Volume 10

Capítulo 371: Mallegory em caos

Voltamos à casa de Suzuki.

Ele voltou ao mesmo tempo que nós, então eu entreguei a boneca substituta para ele também.

Suzuki se juntaria aos guardas para investigar se as vítimas tiveram algum objeto roubado, enquanto Carol começaria a encontrar o local onde os Doujinshi estavam sendo vendidos de forma clandestina.

— O que devemos fazer?

— Deixe-me ver, por enquanto... vamos passear pela cidade.

No momento, a única coisa que eu podia fazer era investigar os trabalhos das pessoas por quem passava para encontrar o Xamã.

— Tudo bem, terei prazer em acompanhá-lo.

O rabo de Haru balançou com alegria, mas não era como se isso fosse um encontro.

Andamos pela rua cercada por lojas, mas a maioria delas estava fechada.

Um saco de farinha que normalmente seria vendido por uma moeda de cobre agora era vendido por 10 moedas de cobre por um vendedor ambulante. O dono da loja não era um Comerciante, mas um Aprendiz de Espadachim.

Parecia que eles não podiam parar o aumento dos preços dos alimentos.

Mas não havia muitos clientes.

Ou melhor, não havia muitos pedestres.

— Parece que algumas informações já foram divulgadas sobre a maldição do frenesi. Muitas pessoas não querem se envolver em problemas desnecessários.

— Acho que sim... hmm?

Um homem estava conversando na frente da loja de farinha que estávamos passando.

Ele era um pouco mais velho que eu. Seu trabalho era "Cozinheiro: Lv16".

Eu senti como se já o tivesse visto em algum lugar antes... o que estava acontecendo?

A discussão não parecia estar indo bem, pois eu podia ouvir os argumentos irados de onde estávamos.

Parecia que as coisas ficariam físicas nesse ritmo.

— Mestre.

— Acho que devo parar aquilo.

Eu disse e logo me aproximei do homem que brandia seu punho e agarrei seu braço.

— Vocês deveriam parar.

— Deixe-me dar um soco nele! Esse cara é um lixo!

— Quem é lixo!? A única coisa que fiz foi comprar barato e vender caro!

— Esse é exatamente o problema! Você sabia que a cidade seria selada e comprou mais da metade da farinha nas lojas! Por isso, há menos farinha no mercado.

Entendo, então era uma luta entre revendedores e suas vítimas.

Achei que esse fosse um problema em qualquer mundo.

— No entanto, seria um crime se você o socasse. Sua família ficaria triste se você caísse em um emprego criminoso.

— Eu não tenho esposa ou filhos que ficariam tristes por mim...? Você…

O homem retraiu o braço e mostrou um olhar arrependido.

— Desculpe... eu lhe causei problemas mais uma vez.

O homem pediu desculpas de forma educada para mim.

Mais uma vez?

— Nós nos conhecemos?

— Você não se lembra? Ontem...

— Ei, não fiquem de conversa fiada aqui! Vocês estão atrapalhando meus negócios.

O revendedor de farinha nos expulsou.

Isso se tornaria uma briga se ficássemos mais tempo, então seguimos para um local distante dali.

Durante esse intervalo, tentei me lembrar de onde conheci aquele homem.

Afinal, muitas coisas aconteceram ontem. Eu conheci Flute e lutei com Talwi.

Ele também não era o cocheiro da carruagem em que andei.

— Ah, você ainda não consegue se lembrar? Você chamou aquilo de Desfazer? Você aplicou isso em mim...

— Ah! Você é o "Idade = sem histórico romântico"!

— Sim. Mas, por favor, não se lembre de mim dessa maneira.

Ele disse com uma expressão estranha.

O homem liderou o caminho.

— Eu me chamo Fred. Eu administro uma padaria na cidade.

Ele mencionou que administrava o estabelecimento, mas as prateleiras da padaria estavam vazias e parecia que o local estava fechado.

— É embaraçoso, mas a loja está no estado que você pode ver. A loja ficou fechada por um longo período, então passei muito tempo limpando ontem e, quando fui uma hora mais tarde do que o habitual para comprar farinha, já estava tudo esgotado. Só agora ouvi dizer que o motivo era porque aquele homem comprou uma grande quantidade de farinha sabendo que o exército nacional cercaria a cidade. Em todo caso, não poderei assar pão.

Ele não podia assar pão... hum.

Havia uma escassez de arroz também, então eu não poderia sugerir fazer pão sem glúten. Não era uma situação em que eu poderia sugerir apenas comer sobremesas se você não pudesse comer pão.

Suspiro, desgraça pouca é bobagem.

— Ah… bem… se anime. Certo, tenho um pouco de farinha, então posso compartilhar um pouco com você.

Eu disse e tirei um saco de cânhamo cheio de farinha do Meu Mundo.

Por enquanto, cem quilos deveriam ser suficientes.

— Tudo isso!?

— Sim... mas pode não ser suficiente para um comerciante.

Eu tinha trigo pré-moído em toneladas, mas isso ainda não foi processado.

Afinal, não havia moinhos de vento1 ou rodas de água2 no Meu Mundo, portanto, a maior parte da moagem foi realizada por trabalho manual.

Pensando nisso, poderia não ser possível para um moinho de vento, uma vez que não havia vento, mas tínhamos um rio para poder fazer a moagem usando uma roda de água.

Vou tentar sugerir para Pionia na próxima vez.

— Não, isso é suficiente. Com essa quantidade, eu devo ter o suficiente para assar pão para todos na cidade... mas isso...

Fred pegou um pouco de farinha do saco de cânhamo e o transferiu para um pequeno prato antes de lambê-lo.

Consumir farinha crua era difícil de digerir e eu estava preocupado que ele sofresse com intoxicação alimentar, então eu preferiria que ele não fizesse isso.

— Como esperado. É farinha de alta qualidade. Eu nunca vi isso antes.

— Você pode dizer isso apenas por lamber?

— Sim, afinal, eu administro uma padaria. Na verdade, eu poderia perceber pelo cheiro, mas não pude resistir... ah, quero lamber mais.

O homem disse e pegou outra colherada para lamber.

... será que eu peguei outra coisa por engano? Mesmo que você acabasse com intoxicação alimentar por comer farinha crua, achei que não podia ficar viciado nela.

Mesmo assim, fazer pão, hein?

Eu era mais consumidor do que padeiro.

Queria experimentar assar pão uma vez.

— Fred-san. Eu quero ajudar a assar o pão, tudo bem? Haru também quer fazer isso, certo?

— Sim, eu vou ajudar com tudo de mim.

— Claro... ah, mas precisamos de roupas de trabalho limpas...

— Não se preocupe, Limpar! Agora estamos completamente desinfetados e limpos.

Havia vários métodos de desinfecção, como desinfecção com água fervente ou com álcool, mas nada superava a desinfecção do Limpar. Ela lavava e banhava o corpo, limpava as mãos, lavava a boca, escovava os dentes, limpava os ouvidos e o nariz. Esse feitiço limparia tudo de uma só vez. Além de aparar cabelos e remover pelos indesejados.

— Óóó! Magia Cotidiana. Que inveja. Se eu pudesse usar essa magia, poderia economizar na taxa de lavagem que pago todos os dias.

Taxa diária de lavagem… este mundo possuía lavagem a seco?

Eu pensei comigo mesmo ao aplicar o Limpar em Haru.

Aproveitei a oportunidade para mudar meu segundo emprego para o Chef ao ar Livre e nós três experimentamos fazer pão.

Eu omitirei o procedimento detalhado, mas um Cozinheiro poderia aprender a habilidade chamada Fermentação, que poderia fortalecer a capacidade das bactérias, tornando fácil a tarefa de fazer pão.

O processo que levaria mais de uma hora no Japão foi reduzido em mais da metade.

Enquanto o pão estava no forno, eu fiz a pergunta principal.

— Pertences roubados? Me perguntaram isso durante a investigação, mas não me lembro de ter perdido nada em particular.

Então acabamos em um beco sem saída.

Se lhe perguntaram durante a investigação, isso significava que os guardas da cidade também suspeitavam que pertences pessoais roubados eram usados como catalisadores.

Como esperado, o meu nível de Chef ao ar Livre não aumentou. Afinal, estávamos cozinhando em um ambiente fechado.

O pão fresco era duro, mas delicioso.

Eu podia comer pão fresco sempre que quisesse, guardando-o na minha bolsa de itens.

Como agradecimento pelo pão, apliquei a habilidade Preservação na farinha restante e Limpar nas roupas de trabalho sujas.

Nossa em que estava saindo da loja, um jovem passou por mim. Ele era um cliente que veio por causa do cheiro do pão? Pensei enquanto eu concentrava meus ouvidos, mas...

— Fred-san, você está de volta. Você tem algo para lavar hoje?

— Não tenho nada hoje. Por favor, volte amanhã.

Parecia que era o rapaz da lavagem a seco.

Eu atrapalhei os negócios dele, então pedi desculpas em meu coração.

— Mestre, aquele pão fresco estava delicioso.

— Sim... da próxima vez, vou tentar fazer pão.

— Tudo bem. A culinária do mestre é deliciosa, então estou muito animada para experimentar.

Haru disse com o rabo abanando.

Teria que aumentar meu nível de Fazendeiro para mudar de emprego para Cozinheiro.


Notas

[1] Um moinho de vento, em sentido restrito, é um moinho que usa as hélices como elemento de captação e conversão da energia eólica para outro tipo de energia apropriada para movimentar outros mecanismos. As primeiras referências conhecidas a moinhos de vento datam do século V. Os aparelhos movidos a vento eram utilizados no Irã para fazer farinha. No Oriente, este tipo de estrutura mecânica começou por ter aplicação prática para facilitar o trabalho do homem, sendo utilizada para a elevação (ou bombagem) de água. No Ocidente, foi inicialmente aplicada pelos Persas na moagem de cereais. Na Europa, o mais antigo moinho de vento conhecido foi construído na Inglaterra em 1185.

[2] A roda de água, ou roda d'água, é um dispositivo circular montado sobre um eixo, contendo na sua periferia caixinhas ou aletas dispostas de modo a poder aproveitar a energia hidráulica, ou atuar como propulsor em navios.



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