Akai Sakura Brasileira

Autor(a): Matheus Mariano


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 10: Ende

No dia seguinte, eles saíram de Blumendorf e foram para vila de Grüner Wald. Ao chegarem, foram diretamente para a mansão de Verena. Na entrada, foram recepcionados por Anelise.

— Bom dia!

— Bom dia, Anelise. A senhorita Verena está? — perguntou Kamui.

— Sim, ela está no escritório. 

Eles seguiram Anelise até o escritório. Chegando lá, encontraram Verena lendo alguns documentos. A mesa dela estava desorganizada, com vários papéis espalhados por todos os lados. Após cumprimentá-la, sentaram-se nas cadeiras em frente à mesa. 

— A princesa Suyane nos contou sobre o ocorrido.

— Aquilo foi assustador. Todos na vila viram uma luz muito forte vindo da floresta. O céu ficou todo roxo por alguns segundos.

— Acho que isso é coisa dos Nachtagenten.

— Pode ser. A luz veio da mesma dungeon que vocês investigaram.

— Hum…  Então nós vamos lá dar uma olhada.

— Certo. Vão com cuidado!

Eles foram até a dungeon. Ao chegarem, parte da floresta havia sido destruída. No local onde era a entrada da dungeon havia uma cratera profunda. No fundo dela, avistaram uma pessoa suspeita vestindo uma capa preta. Parecia estar desacompanhada. 

Após descerem pela cratera, o soldado gritou num tom sarcástico.

— Olha só, aventureiros… O que vieram fazer aqui? 

— Eu é que pergunto — retrucou Tomoe com agressividade.

— Ah! Vocês devem ser a dupla de aventureiros que estão trabalhando para a princesa Suyane. Tenho uma péssima notícia. Blumendorf está prestes a ser destruída. A senhorita Heidi e alguns de nossos soldados já estão a caminho. Acho que vocês não chegarão a tempo. E mesmo que consigam, serão massacrados pela nossa organização.

Quanto mais o soldado falava, Kamui ficava ainda mais irritado. Assim que o inimigo terminou de falar, como um raio, Kamui sacou sua espada e desferiu um corte profundo no abdômen do soldado. 

— Precisamos voltar rápido para Blumendorf. Temos que acabar esses vermes.

— Sim. Vamos acabar com eles!

Tomoe conjurou a magia de teletransporte e, em instantes, chegaram a Blumendorf. O cenário era assustador. Uma grande parte da cidade estava em chamas. No céu, avistaram a criatura bizarra; em um voo rasante, ela lançou um grande jato de fogo contra a cidade. Sem hesitar, eles correram procurando em busca das tropas. 

Próximo à entrada da cidade, eles encontraram os cavaleiros junto com um pelotão de aventureiros. Os arqueiros e magos lançavam ataques contra o Ende, enquanto os espadachins e os cavaleiros lutavam lado a lado contra o exército dos Nachtagenten. 

Em uma barraca próxima ao portão da cidade, eles avistaram Axel. Assim que entraram, ele disse:

— Ah! Kamui e Evelyn. Que bom que vocês chegaram. Vocês são os únicos capazes de derrotar aquela criatura. 

— A princesa está bem?

— Está sim, Ela está segura no abrigo junto com os outros cidadãos.

— Que bom! Como está a situação da batalha?

— Parece que grande parte da força dos Nachtagentens está naquele morro. — explicou Axel, apontando para o mapa sobre a mesa. — Às vezes alguns pelotões descem para tentar atacar, mas, por enquanto, conseguimos conter o avanço deles.

Logo após Axel terminar de falar, ouviram um grito de uma multidão. Ao saírem da  cabana, viram vários soldados Nachtagenten descendo o morro.

— Evelyn, você fica aqui lutando contra o Ende e os soldados. Eu vou procurar pela Heidi.

— Certo, Tome cuidado!

— Pode deixar!

Kamui saiu correndo, contornou a tropa de soldados e se dirigiu ao morro onde possivelmente Heidi estaria. Ao chegar ao cume, em um campo cercado por abetos, encontrou Heidi com o capuz baixado e sozinha. Sua presença era assustadora. Ela sorria como um monstro enquanto empunhava as suas duas facas kukri.

— Ora, ora! Não é o meu querido Kamui. Desta vez você não vai atrapalhar meus planos. Esta terrinha medíocre já nos pertence.

— Cale a boca! — gritou Kamui, tomado pela raiva.

Sem paciência. Kamui aplicou eletricidade em sua espada e desferiu um golpe contra Heidi. Ela bloqueou o ataque com as facas e o som do choque de metais ressoou longe.

— Hum… você parece mais forte desde a última vez que lutamos, porém  ainda está longe de me derrotar.

Do outro lado, Tomoe lutava contra o Ende. As tropas de Blumendorf estavam vencendo os Nachtagenten, que sofriam grandes baixas. Aproveitando as ocasiões em que o Ende se aproximava do solo, Tomoe lançava bolas de fogo e, às vezes, conseguia atingi-lo com a foice.

— Está difícil. Precisamos acertá-lo de cima.

Erika e os outros magos preparavam um feitiço que poderia derrotar a criatura.

— Conseguimos preparar o feitiço. O plano é paralisar o Ende. Quando ele cair, você ataca.

— Certo. Estou pronta.

Erika e os outros magos recitaram as palavras do feitiço, e correntes azuis surgiram do chão. Assim, o Ende ficou paralisado. Tomoe aplicou fogo em sua foice e desferiu vários golpes na criatura. No momento da morte, o Ende soltou um rugido estrondoso e explodiu. 

Do outro lado, onde Kamui lutava contra Heidi. Foi possível ouvir o estrondo da explosão e ver a luz que se espalhou pelo campo.

— É, parece que conseguiram derrotar o Ende. Mas nós ainda vamos vencer. Depois de eu acabar com você, invadiremos a cidade e Blumendorf será nossa.

— Eu vou cortar a sua cabeça! — gritou Kamui, furioso com cada palavra de Heidi.

Ele correu em direção a ela, aplicou eletricidade e utilizou a magia Bomba Elétrica. O ataque atingiu Heidi em cheio, ferindo profundamente o seu braço esquerdo. Kamui recuou para se defender de um possível contra-ataque. 

— Ah! Garoto, você é muito irritante! Já estou cansada de lutar com você.

Ela aplicou eletricidade em suas facas Kukri e avançou como um raio. A velocidade foi tanta que Kamui não conseguiu desviar. Heidi cortou o abdômen dele e, antes de cair, tudo o que Kamui viu foi o sangue jorrando e sentiu uma dor terrível.

Tomoe acabara de subir o morro quando presenciou a cena terrível. A tristeza e a raiva se misturaram em seu peito.

— Ah! Acho que você chegou um pouquinho atrasada. Quer se juntar a ele?

— Maldita! Eu vou acabar com você!

— Haha! ficou bravinha, ficou? 

— Cale-se!

Tomoe lançou a magia Correntes Negras. Várias correntes surgiram do chão, imobilizando Heidi. Ela se mexia loucamente, tentando se libertar das amarras. Tomoe aplicou fogo em sua espada e utilizou a magia Tormento de Chamas.

Várias labaredas atingiram Heidi, que gritou de dor enquanto era consumida por elas. O Ataque foi tão poderoso que o corpo de Heidi desapareceu. 

Tomoe correu até o corpo de Kamui. Ela sentia um grande aperto no peito e chorava agachada, segurando-o em seu colo. Como último recurso, ela tentou usar a magia de Ressuscitação. Esta magia só funcionava se a morte fosse recente, e ela não tinha certeza se iria funcionar, pois até então havia sido usada em demônios.

— Tomara que isso funcione.

Tomoe colocou suas mãos sobre o peito de Kamui e recitou as palavras da Magia. Com isso, uma luz carmesim surgiu em suas mãos e o ferimento no abdômen de Kamui começou a se fechar. Ele despertou confuso, sentindo as lágrimas de Tomoe caindo em seu rosto. 

— O Quê…? O que aconteceu?

— Ainda bem que funcionou! — disse Tomoe, enxugando as próprias lágrimas.

Kamui se levantou e perguntou:

— Cadê a Heidi?

— Ela está morta.

— Só me lembro dela vindo na minha direção como um raio.

— Ela te matou. Eu vi tudo. Depois lutei contra ela e a derrotei. Por fim, usei uma magia para tentar te ressuscitar.

— Obrigado por me salvar.

— De nada!

Tomoe deu grande abraço em Kamui e disse:

— Eu te amo, Kamui. Eu te amo muito!

— Eu também, te amo.

Kamui deu um grande beijo em Tomoe. Com o beijo repentino, Tomoe ficou com o rosto todo avermelhado.

— Haha! seu rosto está parecendo um tomate.

— Não está não! Idota!

— Haha! Você fica muito fofa quando está envergonhada.

Eles voltam para o portão da cidade de mãos dadas. No portão estavam os aventureiros, os cavaleiros, Egon, Axel, Erika e a princesa Suyane.

— Encontraram a Heidi? — perguntou Axel.

— Sim, ela está morta. — respondeu Tomoe.

— Graças a vocês, a cidade e o reino estão salvos.

— Que isso! Teve muita gente ajudando. Se não fosse a Erika, eu não teria derrotado o Ende. 

Suyane entrou na conversa e disse:

— Amanhã quero vocês na sede da Ordem dos Cavaleiros. Tenho uma surpresa para vocês.

— Certo, estávamos lá amanhã.

— Então vamos para a taberna comemorar! — disse Egon.

Em seguida, todos foram para a taberna. Lá, divertiram-se comemorando a vitória. 

Mais tarde, Kamui perguntou a Tomoe.

— Ei! Tomoe?

— Oi, o que foi?

— Estou sentindo uma energia diferente em meu corpo, e como se tivesse mais poder do que antes.

— Estranho. Deixe eu ver.

Tomoe tocou o peito de Kamui e utilizou uma magia de diagnóstico.

— De alguma forma, você se tornou um meio demônio. Acho que foi algum efeito da magia de ressuscitação.

— Estranho.

— Talvez agora você possa utilizar magias exclusivas dos demônios.

— Hum… Isso é legal!

— Bem, eu estou muito cansada. Boa noite!

— Espera só um pouco.

Kamui  se aproximou de Tomoe e lhe deu um beijo.

— Seu beijinho de boa noite! 

— Obrigada.

No dia seguinte, depois de tomarem café, eles foram para a sede da Ordem dos Cavaleiros de Blumendorf. Chegando lá, Suyane os aguardava na recepção, junto de todos os cavaleiros. Após se cumprimentarem, Suyane disse:

— Entrego a vocês a Rosa de Blumendorf, a maior honraria do Reino Blumendor, como agradecimento por tudo o que fizeram pelo nosso reino.

Suyane entregou as insígnias para Kamui e Tomoe. Elas tinham um formato de uma rosa feita inteiramente de ouro, com a borda em prata. Eles agradeceram Suyane pelo presente.

Após a cerimônia, foram ao escritório de Suyane, onde tiveram uma conversa descontraída.

— Então, o que vão fazer agora? 

— Ah! Estamos pensando em ir para Sagesse.

— Hum... Legal. Sagesse é uma ótima nação.

— Queremos encontrar algumas pessoas lá na academia Sagesse.

— Entendi. Desejo sorte para a nova jornada de vocês.

Depois de se despedirem de Suyane, voltaram para a taberna Bergorse. Após se sentarem no local costumeiro. 

— E aí, como foi lá com a princesa Suyane? 

— Foi ótimo, nós ganhamos a Rosa de Blumendorf. 

— Nossa, que bom! Para comemorar, hoje tudo é por conta da casa!

— Então eu quero um bom copo de Cerveja! 

— E para já, minha querida Evelyn.

Algum tempo depois, Egon retornou com os pedidos e os colocou sobre o balcão.

— E aí, o que pensam em fazer agora?

— Vamos para Sagesse. 

— Ah, Sagesse! A Nação da Sabedoria. Interessante. O que vão fazer lá?

— Tem uma pessoa na Academia Sagesse que é especialista em armas lendárias. Acho que com ela eu posso aprender mais sobre a minha espada e, além disso, aperfeiçoar as minhas habilidades.

— Hum...

— Partiremos amanhã.

— Entendo. Desejo tudo de bom para a nova jornada de vocês.

Eles curtiram o tempo livre na taberna. No dia seguinte, depois de se despedirem de Egon, seguiram para uma área afastada da cidade. Enquanto preparava a magia de teletransporte. Ela disse:

— Está pronto Kamui?

— Sim!

Com isso, eles partiram para sua nova jornada em Sagesse.

Apoie a Novel Mania

Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.

Novas traduções

Novels originais

Experiência sem anúncios

Doar agora