Volume 1
Capítulo 54: Perda de Humanidade (2)
O Oficial Ma parecia estar muito agitado dessa vez.
O maço de cigarros foi aberto há uma hora atrás. Mas ele já tinha fumado mais da metade do sexto cigarro. A fumaça densa cobria a sala.
Ele não só era o atirador nº 1 da delegacia, como também o fumante compulsivo nº 1. Nesse momento, ele bateu na mesa de escritório furiosamente.
Esse ato balançou a montanha de documentos, também assustou o jovem policial sentado perto da mesa, quase o fazendo pular de susto.
“Filho da P*ta”
O jovem policial ouviu o Oficial Ma xingando e depois continuar fumando com seriedade. Ele sabia o que preocupava o Oficial Ma.
Sem mencionar o acidente envolvendo o culto maligno, há também a organização ilegal de tráfico de órgãos que eles vinham acompanhando há bastante tempo.
A investigação do caso poderia ter sido movida para a próxima etapa, havendo até a possibilidade de eles podendo seguir as pistas e erradicar aquela organização de tráfico de órgãos. Isso por causa do contato que eles capturaram e do médico que estava no dever de realizar a cirurgia.
Mas o médico morreu de repente… e na verdade ele morreu na sala de cirurgia.
O contato que eles capturaram antes também não sabia de muita coisa, portanto não valeria a pena interrogar mais ele. Quanto ao assassino que eles capturaram no hospital — o cara azarado que desmaiou depois de um vaso cair em sua cabeça — ele se suicidou enquanto os guardas não prestavam atenção.
Sim, outro se matou. Incluindo o professor psíquico, ele foi o segundo.
Pessoas importantes de dois casos morreram uma seguida da outra; por isso, ele consegue imaginar quão estressado o Oficial Ma está nesse momento.
Não foi só isso, o corpo do professor psíquico, que tinha sido enviado para o necrotério, desapareceu do nada na noite passada… Ninguém percebeu, não houve nem um vestígio nas câmeras.
O vigia noturno, que tinha trabalhado por dezenas de anos, teve que ser levado para o hospital por quase morrer do forte abalo.
“Vai se f*der, filho da p*ta!!”
O Oficial Ma apagou o cigarro e se levantou.
“Vou dar uma saída.”
Ele andou até a porta com passos largos. Mas parou bem quando estava prestes a abri-la.
“Mande algumas pessoas para vigiar a minha irmã. Eu suspeito que aquele professor psíquico de merda pode ter alguns cúmplices! E implante duas pessoas no hospital. Os parentes de Jiang Chu ainda estão vivos? Fique de olho em qualquer membro daquela organização maligna se eles aparecerem de novo!”
O jovem policial ficou chocado. Ele ouviu falar da existência da lendária ‘irmã’ por alguns superiores da delegacia, então ele perguntou: “Oficial Ma, devo dizer o que está acontecendo para a… Senhorita Ren? Assim, as coisas podem ficar mais fáceis…”
“Dizer é meu p*ru!” O Oficial Ma se enfureceu. “Se você falar para ela do desaparecimento do corpo do professor psíquico, eu elimino a sua existência da face da terra!! Ela é muito curiosa e gosta de brincar com a morte, então ela vai participar com certeza! Nada disso!”
‘O mais importante é que, se ela fizer parte disso, ela vai usar vários métodos para me envergonhar e eu não vou poder fazer nada sobre isso…’
“Mas… e se o chefe me perguntar para onde você foi? O que eu falo?”
“Só diz que eu estou muito estressado! Saí para relaxar um pouco! Fui fazer massagem!!”
Peng!!!
A porta fez um barulho enquanto se fechava furiosamente. O jovem policial tremeu, sentindo que o Oficial Ma era um homem de verdade… No entanto, se ele realmente der tal relatório, não seria nada bom.
…
…
O Novo Testamento da Bíblia.
Em João 6:70, Jesus o chama de diabo.?
Junto com a resposta do Olho Dourado, Luo Qiu começou a seguir esse caminho, tentando entender o significado oculto nas palavras da janela no quarto do proprietário anterior.?
Pode levar bastante tempo — Se ele tiver tempo de vida suficiente, o Proprietário Luo escolheria o método mais fácil — Comprar informação sobre isso diretamente.
Mas… Agora ele só pode procurar por si mesmo.
Para iniciantes, vamos aprender mais sobre esse famoso ‘traidor’.
Seja como for, ele vai ler a bíblia por enquanto.
Em um corredor próximo, pavimentado com pisos de azulejo, uma mãe empurrava um menino sentado em uma cadeira de rodas… Talvez para levá-lo pegar um pouco de sol.
O menino estava em silêncio, com a cabeça abaixada. Sua mãe parecia incomodada com a tristeza dele.
“Você está com sede?” Perguntou sua mãe.
O menino não disse uma palavra, como se nem tivesse ouvido.
Sua mãe forçou um sorriso.
“Ah, eu esqueci de pegar a sua garrafa. Me espere aqui.”
A mãe deixou seu filho lá, olhou para o jovem que lia um livro silenciosamente. Depois de um momento de hesitação, ela saiu.
Este é o hospital, então ele deve estar seguro… Além disso, tem vezes que até a mãe precisa ficar um pouco sozinha.
Ela não foi muito rápida, se sentando apenas em um lugar onde ela podia ficar de olho no menino.
O garoto ficou parado todo o tempo.
O Proprietário Luo levantou a cabeça e murmurou de repente: “Você já se recuperou completamente e pode andar sozinho. Por que você ainda está usando uma cadeira de rodas?”
As palavras repentinas do estranho fizeram o menino levantar a cabeça e olhar para ele, depois desviou o olhar.
“Não é da sua conta.”
“Você prefere falar com um estranho do que com a sua própria mãe?”
“Não é da sua conta.”
“Então, mesmo tendo escapado da morte, você vai continuar vivendo com uma atitude tão ‘de saco cheio do mundo’?”
“Não é da sua conta!” O menino teve uma reação mais brava, virando seu rosto para este estranho. “O que você sabe? Tio!”
O Proprietário Luo achou que a clima estava muito bom no início… porém, a palavra ‘Tio’ o deixou indignado.
O Proprietário Luo levantou a cabeça e o menino rapidamente olhou para outro lado.
“Você está certo. Não é da minha conta… Mas eu prometi para alguém, que eu tenho que garantir que o problema acabe de vez.” Luo Qiu disse com indiferença.
“Vê aquele quarto? Olhe, está na minha direção.”
E enquanto dizia isso, o Proprietário Luo começou a ler a bíblia em suas mãos.
O menino se recusou a virar para ele.
“A vida daquela criança é difícil. Ela é mais jovem que você; mas ainda assim ele teve que receber uma craniotomia. No entanto, um acidente aconteceu durante a cirurgia e ela quase morreu na hora. Mas, ela teve sorte. A cirurgia concluída com sucesso por um doutor substituto.”
O menino ficou embasbacado, e se virou para olhar para Luo Qiu.
O Proprietário Luo não ligou para o menino.
No entanto, parece que, devido a uma demora durante a cirurgia, ela não recuperou a consciência desde que ela saiu da sala de cirurgia… Não tem nada de errado com o corpo dela, mas ela pode nunca mais conseguir acordar novamente. Você acha que ela vai acordar, ou não?” Ele continuou.
“Eu… Como eu saberia isso?”
Luo Qiu balançou a cabeça.
“Correto. Você não liga nem para o que vai acontecer na sua vida amanhã. Como poderia se importar com os outros? Muito mesmos liga se ela se esforçar muito para abrir os olhos, para olhar para toda a vista do mundo, como você.”
“Os problemas das outras pessoas não tem nada a ver comigo.”
Luo Qiu fechou a bíblia abruptamente, olhou para o quarto e para a garota adormecida.
“Pois é, não é da sua conta. Então, o que as outras pessoas dizem também não é da sua conta. Como os outros julgam Jiang Chu, isso é da sua conta?”
“Como você sabe isso… Quem é você?”
Luo Qiu se aproximou do menino de repente.
“O seu pai deu à ela o direito de continuar vivendo, antes de morrer. Mesmo sendo difícil, eu acho que ela está fazendo o melhor que consegue. Não importa o que o seu pai fez antes de morrer, pelo menos ele mostrou sua atitude em relação à vida.”
O menino não falou nada.
Luo Qiu colocou um celular na perna da criança.
O garoto ficou atordoado… Ele conhece esse celular! Os rabiscos atrás do celular foram feitos por ele — Ele percebeu que este era o celular de seu pai.
“Por que você tem isso?”
Luo Qiu balançou a cabeça, terminando de falar.
“Mesmo você não tendo visto ele no fim. Adivinha o que ele diria se soubesse que essa era a sua atitude em relação à vida.”
O menino apenas olhou para Luo Qiu.
“Você vai ter uma boa vida… Eu suponho.” Luo Qiu abriu o celular. “Por que ele sempre te amou.”
O menino abaixou a cabeça, olhando para o rosto conhecido. O sorriso familiar porém distante no plano de fundo da tela. Suas lágrimas caíram uma após outra.
Quem sabe quanto tempo tinha passado. De repente ele ouviu a voz de sua mãe cheia de ansiedade.
“Quem era aquele homem? Eu o vi agora a pouco…”
Em um piscar de olhos, ninguém estava lá, com exceção dela e de seu filho.
Vendo lágrimas dos olhos de seu filho, a mãe sentiu um sentimento doloroso em seu coração. Bem quando ela pretendia fazer algo, ela viu o celular que seu filho segurava. Este era…
“Eu… Eu quero ir ali ver uma coisa.”
Naquele momento, o menino segurou a cadeira de rodas, apoiando seu corpo, tentando se levantar. Ele apontou para o quarto na frente e falou: “Mãe.”
Por fim, ele abriu sua boca para falar.
Com lágrimas nos olhos, a mãe cobriu a boca.