Volume 2
Capítulo 46: O protagonista e um amigo
No dia após a confusão da cafeteria... Chlust estava tremendo em seu quarto no dormitório. Desde aquele dia, todos o olhavam com desprezo. Os nobres o chamariam de desgraça, enquanto os plebeus o chamariam de inimigo; os olhos deles estavam cheios de desdém.
(Chlust): “Todos eles só estão fazendo o que querem!”
Enrolado em seu lençol, Chlust gritou. Nesse momento, a porta trancada recebeu um chute. De lá, o irmão mais velho de Chlust, Rudel, podia ser visto de pé com o supervisor do dormitório. Chlust perdeu a chave de seu quarto antes, então ele estava usando a cópia do supervisor.
Rudel tentou entrar no quarto, mas essa situação o impediu de abrir a porta normalmente, o forçando a tomar algumas medidas mais energéticas. O supervisor falou uma ou duas palavras. Depois de Rudel dizer que pagaria pelo reparo da porta, o supervisor concordou com a cabeça e partiu.
(Rudel): “... Chlust, venha até aqui”
(Chlust): “O qu-que você pensa que está fazendo? Sair daqui? Não vá apenas entrando no meu quarto. Você é que deve sair daqui!”
Em sua confusão, Chlust acabou gritando em voz alta. Ouvindo isso, Rudel... levantou Chlust a força e o arrastou para fora do quarto. Seguindo para o pátio do dormitório masculino, ele jogou Chlust no chão. Ele tinha preparado duas espadas de madeira e ele jogou uma delas para seu irmão.
(Rudel): “Pegue ela Chlust”
(Chlust): “Então você também... você me odeia tanto assim? Todos vocês só vêm para me atormentar...”
Enquanto ele murmurava algumas reclamações, Chlust nem ao menos olhou para Rudel. Mais do que isso, ele estava tremendo um pouco. Forçando Chlust a ficar de pé, Rudel segurou ele pelo colarinho.
(Rudel): “A partir de hoje, eu vou treinar você. Eu já consegui a permissão da academia e de casa, então sua resistência é inútil... se prepare Chlust!”
O que o aterrorizado Chlust viu foi o rosto sério de Rudel. O medo dele o dizia que ele não poderia enfrentar a seriedade de seu irmão e algum tipo de vontade se formou e o forçou a relutantemente assumir uma postura com sua espada de madeira.
A partir de então, os dias de treinamento duro de Chlust começaram.
Algumas semanas mais tarde, na renovada cafeteria da academia, Eunius e seus colegas apareceram na mesa em que Luecke e seus seguidores comiam. Assim que Eunius ousadamente se sentou na frente de Luecke, os seguidores de Luecke tentaram reclamar, mas foram detidos. O rosto dele estava sério e a atmosfera dele estava envolta em um mar de raiva.
(Eunius): “Há algumas coisas que eu preciso perguntar. Parece que algumas coisas aconteceram durantes as minhas aulas suplementares...”
Cortando as palavras de Eunius, Luecke começou a falar.
(Luecke): “Sobre Fritz? Ele socou o amigo de Aleist que estava conversando com algumas garotas ou algo do tipo e Aleist o espancou, então ele acabou hospitalizado. No início, Aleist apenas se intrometeu para mediar, mas assim que ele descobriu que seu amigo não tinha culpa nenhuma, ele ficou sério... ele é do tipo bem imaturo”
(Eunius): “Errado! Não isso... espere, Aleist espancou Fritz!?”
Eunius se interessou pela história envolvendo Aleist. O objetivo inicial dele não era saber sobre isso, mas ele acabou se interessando e questionou Luecke.
(Luecke): “Essa história é bem famosa, sabia? Ele pretendia apenas o provocar. ‘Eu vou refletir, mas não me arrependo’, foi o que Aleist disse ao que parece”
(Eunius): “Entendo, isso abriu um pouco a minha mente... mais importante que isso, por que Fritz não foi punido!? E então há Rudel também! É verdade que ele se retirou do torneio individual do segundo termo!?”
Luecke olhou para os companheiros de Eunius e os viu olhando ao redor inquietos. Enquanto eles estavam conversando sobre os eventos que aconteceram na ausência dele, Eunius subitamente correu até aqui, ou foi o que Luecke imaginou.
(Luecke): “Seu monte de músculos... é sua culpa por ter ficado tanto tempo de recuperação. Quanto a Fritz, ele estava ocupado com sua reunião com a princesa Aileen que se intrometeu no assunto. É um problema sério quando uma princesa insensível que não sabe nada sobre as circunstâncias escuta com atenção o disparate daquele garoto. Eu me sinto mal por Rudel, mas este ano, ele vai participar do mínimo possível de aulas e vai passar o resto de seu tempo com seu irmão mais novo... cuidando de Chlust”
Ouvindo isso e incapaz de aceitar, Eunius socou a mesa com seu punho. Os estudantes na cafeteria olharam para ele, mas sem se incomodar, Eunius continuou.
(Eunius): “Ele poderia ao menos participar do torneio individual! Mais importante ainda, o que a academia vai fazer sobre a absolvição de Fritz? Eles pensam apenas em ficar em silêncio?”
(Luecke): “É uma ordem da princesa... a princesa Fina era contra e a academia também. Nem eles voltaram atrás... não há uma única alma que aceitou isso. Mas Rudel perdeu interesse em Fritz... ‘nesse caso, a escolha correta é fazer Chlust se levantar’, ele disse isso e argumentou e depois argumentou mais um pouco”
Luecke riu enquanto falava. Enquanto Rudel não tinha interesse na punição de Fritz, ele estava pensando em Chlust. Ao invés de ficar com medo de Fritz para sempre, ele queria dar a seu irmão a oportunidade de se recuperar.
(Luecke): “Quando Fritz escutou que ele não estava interessado e se deixou levar pela raiva, foi uma cena para se admirar. Então Rudel colocou uma condição... em troca de lutar com Chlust, Fritz iria lutar com Rudel também. Isso não te faz rir?”
(Eunius): “Eu não estou rindo! Se foi isso o que fez Rudel se retirar do torneio individual, não tem jeito de eu rir! Ele não pode ao menos fazer algo sobre o torneio do segundo termo? Ele não pode manter uma supervisão permanente em Chlust para sempre, não é?”
Luecke sentiu a irritação de Eunius pelo fato de ele não poder lutar contra Rudel. Era uma emoção que Luecke não podia entender.
(Luecke): “Se é um duelo que você quer, você pode pedir a ele a qualquer hora, não é? Chlust vai se graduar este ano, então ele não tem muito tempo sobrando”
(Eunius): “Você não consegue entender... uma luta na arena diante de uma plateia. Há lutas que só podem acontecer nesse tipo de lugar... é uma chance que só aparece uma vez por ano”
Mesmo depois de ouvir isso, Luecke não conseguia entender, então ele desistiu de tentar entender. Mesmo para Luecke, era ruim que Rudel não estivesse frequentando tantas aulas. Ele não tinha amigos com quem pudesse falar sobre magia. Rudel era uma existência valiosa que podia responder as piadas de Luecke.
Quando Luecke fazia suas piadas, ninguém conseguia entender, e a pessoa em questão ficava realmente incomodada. Como Rudel era capaz de compreender ele, tanto pra Luecke quanto para as pessoas ao redor dele, Rudel era um tesouro precioso.
(Luecke): “Você vai ter que desistir este ano. Você ainda tem Aleist, então isso não deve ser um problema”
(Eunius): “Espere, você também não vai participar?”
(Luecke): “É claro que não. Eu estou ocupado com a minha pesquisa de magia... ela não está indo como eu planejava”
Luecke suspirou profundamente enquanto ele pensava em seus experimentos. Eunius não entenderia, mas se fosse Rudel, ele seria capaz de discutir sobre isso. Foi o que Luecke pensou...
No dormitório feminino, Izumi parecia enfeitiçada com a katana que Rudel a deu como presente. Colocando a lâmina em seu quarto, o rosto de Izumi ficou completamente vermelho. Para alguém que não soubesse sobre as circunstâncias, era sem dúvidas uma cena que despertaria o medo. A colega de quarto de Izumi a chamou.
(Colega de Quarto): “Um presente de Rudel? Mesmo assim, não é nem um pouco romântico”
(Izumi): “Yeah. Mas é mesmo, mesmo uma bela katana. Eu posso contar com meus dedos o número de lâminas que eu já vi com este calibre. Há o fato da minha casa ser uma casa caída, mas eu estou mesmo feliz. E mesmo ela não parecendo muito cara, isto é mesmo um belo achado”
Izumi parecia encantada. Mesmo sua colega de quarto não notando, a katana presenteada a Izumi tinha um valor maior do que seu peso em ouro. Mesmo Rudel tenho comprado ela com o dinheiro que economizou com suas subjugações de monstros, essa era uma katana valiosa o bastante para comprar uma casa.
(Izumi): “Ele disse que o ferreiro era um compatriota do oriente, então eu gostaria de conhece-lo algum dia”