A Voz das Estrelas Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 8: Invasão – Confronto entre Marcados ③

O destino do primeiro grande confronto entre Marcados começava a tomar um rumo inesperado. Enquanto boa parte de alunos e professores se reunia nos elevadores do térreo onde um acidente tinha ocorrido, a explosão na entrada estremeceu boa parte do campus.

Indivíduos equipados invadiram e tomaram conta da instituição em poucos segundos. A grande maioria aglomerada na área do prédio principal foi rendida, outros que permaneciam nas salas distantes sequer faziam ideia sobre o que estava acontecendo.

O mesmo podia ser dito para os jovens que se enfrentavam na ala deserta do pátio a alguns metros do local da detonação. Layla cumpriu a demanda de um dos soldados ao ordenar que não se movessem, mas sua atenção parecia estar em qualquer outro lugar distinto dali.

Isaac e Isabella reagiram mais alarmados do que o esperado. Os dois encontravam-se incapazes de responder a aparição repentina daquelas pessoas cheias de metralhadoras e algumas granadas no cinto. O capacete escuro impedia a identificação e os trajes escuros do pescoço aos pés parecia os oferecer uma ótima proteção.

— Quem são esses caras!? Por que sabem que somos marcados!? – A garota animalesca varreu a passagem cercada com os olhos afiados.

— Porque eles são enviados de outro marcado.

A resposta fria de Layla elucidou a situação numa velocidade assombrosa. Seria importante para que os seus – até então – adversários retomassem o controle emocional antes de decidirem o caminho no qual desejariam seguir. Afinal, a garota sabia sobre eles serem alunos daquela universidade, assim como o próprio companheiro.

Por isso arquitetaram um plano de emboscada no intuito de os separar, pois buscavam finalizar tudo sem chamar atenção de ninguém ou envolver possíveis amigos e inocentes. Todos esses detalhes possuíam um peso inestimável na balança que levou a Marcada de Vega a revelar tal informação para eles.

“Isso tornou a situação bem desagradável”, Isaac resolveu ponderar em silêncio no objetivo de alcançar uma resposta favorável. “Essa garota parece saber bastante... deveríamos mesmo confiar nela?”, encarou a soturna adversária que sequer tinha revelado seu Áster durante a batalha e mesmo assim aguentou a dupla com firmeza.

Se fosse para provar suas capacidades físicas, já havia passado no teste. Quanto às pretensões ocultas, havia maior complicação em tirar alguma conclusão certeira. No entanto, aquilo parecia valer a favor deles da mesma forma... ao menos ele desejava acreditar nisso.

— Isabella... – murmurou baixinho para só a irmã o escutar – vamos esquecer essa marcada por enquanto. Precisamos lidar com essa nova situação primeiro.

Embora eufórica graças ao Transformismo Animal, a garota de óculos assentiu em positivo e decidiu seguir os comandos do irmão. O brilho avermelhado de sua marca na palma da mão dominante se esvaiu, assim como as garras, músculos e dentes retornaram ao normal.

Os soldados assentiram entre si e resolveram avançar contra os três encurralados. Cinco ao total, cercaram todos os flancos sem deixarem de mirar na cabeça dos alvos.

— Mãos para o alto! – ordenou o mesmo homem abafado pelo capacete.

Isaac moveu a cabeça para baixo e ergueu lentamente os braços junto a irmã. Logo adiante, Layla não seguiu os passos executados pelos outros dois Marcados e manteve a cabeça baixa na direção do solo, alguns fios do cabelo branco caíam sobre os olhos noturnos.

— Ele mandou levantar as mãos, desgraçada! – Um segundo soldado se aproximou da jovem paralisada e trouxe a arma a tocar sua cabeça.

Ainda assim, a Marcada de Vega não reagiu.

Irritado pela teimosia dela, o homem virou a metralhadora com o objetivo de a derrubar por meio de uma coronhada. Quando realizou o deslocamento na direção da nuca, as vistas da jovem se levantaram na direção dos escolhidos de Órion.

Como se fosse um sinal desprovido de palavras, Layla deu início à verdadeira resposta aos agressores. Agachou o torso, deixou a arma de fogo passar pelo vento junto às mãos do homem e levou as suas até se entrelaçarem no braço dele. Permitiu a todo o peso seguir em frente o conduzindo com as costas a fim de erguê-lo do solo.

Deixando todos os presentes desacreditados, a simples adolescente repetiu a defensiva utilizada contra a Marcada de Betelgeuse e jogou o soldado na terra com ainda mais força.

Por um breve instante, nenhum dos trajados de preto se moveu. Foi o momento perfeito para Isaac e Isabella ativarem o brilho dos respectivos símbolos em simultâneo, um misto do frio azul com o quente escarlate tomou conta da visão dos indivíduos equipados.

O rapaz usou a Levitação para derrubar dois inimigos em sequência pelo flanco esquerdo. A irmã retomou as garras afiadas nos membros de extremidade, também finalizando os soldados restantes pelo outro lado.

— Já nos decidimos, garota – comentou Isaac ao pegar uma das armas disponíveis no chão. – Iremos temporariamente declarar esta trégua. Ao menos até limparmos a universidade.

— É melhor não tentar gracinhas, sua maldita! – Isabella rugiu ao certificar-se sobre a derrota dos oponentes naquela área.

Layla não os respondeu verbalmente, apenas moveu a cabeça de forma positiva conforme encarava a própria faca. Por alguma razão, o olhar refletido na lâmina reluzente indicava um sentimento de infelicidade incapaz de ser identificado por outrem.

— Me desculpem...

Isaac e Isabella escutaram o murmúrio proferido pela marcada misteriosa, porém logo souberam que aquelas palavras não foram direcionadas a eles...

 

★★★

 

A situação caótica ainda não tinha chegado à sala de aula onde os amigos de Norman estavam. De qualquer forma, já tinha ciência sobre os dois acidentes em sequência, no prédio principal e na entrada da instituição. Era só questão de tempo até serem alcançados.

— Como está aí, Willian!? – Helen preparava seus pertences para sair da classe com os amigos.

— Não adianta! Ele não tá atendendo!

Além dos problemas ainda desconhecidos no geral, os três seguiam preocupados com o paradeiro inexplicável de Norman. Sem que qualquer um deles esperasse, uma correria desenfreada teve início pelos corredores.

Helen e Hudson foram com cuidado até a porta e acompanharam o desespero na face de todos os universitários. Sons de tiros foram escutados em meio aos gritos desesperadores que enunciavam palavras nada compreensíveis.

— O que está havendo aqui!? – Helen arregalou os olhos sendo dominada pelo medo. – Vamos sair daqui... não tô com um pressentimento bom!

Ela gritou para os dois companheiros no recinto. Hudson manteve a serenidade perante a agonia generalizada e tentou guiar os dois pela passagem fechada até a direção onde todos corriam. 

Willian saiu logo atrás da dupla, não largava o celular no ouvido enquanto buscava entrar em contato com o amigo desaparecido de qualquer forma. Os ruídos de disparos foram crescendo na medida que se aproximavam das rampas principais do prédio.

— Hudson, por onde vamos!? – Helen tentou alcançá-lo com seu berro.

O mais centrado dos três varreu todas as opções após pararem de correr em frente aos caminhos que levavam até os andares superiores e inferiores. A única saída possível podia ser encontrada no térreo, mas a entrada principal da instituição estava bloqueada pela explosão anterior.

Todos os elevadores estavam parados, subir até o terraço poderia configurar a eles um beco sem saída fatal. No entanto, outras opções incertas começaram a surgir em sua linha de pensamento que trabalhava intensamente.

“Há uma saída na biblioteca... outra no estacionamento”, começou a enumerar os possíveis caminhos a serem tomados no meio da confusão. Muitos outros universitários poderiam ter pensado nessas saídas, mas àquela altura não parecia existir outra possibilidade que evitasse algum risco considerável.

— Podemos tentar as escadas de emergência do laboratório.

O raciocínio final passou raspando em sua cabeça, mas foi crucial para que a decisão com a menor taxa de riscos fosse tomada. Ao invés de acompanhar as pessoas que preferiam correr pelas rampas decrescentes, Hudson avançou na direção dos pisos superiores junto de Helen e Willian.

Passaram correndo pelos elevadores principais sem nem perceberem a ausência do último deles, onde apenas o cabo de tração estava à vista. Seguiram o caminho do pequeno corredor até alcançarem a porta que dava acesso a escadaria de emergência.

Na torcida para não estar trancada, Hudson levou a mão até a grande barra de ferro e a empurrou. Quando o caminho foi revelado, um alívio indescritível tomou conta dos jovens. As luzes sensoriais se acendiam conforme desciam pelos andares indicados por placas nas paredes ao lado de outras portas idênticas.

A adrenalina produzida pela tensão lhes fazia ignorar qualquer resquício de cansaço. Chegaram no último andar antes do térreo, mas esperaram antes de abrirem as portas avermelhadas. Um pouco ofegantes graças a correria incessante, os três escutaram a confusão do lado de fora.

Os tiros seguiam sendo disparados, porém algo diferente estava ocorrendo em comparação a outros locais da universidade. Hudson fez um sinal pedindo para os dois amigos esperarem, abriu a saída com cautela e observou o lado de fora. O que seus olhos encontraram o fez abrir a boca espantado.

Uma batalha ainda maior era travada no andar do campus. Um mar de alunos e soldados mortos se espalhava pela terra enquanto uma garota de óculos avançava como uma besta para retaliar todos os adversários. Mesmo com o sangue escorrendo pela ferida profunda na testa, ela mantinha a intensidade nos ataques com as garras afiadas.

“Que merda é essa?”, Hudson também encontrou um jovem que levitava no espaço. Ele ajudava a garota de fisionomia idêntica a derrubar os inimigos que tentavam os acertar de todas as formas com suas metralhadoras e granadas.

— O que está acontecendo, Hudson!? Podemos ir para a biblioteca ou... – Helen andou alguns passos antes de interromper a si própria.

Assim como o amigo de classe, assistiu o conflito esquisito sem acreditar mais na realidade. Esfregou os olhos para ter certeza sobre o que contemplava. Willian veio em seguida, o baque nele foi tão grande que o braço flexionado para posicionar o celular no ouvido perdeu força.

— Olha... por algum acaso estamos em um tipo de filme de fantasia? – murmurou incrédulo.

Sua boca estremecida parecia prestes a se contorcer numa risada zombeteira. No entanto, o cenário de tragédia construído pelos corpos das pessoas inocentes de todas as idades o fez engolir aquela reação em seco.

Impactados com a situação, foram dominados por um ar frio de repente. Sentiram as espinhas congelarem, os pelos arrepiaram como se fossem atingidos por uma energia elétrica veloz. Ao mesmo tempo viraram o rosto à direita, encontrando a garota de cabelo branco que os visitou na classe mais cedo.

— Layla?... – Helen foi a única a lhe chamar pelo nome. – Ei, o que está acontecendo? Cadê o Norman!? Por que você... está segurando uma faca?

A garota desceu os olhos estremecidos até encontrar a arma branca que gotejava sangue no solo. Não obstante, os ferimentos espalhados pelo corpo dela também chamavam atenção.

— Vocês viram – Layla sussurrou com olhos semicerrados. – As saídas da biblioteca e do estacionamento estão bloqueadas.

Quando ela levantou a voz para transmitir suas informações, Hudson ergueu as sobrancelhas por ter os planos de emergência descobertos.

Ela complementou após segundos de silêncio:

— Se quiserem fugir... precisarão voltar às proximidades do prédio principal.

— Espere! – Helen estendeu a mão até a garota, porém não poderia alcançá-la. – O que... você irá fazer?

Layla não disse uma palavra durante algum tempo, apenas virou as costas deixando o próprio sangue pingar no chão.

— Farei o que deve ser feito...

Após a resposta fraca, correu em direção a escadaria que levava até os andares superiores tomados pelos homens de preto. Hudson e Willian voltaram a encarar o campus. A dupla que batalhava contra os soldados já não estava mais ali.

Helen seguia paralisada com olhos arregalados. O ar congelante irradiado pela jovem se esvaiu aos poucos junto com sua presença, mas a amiga de Norman ainda sentia-se envolvida pela misticidade que parecia prender seus membros com algemas na terra.

O transe foi desfeito quando Hudson bateu a palma em seu ombro esquerdo, a despertando com um leve salto assustado.

— Vamos tomar o caminho que ela disse.

Os três deram meia volta e seguiram o rumo contrário do corredor. Helen virou o rosto sobre o ombro e observou o local onde Layla estava uma última vez antes de retomar o foco na fuga da universidade.

Ela não conseguia segurar a vontade de chorar ao passar por diversos corpos desfalecidos no caminho. Pôs as mãos em frente a boca na tentativa de evitar a regurgitação do material estomacal subindo pela garganta. Desejava fechar os olhos para não ver mais nada.

Enquanto isso, Willian ainda tentava ligar para Norman, mas a chamada não era atendida em hipótese alguma. Ele estalou a língua e resolveu desistir antes da última cair em caixa postal, mas essa ação coincidiu com o momento que eles chegaram até a área do primeiro acidente.

Um dos elevadores encontrava-se totalmente destruído, provável fruto dos ataques a instituição. Antes de passar pelo local preenchido por uma parca cortina de fumaça, o garoto que carregava o aparelho celular no ouvido escutou algo a mais ruir do transporte destruído.

Parou de correr e observou com mais atenção o espaço, o som familiar cresceu aos poucos. Hudson e Helen perceberam a interrupção do companheiro e se viraram para entender o que estava acontecendo. Quando pretenderam chamá-lo em prol de seguirem em frente, ele já estava defronte ao outro smartphone trincado no chão.

O pegou de cima de alguns escombros e verificou a mensagem na tela dizendo que uma chamada estava sendo solicitada. Enxergou seu nome escrito ali. Ele se virou aos dois amigos com o objetivo de falar sobre o celular de Norman encontrado ali, mas recebeu olhares aterrorizados de ambos.

— WILLIAN!!! – Helen gritou o mais alto que pôde.

Mas já era tarde...

Um dos soldados invasores posicionou o cano da metralhadora na têmpora do garoto e apertou o gatilho sem piedade. A cabeça dele foi perfurada junto ao estouro de miolos e sangue pelo outro lado, seu corpo tombou segundos depois já sem vida.

Hudson não pensou duas vezes em puxar o braço da companheira em estado de choque e correr com tudo que podia a fim de escapar. O homem ferido ainda tentou atirar nos dois, porém eles se desvencilharam ao avançar direto até o auditório mais próximo.

Era um dos únicos locais da universidade sem a presença de qualquer pessoa, portanto o acesso não foi complicado. Após fechar as portas, o rapaz colocou uma cadeira presa às barras metálicas que precisavam ser puxadas e, em seguida, posicionou outras para complementar a proteção.

Prosseguiu até o palco e se escondeu junto a Helen atrás das cortinas. A deixou entreaberta para observar qualquer movimentação no lado de fora, os batimentos cardíacos acelerados o faziam estremecer. O instante de aflição durou até escutar a companheira cair de joelhos no chão de madeira.

— O Willian... o Willian foi...

Arrepiada dos pés à cabeça, não podia mais segurar as lágrimas que logo escorreram em profusão dos olhos estáticos.

Hudson desejava a consolar, mas aquele evento de vida ou morte não lhe permitia fazê-lo. Ao invés disso, caminhou pelo recinto na busca por alguma arma de defesa pessoal. Não havia nada mais do que alguns cabos de vassoura e outros objetos menores inofensivos.

O máximo que podia utilizar eram os pedaços de madeira separados, então se apegou a essa possibilidade ínfima de sobrevivência. No entanto, o som de batidas violentas que vieram da entrada não lhe ofereceu tempo adequado a preparar-se da forma devida.

Helen começou a empurrar o corpo desabado com as mãos, mas acabou encontrando a parede final em seguida. Segurou a própria cabeça, flexionou as pernas e afundou a testa acima dos joelhos enquanto implorava para não ser morta.

Sem ter muito o que fazer, o garoto decidiu pelo menos a proteger até o final. Pegou uma das vassouras, retirou o feixe de fibras e quebrou a extremidade a fim de, no mínimo, assegurar uma ponta afiada que pudesse causar algum ferimento.

Se posicionou na espera da porta ser arrombada, mas foi ainda pior. Uma granada foi solta por um dos soldados e acabou por explodir a entrada, levando cadeiras e escombros contra o palco onde os dois universitários estavam escondidos. Hudson entrou à frente da garota no objetivo de defendê-la dos impactos causados pela detonação.

Depois de concluírem a entrada no auditório parcialmente devastado, os três soldados avançaram armados pela cortina de fumaça escura. Um deles jogou uma segunda granada na direção do palanque e, segundos depois, a nova explosão completou a destruição.

Com a densa neblina negra pelo trajeto, o trio equipado se separou para encontrar os dois alvos da vez. O responsável por jogar os dois explosivos em sequência foi o primeiro a subir no palco devastado. Não demorou a encontrar os dois jovens caídos no canto da plataforma de madeira.

Acima de Helen, Hudson era dominado por queimaduras gravíssimas em metade do corpo. A garota também estava ferida, contudo, em situação menos crítica comparada ao companheiro que sequer esboçava alguma reação conforme a envolvia num forte abraço.

— Encontrei os dois. Irei terminar o serviço e podemos reforçar o grupo que está lutando contra os Marcados. – O soldado, dessa vez uma mulher, apontou a arma na direção da dupla.

— Por... favor... – A voz de Helen quase não saía, seus olhos transbordando em lágrimas sequer piscavam mais.

— Me perdoe, querida. Ordens são...

A resposta da mulher foi interrompida por um rangido poderoso do piano ao lado, um dos poucos remanescentes das grandes explosões. Os outros dois invasores também direcionaram a atenção até o local de onde o som se proliferou, porém nada aconteceu durante os segundos seguintes.

Quando a soldada voltou a mirar em Helen, o instrumento pesado repentinamente se arrastou em alta velocidade até atingi-la. Sem possibilidade de defesa, foi conduzida até colidir com a parede e ser esmagada pelo ferro pesado. Ao sentir ossos e órgãos serem esmagados sem piedade, gritou tudo o que pôde até perder a consciência.

— O que foi isso!? Atenção! – O segundo soldado alertou o aliado antes de subirem no palco.

Ofuscados pela fumaça, foram pegos de surpresa por um ataque repentino no qual não puderam se desvencilhar.

Entregue ao fim inevitável, Helen enxergou uma última luz atravessar a escuridão. O brilho branco que chamava atenção se aproximou ficando cada vez mais forte diante das vistas paralisadas.

Virou o rosto rígido até a fonte daquela iluminação intensa. Ao se apagar gradativamente, pôde reconhecer o rosto sangrento do jovem de cabelo encaracolado e olhos verdes surgir em meio às cinzas.

Durante um singelo pedaço de tempo, o fogo da vida retornou à íris obscurecida da estudante. Com o coração em pedaços pela perda de dois amigos, ela murmurou em meio a soluços dolorosos...

— Nor... man...

O jovem cheio de ferimentos pelo corpo encarou a amiga caída sob Hudson, tomado pela tristeza. Ele estava vivenciando a repetição daquele dia que tanto desejava esquecer...



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