Volume 2
Capítulo 58: Copenhague (1)
Recebi uma mensagem do presidente Park Jin-seong para estar no aeroporto de Gimpo às 11 am. Com isso, tive um pouco mais de tempo pela manhã e levei Hyun-ji para o colégio.
— Oppa!
Assim que parei o carro e ela desceu, uma garota abriu a porta do passageiro e se sentou ali. Com longos cabelos pretos e belos olhos, uma universitária de 22 anos.
Era a garota que comecei a sair na noite anterior, Yoo Min-jeong.
— Você está indo para a Dinamarca hoje, certo? Aaaa, o que eu vou fazer, não vou poder te ver por um tempo?
Vendo a adorável Min-jeong, me lembrei do agradável tempo que passamos juntos na última noite e meu coração se alegrou.
— Vejo que vocês dois estão se dando muito bem!
Achando tudo aquilo ridículo, Hyun-ji nos olhou aos nervos. Independente de ela olhar ou não, Min-jeong de forma audaciosa se aproximou de mim. Hyun-ji olhou como se estivesse prestes a explodir.
— Não sei quando vou estar de volta. Quando eu voltar, a primeira coisa que farei será te ligar.
— Você não vai me trair nem nada do tipo?
— Claro que não, eu nem sequer tenho as habilidades para isso.
— Certo, você não pode ficar todo encantado porque estará na Europa e ter aventuras com alguma loira, entendeu?
— Não se preocupe, não gosto de loiras.
— Logo?
Ao invés de responder, acariciei a nuca dela, que sorriu e se aproximou ainda mais de mim.
— Você vai se atrasar para a aula, idiota!
Talvez aquilo machucasse os olhos dela, já que Hyun-ji estava incomodada ao máximo. Contudo, Min-jeong continuou a se aproximar, então abriu sua janela e falou.
— Vou matar as aulas da manhã, fique no meu lugar.
— O quê?
— Por favor, obrigada, cunhadinha! Certo, oppa, vamos! Rápido, rápido!
Fiz como orientado e liguei o carro, pude ver Hyun-ji tendo um ataque pelo retrovisor enquanto Min-jeong estava rindo ao meu lado, eu também ri.
— Aonde nós vamos?
Peguei meu celular e vi que não eram nem 9:00 horas.
— Você já tomou café da manhã?
— Não, eu tinha aula às 9 e acordei atrasada hoje.
— Então vamos comer algo gostoso. Conhece algum lugar legal?
— Tem uma lanchonete de massas na frente do colégio.
— Certo, vamos lá então.
Fomos para a lanchonete em frente ao colégio, estacionei na rua mesmo e saímos. Os olhares dos estudantes que passavam caiam em mim conforme saia do assento do motorista. Era o poder do Porsche Cayenne, não era um carro tão exuberante, mas ainda assim, difícil de ser visto em frente ao colégio.
Min-jeong logo saiu do carro e ficou ao meu lado, era como se ela estivesse “marcando” que eu era dela.
Os estudantes que passaram pareciam super incomodados com isso. Os pobres estudantes que haviam recebido um abalo mental, aceleraram o passo.
— Continue fazendo isso e logo você será excluída.
— Não importa, vou me formar logo mesmo.
Ela estava tão alegre, que quase parecia chapada, e o seu bom humor passou para mim, me deixando alegre também. Comíamos juntos quando de repente ela segurou meu punho e falou.
— Você não tem um relógio?
— Não.
— Um homem de negócios deveria ter um relógio no pulso.
— Sério? Acho que terei que comprar um então.
Na verdade, eu tinha um relógio digital surrado guardado em casa, que usava no exército. Era vendido por R$50,00 na frente da base, contudo eu não usava porque não gostava do estilo.
— Posso te dar um como presente?
— Não se preocupe. Já que vou viajar, eu pego um nas lojas do aeroporto.
Eu tinha milhões na conta bancária, não tinha por que usar o orçamento de uma garota prestes a se formar.
— Quanto você está pensando em gastar?
— Hmmm, eu não sei. Tenho dinheiro suficiente, então acho que vou esbanjar e pegar um bom.
— Me dê um número e eu vou escolher para você!
— Você vai?
— Sim, vou procurar na internet, e envio uma mensagem com opções para você.
— Eeee, bem.
— Não?
Ela fez uma carinha fofa, os olhos dela eram inocentes como um coelhinho. Não tinha dúvidas que ela sabia que tinha olhos encantadores.
“E agora, quanto devo falar?”
Milhares de reais não seriam um fardo, porém se eu falasse um número muito alto ela poderia desmaiar ou achar suspeito. Contudo, eu tinha tanto dinheiro que não queria um barato também…
— R$25.000,00?
— Sério?
— Sim, vou usar isso para sempre, então devo pegar um bom.
— Vou escolher algo que vai estar atado ao seu pulso para sempre?
— Exato, então você precisa escolher bem.
— Hehehe, deixa comigo.
Compras é algo para mulheres, sem dúvida, já que os olhos de Min-jeong brilharam com determinação. Comemos e tomamos café próximo à porta, enquanto conversávamos sobre isso e aquilo. Ela tinha uma lista sem fim de coisas para falar, então não parava nunca.
Era hora de nos separarmos, então voltamos para o carro e eu a trouxe de volta para o colégio, quando de repente ela disse.
— Me conta um desejo seu.
— Um desejo?
— O que seja, eu vou realizar um desejo seu.
— Você realmente quer dizer qualquer coisa?
— Isso, na vontade de te desejar uma boa viagem. Também com o intuito de você não aprontar enquanto estiver fora.
— Tsk, aprontar. De qualquer forma, um desejo…
“Desejo.”
Ela iria realizar fosse o que fosse. Um monte de pensamentos pervertidos passou pela minha cabeça. E com os olhos provocantes dela, pensamentos ainda mais luxuriosos apareceram. Ainda mais que estávamos bem em frente a escola, o que significava que o apartamento dela está logo ali.
“Não, não, eu não devo.”
Controlei meus loucos impulsos. Transamos no dia que decidimos começar a sair, o ritmo já estava bem acelerado e se fizéssemos agora de novo, me senti como se estivesse forçando muito a Min-jeong.
— Me dê um beijo.
— Pft, gatinho assustado.
Aquilo me irritou.
— Então eu devo mudar meu desejo?
— Você não pode.
Min-jeong riu enquanto se aproximava para me beijar. Juntamos nossos lábios e compartilhamos afetos carinhosos com nossas línguas. Meu corpo esquentou e ambos, um pouco insatisfeitos, nos separamos.
— Vou voltar para a aula agora. Acho que Hyun-ji deve estar enlouquecendo.
— Certo, venho te ver quando voltar.
— Vamos conversar por vídeo chamada.
— Tudo bem.
Min-jeong foi estudar e eu voltei para casa. Troquei de roupas e peguei minha mala com as minhas coisas e segui em direção ao aeroporto.
***
Falando no aeroporto de Gimpo, estava uma completa bagunça.
— Presidente, qual o motivo da sua viagem para a Dinamarca?
— Você está pensando em voltar aos negócios?
— É verdade que você tem um problema de saúde?
— Presidente!
— Presidente! Um comentário, por favor…
Os repórteres estavam agitados, como um bando de formigas em uma enxurrada de perguntas. Flashes vinham de todas as direções, todos apontados para o rosto do presidente. Os seguranças bloquearam os repórteres que continuavam a infestar o local como abelhas e forçaram um caminho.
Por esse caminho que eles mal cavaram, o presidente caminhava de forma tranquila, próximo a ele estava o 3.º secretário presidencial Lee Jung-shik e eu também.
Estando próximo ao presidente Park Jin-seong, meu rosto acabaria nos jornais também.
“Mãe, acho que vou estar no jornal do 12:00.”
Como se somente isso fosse ser noticiado, nesse ritmo, meu rosto estaria estampado na primeira página dos jornais.
Quando entrei no Boeing 737 pessoal do presidente, mal tive tempo de apreciar o enorme interior antes de desabar na poltrona mais próxima, nem parecia que eu estava em um avião.
Me sentei em uma poltrona em frente a uma mesa de café, logo inclinei meu corpo para trás. O primeiro ataque de repórteres que havia passado em toda minha vida, tinha sido chocante.
Eram perguntas para o presidente Park Jin-seong, contudo só de estar ao lado dele, eu estava mais nervoso que ele mesmo. Me senti como se fosse ser linchado por um grupo.
“Ele viveu a vida inteira dele, sendo submetido a este tipo de coisa.”
Admirei o presidente por manter uma cara séria, sem se alterar na frente de todos aqueles repórteres.
Por alguns instantes pude experienciar um pouco da grande pressão que é ser o foco de interesse dos outros.
Porém, o presidente também parecia exausto disso. Ele se sentou na poltrona em frente a minha e estendeu a mão para mim.
— Ufa, estou exausto, me dê uma delas.
Era claro o que “uma delas” significava para o presidente.
— Certo.
Fiz uma “chama da vida” e entreguei para ele, que engoliu a chama de uma vez, ela deve ter dado um boom de energia, já que sorriu alegre em seguida.
— Foi por isso que não te pedi, quando te vi mais cedo. É cinematográfico comer isso depois do alvoroço.
— Hahaha…
— Ugh, estou morrendo de sede. Traga algo para beber.
Assim que o presidente estalou os dedos, uma aeromoça imediatamente buscou um pouco de suco de laranja para ele.
Ela deveria estar nos seus 20 anos. De bela aparência e uma impressão adorável, a aeromoça me perguntou.
— Posso pegar alguma para o senhor beber?
— Sim, café por favor.
— Qual tipo de café deve pegar para o senhor?
— Um café gelado.
— Certo, um momento por favor.
A aeromoça logo me trouxe um café gelado, enquanto eu estava impressionado com a experiência, tomava o café.
“Como pode o interior de um avião ser confortável desse jeito?"
Antes de vir, eu havia pesquisado na internet sobre o avião privado do presidente do Grupo Jin-seong.
“Dizia haver escritórios, quartos para dormir e até uma academia.”
Eu queria mesmo dar uma volta pelo lugar. Contudo, mais importante que isso, eu devia trocar para roupas mais confortáveis. O terno que estava usando era realmente desconfortável.
— Presidente, tudo bem se eu trocar de roupa?
— Faça o que quiser, porém…
Ele me olhou de cima a baixo.
— Por que você está usando um terno tão barato? Você tem um monte de dinheiro agora.
— Eu não tenho interesse em roupas para ser sincero.
— Você não tem um relógio no seu pulso, seu penteado é “isso”, você é um jovem rapaz, por que não se preocupa com sua aparência?
— Isso é estranho?
Recebendo esse sermão, cocei minha cabeça e o presidente disse.
— Você está indo conhecer pessoas de negócios, quer parecer alguém sem importância para eles?
— Eh, não.
— Não apenas isso, você é apenas um participante de terceira rodada, então para eles, você é patético, se aparecer com a aparência de agora, isso vai fazer de você ainda mais miserável. Quando chegarmos em Copenhagen, vá às compras primeiro.
— Certo, eu vou.
— Você fala inglês?
— Não…
— Argh!
O presidente segurou atrás do pescoço.
— Oh, Meu Deus! Às vezes quando olho para você, fico enfurecido. Quando tinha sua idade, eu vivia e trabalhava tão intensamente!
— Me desculpe, por favor se acalme.
— Você é como dizem, da doença vem a cura.
Ele estalou os dedos mais uma vez chamando a aeromoça.
— Senhor? — Ela perguntou enquanto se aproximava.
— Senhorita, qual o seu nome?
— Sou Lee Soo-hyun, presidente.
— Leve este rapaz às compras em Copenhague. Começando pelo penteado, arrume ele da cabeça aos pés, entendeu?
Ela me olhou de cima a baixo e constrangido abaixei minha cabeça. Talvez ela tenha achado eu fazer isso engraçado, pois sorriu e disse.
— Entendido, presidente.
Tendo sido taxado como um pateta, resmunguei para mim mesmo em pensamento e fui trocar para roupas mais confortáveis. Calça jeans, camisa, blazer e tênis, foi o que vesti e o presidente não deve ter gostado muito, já que fez tsk, tsk.
“Ah! Como se você se vestisse tão bem…, droga, aquele relógio parece tão legal.”
Vi o relógio elegante que ele usava e voltei a admirá-lo.
***
Depois de cerca de doze horas de voo, chegamos no aeroporto de Copenhague, o horário local era 16 horas. O presidente saiu separado, de modo que ele pudesse ser visto por motivos de negócios.
Eu fui deixado no aeroporto como uma criança perdida e me senti nervoso quando a aeromoça Lee Soo-hyun veio me buscar.
— Venha por aqui.
— Certo.
Segui ela como uma criancinha. Lee Soo-hyun me levou para fora do aeroporto e entramos em um táxi. Da conversa dela com o taxista de meia-idade eu não entendi nada.
Olhei pela janela enquanto andávamos e observei a paisagem e pessoas diferentes.
Copenhague. Meu primeiro passo em terras europeias.