado longe pelo ar.

Rudel olhou para Askewell surpreso, acenando um pouco com a mão direita.

— Que duro. Bem, não é tão duro para atravessar.

Askewell roçou a mão no rosto ferido. Não havia feridas externas. Em primeiro lugar, ao se demonizar, ficou difícil machucar sua pele.

Era um problema separado se a força pudesse penetrar dentro dele.

— O-o que você fez?

Rudel apertou o punho na direção de Askewell, cuja boca pingava sangue.

— Eu penetrei sua pele à força.

Depois de apenas essas palavras, a lança de Askewell estava pronta para atacar Rudel. Ele avançou e abaixou-a do alto.

Sua velocidade... foi um golpe que foi reduzido ao tempo que um lutador médio levaria para levantar a arma. Esse poder e velocidade inconcebíveis, uma pessoa normal nem seria capaz de compreender que morreu se recebesse o golpe.

Evitando o ataque, Rudel deixou seus olhos brilharem vermelhos enquanto ria.

— Lento demais!

Um direto de esquerda com o peso de seu corpo afundou no tronco de Askewell, o impacto passou por seu corpo e o perfurou.

Askewell cuspiu sangue.

— Guh, maldito seja!!

Ao vê-lo perder a compostura, Rudel ficou um pouco decepcionado.

— Se isso é tudo o que preciso fazer, você era mais forte antes.

Observando-o agir de maneira imprudente confiando em seu poder, Rudel o chutou para longe.

Respirando fundo, Rudel assumiu uma postura enquanto Askewell se levantava e tentava brandir sua lança...

— Eu te falei... lento demais.

... no instante seguinte, Rudel agarrou o rosto de Askewell com a mão direita e o jogou no chão. Em seguida...

— É o fim.

Com essas palavras, uma grande onda de choque surgiu com Askewell no centro. O solo cedeu para formar uma cratera.

Os soldados imperiais ao redor foram atirados para longe, Askewell mostrou o branco dos olhos.

Rudel se levantou lentamente.

Para acabar com o imóvel príncipe... para arrancar sua cabeça, ele se aproximou, mas sentiu que algo estava errado.


Enquanto isso.

O exército que Fritz liderava como comandante supremo estava quase à beira do colapso.

— O que os dragoons estão fazendo!?

— Um exército de wyverns no céu...

— O número de inimigos ultrapassa trezentos cavaleiros...

O exército imperial começou a agir assim que seu próprio exército chegou. Tudo estava indo de acordo com o cenário planejado. Mas o exército imperial que se movia possuía sua unidade wyvern como uma contramedida aos dragoons.

Trezentos cavaleiros montando wyverns, uma batalha se desenrolou no céu acima.

Olhando para o céu, eles estavam em menor número e estavam sobrecarregados.

Subordinados correram para Fritz, um após o outro, para relatar e buscar ordens.

— O exército do império cruzou a fronteira e começou as hostilidades com nossas forças! Mas seus números são maiores. Precisamos de reforços...

— Mais importante que isso, devemos recuar. O império ostenta três vezes mais que nossas tropas terrestres!

Mesmo que buscassem reforços, não havia reservas para enviar.

Tendo dependido de seus dragoons, o Reino de Courtois não poderia alcançar o império em números de tropas terrestres. Além do mais, também do lado da qualidade, o império ultrapassava Courtois.

Suas armas temperadas sob o tormento dos dragões.

Eles agora se voltaram para atormentar os cavaleiros e soldados de Courtois.

Fritz ficou consternado com essa situação inesperada.

Desde o início, ele era uma decoração em forma de comandante. Ainda assim, para eles pedirem tanto dele agora, havia pouco que o rapaz pudesse fazer sobre isso.

Aqueles ao redor o observavam com olhos reprimidores.

— So-solicite imediatamente refor-...

Ele tentou dar uma ordem para pedir reforços, mas seu subordinado negou:

— Como você acha que podemos fazer isso!?

Sem a menor compreensão da situação do exército, Fritz não entendia quantas unidades estavam estacionadas e onde.

"Por que... o que poderia ter acontecido?"

Fritz cerrou os punhos e as palavras do próximo mensageiro que entrou na tenda o fizeram empalidecer:

— Re-relatório urgente! A Princesa Fina começou uma rebelião na capital! Ambos os Arquiduques Diade e Halbades se tornaram hostis, e a Princesa Aileen foi colocada em uma situação terrível.

Não era apenas o campo de batalha, havia caos no palácio também, fazendo com que muitos dos reunidos perdessem a compostura.

Aqueles que estavam aqui eram nobres que ficaram do lado de Aileen.

Se Aileen fosse deposta...

— Recuar. Corram em auxílio do palácio imediatamente e subjuguem os rebeldes pela...

— Como podemos recuar com um inimigo diante de nós!? Em sua perseguição, nosso exército vai cair na ruína!

Se eles continuassem a lutar com o império, suas perspectivas de vitória pareciam mínimas.

Mas se eles não voltassem para a capital, suas posições estariam em perigo.

Em meio a tudo isso, Fritz correu para fora da tenda.

Ele correu até seu próprio dragão.

"Aileen!"

Ele agiu preocupado com Aileen. Se ele se apressasse, esperava que pudesse chegar a tempo.


Oldart deu ordens a seus homens no ar.

— Podemos enfrentá-los em um contra três. Basta fazer isso e venceremos.

No dragão do vento voando ao lado dele, Alejandro montado em suas costas estava farto.

Evitando o sopro do wyvern disparando ao seu redor, ele gritou com Oldart:

— Eu não ligo para isso. Dê algumas ordens reais e precisas!

Um risonho Oldart continuou movendo sua formação para atrair os wyverns mais longe do chão enquanto olhava para os exércitos abaixo.

— Bem, aqui deve estar bom.

Se os dois exércitos se chocassem abaixo, os dragoons não seriam capazes de lutar com todo o seu poder. Em todo o caso, eles não seriam capazes de direcionar qualquer ataque de sopro para baixo.

Qualquer tiro acidental contra as forças aliadas, e os dragoons seriam culpados.

— Muito bem, senhoras e senhores, que tal ensinarmos a esses cavaleiros imperiais o quão difíceis podem ser as lutas aéreas? Arriscando nossas vidas para fazer isso.

Seguindo com um sorriso feroz, os movimentos dos dragoons mudaram.

Os dragões que estavam voando depressa viraram os rostos para o ataque.

Alejandro aumentou a velocidade de seu dragão do vento, circulando em torno de um wyvern, e fazendo seu dragão esmagar o pescoço do monstro.

O dragão cinza de Oldart se virou para enfrentar três wyverns invasores, continuando a voar para trás enquanto os enchia de chamas para derrubá-los um após o outro.

Puxando sua própria arma, Oldart saltou para cima do wyvern que viera logo abaixo deles.

O cavaleiro imperial que o cavalgava foi surpreendido pelo súbito visitante.

— Escória real!

Enquanto o cavaleiro sacava sua lâmina, ele não parecia muito acostumado a lutar no ar.

— Você não está fazendo força nos joelhos. Como espera balançar uma arma assim?

Ele chutou o cavaleiro inimigo, o imperial soltou um grito ao cair. O wyvern começou a se debater quando Oldart cravou a espada em suas costas.

Depois de pular do wyvern e se distanciar, seu próprio dragão veio buscá-lo.

Sua alta coordenação surpreendeu a unidade wyvern do império. E um após o outro, os wyverns caíram no chão.

— Eu sinto muitíssimo. Temos centenas de anos de prática acumulada. Não somos moles o suficiente para perder para alguns iniciantes que de repente... o quê?

Se erguendo nas costas de seu dragão cinza, Oldart olhou em volta.

Os wyverns começaram a se dissipar em uma fumaça negra e desaparecer, a névoa voou para algum lugar distante. Ela também estava subindo do solo.

Os monstros que eles lideravam viraram fumaça e foram para algum lugar.

Os cavaleiros do império abandonados no ar caíram direto no chão; Oldart prontamente recuperou um deles.

— Ei, o que acabou de acontecer?

Agarrando a arma do cavaleiro e jogando-a fora, ele pressionou uma faca em seu pescoço para obter informações.

— Não-não sei. Nunca nos disseram nada...

O cavaleiro estava com olhos realmente temerosos. Oldart estalou a língua.

"Você não pode mentir se nunca lhe disseram nada. A direção da fumaça é... não me diga, é onde Rudel está?"

A fumaça estava fluindo para outro campo de batalha.

Ao perceber isso, Oldart teve uma terrível premonição. Alejandro correu até ele.

— Oldart! O comandante supremo montou e partiu. As tropas terrestres estão dando meio volta e fugindo!

Oldart olhou para o chão.

O exército de Courtois em fuga. O desaparecimento da unidade wyvern levou o exército imperial a se preparar para fugir também.

— … recuar. Vamos deixar cinquenta cavaleiros, e o resto de nós vai perseguir a fumaça.

Oldart olhou para a fumaça preta desenhando uma única linha reta no céu enquanto falava.



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