A Lâmina da Imortalidade Brasileira

Autor(a): Kanino

Revisão: Yunjie


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 51: Crônicas do Renascimento da Fênix Modificado

Hoje o tempo estava bastante agradável, o sol da tarde brilhava no céu e as folhas das árvores sacudiam com o vento.

Os sinais das escolas já tinham sido tocados indicando o fim de mais um dia de estudo para os estudantes.

Nessa hora os parques estão cheios de crianças brincando e as ruas cheias de estudantes em seus caminhos para casa. No entanto, não era apenas crianças nos parques. Várias mães, pais, irmãos e irmãs mais velhos estavam ali conversando e observando, alguns mesmo até gravando essas crianças brincar.

Normalmente muitas dessas pessoas não vinham para o parque, mas nas últimas semanas estava passando tantas notícias ruins nos noticiários que eles não podiam ignorar. A polícia estava bem agitada com os casos que deixava muita gente intrigada. Entre eles, tinha o que deixou toda essa gente preocupada, o sequestro de crianças.

O número de sequestros aumentou nas últimas semanas. E a polícia não tinha nenhuma pista sobre os sequestradores, as crianças desapareciam mesmo estando sob alguma supervisão. Mesmo assim ninguém via nada. Esses casos elevaram a preocupação de vários pais que não deixavam mais seus filhos saírem sozinhos nem em suas vizinhanças.

Se pudessem esses pais prenderiam seus filhos dentro de casa até os sequestradores serem presos, mas isso não era algo que poderiam fazer. Uma criança não se desenvolveria bem se ficar presa em casa.

Por isso vários pais se juntaram e formaram grupos de patrulha para ajudar a protegê-las. Qualquer criança que estiver andando sem um adulto por perto era aconselhada a ir para casa. Esses pais patrulhavam entre os principais caminhos que elas usavam.

Em um desses parques estava uma garota sentada num banco embaixo de uma árvore. Ela olhava para as crianças brincando alegremente e ao mesmo tempo via o olhar atento dos pais observando ao redor procurando qualquer coisa anormal.

Observando isso, a fazia pensar em como deve ser bom não perceber essa tensão entre os adultos e só brincar sem se importar com nada.

O olhar da garota passou mais uma vez por todo o parque. Ela tinha ficado ali por um bom tempo então ela pensou que estava na hora de ir embora.

A garota se levantou, faltava pouco para seu irmão chegar em casa e hoje ela queria conseguir algo dele. Esse pensamento animou a garota, porém a animação foi interrompida quando um mal-estar surgiu.

“Eu fiquei aqui por mais de uma hora e ainda esse mal-estar não sumiu.” – A garota pensou. 

Levando sua mão ao rosto ela voltou a se sentar no banco.

– Está tudo bem com você?

Ouvindo uma voz de criança a garota levantou seu rosto e viu uma garotinha em pé a observando. Ela parecia ter oito anos mas seus olhos verdes a encaravam cheios de curiosidade.

– Eu estou bem. Foi só um mal estar. – A garota respondeu.

– Meu nome é Laila, você é a Hishima Rika-san não é?

A garota ficou surpresa pela garotinha saber seu nome, ela não se lembrava de ter encontrado essa garotinha que se chamava Laila antes. No entanto não era uma boa hora para se pensar nisso pois ainda estava sentindo um mal-estar.

– Sim, – a garota chamada Hishima começou a falar de um jeito amável – mas pode me chamar de Rika. Como você sabia meu nome?

– Eu conheço seu irmão e você se parece muito com ele. Mas eu não estou podendo ver ele nos últimos dias. – Laila parecia preocupada quando perguntou a Rika.

Vendo Laila desse jeito, Rika se perguntou como seu irmão conheceu ela. Kishito é muito caseiro e não tinha amigos, pelo menos era assim antes dela sair de viagem. Nesses últimos dias seu irmão estava diferente, ele tinha feito alguns amigos, passa menos tempo em casa e o pior, menos tempo com ela também.

– Ele só está um pouco ocup… – Antes que pudesse terminar a frase, Rika sentiu mal-estar de novo.

– Você não parece muito bem?

– Não é nada de mais. – Rika deu um sorriso mas ela sabia que não parecia tão bem já que até uma garotinha conseguia perceber isso.

No entanto, a garotinha fez uma ação que a surpreendeu. Laila chegou perto dela e pôs suas pequenas mãos no rosto da Rika.

Nesse momento ela sentiu as suaves pequenas mãos tocarem suas bochechas. Esse simples toque aqueceu seu corpo e lhe deu uma sensação de calma e aconchego que Rika sentia apenas quando estava com seu irmão.

Isso lhe trouxe memórias de quando acontecia algo que a deixava irritada e corria para seu irmão. Quando descansava a cabeça no colo dele, Kishito afagava seu cabelo e isso a fazia se sentir melhor.

Logo em seguida seu olhar voltou a focar em Laila, aqueles belos cabelos pretos fazia um contraste com a pele pálida e os olhos verde-claros pareciam ver tudo sobre ela. Rika achou que não podia fugir desses olhos.

– Meus irmãos me disseram que minhas mãos tem a melhor cura que qualquer um pode oferecer. Então espero que você esteja melhor. – Laila sorriu depois de falar e com isso trouxe Rika de volta das memórias.

– Elas são mesmo maravilhosas, obrigada eu já estou me sentindo melhor. – Rika respondeu com um sorriso mais aliviada.

Laila retirou suas mãos do rosto da Rika, mas a sensação continuava e o mal-estar tinha desaparecido.

– Hum! – Laila acenou com a cabeça – Que bom que está melhor agora.

– Ah sim. Você disse que conhece meu irmão, como foi isso?

– Eu quero fazer uma coisa a muito, muito, muito tempo. – Laila falou abrindo os braços tentar mostrar a quanto tempo ela queria. – Mas meus irmãos não queriam me ajudar, eles nem parecem ligar muito para mim. Então eu pedi ajuda pro Kiki e ele disse que vai me ajudar.

– Ele disse isso?

– Sim ele falou. Só que eu não estou podendo ver ele ultimamente, – Laila estava triste quando começou a falar mas logo ela se animou e continuou – então quando te vi aqui, achei que poderia pedir sua ajuda para uma coisa.

– Pedir minha ajuda para que?

Rika viu a garotinha mexer numa bolsa que ela carregava e pegar um pequeno livro. Laila deu o livro pra ela dizendo:

– Você podia entregar esse livro pra ele por mim?

O livro era pequeno e não parecia ter mais de cinquenta páginas. Na verdade, o livro parecia mais um caderno do que um livro. Ele tinha uma capa vermelha e um desenho de uma fênix que aparentava ter sido feito por uma criança.

Quando Rika abriu o livro, ela viu um quadrinho feito com desenhos simples. Nele estavam desenhos de pessoas, pássaros e monstros enfrentando o personagem principal, uma fênix. Ela achou estranho o quadrinho, mas sem tempo para ler agora ela fechou o livro.

– Foi você que fez esse quadrinho? Qual é a história dele?

– Ele conta a história de uma fênix que desceu ao mundo e enfrenta a todos para que seu desejo seja realizado.

– Que legal! Eu posso ler também?

– Claro que pode, só que eu queria que Kiki lesse primeiro. Você se incomoda?

– É claro que não. – Rika negou também balançando a cabeça. – Assim que ele acabar eu leio.

– Hum! – Laila concordou, ela olhou em volta como se procurando alguma coisa e continuou. – Foi legal de te conhecer Rika-san, mas agora eu preciso ir antes que me achem aqui conversando com você. Tchau até outro dia.

A garotinha saiu correndo pelo parque com os braços abertos imitando um avião. Rika acompanhou ela com o olhar até ela sair do parque e sumir da sua visão.

Rika sorriu quando pensou na garotinha, ela gostou dela e se perguntou como seu irmão conheceu ela.

Agora se sentindo melhor ela se levantou. Estava na hora de ir pra casa.

*****

– Estou em casa. – Kishito passou pela porta anunciando sua chegada.

– Bem vindo de volta. – A resposta veio da cozinha. – Hoje você chegou tarde, as ruas não estão seguras então na próxima vez venha mais cedo.

– Ok tia Yukiko. – Kishito respondeu enquanto tirava os calçados.

– A janta vai ficar pronta em alguns minutos, primeiro vai tomar um banho e trocar essa roupa porque estou sentindo seu cheiro daqui.

– Ei eu não estou com cheiro ruim. – Ele respondeu depois de cheirar suas roupas.

Mesmo que o cheiro não estava muito ruim, isso não queria dizer que estava bom. Suas roupas estavam bem sujas por causa do treinamento.

“Foi bom eu ter levado roupa extra. Se eu tivesse que ficar lavando meu uniforme todo dia depois do treinamento eu acho que não iria aguentar.” Kishito suspirou depois de olhar as próprias roupas.

– Kishi-ni! Hoje eu… – Rika apareceu descendo a escada, mas antes de chegar perto dele, ela fez uma cara feia e tampou o nariz com a mão. – Hu! Você está fedendo Kishi-ni. O que aconteceu? Você caiu no esgoto?

– Algo parecido. – Kishito respondeu com um sorriso autodepreciativo.

– Que seja. – Com um olhar de desgosto Rika continuou. – Me pediram para te entregar um livro e eu deixei na sua mesa. – Logo em seguida ela correu para a cozinha.

Kishito suspirou e foi tomar um banho. O dia foi bem cansativo então relaxar tomando um banho ia fazer bem.

Depois do banho Kishito foi para o quarto e viu um livro na escrivaninha.

“Deve ser o livro que a Rika me falou. Ela só se esqueceu de me falar quem mandou.”

Kishito pegou o livro um pouco confuso, mas quando leu o título do livro ele ficou surpreso. 

Voltando a si depois de um tempo, ele soube a resposta para uma de suas perguntas de quem mandou o livro, contudo, várias outras surgiram ao mesmo tempo.

Ele olhou novamente o título do livro e leu em voz baixa:

– Crônicas do Renascimento da Fênix Modificado!



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