Volume 9
Capítulo 322: Conquistando o Labirinto de Minerva-sama
E foi a vez de Haru brilhar.
— Haru, vou deixar isso para você.
— Sim.
A entrada e saída deste labirinto eram restritas, mas ainda era uma dungeon intermediária que soldados, aventureiros e mercenários visitavam para conquistar.
Por esse motivo, o cheiro dos humanos ainda permanecia.
Entre os incontáveis cheiros, Haru estava indo em direção ao local onde permanecia o maior número de cheiros humanos.
Se as pessoas visitavam repetidamente este labirinto, eles escolheriam a rota mais curta.
E não estávamos errados.
Após algumas batalhas, chegamos ao sétimo andar em apenas 30 minutos.
― Mestre, é fraco, mas o cheiro continua além desse muro.
― Parede ilusória, hum.
No passado, me deparei com uma parede ilusório quando estava salvando Norn-san.
Eu deslizei através dele.
― Vamos dar uma olhada.
Não houve reação do outro lado da parede, mesmo depois de usar a Detecção de Presença.
Joguei uma pedra que por algum motivo tinha dentro da minha bolsa.
A pedra deslizou através da parede.
E então, a ouvi caindo no chão.
Parecia seguro... mas eu ainda procurava por armadilhas.
― Mestre, vou assumir a liderança.
― Não, eu irei. Espere aqui.
Eu respondi e entrei com cuidado.
Não havia perigo dentro da sala. Mas isso valia apenas para o interior da sala.
― ... está tudo bem, Haru, Carol, entrem.
Eu chamei as duas.
Então mostrei o que vi.
Um buraco que se estendia para baixo.
Devia ser um atalho se usássemos esse buraco.
Mas eu não conseguia ver seu fundo.
― Acho que vou fazer um teste... Gelo!
Fiz uma camada de gelo para selar o buraco. Depois de ficar em cima do buraco, ativei os Olhos de Falcão e dei uma olhada diretamente abaixo.
O buraco se estendia para baixo por uma longa distância, mas fiquei sem palavras com o que vi na base.
Havia corpos empalados em espigas de metal.
Acho que esse buraco não é o caminho... ou não, existia um caminho que se estendia para o lado.
― Tudo bem, ele se conecta!
Eu disse e perguntei a Haru e Carol.
― Existe um atalho depois de cairmos direto no buraco, mas quais são suas opiniões? Vocês duas confiam em mim?
As duas garotas não responderam à minha pergunta.
Mas eu percebi pelas expressões delas.
― Acho que não preciso perguntar. Haru, siga-me!
― Sim!
Eu carreguei Carol nas minhas costas e rachei o gelo abaixo dos meus pés com a Presa do Lobo Branco.
Confiei meu corpo à gravidade e caí.
Haru e eu ficaríamos bem, mesmo se continuássemos caindo dessa forma, mas Carol provavelmente não.
― Maremoto.
Eu liberei um grande volume de água logo abaixo de nós.
A água que soltei atingiu o fundo em um instante... e mergulhamos quase ao mesmo tempo.
Não lutamos contra a água e deixamos que ela nos canalizasse para o caminho lateral.
Depois que entramos na abertura, o poder mágico usado para criar a água foi absorvido pelo labirinto e desapareceu.
Eu perguntei depois de baixar Carol.
― Haru, Carol, vocês estão bem?
Quando me voltei, vi as duas com roupas ensopadas que haviam ficado semitransparentes.
― Ah, me desculpem! Seca-... oops, pode ser perigoso usar isso em seres humanos, pois será ruim se lhes deixar com pele seca. Aqui, usem uma toalha.
Passei para as duas as toalhas que retirei da minha bolsa.
— Muito obrigada. Vou usar o Secar em nossas roupas.
Haru respondeu e tirou suas roupas aos poucos.
― Haru, o que você...
― É para usar o Secar em nossas roupas depois de tirá-las. Felizmente, o feitiço do Mestre varreu os monstros desta área.
É-é. Esse parecia ser o caso.
Ouvi mensagens de aumento de nível quando estava nadando.
— Ah, Haru-san. Ajude com as roupas de Carol depois.
Carol também tirou suas roupas.
... por que estava ficando nervoso?
Certo, pensando bem, Haru, Carol e eu estávamos nesse tipo relacionamento e já tinha visto seus corpos nus inúmeras vezes. Não havia nada para se envergonhar.
Eu pensei comigo mesmo enquanto olhava para os corpos nus das duas, mas foi então que nossos olhos se encontraram.
― Não podemos secar nossas roupas antes de secarmos as roupas do Mestre.
— Seria ruim se o Mestre pegasse um resfriado.
Eu sabia que as coisas ficariam complicadas quando as duas se aproximaram enquanto estavam nuas.
— Es-esperem. Acabei de entrar na água fria, então ele encolheu... ei, Haru-san... Carol-san...
E assim, um pequeno acidente aconteceu... foi mesmo um pequeno acidente. Preferia que não elas tirassem a roupa de um homem depois que ele entrou em água fria... e parecia que tínhamos chegado ao andar inferior do labirinto.
Estávamos em frente à sala do chefão. A porta da sala do chefão estava aberta e podíamos ver seu interior.
Eu podia sentir a presença de um monstro, mas havia apenas uma árvore fina no interior, sem nenhum inimigo visível.
— Vocês estão prontas?
― Sim.
― Sim.
Haru e Carol responderam em sincronia e avançamos juntos.
A porta da sala se fechou.
Não poderíamos mais escapar. Bem, não pretendíamos fazer isso.
— ... pensei que era um monstro planta, mas acho que estava enganado.
De acordo com o Avaliar Planta, essa árvore era chamada de Árvore de Cabaça¹.
Era uma planta que também estava presente na Terra e dava frutos de cabaça.
No entanto, não havia frutos agora.
Mas assim que tive esse pensamento.
Uma cabaça enorme de repente inchou da Árvore de Cabaça.
O modo como ela inchou era anormal.
— Presença inimiga, é isso mesmo!?
Parecia que o monstro parasitava árvores.
— ...!
A imitação de fruto de cabaça explodiu. Ao mesmo tempo, as sementes dentro dela se espalharam.
— Gelo!
Criei uma parede de gelo à nossa frente e protegi nossos corpos das sementes.
Mas que tipo de chefe era esse, se explodindo de repente?
Mesmo assim, isso foi perigoso. Isso foi forte o suficiente para causar rachaduras na minha parede de gelo. Provavelmente teria doído se eu fosse atingido.
— Espere... eh!?
A presença do inimigo aumentou de repente!?
Eu podia dizer o motivo na mesma hora.
As sementes se transformaram na forma de cabaças no mesmo instante.
Todas as sementes que foram lançadas pela explosão.
Que estranho! Cabaças são formadas por brotamento², as sementes não se transformam em frutos de forma direta.
Por acaso, todas essas cabaças explodiriam de novo?
— Mestre!
— Guh, este é o mais problemático até hoje.
Se os números continuassem crescendo, como poderíamos lidar com isso?
Minha primeira ação foi equivocada?
Quem seria capaz de superar tal chefe?
— Isso é estranho Ichino-sama!
— O quê!?
— Pelo que Carol ouviu, o chefão deste labirinto é uma cobra enorme. Não existe um monstro como esse.
— Hã!? Talvez...
— Sim, talvez este labirinto tenha dois tipos de chefões.
Como usamos o atalho, chegamos à outra sala do chefão. Então esse era o motivo.
— Tudo bem, Corte!
Pensei em atacar antes que ela explodisse!
Usei Corte na cabaça.
Ela foi atingida... uma pequena explosão diferente da de antes ocorreu e suas sementes se espalharam.
Acho que também não poderia quebrá-las!
Eu também não conseguia imaginar o Charme de Carol funcionando em um oponente planta.
As outras cabaças explodiriam em sequência.
Eu deveria queimá-las? Achei que queimá-las poderia causar uma explosão ainda maior, mas pensei em tentar.
— Ichino-sama! Veja isto.
Carol apontou para a parede de gelo.
A parede de gelo rachado.
O que temos aqui?
— As sementes na parede de gelo não se tornaram frutas.
— Agora que você mencionou...
Eu olhei ao redor.
Não eram apenas as sementes cobertas pelo gelo. As que caíram perto da parede de gelo não se tornaram cabaças.
As sementes precisavam de uma certa temperatura para se transformarem em frutos.
A fraqueza delas era gelo.
— Eu realmente não entendo, mas acho que está na hora da Magia de Gelo! Chuva de Gelo.
Excluí nossas imediações e fiz cair a chuva de gelo ao nosso redor... a temperatura do ambiente despencou.
... fri-frio.
Mas o efeito foi aparente.
As cabaças que haviam inchado e estavam prestes a explodir pararam de se mover.
Parecia que as explosões foram detidas.
Mas a porta da sala da Deusa não se abriu.
"O que isto significa? Mas as cabaças congeladas não emitem mais a presença do inimigo..."
Eu usei a Detecção de Presença.
Outros inimigos... hmm?
Havia uma presença.
Quê? Da Árvore de Cabaça?
― Ali!
Haru lançou um Corte.
Um galho de árvore foi cortado... e um macaco com uma cabaça nas costas caiu no chão.
Então até os macacos podem cair das árvores...
O macaco carregava uma cabaça de ouro nas costas.
Não, o macaco e a cabaça dourada eram um único monstro.
― Parece que você é o chefão... você me fez trabalhar bastante! Corte!
O Corte que lancei cortou o macaco e a cabaça ao meio.
A enorme árvore e as cabaças na sala do chefão desapareceram enquanto a cabaça dourada nas costas do macaco se transformava em um item junto com uma pedra mágica.
Eu também passei de nível.
Deixando isso de lado, um macaco e uma cabaça dourada, hum?
Parecia uma combinação que ouvi em algum lugar antes³.
Pensei em verificar meu registro de aumento de nível mais tarde e focar na verificação do item solicitado primeiro.
A cabaça dourada não significava que ela era feita de ouro.
Ela parecia ser uma planta que brilhava dourada.
― Espero que essa cabaça dourada não exploda também.
Havia uma tampa na cabaça com as palavras "Vinho Dourado".
Tirando a tampa, senti o cheiro de álcool.
― Ichinojo-sama. Este é o item deixado pelo chefão deste labirinto, mas vai dar tudo certo? Afinal, ele é um chefão diferente do esperado.
― De todo modo, esse é um pedido para mostrar nossas capacidades. Acho que deve ficar tudo bem, não é? Esta pedra mágica é muito maior em comparação com outros monstros pequenos, portanto pode servir como prova de que derrotamos um chefão. E mais importante que isso, vamos prosseguir.
Eu disse e andei em direção à Estátua da Deusa.
A Estátua da Deusa Minerva-sama estava consagrada lá.
E havia uma porta separada da pela qual entramos.
"Eu não sei como lidar com Minerva-sama."
Na outra vez em que a encontrei com Miri, ela tentou se matar toda vez que falava.
Bem, de acordo com minha irmã, ela não se matará, então isso não seria um problema. Na verdade, só porque eu oraria aqui não significava que seria transportado para o espaço da Deusa-sama como sempre.
― Tudo bem, vamos rezar.
Eu disse e nós três oramos juntos.
Notas
[1] Cabaça, também chamada de cuia e jamaru, é a designação popular dos frutos das plantas dos gêneros Lagenaria e Cucurbita. A cabaça foi uma das primeiras plantas cultivadas no mundo, não apenas para uso na alimentação, mas para ser utilizada como um recipiente de água. A cabaça pode ter sido levada da África para a Ásia, Europa e Américas no curso da migração humana, ou por sementes que flutuaram através dos oceanos dentro da cabaça. Provou-se que estava no Novo Mundo antes da chegada de Cristóvão Colombo ao mesmo, em 1492.
[2] Brotamento é um tipo de reprodução onde surgem brotos que crescem ligados ao organismo inicial e que podem, ou não, se desprender em certa época da vida. Diversas algas e plantas, certos fungos e alguns animais invertebrados podem se reproduzir por brotamento.
[3] No famoso "Jornada ao Oeste", quando o Rei Macaco, Sun Wukong, descobre que demônios estão indo capturá-lo dentro da cabaça que estão carregando, ele muda sua aparência para a de um mortal e os convence a mostrar a cabaça mágica onde dizia se que dez mil pessoas estavam presas. O Macaco mostra aos demônios uma outra cabaça, uma sem quaisquer poderes especiais, mas diz a eles que ela é mágica e pode devorar o universo. Usando suas conexões no céu, o Macaco consegue permissão para os espíritos bloquearem a luz do sol, da lua e das estrelas por uma hora. Vendo os corpos celestes desaparecendo, os demônios acreditam que a ferramenta é mesmo muito poderosa e, sem pensarem muito, eles fazem a troca, dando a cabaça mágica para o Macaco.