Volume Único
Pósfacio
Como vão? Aqui é o Asagiri. Faz tempo que não escrevo uma novel. Eu escrevi esse livro com base no brinde para quem veio na primeira semana para o filme do DEAD APPLE, o BEAST — Akutagawa Branco, Atsushi Preto — ano passado. Quando lembro dessa época, tenho certeza que a condição foi “uma história sobre o Atsushi e o Akutagawa” (Por sinal, o brinde foi nas duas primeiras semanas. Na segunda foi um pedido para A História de Dazai e Chuuya).
Uma história do Atsushi e do Akutagawa. Quando ouvi esse pedido, eu pensei nesse livro em uns dez segundos. Porque essa história... Eu já tinha há muito tempo na minha cabeça a ideia de se o Atsushi e o Akutagawa trocassem de lugar. O Akutagawa na Agência de Detetives e o Atsushi na Máfia. O que mudaria com isso? O que não mudaria?
Eu pensei como se fosse um experimento. Como um menino científico se divertindo trocando pouco a pouco os equipamentos do experimento, eu criei o mundo dentro da minha cabeça e completei o enredo dessa história. Falando nisso, quando fizeram o pedido a outra condição era que tivesse mais ou menos 50 páginas.
Claro que eu sou um profissional que consegue cumprir o pedido do cliente. Com orgulho no peito de um escritor profissional eu cumpri o prazo e escrevi uma história de 190 páginas.
Ninguém me repreendeu. Mas eu acho que do lado da produção as coisas devem ter sido bem difíceis (o custo por exemplo).
Eu também fui no cinema e ganhei o livro que eu próprio escrevi. “Está escrito que é um livreto mas esse é um livro comum, não é?” eu pensei na hora.
O da segunda semana tinha 160 páginas, por sinal. Eu acho que alguém deveria bater na cabeça desse autor com um martelo ou qualquer outra coisa.
Desde então, passou por mais revisões até essa versão de bolso ser publicada. Assim sendo, esse livro teve várias cenas, sentimentos e expressões revisados se tornando uma versão completa. A versão entregue como brinde especial no filme está incluída no DVD e blu-ray então os interessados podem compará-las (Eu acho que é uma oportunidade bem rara de se divertir.)
Muito bem. Normalmente eu não coloco notas como “aqui era o tema tal” ou “é para entender assim”. Tudo deve ser dito na obra porque eu acho sorrateiro colocar um bando de coisa como nota fora do texto. Mas agora eu vou quebrar essa regra.
O que eu quero que você pense ao ler esse livro? Ao mudar uma condição e ver como a história anda após isso, é muito divertido. Ou seja, é um experimento por um menino. Por exemplo, e se o Atsushi fosse menina? E se a Agência estivesse a beira da falência? E se não fosse uma Agência de Detetives mas sim uma imprensa? E se o Atsushi tivesse encontrado a Mongomery antes da Kyouka? E se o Dazai e o Chuuya tivessem ido juntos para a Agência?
As possibilidades são infinitas. E todas as possibilidades possuem igualmente o mesmo peso. Se assim você pensar, esse mundo existe. Depois é só você fazer o tempo passar nele como desejar. Nesse tempo, você se torna alguém “desse lado”. Ali vão haver alegrias e tristezas mas com certeza será um mundo repleto de um charme que nunca deixará de existir. Bem-vindo ao nosso mundo. Ficou para o final, mas gostaria de agradecer a editora, ao ilustrador Harukawa, a equipe do filme e a todos os que compraram esse livro. Vamos nos encontrar na próxima obra.
Kafka Asagiri
