Volume 1 – Arco 1
Capítulo 10: Ende
No dia seguinte, eles saíram de Blumendorf e foram para vila de Grüner Wald. Ao chegarem, foram diretamente para a mansão de Verena. Na entrada, foram recepcionados por Anelise.
— Bom dia!
— Bom dia, Anelise. A senhorita Verena está? — perguntou Kamui.
— Sim, ela está no escritório.
Eles seguiram Anelise até o escritório. Chegando lá, encontraram Verena lendo alguns documentos. A mesa dela estava desorganizada, com vários papéis espalhados por todos os lados. Após cumprimentá-la, sentaram-se nas cadeiras em frente à mesa.
— A princesa Suyane nos contou sobre o ocorrido.
— Aquilo foi assustador. Todos na vila viram uma luz muito forte vindo da floresta. O céu ficou todo roxo por alguns segundos.
— Acho que isso é coisa dos Nachtagenten.
— Pode ser. A luz veio da mesma dungeon que vocês investigaram.
— Hum… Então nós vamos lá dar uma olhada.
— Certo. Vão com cuidado!
Eles foram até a dungeon. Ao chegarem, parte da floresta havia sido destruída. No local onde era a entrada da dungeon havia uma cratera profunda. No fundo dela, avistaram uma pessoa suspeita vestindo uma capa preta. Parecia estar desacompanhada.
Após descerem pela cratera, o soldado gritou num tom sarcástico.
— Olha só, aventureiros… O que vieram fazer aqui?
— Eu é que pergunto — retrucou Tomoe com agressividade.
— Ah! Vocês devem ser a dupla de aventureiros que estão trabalhando para a princesa Suyane. Tenho uma péssima notícia. Blumendorf está prestes a ser destruída. A senhorita Heidi e alguns de nossos soldados já estão a caminho. Acho que vocês não chegarão a tempo. E mesmo que consigam, serão massacrados pela nossa organização.
Quanto mais o soldado falava, Kamui ficava ainda mais irritado. Assim que o inimigo terminou de falar, como um raio, Kamui sacou sua espada e desferiu um corte profundo no abdômen do soldado.
— Precisamos voltar rápido para Blumendorf. Temos que acabar esses vermes.
— Sim. Vamos acabar com eles!
Tomoe conjurou a magia de teletransporte e, em instantes, chegaram a Blumendorf. O cenário era assustador. Uma grande parte da cidade estava em chamas. No céu, avistaram a criatura bizarra; em um voo rasante, ela lançou um grande jato de fogo contra a cidade. Sem hesitar, eles correram procurando em busca das tropas.
Próximo à entrada da cidade, eles encontraram os cavaleiros junto com um pelotão de aventureiros. Os arqueiros e magos lançavam ataques contra o Ende, enquanto os espadachins e os cavaleiros lutavam lado a lado contra o exército dos Nachtagenten.
Em uma barraca próxima ao portão da cidade, eles avistaram Axel. Assim que entraram, ele disse:
— Ah! Kamui e Evelyn. Que bom que vocês chegaram. Vocês são os únicos capazes de derrotar aquela criatura.
— A princesa está bem?
— Está sim, Ela está segura no abrigo junto com os outros cidadãos.
— Que bom! Como está a situação da batalha?
— Parece que grande parte da força dos Nachtagentens está naquele morro. — explicou Axel, apontando para o mapa sobre a mesa. — Às vezes alguns pelotões descem para tentar atacar, mas, por enquanto, conseguimos conter o avanço deles.
Logo após Axel terminar de falar, ouviram um grito de uma multidão. Ao saírem da cabana, viram vários soldados Nachtagenten descendo o morro.
— Evelyn, você fica aqui lutando contra o Ende e os soldados. Eu vou procurar pela Heidi.
— Certo, Tome cuidado!
— Pode deixar!
Kamui saiu correndo, contornou a tropa de soldados e se dirigiu ao morro onde possivelmente Heidi estaria. Ao chegar ao cume, em um campo cercado por abetos, encontrou Heidi com o capuz baixado e sozinha. Sua presença era assustadora. Ela sorria como um monstro enquanto empunhava as suas duas facas kukri.
— Ora, ora! Não é o meu querido Kamui. Desta vez você não vai atrapalhar meus planos. Esta terrinha medíocre já nos pertence.
— Cale a boca! — gritou Kamui, tomado pela raiva.
Sem paciência. Kamui aplicou eletricidade em sua espada e desferiu um golpe contra Heidi. Ela bloqueou o ataque com as facas e o som do choque de metais ressoou longe.
— Hum… você parece mais forte desde a última vez que lutamos, porém ainda está longe de me derrotar.
Do outro lado, Tomoe lutava contra o Ende. As tropas de Blumendorf estavam vencendo os Nachtagenten, que sofriam grandes baixas. Aproveitando as ocasiões em que o Ende se aproximava do solo, Tomoe lançava bolas de fogo e, às vezes, conseguia atingi-lo com a foice.
— Está difícil. Precisamos acertá-lo de cima.
Erika e os outros magos preparavam um feitiço que poderia derrotar a criatura.
— Conseguimos preparar o feitiço. O plano é paralisar o Ende. Quando ele cair, você ataca.
— Certo. Estou pronta.
Erika e os outros magos recitaram as palavras do feitiço, e correntes azuis surgiram do chão. Assim, o Ende ficou paralisado. Tomoe aplicou fogo em sua foice e desferiu vários golpes na criatura. No momento da morte, o Ende soltou um rugido estrondoso e explodiu.
Do outro lado, onde Kamui lutava contra Heidi. Foi possível ouvir o estrondo da explosão e ver a luz que se espalhou pelo campo.
— É, parece que conseguiram derrotar o Ende. Mas nós ainda vamos vencer. Depois de eu acabar com você, invadiremos a cidade e Blumendorf será nossa.
— Eu vou cortar a sua cabeça! — gritou Kamui, furioso com cada palavra de Heidi.
Ele correu em direção a ela, aplicou eletricidade e utilizou a magia Bomba Elétrica. O ataque atingiu Heidi em cheio, ferindo profundamente o seu braço esquerdo. Kamui recuou para se defender de um possível contra-ataque.
— Ah! Garoto, você é muito irritante! Já estou cansada de lutar com você.
Ela aplicou eletricidade em suas facas Kukri e avançou como um raio. A velocidade foi tanta que Kamui não conseguiu desviar. Heidi cortou o abdômen dele e, antes de cair, tudo o que Kamui viu foi o sangue jorrando e sentiu uma dor terrível.
Tomoe acabara de subir o morro quando presenciou a cena terrível. A tristeza e a raiva se misturaram em seu peito.
— Ah! Acho que você chegou um pouquinho atrasada. Quer se juntar a ele?
— Maldita! Eu vou acabar com você!
— Haha! ficou bravinha, ficou?
— Cale-se!
Tomoe lançou a magia Correntes Negras. Várias correntes surgiram do chão, imobilizando Heidi. Ela se mexia loucamente, tentando se libertar das amarras. Tomoe aplicou fogo em sua espada e utilizou a magia Tormento de Chamas.
Várias labaredas atingiram Heidi, que gritou de dor enquanto era consumida por elas. O Ataque foi tão poderoso que o corpo de Heidi desapareceu.
Tomoe correu até o corpo de Kamui. Ela sentia um grande aperto no peito e chorava agachada, segurando-o em seu colo. Como último recurso, ela tentou usar a magia de Ressuscitação. Esta magia só funcionava se a morte fosse recente, e ela não tinha certeza se iria funcionar, pois até então havia sido usada em demônios.
— Tomara que isso funcione.
Tomoe colocou suas mãos sobre o peito de Kamui e recitou as palavras da Magia. Com isso, uma luz carmesim surgiu em suas mãos e o ferimento no abdômen de Kamui começou a se fechar. Ele despertou confuso, sentindo as lágrimas de Tomoe caindo em seu rosto.
— O Quê…? O que aconteceu?
— Ainda bem que funcionou! — disse Tomoe, enxugando as próprias lágrimas.
Kamui se levantou e perguntou:
— Cadê a Heidi?
— Ela está morta.
— Só me lembro dela vindo na minha direção como um raio.
— Ela te matou. Eu vi tudo. Depois lutei contra ela e a derrotei. Por fim, usei uma magia para tentar te ressuscitar.
— Obrigado por me salvar.
— De nada!
Tomoe deu grande abraço em Kamui e disse:
— Eu te amo, Kamui. Eu te amo muito!
— Eu também, te amo.
Kamui deu um grande beijo em Tomoe. Com o beijo repentino, Tomoe ficou com o rosto todo avermelhado.
— Haha! seu rosto está parecendo um tomate.
— Não está não! Idota!
— Haha! Você fica muito fofa quando está envergonhada.
Eles voltam para o portão da cidade de mãos dadas. No portão estavam os aventureiros, os cavaleiros, Egon, Axel, Erika e a princesa Suyane.
— Encontraram a Heidi? — perguntou Axel.
— Sim, ela está morta. — respondeu Tomoe.
— Graças a vocês, a cidade e o reino estão salvos.
— Que isso! Teve muita gente ajudando. Se não fosse a Erika, eu não teria derrotado o Ende.
Suyane entrou na conversa e disse:
— Amanhã quero vocês na sede da Ordem dos Cavaleiros. Tenho uma surpresa para vocês.
— Certo, estávamos lá amanhã.
— Então vamos para a taberna comemorar! — disse Egon.
Em seguida, todos foram para a taberna. Lá, divertiram-se comemorando a vitória.
Mais tarde, Kamui perguntou a Tomoe.
— Ei! Tomoe?
— Oi, o que foi?
— Estou sentindo uma energia diferente em meu corpo, e como se tivesse mais poder do que antes.
— Estranho. Deixe eu ver.
Tomoe tocou o peito de Kamui e utilizou uma magia de diagnóstico.
— De alguma forma, você se tornou um meio demônio. Acho que foi algum efeito da magia de ressuscitação.
— Estranho.
— Talvez agora você possa utilizar magias exclusivas dos demônios.
— Hum… Isso é legal!
— Bem, eu estou muito cansada. Boa noite!
— Espera só um pouco.
Kamui se aproximou de Tomoe e lhe deu um beijo.
— Seu beijinho de boa noite!
— Obrigada.
No dia seguinte, depois de tomarem café, eles foram para a sede da Ordem dos Cavaleiros de Blumendorf. Chegando lá, Suyane os aguardava na recepção, junto de todos os cavaleiros. Após se cumprimentarem, Suyane disse:
— Entrego a vocês a Rosa de Blumendorf, a maior honraria do Reino Blumendor, como agradecimento por tudo o que fizeram pelo nosso reino.
Suyane entregou as insígnias para Kamui e Tomoe. Elas tinham um formato de uma rosa feita inteiramente de ouro, com a borda em prata. Eles agradeceram Suyane pelo presente.
Após a cerimônia, foram ao escritório de Suyane, onde tiveram uma conversa descontraída.
— Então, o que vão fazer agora?
— Ah! Estamos pensando em ir para Sagesse.
— Hum... Legal. Sagesse é uma ótima nação.
— Queremos encontrar algumas pessoas lá na academia Sagesse.
— Entendi. Desejo sorte para a nova jornada de vocês.
Depois de se despedirem de Suyane, voltaram para a taberna Bergorse. Após se sentarem no local costumeiro.
— E aí, como foi lá com a princesa Suyane?
— Foi ótimo, nós ganhamos a Rosa de Blumendorf.
— Nossa, que bom! Para comemorar, hoje tudo é por conta da casa!
— Então eu quero um bom copo de Cerveja!
— E para já, minha querida Evelyn.
Algum tempo depois, Egon retornou com os pedidos e os colocou sobre o balcão.
— E aí, o que pensam em fazer agora?
— Vamos para Sagesse.
— Ah, Sagesse! A Nação da Sabedoria. Interessante. O que vão fazer lá?
— Tem uma pessoa na Academia Sagesse que é especialista em armas lendárias. Acho que com ela eu posso aprender mais sobre a minha espada e, além disso, aperfeiçoar as minhas habilidades.
— Hum...
— Partiremos amanhã.
— Entendo. Desejo tudo de bom para a nova jornada de vocês.
Eles curtiram o tempo livre na taberna. No dia seguinte, depois de se despedirem de Egon, seguiram para uma área afastada da cidade. Enquanto preparava a magia de teletransporte. Ela disse:
— Está pronto Kamui?
— Sim!
Com isso, eles partiram para sua nova jornada em Sagesse.
Apoie a Novel Mania
Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.
Novas traduções
Novels originais
Experiência sem anúncios