Volume 1
Capítulo 19: Cão de Caça
Jogado ao chão, de braços abertos e boca escancarada, Shiem enchia e esvaziava os pulmões com euforia, gritando de alívio:
— UAAAUUUUU!!! Essa foi por pouco! Nem acredito que conseguimos!! UUFAAA!! Preciso de um gole d’água... Mas... falando nisso... MINHA MOCHILA!!
Num salto, ele tateou as costas em desespero, buscando o objeto mais valioso para sua sobrevivência naquele ambiente imprevisível.
E com um alívio quase embriagante, sentiu o tecido familiar sob as mãos cansadas — a velha mochila ainda estava lá, firme, junto da espada amarrada rente a ela.
— Cara, que susto!... Mas ainda bem que tá tudo aqui. Essa mochila é velha, mas se encaixa tão bem no corpo que às vezes até esqueço dela. E nem a queda rasgou... não deve ter sido barata. Depois pergunto pra senhorita Novah sobr... — Shiem interrompeu a si mesmo, lembrando das últimas palavras da companheira antes de se separarem.
“Te encontro do outro lado...”
— Ela disse que viria... mas...
Do outro lado, uma chuva de pétalas brancas com bordas vermelhas dançava ao vento sob um céu azul vívido.
À frente, erguia-se um castelo de mármore turquesa, adornado por vitrais de azul, verde e rubi, retratando uma coroação.
Multidões em trajes de gala se reuniam aos portões, festejando ao som de uma melodia doce e cerimonial.
Passo a passo, Novah avançava pelo salão, ladeada por um homem de presença familiar, mas cujo rosto era turvo, indefinido, como se um véu o cobrisse.
Ela não se importava — pois o que verdadeiramente lhe chamava a atenção era a figura ao altar.
De costas para ela, vestindo um smoking branco com detalhes dourados e luvas de mesma cor, estava Shiem — livre da maldição que todos supunham.
Seu coração se aqueceu.
“Como ele será?” — pensou, sonhadora.
Aproximou-se. Tocou-lhe as mãos. Sentiu o calor de sua pele.
Cada passo a deixava mais próxima de ver aquele rosto oculto, de descobrir o que tanto desejava.
Com os olhos semicerrados e os lábios prestes a se tocarem, ela ouviu uma voz distante:
— Senhorita Novah!!
— Sim... — respondeu, absorta.
— Senhorita Novah!!
— Sim...
— SENHORITAAA NOVAAAH!!
— EU JÁ DISSE SIM, SEU IDIOTA! AGORA ME BEI...!
Antes que terminasse, o sonho se desfez.
Novah acordou, nos braços de Shiem, que a segurava, aflito, tentando despertá-la de seu estado de inconsciência.
— Senhorita Novah! Como a senhorita está? Tá me ouvindo?
As dores em sua cabeça pareciam lâminas cravadas atrás dos olhos, e a tontura a impedia de se levantar. Mas seu raciocínio continuava afiado.
— Tô legal... só tô com essa ressaca de “senhorita” pra tudo que envolve meu nome...
— Ah... me desculpe, senhori... quer dizer, me desculpe, Novah.
— Bem melhor! Já até consigo me levantar. — retrucou ela, erguendo-se com a ajuda dele. — E o que tá fazendo aqui? Não quis me esperar, é? Ficou com medo de ficar sozinho?
— Ha! Lá na saída da caverna tinha uma planície linda. Nem dava pra sentir medo! — riu Shiem, sem graça.
— É... então foi medo mesmo — provocou Novah, arqueando uma sobrancelha.
— Mas o importante é que tô aqui. E você precisa de ajuda! Se apoia em mim, vamos sair daqui. Esse cheiro de bicho morto vai atrair coisa pior.
A guerreira já havia pensado nisso, mas ouvir o raciocínio vindo de Shiem despertou nela um discreto orgulho.
Deixando-se guiar, Novah apoiou o corpo cansado nos ombros do rapaz.
O toque lhe trouxe uma sensação estranhamente reconfortante — algo mágico, que aquecia o peito e amenizava a dor.
Segurou o sorriso com os dentes, mordendo os lábios para escondê-lo do pretendente.
Shiem, atento, via apenas o semblante relaxado e o gesto de morder os lábios. Interpretou como dor, e não ternura — e a culpa o corroeu. Acreditava que tudo aquilo era consequência de sua imprudência. E Durante boa parte do caminho, o silêncio reinou.
No entanto, Dessa vez, não incomodava Novah. Estar quase abraçada a Shiem era um conforto suficiente.
E Quando o sol começou a se esconder, Novah parou.
— Aqui tá bom. — Disse com pesar, sabendo que precisaria se afastar dele. — Vamos acampar.
— Tem certeza, senh... digo, Novah? Ainda estamos nesse vale esquisito...
— Tenho. Não dá tempo de sair antes de escurecer. E você vai caçar e preparar nossa comida.
— Eu...? — Shiem engoliu seco. — Será que eu consigo?
— Como se tivesse escolha. — Ela cruzou os braços. — Pega a faca na minha mochila, traz uma madeira pra que eu faça uma lança e junta lenha pra fogueira.
— Mas... uma fogueira? Depois daquele bicho? Isso não vai atrair mais criaturas?
— Duvido. Esfinges pouco inteligentes são extremamente territoriais. E ainda estamos dentro da área de caça dela. Por enquanto, estamos seguros. — Deu uma pausa. — Se bem que... nem devia haver uma coisa dessas por aqui. Mas vamos contar com a lógica dessa vez.
— Tá certo! — assentiu Shiem, acomodando-a perto de uma pedra. — Já volto com tudo.
— Mas não se esquece de mim, hein! — brincou ela, sorrindo.
— Isso foi piada, né? — respondeu ele, rindo.
Pouco tempo depois, Shiem voltou com o material.
— Tá tudo aqui!
— Deixa eu ver... — Novah pegou a madeira, testou a firmeza e pediu a faca que estava em sua mochila. Com alguns golpes precisos, moldou a ponta. — Pronto! — exclamou, jogando a lança para ele. — Agora é simples: se esconde, espera e ataca. Sem vacilar. A janta tá garantida.
— É só isso?
— É. O resto, seus instintos vão completar. Vai logo, a noite tá chegando e eu tô com fome! — respondeu, com um pequeno bico.
— Tá bom, tá bom! Já vou! Mas não sai daqui, Novah!
— Ha, ha, ha! Meu herói! — provocou ela.
Shiem apenas balançou a cabeça, sorrindo, e seguiu para a caçada.
Alguns minutos depois, ele já começava a se frustrar.
— Que droga! Pensei que ela fosse me dar umas dicas... mas foi só “vai lá e mata alguma coisa que eu tô com fome”. Tô quase acreditando que vou voltar de mãos vazias...
Mas logo respirou fundo.
— Mas peraí também né... a Novah não é minha babá. Eu tenho que me virar. Se quero ajudar de verdade, preciso aprender a observar e supor.
Concentrou-se no ambiente — e, de repente, uma enxurrada de cheiros o atingiu com força.
Aromas doces, de flores e mel, se misturavam a odores de carne podre e terra úmida.
Shiem se curvou, tapando o nariz.
— Mas que droga é essa?! — gritou, sem fôlego.
Em segundos, os cheiros cessaram. Respirou de novo, assustado.
— Será que tô doente?... — murmurou, apalpando o próprio nariz. — Ah, deixa pra lá... foco na comida.
Sem perceber, suas orelhas se moveram, captando ruídos distantes — farfalhares, passos leves, respirações.
Os sons se intensificavam, vindos de muito mais longe do que deveriam. E Junto deles, os cheiros voltaram, fortes, com a mesma origem.
Shiem avançou cauteloso até avistar uma silhueta na penumbra.
A lua crescente mal iluminava o vale, mas seus olhos agora distinguiam tons de cinza com mais clareza, revelando um javali enorme, de presas retorcidas e brilho viscoso.
Ele fuçava o chão, farejando em busca de alimento. E mais adiante, um pequeno animal — parecido com um coelho, mas com um chifre de coral — se movia com cautela.
Shiem se animou.
“Perfeito. Pequeno e distraído.”
Escondeu-se atrás de uma árvore, esperando o javali se afastar.
Mas, num rugido repentino, o animal maior disparou. O coelho mal teve tempo de gritar antes de ser atravessado pelas presas e despedaçado.
Shiem ficou estático.
Primeiro assustado. Depois furioso.
— Bicho ladrão de uma figa... isso era meu! Eu vi primeiro! — rosnou entre os dentes.
Movido por raiva e instinto, Shiem se agachou, respirou fundo e lançou a lança com toda a força.
O arremesso cortou a noite — e o projétil atravessou o pescoço do javali, fincando-se no chão logo atrás.
O monstro se contorceu em agonia, deu alguns passos e tombou.
Shiem observou em silêncio. Seus olhos, antes humanos, brilhavam com a ferocidade de um predador.
Mas, ao se aproximar do corpo, o instinto deu lugar a algo inesperado: remorso.
Olhou o animal morto e pensou:
“Mas qual é o problema?... Eu vim caçar sem saber o que fazer, e consegui um grandalhão que vai dar pra uns três dias. Eu devia estar orgulhoso... droga!”
Mas o peso em seu peito dizia o contrário.
Algo dentro dele estava... relembrando.
A fogueira já crepitava, consumindo a madeira seca reunida para trazer calor e luz ao acampamento no vale.
Novah, ainda um pouco atordoada, organizava as hastes de madeira que sustentariam a caça sobre o fogo ativo.
Quando terminou seus afazeres, o silêncio da noite foi rompido pelo movimento das folhas ao longe.
Um leve sorriso se desenhou em seu rosto — ela reconheceu os passos pesados de Shiem.
— E então? — perguntou em voz alta. — Quantos coelhos vamos comer? Estou morrendo de fome!
Mas, conforme a figura dele se aproximava, a luz do fogo revelou algo maior do que coelhos.
Novah arregalou os olhos ao ver o enorme animal pendendo das costas do rapaz.
— Ora, mas que sorte tivemos hoje! — elogiou, animada. — Com tanta carne assim, talvez até sobre pra você!
Shiem apenas sorriu de canto, tímido, e colocou o animal no chão com cuidado.
Novah notou, então, a lança que ela mesma havia confeccionado atravessada no pescoço da criatura.
— Não era mais fácil tirar a lança antes de carregar nossa janta até aqui? — provocou ela, apoiando a mão na haste.
— É que... eu não consegui tirar... — respondeu Shiem, coçando a nuca, um pouco pensativo.
— Hum... não tem problema. — disse Novah, colocando o pé próximo ao ferimento. Com um puxão firme, removeu a lança inteira.
— Mas me conta, como foi a caçada? — perguntou ela, atirando a arma de volta para ele.
Shiem a segurou, olhou para o animal e respondeu num tom baixo:
— ...Eu não sei dizer...
Novah se aproximou, curiosa, e arqueou as sobrancelhas.
— Ele abusou de você?
— Hã?... HEIM!? COMO É QUE É?! — berrou Shiem, entre indignado e corado. — CLARO QUE NÃO! QUE TIPO DE PERGUNTA É ESSA, SUA MALUCA?!
Novah explodiu em risadas.
— HÁ! HÁ! HÁ! Só pode ser isso! Eu te mando caçar e você volta com cara de quem foi desvirginado! HÁ! HÁ! HÁ!
— Poxa, não é nada disso! — protestou ele, visivelmente envergonhado.
— Então por que toda essa cerimônia? Você caçou, matou o bicho e agora vamos jantar, ué.
— É que... bom... foi assim! Ele roubou o coelho que a gente ia comer, e... e... isso não foi justo! E antes disso eu comecei a sentir umas coisas estranhas... — gaguejou ele, gesticulando. — Me deixou preocupado...
— Estranhas? — perguntou Novah, cruzando os braços. — Você tá incomodado com o quê exatamente? Alguma sensação diferente? Um instinto?
— Não um, vários! — disse Shiem. — Cheiros, sons, visões... E também fiquei com raiva. De novo.
— É mesmo? — zombou Novah. — Shiem, eu fico com raiva o tempo todo e nem por isso saio por aí com cara de quem perdeu a alma.
— Não é esse tipo de raiva! — rebateu ele. — Ah, eu sei lá...
— Tá, me conta tudo direito. — pediu ela, enfim.
Então Shiem relatou sua caçada: o roubo do coelho, a perseguição, e a fúria súbita que o dominou antes de abater o animal.
Novah ouviu atentamente, até formular sua teoria:
— Parece que você não só tem aparência de cão... — começou ela, pensativa. — Mas também consegue acessar os sentidos aguçados de um.
— Mas por que só hoje? — questionou Shiem. — Como explica isso?
— Talvez porque só hoje você realmente prestou atenção neles. — disse ela, de modo enigmático.
“Mas na verdade tenho certeza de que ele também usou esses instintos no nosso último treino”, pensou Novah.
— Isso explica porque você não ouviu a esfinge se aproximando — completou. — Eu ouvi o bater das asas dela a quilômetros.
— Ufa... se for isso, fico mais tranquilo. Mas... ainda tem outra coisa.
— Então desembucha logo!
— Eu senti... a mesma vontade de matar que senti quando peguei essa espada daquele velho.
Mas dessa vez... eu realmente matei.
Novah soltou o ar com um leve desdém.
— E daí? Você me viu desprezar, humilhar e matar, e ainda assim tô aqui rindo com você. Agora vai me dizer que tá abalado por matar nossa janta?
— É diferente! — insistiu Shiem. — É... complicado...
— ENTÃO EXPLICA, CARAMBA! — gritou Novah, impaciente. — Já nem sei mais o que você pensa de mim!
O grito ecoou pelo vale. Shiem desviou o olhar para o horizonte escuro.
“Droga, falei sem pensar...” pensou Novah, arrependida. “Eu já tava à vontade com ele, mas essa cisma me deixou receosa de novo.”
— Você é diferente, senh... quer dizer, Novah. — começou ele. — Você estava no controle o tempo todo.
E eu acredito em tudo que me disse sobre aqueles caras que tentaram nos assaltar.
Além disso, você me protegeu... não tem como eu pensar mal de você.
Novah conteve um sorriso. O tom dele — sincero, terno — a deixou eufórica por dentro, embora pensamentos tolos sobre casamento começassem a pipocar em sua mente.
— Mas... eu não queria proteger, queria vingar. — continuou Shiem. — Vingar a mim mesmo.
E agora, de novo, senti essa vontade de matar... que vem quando percebo que sou forte o bastante pra isso.
Uma espécie de coragem covarde...
Talvez eu até tenha matado aquele velho de susto. Já pensou?
Ele a encarou, esperando por alguma palavra de sabedoria.
Novah apenas balançou a cabeça, e respondeu com seriedade:
— Já sei quem você era antes de ser transformado.
Shiem arregalou os olhos, prendendo o fôlego.
— Você era um ator dramático! — disse ela, rompendo o suspense. — Só pode ser isso! HÁ! HÁ! HÁ!
— O quê?! Poxa! Nunca mais falo nada sério com você! — bufou ele, emburrado.
— HÁ! HÁ! HÁ! É tão bom te irritar! — respondeu ela, ainda rindo.
Quando conseguiu conter o riso, seu tom ficou mais suave:
— Você tem medo de ter sido um assassino na sua vida passada?
— ...Ou algo pior. — respondeu Shiem, com a voz embargada.
Novah o fitou em silêncio, séria. O peso da dúvida parecia pairar entre eles.
Então, num tom súbito e provocador, ela quebrou o clima:
— Nah. Você é muito banana pra ser um assassino.
— COMO É QUE É?! EU NÃO SOU BANANA! — gritou ele, gesticulando. — Eu tenho atitude! Sou silencioso como uma serpente e letal como... como... HÃÃ... como uma serpente também! Sou a serpente completa!
— HÁ! HÁ! HÁ! — gargalhou Novah. — “Shiem, o assassino que se importa com você!” Vai ser esse seu título na lista de procurados!
— Muito engraçada! — retrucou ele. — E pensar que Paragor disse que você era mal-humorada e calada!
Acho que ele só não quis me assustar com a verdade!
— Bom... eu tenho meus momentos. — respondeu Novah, sarcástica.
Mas o comentário de Shiem a deixou pensativa.
“Se Paragor me visse agora, também se espantaria. Nem eu estou me reconhecendo. Talvez mandar todo mundo se ferrar tenha escondido partes de quem eu realmente sou.”
— Mas chega de papo. — disse ela, voltando ao trabalho. — Tô com fome, e preciso preparar nossa janta.
Shiem respirou fundo, descontraído, e a seguiu até o local de preparo.
— Agora me devolve minha faca. — pediu Novah.
— Hã? Ah, sim! Toma! — disse ele. — Mas... por que você não faz outra?
— Boa pergunta. Eu fiquei de te explicar isso.
Enquanto limpava o animal, ela falou:
— Aquilo que usei na caverna pra te ajudar não é só uma visão remota do lugar, mas também uma forma de espionar bases e regiões inimigas.
E tudo que vi lá ficou gravado na minha autoridade. Assim que puder, vou registrar tudo em um livro.
— Caramba... — admirou-se Shiem. — Aquele lugar era enorme! E cheio de coisas estranhas mesmo.
— Pois é. — confirmou ela. — E isso me restringe em alguns aspectos. Não posso usar as autoridades que adquiri, senão perco todas as imagens e informações da caverna.
Mas ainda posso usar as inatas — desde que com calma e concentração.
— Ah, entendi. — disse ele, satisfeito.
— E sim — completou Novah, mostrando o bíceps. — Já estou pronta pra outra.
— HÁ! HÁ! HÁ! Tá legal! Então vamos comer! — respondeu Shiem, rindo.
E enquanto o fogo iluminava seus rostos cansados, o vale mergulhava no sono da noite.
Longe dali, no dia seguinte, além das montanhas, o vento arrastava a areia pesada de um deserto sem vida. Duas silhuetas avançavam contra o infinito — sombras obstinadas num mar de rocha e pó sem fim.
Eram Gaia e seu novo consorte: o grande Leão, que a seguia movido por uma esperança estranha — uma vingança ainda sem rosto, mas inevitável.
– Tens um atalho pela floresta, outro pelas montanhas... mas e pelo deserto, Gaia? Onde está teu caminho? – perguntou o Leão, impaciente.
– A areia vos incomoda, guerreiro? – replicou ela, sem voltar o rosto.
– É o tempo! – respondeu o Leão, rugindo baixo. – O tempo é que me escapa pelos dedos.
Gaia sorriu, enigmática.
– Então, há de gostar da minha morada.
– E como pode ter tanta certeza, Gaia?
– Porque é lá onde tudo converge – todos os meus meios, todos os meus segredos... inclusive meus caminhos ocultos. Olhe!
No horizonte ondulante, erguia-se uma torre colossal de mármore verde e branco, cintilando sob o sol abrasador. Uma torre que marcava o início das intenções agora entrelaçadas entre Gaia e o Leão sem memória.
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