Volume 4
Capítulo 157: Será que eu cheguei em uma hora ruim?
Nós escalamos a Montanha enquanto mantínhamos a barreira. Debaixo do clima ruim, nós continuamos sendo atacados por monstros, mas Kagane se livrou completamente deles com sua Magia, e mesmo se eles conseguissem se aproximar, eles não seriam capazes de quebrar a barreira e se tornariam presas fáceis para nossos ataques.
E eu não estava incluso no grupo dos atacantes. As garotas realmente ficaram fortes e graças a suas grandes expectativas e excelente cooperação, eu deixei os monstros para elas e foquei no treinamento de Mao.
Ela veio de uma família com altas capacidades físicas e ela mesma era a integrante de maior força dentro de sua família. Assim, nós treinamos em nome de seu objetivo de se tornar capaz de usar duas espadas e se empenhar em combates de curta distância.
E enquanto continuamos a escalar, nós finalmente chegamos até as nuvens. Agora que estamos aqui, o castelo de Ragnil não está longe. E apesar do clima ter se estabilizado, ainda está um pouco frio. Aliás, agora que já escalamos até aqui, não precisamos nos preocupar com os monstros.
A parte da Montanha acima das nuvens é a moradia de seres superiores, então os monstros que vivem nas partes mais baixas raramente sobem tão alto. E esses seres superiores conhecem meu rosto também. Mesmo que eles acabem nos atacando, eles são pessoas compreensivas, então não teremos problemas.
Desde o início eu estava completamente bem e as garotas estavam dentro da barreira, portanto, mesmo que algum ser superior apareça, nós estaremos bem. Mas para que elas se acostumem com esse lugar, elas irão remover a barreira aos poucos enquanto avançamos.
Como esta é a primeira vez que as garotas vieram aqui, os corações delas estão batendo mais forte pela vista acima das nuvens. Eu realmente não liguei para o cenário porque eu já subi tantas vezes aqui que nem consigo me lembrar, e todas essas vezes foram para tentar desesperadamente sobreviver. De fato, todos esses momentos difíceis estão começando a voltar para a minha memória...
...
Agora, há um castelo preenchendo nosso campo de visão que parece ter sido tirado de um conto de fadas ou de uma pintura. É um castelo que, não importa como você olhe, não foi construído para seres do tamanho de humanos. É mais parecido com um labirinto, mas na verdade, este é um lugar sagrado que é usado como quartel-general do rei e dos Dragões por gerações.
Foi o que Ragnil me disse.
— Entendo. É aqui que o Rei Dragão das lendas vive?
— Ele deve ser uma pessoa altiva.
— Nós estamos em um lugar que parece ter saído de um conto de fadas.
— Um Rei Dragão, huh... ele deve ser um governante esplêndido.
— ... esta é a minha primeira vez conhecendo um Dragão adulto. Estou ansiosa por isso.
— É isso!! Quando você pensa em um mundo alternativo é assim que tem que ser!!
— Quão forte ele deve ser... eu quase quero testar o que sou capaz de fazer agora.
As garotas estavam todas excitadas e elas estavam animadas por conhecer o Rei Dragão Ragnil. Meru e eu, que sabíamos que tipo de pessoa Ragnil é, estávamos rezando para que essa expectativa não fosse traída.
Enquanto rezávamos, eu pude notar o comportamento de Floyd. A expressão dele parecia ser a de alguém olhando para algo nostálgico.
— Floyd, não me diga que você já esteve neste castelo.
— É claro que não, eu sou só um mordomo... ou era o que eu queria dizer, mas eu só vou dizer “muitas vezes antes”...
E depois de dizer isso, seu sorriso de sempre voltou como se ele estivesse dizendo “Eu não vou dizer mais nada”. Pensando nisso, minha desconfiança nesse cara só cresce a cada dia. Esse sorriso de mordomo deve ser o jeito dele de dizer que mesmo se eu continuar perguntando ele não vai falar, então eu só respondi: — Então tudo bem.
Bom, se ele quisesse falar, ele iria falar mesmo se eu não dissesse nada. O que me assusta é que eu não posso simplesmente ignorar isso pensando que é só o jeito de ser de Floyd.
Assim que tiramos a barreira, nós continuamos e chegamos no castelo sem nenhum problema. As garotas ficaram sem fôlego pela magnificência do castelo, mas, como eu já tinha vindo aqui muitas vezes, eu abri o portão sem pensar muito nisso.
— Venham, vamos entrar!!
Eu rudemente entrei no castelo e as garotas me seguiram de perto enquanto se mantinham atentas aos arredores. Vocês não precisam ficar tão preocupadas assim, Ragnil e sua família são todos bons Dragões e não há nenhuma armadilha aqui.
Apesar de existirem residências de seres maiores que são cheias de armadilhas. Eu comecei a caminhar na frente das garotas enquanto mostrava alguns lugares para elas ao redor do castelo, como o jardim ou o salão de jantar.
Agora, onde estão Ragnil e sua família?
Enquanto caminhávamos, eu comecei a procurar pela presença deles e encontrei um lugar onde havia três deles. Parece que eles estão no salão de audiências, o que combina com um rei.
Mh? Três presenças... será que a avó de Meru, Megil, ainda está aqui?
Enquanto eu pensava nisso, nós chegamos na porta gigante decorada magnificamente com joias que levava para o salão de audiências. Yup. Lá dentro eu certamente sinto três presenças.
Como a porta que normalmente está sempre aberta está agora fechada, eu acredito que eles devem estar no meio de uma importante conversa. Eu abri a porta com cuidado para não os interromper e confirmei a situação lá dentro.
O Rei Dragão Ragnil estava fazendo um dogeza¹.
...
Eu lentamente fechei a porta.
— Por que você está fechando a porta? Não tem ninguém aí dentro?
Sarona me perguntou isso, mas eu não estava prestando atenção.
Oi, oi. De novo? Sério, de novo? O que é isso? Isso meio que virou “Rei Dragão = dogeza”, mas, o que é isso? Ou melhor, Ragnil não é o Rei Dragão? Estou começando a achar que a única coisa que ele faz é dogeza. É esse o trabalho de um Rei Dragão?
Além disso, se eu deixar as garotas entrarem elas vão ver ele assim, não é? Está tudo bem? Como outro homem, eu realmente quero evitar isso. É impossível continuar com isso. O que eu devo fazer?
Enquanto eu suava frio, eu percebi que não importava o quanto eu pensasse nisso, eu não conseguia pensar em uma resposta. Portanto eu silenciosamente abri a porta de novo e espiei lá dentro.
...
Yup. Ele ainda está fazendo o dogeza...
Mais uma vez, eu lentamente fechei a porta, suspirei profundamente e me virei para as garotas.
— ... parece que eles estão discutindo um assunto urgente, então eu vou entrar para ver se está tudo bem... só Meru e eu...
Depois de dizer isso, todas concordaram e ficaram em vigilância... estou feliz que elas não perguntaram nada... eu expirei para me acalmar e entre no salão de audiência com Meru.
Notas
[1] Dogeza é uma postura tradicional no Japão onde a pessoa se ajoelha e coloca sua cabeça no chão. É uma forma de pedir desculpas por um ato de grande desrespeito.