Volume 10

Capítulo 347: Devo tomar meu tempo para me divertir

— Então, Neete está hospedada no hotel com uma bela vista noturna que Carol encontrou?

— Sim, afinal, são as férias dela.

Embora a taxa para fazer o molho de soja não fosse tão alta, o preço do fermento parecia bastante considerável.

Embora não fizesse ideia se o fermento do Japão poderia sobreviver neste mundo... não era de se surpreender que o preço fosse alto.

Eu queria recusar o dinheiro, mas Suzuki disse que seria melhor recebê-lo porque reduziria problemas futuros.

Se eu transmitisse a receita para eles sem cobrar, o trabalho de cultivar levedura roubaria os lucros das lojas de brotos.

Por causa disso, deixei Neete usar esse dinheiro para desfrutar de férias.

Com a permissão de Pionia, é claro.

— Sinto-me mal por Pionia-neesan, mas deixarei que ela desfrute de uma estadia luxuosa. O Mestre quer uma chave reserva? É incrível, todo o andar é reservado e há até um quarto de hóspedes.

— Não preciso disso.

Seria um aborrecimento ter que percorrer o caminho até lá para obter e devolver a chave.

Embora eu tivesse dito isso, parecia que ela estava preparada, pois disse: — Você pode passar a chave para Lana. — e passou a chave para mim.

Olhei para trás e vi Carol olhando para mim com olhos esperançosos.

Entendo, então ela estava a encorajando.

— … tudo bem. Bem, vou dar uma passada se tiver tempo à noite. Também estou interessado no serviço de quarto do hotel.

— Além disso, embora você os tenha ensinado a fazer molho de soja, por que não ensinou o método para fazer saquê japonês?

— Hmm... eu estava um pouco preocupada com o sistema nacional e com o meio ambiente. Pode ser infundado, mas temo que isso possa não ter um resultado decente. Vou investigar antes de ensiná-los.

Sistema e ambiente?

Eu não entendi, mas achei que estava tudo bem se Neete ensinasse da maneira que ela quisesse, em vez de não ensinar porque ela achou que fosse problemático. Tinha certeza de que foi porque o arroz deste mundo não era adequado para fazer saquê japonês.

Aliás, a produção de molho de soja levava mais de meio ano, mas como esperado do Outro Mundo.

Parecia haver habilidades que auxiliavam no envelhecimento. Assim como no Meu Mundo, as plantas cresciam ou fermentavam em um piscar de olhos... ou não nessa extensão, mas eles teriam molho de soja em uma semana, e até a Suzuki estava ansioso por isso.

E, assim como Suzuki estava ansioso pelo molho de soja, Haru também estava.

A yukata que Haru estava usando ainda não tinha um buraco para o rabo, então ele estava balançando de forma animada debaixo da roupa.

— ... Haru, eu sei que você está animada, mas não se esqueça do seu treinamento para controlar seu rabo.

— ...! Eu sinto muito.

Parecia que Haru não notou que seu rabo estava abanando.

Eu podia dizer que ela estava se concentrando em seu rabo, uma vez que ele latejava. Ele ainda tremia com leves movimentos.

Achei que controlar o rabo dela era mais difícil do que o esperado.

Passamos pela Rua do Outro Mundo e chegamos à Rua da Magia.

Imaginei um distrito misterioso com muitas ferramentas mágicas alinhadas, já que se chamava Rua da Magia, mas eu estava completamente errado.

Era mais parecido com uma rua de fábrica.

Só de olhar a fumaça saindo das chaminés era suficiente para fazer alguém se sentir doente.

— Rua da Magia é a rua com muitos blocos de fábricas dedicados à produção de ferramentas mágicas.

Carol olhou para a fumaça enquanto comentava.

Lembro que ela mencionou que apenas a Rua Japonesa era um local adequado para passeios turísticos.

— Acho que não conseguiremos ver muita coisa aqui.

— Somente a torre de observação se encaixaria como um ponto turístico. Há um restaurante no andar mais alto daquela torre e tem vista para toda a cidade.

Carol apontou para uma torre que era quase tão alta quanto uma torre de rádio comum. Talvez cerca de 30 metros de altura?

— Subir parece problemático.

Embora ver a paisagem de um ponto de vista alto fosse bonito, eu tinha a habilidade Olhos de Falcão e poderia olhar para o céu não apenas a 30 metros, mas a algumas centenas de metros, por isso o local não me atraiu muito.

— Existe um veículo chamado elevador que o levará de forma automática para o topo.

— Tem um elevador!?

Não era tão bizarro, considerando que havia um navio voador, mas eles também tinham uma coisa dessas.

— Sim, ele é chamado de elevador hidráulico e, ao que parece, é alimentado por água que flui no subsolo. Existem muitas outras instalações na Rua da Magia que utilizam o fluxo das águas subterrâneas como energia.

Era algo semelhante à energia hidrelétrica?

Haru olhou para mim...

— Bem, a torre de observação não vai desaparecer, então vamos seguir nosso plano de verificar a dungeon hoje.

E assim priorizei a tarefa que ela queria fazer.

Afinal, tínhamos que esperar um pouco por Neete.

— Carol, onde está o labirinto?

— Está abaixo daquela torre de observação.

— Ah, tudo bem. Então vamos dar uma olhada na torre de observação quando terminarmos de conquistar o labirinto.

— Tudo bem.

— Tudo bem.

Haru e Carol assentiram.

Havia duas entradas para a torre de observação e fomos para a entrada à direita.

Havia um guarda ao lado da porta, mas fomos liberados depois que Haru mostrou seu cartão de registro da Guilda dos Aventureiros.

— Eles não deveriam examinar um pouco mais rigorosamente?

Eu pensei comigo mesma e me virei. Mas a entrada já estava fechada e não podíamos mais ver o homem.

— Os exames para entrar em uma dungeon só existem até certo ponto. Afinal, eles estão vigiando apenas para impedir que criminosos entrem na masmorra.

— Mas criminosos entraram na masmorra em Florence.

— É mais raro haver guardas o dia inteiro para cidades pequenas.

Haru explicou. Eu não disse isso com a intenção de implicar que o trabalho de Norn-san e dos outros fosse de má qualidade.

— De qualquer forma, os guardas estão lá para impedir as pessoas de levarem monstros para fora do labirinto sem permissão.

Carol continuou após Haru.

Ah, isso com certeza também era importante.

Imagino que eles também garantem que os monstros não transbordem para fora?

Pensei no que aconteceu em Dakyat e estremeci.

Um grande número de monstros apareceu em uma horda.

Naquela época, foi graças à habilidade de Carol que tudo funcionou como um estágio bônus. Meu nível subiu muito¹.

Mas pensar no que teria acontecido se Carol não estivesse lá ou se não acontecesse à noite me assustava.

Teríamos sido capazes de proteger Ferruit?

Não, seria impossível.

Seria impossível, mesmo no meu nível atual.

— Mas isso não significa que eu tenho que me esforçar demais agora.

— Mestre?

Carol olhou para mim com uma expressão um pouco desconfiada com o meu monólogo.

— Não é nada, só estou falando comigo mesmo.

Muito bem, já fazia algum tempo desde que pudemos explorar um labirinto sem limite de tempo.

Vamos aproveitar esse momento.


Nota

[1] Eventos do capítulo 100.



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