Volume 9
Capítulo 320: Informações sobre a Pedra Filosofal
Infelizmente, não havia ninguém com informações sobre os ingredientes da Pedra Filosofal.
No entanto, de acordo com Carol, era possível obter informações de um velho em Cabras Rochosas, então fui para a casa desse senhor.
Falando de um homem velho, quem sabe...
― Então é o velho dono desta livraria.
Eu murmurei.
O trabalho do velho era Samurai, ele era um mestre no saque de espadas e era fã de Familis Raritei.
Agora que penso nisso, não toquei na maioria dos livros que comprei dele.
Entrei na livraria sozinho.
― Ei, você voltou.
― Sim, há algo que eu gostaria de perguntar.
Coloquei uma pequena garrafa de vinho no balcão.
Carol me contou que esse velho era um alcoólatra.
― Algo para perguntar, hum? Então você não está aqui para comprar livros?
O velho disse isso, mas sua expressão relaxou um pouco. Provavelmente foi efeito do álcool.
― Então, o que você quer saber?
― Se possível, sobre a Pedra Filosofal. Se não, os ingredientes para a Pedra Filosofal e a localização de sua fórmula. Caso contrário, ficarei bem com o paradeiro de um Alquimista Avançado que também tem a fórmula da Pedra Filosofal. Desejo obter uma o mais rápido possível.
Eu pude ver uma sombra sobre a expressão do velho depois que perguntei.
― Pedra filosofal, hã? Você trouxe o nome de outro grande item. Você já deve estar ciente, mas a fórmula da Pedra Filosofal é uma que qualquer Alquimista deseja. Não é tão fácil de adquiri-la.
― … estou consciente disso.
― Desculpe, mas não sei o paradeiro do livro de fórmulas. Nem tenho certeza se ele existe.
Eu estava preparado para isso.
Como esperado, não seria tão fácil.
― Mas tenho uma pista sobre uma pessoa que pode criar uma Pedra Filosofal.
— Sério!? Quem é!?
― A companheira do Herói, Daijiro.
Disse o velho.
― Daijiro… -san.
— Sim. Isso não passa de um boato, mas dizem que a companheira do Herói Alessio, Daijiro, tem o emprego de Inventora capaz de criar todos os tipos de itens, possuindo as habilidades mais altas possíveis disponíveis para um Alquimista. Ao aumentar o nível desse trabalho, é possível adquirir todas as fórmulas de Alquimistas que existem no mundo. É possível que ela seja capaz de criar uma Pedra Filosofal.
Que reviravolta.
A jornada até agora me ensinou que Daijiro-san não era tão fácil de localizar.
Se pudesse fazer isso, teria ajudado no resgate de Miri há muito tempo.
— Além disso, muitos materiais raros são necessários.
— Você conhece os materiais necessários para criar uma Pedra Filosofal?
— Sim. Primeiro, você precisa... do lendário metal chamado Adamantino.
Adamantino!?
Que coincidência, eu acabei de obter isso.
Se já tivesse o restante dos materiais ou se pudesse encontrá-los depressa...
— E a massa de magia, o Núcleo do Dragão.
― Núcleo do Dragão... o coração de um Dragão Ancião serviria?
― Não, o Núcleo do Dragão é um material adquirido do lendário dragão chamado Dragão-Lorde-Demônio. Diz-se que ele é o chefão do labirinto mais profundo do mundo, o Labirinto Infinito no Continente Oriental.
Embora fosse chamado de Labirinto Infinito, ele possuía um andar final que parecia estar a mil andares abaixo do solo.
O chefão que aparecia naquele andar era o Dragão-Lorde-Demônio.
Depois de derrotar o monstro, havia uma pequena chance de ele deixar para trás seu coração, chamado de Núcleo do Dragão.
Esse era um item de dificuldade bastante alta para se obter.
― O último seria o Néctar.
― Néctar?
― Sim, um álcool, também conhecido como vinho da Deusa.
Esse também era um item que eu não conhecia.
No final, eu tinha apenas um dos três itens necessários.
Além disso, teria que viajar para o Continente Oriental para obter o Núcleo do Dragão.
Eu teria que encontrar Daijiro, viajar para o Continente Oriental e encontrar o Néctar que eu não sabia onde poderia estar.
Sheena Nº3 ficaria bem até lá?
Pensei em perguntar a Pionia se havia alguma maneira de prolongar o tempo de operação da Autômata. Seria ótimo se ela tivesse algo como um modo de suspensão.
― A propósito, há uma pessoa que sabe o caminho para obter o Néctar.
― Uma pessoa!? Quem?
― O chefe da Guilda dos Mercenários, o representante de Cabras Rochosas e também o representante de muitas Guildas regionais, incluindo a do Reino Shiraraki. Seu poder é comparável ao de um rei. Pode ser inútil... não, é provavelmente inútil, mas vou escrever uma carta de apresentação.
― É inútil…?
― Sim, essa pessoa só confia em alguém que viu com seus próprios olhos. No entanto, ter algo é melhor que nada.
O velho escreveu uma carta de apresentação para mim.
― Muitíssimo obrigado. Por escrever esta carta também.
― Eu apenas senti vontade de fazer isso. Eu não preciso da sua gratidão. Contudo, se você receber mais de um Néctar, por favor me dê um.
― Tudo bem, eu com certeza farei isso.
Agradeci ao velho e saí da loja.
Fui até a Guilda dos Mercenários e mostrei a carta de apresentação do velho à recepcionista.
― Haaa….
Por algum motivo, ela suspirou.
Então...
― Vou pedir desculpas primeiro. Me desculpe.
Ela se desculpou por alguma razão.
A recepcionista pegou a carta de apresentação e foi para os fundos.
Eu tive um mau pressentimento. Não, isso não era apenas um sentimento ruim.
O velho disse que seria inútil também.
E assim, eu estava certo.
A recepcionista voltou sem demora.
Segurando a carta de apresentação dividida em duas.
― Ichinojo-san, eu sinto muito.
― Está tudo bem, eu estava preparado... eh? Como você sabe meu nome?
― Confirmei o conteúdo antes de ela ser rasgada. Há uma mensagem do mestre da guilda. "Se você deseja me conhecer, faça algum trabalho de mercenário". Parece que o mestre da guilda o verá se você realizar algumas tarefas.
O primeiro princípio da capacidade. É como o velho disse.
— Tudo bem. No entanto, como não tenho muito tempo, por favor, me dê uma tarefa que eu possa concluir em alguns dias.
— Tudo bem, uma tarefa que pode provar sua capacidade. Há um labirinto ao sul daqui, derrote o chefão e volte com a prova. A recompensa é de 70.000 Cabras. Você poderá ver o mestre o quanto antes atender à solicitação.
— Entendido... isso não é tão diferente de um pedido da Guilda dos Aventureiros.
Eu recebi o pedido e comentei.
— Sim, isso está correto. A Guilda dos Aventureiros foi criada para promover a cooperação entre os aventureiros, enquanto a Guilda dos Mercenários foi criada para fornecer trabalho para os soldados que perderam seus lugares depois que a guerra terminou. Algumas milícias têm empregos de produção, assim, em comparação com a Guilda dos Aventureiros, onde todos têm empregos de combate, a diferença na Guilda dos Mercenários seria que qualquer um pode entrar.
Qualquer um poderia entrar, hum?
— em geral, haveria um teste, mas julgamos que não há problema com a capacidade de Ichinojo-sama, tendo derrotado os demônios no castelo real.
— Ah, tem isso também.
Eu havia confirmado no Principado de Nicplan que havia um exame para a Guilda dos Mercenários.
Mais importante, a Guilda dos Mercenários estava em guerra com o Reino Shiraraki naquele momento, por isso era outra organização, embora tivesse o mesmo nome.
As guildas estavam sendo unificadas desde o fim da guerra, mas me perguntei se Kikkori e os outros estavam trabalhando aqui... eh?
Isso significa que eu passei no teste apenas com o meu nome?
Será que poderia me chamar de mercenário em vez de desempregado?
— Bem, uma pessoa como Ichinojo-sama provavelmente já trabalhou em outro lugar e o trabalho na Guilda dos Mercenários é inclinado para trabalhos diários, mas depois de conhecer o mestre da guilda, sinta-se à vontade para procurar emprego também.
— Ah… tá legal.
Trabalhos diários... isso era semelhante a empregos de meio período, certo?
Como esperado, ainda estava longe do caminho para me tornar um funcionário regular.
Mas essas coisas não importavam no momento.
Reunir materiais para consertar Sheena Nº3 era mais importante.
Nota do autor (Yousuke Tokino):
O velho da livraria foi gentil com Ichinojo não porque ele é um tsundere, mas porque ele quer retribuí-lo, uma pessoa do mundo paralelo... esse é o meu pensamento egoísta (veja o Volume 9 da LN).
Na verdade, isso não tem nada a ver com foreshadowing¹.
Nota
[1] Foreshadowing é um artificio literário pelo qual um autor insinua fragmentos da história que ainda está por vir. É uma espécie de "truque narrativo" no qual um elemento é colocado em cena de maneira que o público não o decifre de imediato, e sua volta posteriormente abala a trama de maneira significativa. Difere-se do red herring devido seus elementos serem fatos que serão realocados na história, e não apenas criando aleatoriamente pistas falsas ou induzir o espectador a raciocinar de modo errôneo.