Volume 1 – Arco 1
Capítulo 24: Uma flor...
A noite estava clara e iluminada, por vários quilômetros não se podia ver nenhuma nuvem no céu. Uma leve brisa deixa o clima bastante agradável.
O tempo estava ótimo para a aviação e no Aeroporto Internacional de Tokyo o fluxo de aviões pousando e decolando era alto. Na pista de pouso vários trabalhadores se moviam de um lado a outro para levar as bagagens e transportar as pessoas. Era um dia comum na vida deles.
Dentro do aeroporto estava cheio de pessoas indo e vindo. Alguns passageiros embarcando, outros esperando o horário do vôo, pessoas comprando passagens e muitos também chegando no aeroporto vindo dos aviões.
Entre essas várias pessoas estava um garota que parecia ter dezesseis anos de idade, ela andava apressada pelo aeroporto puxando uma mala. Ela parecia estar com bastante raiva enquanto se movimentava pela multidão.
O cabelo preto da garota se movimentava a cada passo dava, ela tinha um rosto fino e grandes olhos negros. A garota parecia uma pessoa bem comum na aparência usando um vestido azul claro simples mas ela emanava uma aura dominante.
— Minha filha não tenha pressa nós logo chegaremos em casa.
Uma voz gentil veio de trás da garota a fazendo parar seus passos. A garota se virou e viu um casal vindo logo atrás dela, eles andavam tranquilamente puxando cada um uma mala.
A mulher vestia uma calça jeans e uma blusa verde, atrás das lentes do óculos estavam seus olhos castanhos que emitiam uma aura gentil. O cabelo estava preso e mesmo sem usar muita maquiagem ela chamava a atenção enquanto passava. Ela tinha um leve sorriso em seu rosto enquanto via a garota agindo com raiva.
O homem ao seu lado era alto e um pouco robusto. Ao contrário da mulher e da garota, ele usava um terno preto como se tivesse acabado de sair de uma reunião. Ele tinha um olhar calmo e acolhedor com um grande sorriso enquanto acompanhava a mulher ao seu lado.
— Como não vou ter pressa? Já fazem dois dias que ele não me responde. Tem algo de errado com o Kishi-ni, eu nem pude dizer a que iríamos vir mais cedo. — A garota respondeu ainda com raiva.
O casal ouviu ela e riu, eles sabiam como era a relação dos dois, sempre muito próximos. Quando a viagem a trabalho surgiu e eles precisaram passar alguns meses fora, no começo eles queriam levar os dois mas a única que viajou com eles foi a garota. Mesmo estando longe todo dia ela ligava pra ele e passavam um bom tempo conversando.
— Hahaha. — O homem riu. — Nós vamos chegar de surpresa e veremos ele com uma garota Hmph. Isso é impossível.
A garota se virou e continuou a andar quando o casal chegou perto dela. O casal se olhou e podia ver o que o outro pensava, eles sorriram e apenas continuaram andando.
— Eu sei que seu irmão não é muito popular mas você tem que largá-lo um pouco Rika-chan. — A mulher disse gentilmente para a garota.
— Eu não estou agarrada a ele mas do jeito que ele tá agindo assim ele vai continuar sozinho. Se ele tiver conseguido alguns amigos eu paro de ficar tanto no pé dele.
— Hahaha. Então hoje será o dia da mudança! — O homem exclamou rindo.
— Vai sonhando. — A garota retrucou.
*****
Ainda era a noite quando um táxi passava pelas ruas residenciais da cidade. As ruas por onde ele passava tinha pouco movimento de pessoas. Dentro do táxi tinha três pessoas além do motorista.
— Eu imagino como deve ser minha nora.
A mulher que estava no banco de trás do táxi comentou com o homem que estava ao seu lado. Ela estava com um leve sorriso parecendo esperar algo.
— Hahaha. Vamos ver quem aquele garoto vai nos apresentar. — O homem respondeu rindo.
No banco da frente estava uma garota com a cara emburrada, ela ouvia os comentários do casal e suspirou.
— Até quando vocês vão continuar com isso?
— Até você aceitar que precisa largar um pouco seu irmão. — A mulher respondeu.
— Eu ja disse que não sou apegada a ele.
— Tudo bem, tudo bem a gente entende.
— Vocês também deveriam estar preocupados por ele não responder. Eu sinto que aconteceu alguma coisa.
— Hahahahahaha.
O casal começou a rir. Isso deixou a garota mais emburrada e parou de falar com o casal.
O táxi virou a esquina e entrou na rua onde a garota morava. Logo quando entrou na rua uma luz vermelha e azul piscava de um carro de polícia.
— Aconteceu algo? — A garota perguntou ao ver o carro de polícia.
— Eles está parado perto da nossa casa. — O homem comentou.
Logo depois os rostos sorridentes do casal se transformaram em preocupação enquanto o táxi se aproximava da casa. Na porta da casa tinha um policial tocando a campainha impacientemente.
A garota saiu do táxi logo após ele parar e foi até o policial.
— Sr. policial eu moro nessa casa, aconteceu algo?
— E você é? — O policial perguntou.
— Meu nome é Rika Hishima.
— Hishima?
— Sim.
— Eu estou procurando Kishito Hishima. O que ele é seu?
— Meu irmão. Ele fez algo errado? — A garota chamada Rika que até a pouco tempo atrás estava com uma cara emburrada agora se mostrava muito preocupada.
— Ele fez alguma coisa? — O casal se aproximou enquanto a mulher perguntava.
— Não Senhora Hishima. Ele não fez nada errado eu só vim para apurar uma coisa.
— É Kimihara. — A mulher falou. — Meu nome é Yukiko Kimihara e esse é meu marido Ryoji.
— Vocês não são os pais do Kishito Hishima?
— Nós somos os responsáveis por ele, ele é como se fosse nosso filho.
— Entendo… — O policial deu uma leve pausa e continuou — Primeiro eu peço para que fiquem tranquilos por que ele não fez nada. Houve um problema num beco a algumas quadras daqui e um dos suspeitos que estava no local estava com os documentos e o celular do seu filho. Eu vim aqui apenas para conversar com ele.
— Você está me dizendo que ele estava com esse homem? — Yukiko perguntou aparentando ficar nervosa.
— Não Senhora Kimihara, eu só preciso que ele me responda algumas perguntas. Provavelmente não é nada de mais. Ele está em casa nesse momento?
— Ah! Eu mato ele! — Rika abriu a porta e entrou na casa correndo, ela nem ao menos percebeu que a porta estava destrancada.
Ela entrou e foi direto para o quarto do Kishito mas não encontrou ele lá. Então ela começou a procurar nos outros cantos da casa mas não encontrou ninguém em nenhum lugar da casa.
O casal também entrou na casa junto com o policial e viram a garota vindo até eles.
— Ele não está em casa. — Ela disse emburrada.
— A senhorita tem certeza? — O policial perguntou um pouco cético.
— Eu já não falei que ele não está? — Rika parecia estar nervosa quando falou.
— Rika! — Yukiko repreendeu a garota.
— Me desculpe Senhor policial, eu não tinha a intenção.
— Tudo bem. — O policial não pareceu se importar com o comportamento da garota e continuou. — Eu volto amanhã para falar com ele. Desculpe o incômodo Senhor e Senhora Kimihara.
O policial estava indo embora quando Yukiko disse.
— Senhor policial você não falou o seu nome.
Parando na porta o policial parou.
— Desculpe por isso. Meu nome é Kaiba Kiyomoto é um prazer conhecê-los.
Depois de se apresentar o policial foi embora.
Rika e sua família pegaram as malas no táxi e começaram a arrumar as roupas.
— Agora já sabemos por que ele não respondia às suas ligações. — Ryoji comentou depois dos três terem ficado em silêncio por muito tempo.
— Não começa. — Rika disse rispidamente. — Eu vou matá-lo quando encontrar ele.
Quando Rika terminou de falar ela estava com um olhar assassino que fez até Yukiko e Ryoji pararem de provocá-la.
*****
A manhã já tinha chegado e o céu estava nublado, uma leve brisa tornava o clima agradável. As aulas estavam para começar e os últimos alunos chegavam na escola. Esse parecia ser apenas mais um dia normal.
No entanto, na sala 1305-e, diferente das outras salas os alunos estavam quietos e bastante apreensivos. Aqueles que a essa hora estariam conversando, rindo e contando histórias nem ao menos abriam a boca para falar. Tudo isso por causa de uma garota que estava sentada numa carteira perto da janela, ela parecia com bastante raiva e ninguém ousava chegar perto dela.
Essa garota não era uma aluna dessa sala e por isso o representante tinha há alguns minutos atrás tentando falar com ela para perguntar se ela procurava alguém da sala, mas a única resposta foi um olhar frio da garota que o fez recuar e esperar para ver o que ela queria ali.
Conforme os alunos chegavam na sala eles também não ousavam falar mas depois de um tempo eles começaram a murmurar entre eles sobre quem era a garota. Com as conversas eles souberam que o nome da garota era Rika Hishima a irmã do garoto estranho da sala. Mesmo com as conversas a garota não se mexia e olhava para o quadro.
Foi nesse momento que um barulho de conversa veio do corredor, a garota que permanecia imóvel virou seu rosto e viu a silhueta de quatro pessoas no corredor.
Nhec.
O barulho da cadeira se arrastando chamou a atenção dos alunos e eles viram a garota se levantando. Nessa hora todos viram que algo ia acontecer.