Volume 9

Capítulo 271: Para as montanhas onde vivem os Anões

— Nesse caso, Rurina, você é capaz de transferir configurações de grupos?

— Sim, isso é possível. No entanto, vou precisar das notas criadas pelo Jornalista Mágico, contanto que eu as tenha, porém… me desculpe, não há ninguém com esse emprego entre nós.

— Jornalista Mágico? A propósito, em que nível eles são capazes de criar essas notas?

Level 10.

Meu nível de Jornalista estava no momento no 7.

Meu level estava um pouco baixo.

— Ó, verdade, para criar a nota, você precisará da tinta especializada usada pelos Herbalistas.

— Ririana é capaz de fazer as anotações de tinta. Afinal, ela é uma Herbalista.

Rurina citou o nome de uma Elfa-Negra.

— Óóó, Ririana, hum?

Eu acabei ouvindo algo bom.

— Aliás, quais são as matérias-primas necessárias para a tinta?

— Nozes de galha¹ e Sulfato de Ferro. Ambos devem ser bem fáceis de comprar na loja de um Herbalista.

Noz de galha? Nunca ouvi falar disso, mas vou fazer uma anotação mental.

Deixando isso de lado, eles usam o Sulfato de Ferro também, hã?

Eu tinha certeza que isso só era usado para algo como óleo.

De qualquer forma, vou ter que aumentar meu nível de Jornalista Mágico.

— Ah, em, Ichinojo-sama. Eu tenho um pedido.

— Um pedido? Bem, se for algo que eu possa fazer...

— Eu poderia por favor ter a sua assinatura!

Rurina disse e ofereceu sua aljava com uma adaga.

… vou ter que esculpir isso?

Eu disse que faria isso se pudesse, então hesitei em recusar.

No entanto, mesmo que não tenha sequer dado a minha assinatura usando uma caneta antes, esculpir meu nome usando uma adaga era... a escultura... ficou surpreendentemente boa. Eu consegui esculpir minha assinatura como um artista com rapidez.

Não acredito que tenha esculpido essa belezura, mesmo que tenha usado um cinzel². Isso foi um presente de habilidades como Aumento de Destreza que não afeta meu status?

Agora eu também poderia fazer belos acessórios com minha habilidade de Ferraria.

— Muitíssimo obrigada! Eu vou fazer disso uma herança de família!

Tornar isso uma herança de família seria exagero demais. Por favor, mantenha isso em apenas uma geração.

O design da minha assinatura foi algo que criei com um amigo do ensino médio como uma brincadeira. Eu tratei isso como um passado sombrio, mas, de forma surpreendente, teve utilidade.

Hmm? Escultura?

— Agora que penso nisso, as Elfas-Negras são todas destras, não são? Vocês fizeram a ponta de flecha de Mithril por conta própria?

— Não, não há ninguém entre nós capaz de trabalhar com Mithril. Nós pedimos aos Anões por isso.

— Anões!?

Anões são uma raça famosa no mesmo nível dos Elfos. Eles têm uma imagem forte por terem barbas grossas e grande amor pelo álcool e pela ferraria. Além disso, no guia que eu li quando cheguei a este mundo, que foi escrito por Daijiro-san, a raça dos Anões também foi listada como uma das que estabeleceu a Igreja da Deusa junto com os Hume, Gigantes e Mini-Humes.

— Você sabe onde os Anões vivem?

— Há uma montanha ao norte da Grande Floresta onde eles vivem.

Depois disso, Rurina desenhou um mapa simples detalhando o local específico onde os Anões viviam e me explicou os detalhes.

— Nós vendemos os vinhos de frutas que produzimos na Grande Floresta e, em troca, pedimos o processamento do Mithril.

Quando eu conheci Rarael, a entreguei o Mithril que tinha. O material foi roubado pelo Bandido da Montanha³ e minha habilidade de Ferraria ainda não conseguia processar Mithril, então eu prontamente dei o item a ela.

— Então vocês converteram todo o Mithril obtido em pontas de flechas?

— Só uma parte. A maior parte foi usada para criar Isildin.

— Isildin?

Outra palavra da qual nunca ouvi falar apareceu.

A função de tradução converteria de forma automática a palavra falada para o seu equivalente na Terra, se ele existisse, assim, esse deveria ser um item exclusivo do Outro Mundo. Embora fosse possível que eu apenas não soubesse sobre isso.

— Isildin é um tipo de tinta criada a partir de Mithril. Será mais rápido se você der uma olhada na coisa real. Por favor, aguarde um momento.

Rurina disse e correu para a casa da árvore antes de retornar após alguns minutos.

Ela estava carregando uma pequena garrafa.

— Isto é Isildin.

— Então isto... é Isildin, hum...

Eu respondi para indicar que estava olhando, mas não pude ver nada dentro da pequena garrafa.

— Há realmente Isildin aqui dentro?

— Sim, há.

— Por acaso é um tipo de tinta que idiotas não podem ver?

— Não, ninguém pode vê-la agora. Isildin só pode ser visto sob o luar depois de se lançar um feitiço.

Graças a Deus não era algo que apenas eu não podia ver.

Eu não tinha ideia de como o Mithril podia ser convertido em um líquido e eu não conseguia entender como ele não poderia ser visto a menos que um feitiço fosse lançado.

Entretanto, por fim entendi seu uso.

— Entendo, então você usa Isildin para transcrever textos secretos que outras raças nunca deveriam saber.

— Ufufu, isso não é usado para algo tão grandioso. A luz de Isildin é extremamente bonita quando vista. Por essa razão, desenhamos imagens com esse material na parede da caverna onde a Árvore Dourada estava, e uma vez por ano, lançamos o feitiço e admiramos o cenário quando a lua passa acima da Árvore Dourada. Além disso, Isildin é muito valioso, de modo que nem um quinto da parede tem desenhos. Eu queria que Ichinojo-sama também tivesse visto isso.

— Eu também gostaria muito de ter visto.

Setolance-sama pediu a Rarael para destruir a caverna onde a Árvore Dourada foi plantada depois que a Salamandra foi derrotada. Para que ninguém soubesse que a Árvore foi transportada para longe.

Se eu soubesse que havia tais desenhos nas paredes, eu teria hesitado ao destruí-las.

Além disso, a luz de Isildin nunca mais aparecerá neste mundo.

Aliás, no Meu Mundo, onde estávamos no momento, não havia lua nem estrelas. Na realidade, também não havia dia nem noite. Em tal ambiente, Isildin, que apenas brilhava sob o luar, não emitiria nenhuma luz.

— A propósito, os Anões poderão obter algumas informações sobre Daijiro que Ichinojo-sama está procurando.

— Quê!?

Eu compartilhei informações sobre Daijiro e Miri com as Elfas-Negras.

Eu não recebi muita informação.

— Os Anões são conhecidos por terem as melhores técnicas de processamento do mundo, em especial na Alquimia e Ferraria, eles são inigualáveis. Por essa razão, muitos artesãos se reúnem lá.

— Entendo... com toda certeza, se Daijiro-san não for uma loba solitária, ela terá artesãos que são seus conhecidos.

Pelo contrário, acho difícil acreditar que Daijiro-san tenha construído aquele enorme Navio Voador por conta própria.

Se eu pudesse encontrar os artesãos que trabalharam com ela, poderia coletar informações sobre onde ela estava no momento.

Eu apontei para a montanha onde os Anões viviam.


Notas

[1] Galhas, bugalhos, cecídios ou cecídias, são estruturas que se originam em determinado órgão de uma planta através de hipertrofia e hiperplasia (Anatomia vegetal) de tecidos, inibição do desenvolvimento ou modificação citológica e/ou histoquímica em resposta ao ataque de organismos indutores que podem ser vírus, bactérias, fungos, nematódios, ácaros ou insetos - parasitas, geralmente específicos à espécie (ou ao gênero ou família) da planta.

[2] Cinzel é um instrumento de corte manual que possui numa extremidade uma lâmina de metal aguçada e do outro um cabo de madeira reforçado, nos extremos, com anéis de aço de modo a proteger a zona de impactos desferidos por uma terceira ferramenta, (geralmente) o martelo.

[3] Eventos do capítulo 14.



Comentários