Volume 2
Capítulo 42: Cicatrizes Da Alma
— QUE RIDÍCULO! Como pode fazer uma acusação dessas contra o nosso general? Majestade, faça alguma coisa! — Matilda olhou para Morf enquanto falava e depois tentou controlar suas palavras.
Mas o rei lutou contra o controle novamente, conseguindo segurar seu corpo para não falar. Com isso, a dor que sentia era tanta que seu corpo começou a tremer, mesmo sem demonstrar qualquer expressão.
"Como esse desgraçado está fazendo isso?" — Prendam a princesa, AGORA!
Alguns oficiais ficaram imóveis, acreditando na princesa, enquanto outros se viraram para Aurora.
Ela fechou os olhos, chorando de medo, mas quando os abriu, viu Nathaly à sua frente com a Hero queimando em suas mãos, Liza com uma espada que oscilava entre cores de diversos elementos, e Jonas ao seu lado, girando o braço como se estivesse se preparando para mais um treino de Drevien.
Grimore, com as pernas quebradas, não conseguiu se levantar, mas ainda assim tentou se defender:
— Rainha, essa criança é uma mentirosa. Eu jamais faria isso... Apenas ofereci ajuda e ela ficou com medo sem razão.
Os soldados de Grimore começaram a cochichar:
— A princesa é uma mentirosa.
— Muito mimada.
— Merece ser presa por difamar o general. Vai defendê-la, heroína? De que lado você está?
Aurora olhou para o seu pai, percebendo o quanto ele parecia mal, e ficou profundamente triste, abaixando a cabeça mais uma vez.
— Nino... — lágrimas escorriam pelo seu rosto desolado — Por favor... Me ajuda!
Nino sentiu o segundo chamado e, surpreso, murmurou:
— Já volto.
Nesse momento, trocou de lugar com sua sombra, que apareceu para continuar guiando o cavalo ao lado das carroças das outras meninas. As meninas não ouviram ele falar, apenas continuaram seguindo em direção ao reino.
— CALA B...
Enquanto Nathaly respondia ao soldado, Nino surgiu no meio de todos.
No instante em que trocou com a sombra, tudo o que ela havia visto e ouvido foi instantaneamente transferido para a mente dele. Com a cabeça abaixada, todos na sala, exceto Nathaly e Aurora, ficaram paralisados de medo devido à presença que ele emitia.
Levantando a cabeça e olhando fixamente para os tronos, questionou:
— A filha de vocês disse que tentaram abusá-la... A filha de vocês... A FILHA DE VOCÊS! Pais deveriam zelar pelos seus filhos! Que tipo de pais vocês são?! COMO PODEM NÃO ACREDITAR NA PRÓPRIA FILHA?!
As palavras de Nino atingiram Nathaly como se toda a sua vida passasse diante de seus olhos como um filme.
[ Ano 2013.
A família de Nathaly era muito problemática.
Seu pai a abandonou quando ela ainda era muito pequena, depois que percebeu que a mãe dela era viciada e só gastava dinheiro com drogas. Foi embora tão cedo que Nathaly achava que seu padrasto era seu pai. Este bebia muito e frequentemente agredia sua mãe.
Em várias ocasiões, tentou passar a mão em Nathaly, mas ela sempre conseguia correr e escapar pela janela do seu quarto, que ficava no segundo andar da casa. Com muito medo, nunca permanecia em casa, exceto aos sábados, pois sabia que seu padrasto trabalhava longe.
Mesmo contando para a sua mãe o que ele tentava fazer, ela sempre estava sob efeito de alguma droga e a ignorava ou defendia o homem, mesmo estando alterada.
Nathaly chorava muitas vezes em becos e ruas, com medo de voltar para casa e, ao mesmo tempo, com medo das ruas. Diversas vezes, escalou o muro, conseguindo entrar em seu quarto pela janela à noite. Sem exceção, todas as vezes que voltava tarde, ouvia seu padrasto agredindo sua mãe.
Se escondia debaixo da cama, colocando objetos à sua frente para não ser encontrada. Não era sempre que isso funcionava; outras vezes, dormia dentro de um armário ou sob uma caixa.
Nathaly trancava a porta para ter tempo de fugir pela janela caso ele tentasse abrir.
Mas, numa quinta-feira, Traclrek! ele arrombou a porta, e ela não ouviu por estar muito cansada, dormindo sob uma lona suja no canto do seu quarto, que se tornou um depósito de lixo deixado pelo padrasto.
Quando percebeu, ele tentou segurá-la. Assustada, se jogou para o lado e rapidamente correu, saltando pela janela para escapar. Ele a olhou pela janela enquanto ela caía no chão, e, ao vê-lo, saiu correndo dali.
— Criança de merda.
Um pouco mais tarde, policiais bateram à porta da sua casa, e sua mãe atendeu.
— Recebemos ligações denunciando gritos vindos desta casa... A senhora está sendo vítima de algum tipo de abuso?
— Não... Não. Não é aqui. "Aquela merda tá espalhando isso?"
— Já recebemos diversas ligações deste endereço, senho...
— Tá errado, senhor. Isso não é aqui. Talvez sejam os filmes de terror que meu marido assiste... — inventou uma mentira e continuou: — ...ele é meio surdo e acaba tendo que aumentar bastante o volume.
— Hum... Mas e...
— Eu já disse que não é aqui, certo? Está tudo bem, podem me dar licença. — Clarc! Fechou a porta na cara dos policiais.
Afastando-se até a viatura, os policiais ligaram para a delegacia.
— Ela estava com hematomas de agressão e cheirando mal, e mesmo assim, negou. Precisamos de um mandado para entrar na casa.
— Entendido. Talvez leve mais de um dia.
— ...Entendido.
Naquela quinta-feira, Nathaly passou o dia todo na rua e, no começo da tarde, encontrou um cachorrinho que se apegou a ela em um beco.
Passou a tarde brincando com o cachorrinho caramelo e, ao anoitecer, não quis deixá-lo sozinho. Não queria que ele sentisse o medo que ela sentia todos os dias da solidão em um lugar completamente escuro.
Ela sabia manipular fogo, mas muito mal. Usando pedaços de um sofá descartado naquele beco, estendeu as mãos, tentando concentrar seu poder, e conseguiu. Acendeu uma fogueira e passaram a noite juntos, um ao lado do outro.
Na manhã de sexta-feira, acordou e decidiu voltar para casa para pegar algo para comer antes de retornar ao beco.
Com cuidado, pegou uma chave que havia roubado há algum tempo e entrou.
Ao adentrar a casa, deparou-se com uma escada de madeira que se curvava para a direita após alguns degraus, levando ao segundo andar. À esquerda, ficava a sala, completamente desarrumada e suja.
Havia um sofá verde, rasgado e encardido, voltado para uma televisão velha, e em frente a ele, uma mesa de madeira branca, também desgastada, com a cor original da madeira à mostra, coberta de cigarros usados e latas de cerveja amassadas, algumas com líquido derramado.
Ainda à esquerda, atrás da sala, ficava a cozinha, bem simples, com um fogão de quatro bocas preto, acumulado de óleo. Os armários brancos que o pai biológico de Nathaly comprou estavam manchados de tanto tempo sem serem limpos. A geladeira era difícil de abrir, e o cheiro que exalava dela era nauseante.
À direita, ao entrar na casa, havia um corredor que levava a uma porta, onde ficava o banheiro do primeiro andar, com o piso em cerâmica marrom-avermelhada. As paredes eram revestidas com azulejos floridos, igualmente mal cuidados.
O box era quebrado, com um buraco que foi tampado com fita adesiva. O espelho acima da pia lutava para se manter inteiro. Subindo para o segundo andar, havia dois quartos e um segundo banheiro.
Os quartos ficavam um em frente ao outro, e o banheiro no final do corredor era igual ao de baixo, mas sem box e sem cortina para evitar que a água se espalhasse. Roupas sujas compunham o cenário de sujeira no quarto de seus pais, enquanto o quarto de Nathaly, embora tivesse se tornado um depósito de lixo, ainda era mais limpo do que o resto da casa.
Percebendo que sua mãe não estava na sala como de costume, entrou silenciosamente em direção à cozinha, onde pegou um pedacinho de pão sobre uma mesa de plástico. No entanto, notou uma carteira ao lado, pertencente ao seu padrasto.
Sem pensar, pegou uma nota de 10 reais.
— Hihihinhihnin...
Nesse momento, assustou-se ao ouvir uma risada feminina vinda do banheiro do primeiro andar.
Caminhando em silêncio, chegou até a porta.
Sua mãe ria descontroladamente, com uma seringa de heroína em seu braço.
Ao ver Nathaly, ela a encarou, e Nathaly, assustada, saiu correndo.
Ao chegar à porta, seu padrasto descia as escadas e a viu. Ela olhou para ele e correu para fora.
"Eu vou pegar você, desgraçada." pensou observando-a correr pelas ruas.
Nathaly correu o mais longe que pôde, até que avistou uma casa de ração.
Após parar, descansar e se acalmar um pouco, forçou um sorriso e se dirigiu até lá. Mesmo traumatizada e perdida na vida, suportou toda a dor e não deixou transparecer nada ao vendedor.
— Bom dia. Como posso ajudá-la, garotinha?
— Me dá 10 reais de ração pra cachorro, por favor.
— Qual porte?
— ...
O vendedor percebeu que ela não havia entendido e tentou explicar de uma forma mais clara:
— Qual o tamanho dele: pequeno, médio ou grande?
— Pequeno.
Depois de entregar a ração, Nathaly pagou com a nota de 10 reais e saiu alegremente, correndo até o beco onde deixou o cachorrinho.
Chegando lá, não achou o cachorrinho.
Nathaly o procurou pelas ruas e por outros pequenos becos, mas não conseguiu encontrá-lo.
Desolada, voltou ao beco onde havia feito a fogueira e se sentou ao lado, encostada na parede. Seus olhos, incapazes de conter a dor, começaram a transbordar em lágrimas.
Entre o choro e os soluços, ouviu um som familiar:
Au! Au!
Olhou para frente e viu que o cachorrinho havia retornado. Nathaly se alegrou e o abraçou, colocando a sacola com ração no chão e observando atentamente enquanto ele comia.
Passou mais uma noite na rua com seu novo amiguinho.
Na manhã seguinte, um sábado comum, Rrrrrooom... acordou com a barriga roncando e decidiu ir até sua casa para comer algo. Apesar de ser sábado, todo cuidado era pouco. Entrou silenciosamente pela porta e encontrou sua mãe desmaiada no sofá, com manchas roxas no rosto.
Pegou alguns biscoitos da cozinha e comeu enquanto caminhava de volta para o beco, evitando fazer barulho em casa. Quando chegou lá, ao virar no fundo do beco para encontrar seu amiguinho, paralisou ao ver a cena diante dela.
O corpo do cachorro foi brutalmente dividido em dois, em uma poça de sangue.
Desesperada, Pahf... caiu para trás, chorando e gritando enquanto corria de volta para casa.
Ao entrar, viu sua mãe ainda no sofá, Mas, atrás dela, do lado de fora da porta, havia uma silhueta masculina. Vendo a sombra à sua frente, olhou para trás e viu seu padrasto segurando-a pelos cabelos.
— SOCORRO! — gritou, chorando desesperadamente.
THAAM!
Ele bateu a porta atrás dele e arrastou Nathaly pelos cabelos, subindo as escadas até o quarto dela.
Phah!
Entrando no quarto, trancou a porta e jogou Nathaly no chão.
Ela olhou para a janela, que foi trancada com corrente e cadeado. Desesperada, rastejou-se para trás, enquanto ele segurava um machado sujo de sangue.
O padrasto começou a desabotoar o cinto, olhando para ela.
— PAPAI, PAPAI, POR FAVOR, NÃO FAZ ISSO!
Bam.
Deu um soco no rosto dela e a puxou pelos cabelos, aproximando o rosto dela do seu.
— Tire sua roupa agora, ou vou fazer com você a mesma coisa que fiz com aquele cachorro imundo.
Naquele momento, depois que essas palavras ecoaram em sua mente, Nathaly entrou em um estado profundo de raiva.
Perdendo completamente o controle do poder, que mal conseguia controlar.
BOOMM!!
Explodiu o quarto, incinerando seu padrasto instantaneamente.
O quarto inteiro começou a queimar.
Cr-r-rasshh!
O teto desabou, levando consigo duas paredes atrás dela.
Depois de matar o padrasto, Nathaly olhou para a destruição, destrancou a porta e desceu correndo até o sofá para acordar a mãe.
— MAMÃE! MAMÃE, ACORDA! — Nathaly a balançou desesperadamente.
Sua mãe abriu um pouco os olhos e empurrou Nathaly para trás, Phah! jogando-a sobre a mesa cheia de lixo.
— O que foi, garota?! Não me encha o saco logo cedo.
Nathaly bateu o braço com força, mas ignorou a dor e tentou puxar sua mãe pela perna.
— A casa, mamãe, a casa está pegando fogo!
A ignorou por um tempo, mas, irritada com os puxões, Bam! chutou Nathaly, Pahf... que caiu novamente para trás, olhando o fogo se alastrar pela casa.
— MAMÃE, A CASA TÁ PEGANDO FOGO!
— PARA DE GRITAARR! — Sua mãe finalmente levantou o rosto, viu as chamas e se levantou correndo, passando por ela.
Nathaly a seguiu até a rua, onde os policiais já estavam chegando após denúncias dos vizinhos sobre os gritos.
— O-o que aconteceu aqui? — perguntou, olhando para a casa em chamas.
— Papai tentou me abusar, mamãe. Eu o matei... Ele não vai mais te bater, mam...
PÁshhccrrrk!
Nathaly caiu no chão, com a mão no nariz após levar um tapa de sua mãe, um tapa com aquelas unhas grandes e mal cuidadas que rasgou sua pele, deixando um corte profundo do nariz até embaixo do olho direito.
— ERA PRA DEIXAR QUE ELE FIZESSE!
A mãe avançou em direção a Nathaly no chão, mas os policiais a seguraram enquanto ela esperneava e gritava:
— E AGORA?! COMO VAMOS COMER ALGO?! QUEM VAI SUSTENTAR A CASA?! — Começou a rir descontrolada de raiva. — QUE CASA NÉ?! JÁ QUE A VADIAZINHA BOTOU FOGO NELA!
Enquanto Nathaly olhava para sua mãe com um olhar desolado, parecia que um buraco preto infinito se abria sob ela, engolindo-a completamente.
Não conseguia se mover, apenas ficou parada, observando a cena.
Os policiais tentaram socorrê-la, mas, em estado de choque, permaneceu em silêncio por um longo tempo.
Eventualmente, foi levada para um orfanato. As crianças, ao escutarem as conversas dos adultos sobre o motivo da sua chegada, ficaram com medo dela e evitavam se aproximar.
Até que uma garota se aproximou.
— Por que você matou seu pai? Você é má. — A menina a encarava, enquanto Nathaly, incapaz de responder, parecia ter esquecido como falar.
Outra criança se juntou à conversa:
— Não fale com ela... Ela é perigosa.
A segunda criança puxou a garota de volta para seu grupinho de amigos, deixando Nathaly sozinha em um canto, sem reagir.
Um dia, uma adolescente, que era exterminadora de anomalias, apareceu para adotá-la.
A jovem se agachou na frente de Nathaly e se apresentou:
— Prazer... Sou Alissa, sua nova mamãe! — disse com um sorriso gentil.
Nathaly, ainda completamente abalada, não respondeu, mas ao ver o sorriso de Alissa, a abraçou enquanto começava a chorar.
Alissa a abraçou de volta, sem dizer uma palavra, apenas deixando Nathaly ir no seu devido tempo. ]
— Como podem querer prender uma criança? Essa coisa no chão é mais importante que sua filha? Nesse caso, eu mesmo o mato.
Os soldados de Grimore começaram a murmurar:
— Qu...
BRU-R-RUM!
Nino explodiu em magia escura todos que abriram a boca naquele segundo, espalhando sangue nos outros soldados e oficiais.
— Calem a boca.
Sua presença deixou todos paralisados.
Caminhou em direção a Grimore e pegou uma maça medieval de um dos soldados que havia acabado de matar.
BAM-BCRUNCH!
Com dois golpes na cabeça de Grimore, abriu o crânio do homem, espalhando sangue sobre o tapete azul-escuro que adornava o chão diante do trono. Matilda, junto com todos os presentes no salão, ficou imóvel, dominada pelo medo absoluto, se via incapaz de reagir ao que acontecia.
Grimore caiu morto, e o rei, com as últimas forças, sussurrou para Nino enquanto uma lágrima solitária escorria por seu rosto:
— Obrigado...
Matilda ouviu, e seu ódio falou mais alto que o medo; rapidamente, criou uma adaga de sangue rosa e avançou contra o pescoço do rei.
Cr-runch.
Porém, Nino apareceu atrás dela e cortou suas duas mãos, que caíram no chão.
Pa-pah...
— AAAAARGH!!
Se ajoelhou, gritando em agonia ao ver o sangue vermelho misturado com o sangue rosa jorrando dos cortes.
Crunch.
Nino colocou a mão sobre sua cabeça e esmagou seu crânio.
Tink-tink...
A coroa amassada quicou no chão, enquanto o corpo de Matilda caía sem vida.
Morf, libertado do controle, Pahft! caiu de joelhos, chorando desesperadamente.
— Por favor, me mata... ME MATA! Eu fiz coisas horríveis...
Nino olhou para baixo com desprezo e saiu andando.
— Sua filha decide se você vive ou morre. Não me interessa tal escolha. — Descendo as escadas em direção a Nathaly, todos os oficiais ainda presentes se ajoelharam enquanto ele passava. — Vou acabar de trazer as crianças. Resolva o resto.
— Ok.
Nino trocou de lugar com sua sombra, mas desfez a magia logo após, fazendo a sombra desaparecer.
— Voltei!
— AAAH!
As meninas gritaram assustadas, depois de longos minutos de silêncio.
— Hãm...? — Desviou os olhos delas e olhou em direção ao reino. — Tá pertinho já.
Elas quase caíram dos cavalos devido ao susto, mas se ajeitaram rapidamente e continuaram indo até o reino.
Ao atravessarem a ponte e se aproximarem dos guardas do portão, os soldados sentiram uma presença estranha e começaram a tremer.
— Não é o mesmo Primordial.
— O que eles querem de volta aqui?!
Quando chegaram mais perto, um dos guardas reconheceu sua filha e, emocionado, gritou:
— SINS?!
— PAPAI?! — Desceu do cavalo correndo e o abraçou com força.
Nino desceu também.
— Vocês fazem o resto aí.
— S-sim, senhor! — Abaixando a cabeça para Nino, os guardas, mesmo tomados pelo medo, confiaram nele por ter trazido de volta as crianças.
No momento em que o Primordial Azul morreu, Sol ordenou que Vermelho atacasse a vila na Floresta do Desespero.
Enquanto Nino seguia até o palácio, nem imaginava o que se passava com seus novos amigos.