A Garota que Comeu a Morte Japonesa

Tradução: Apollo

Revisão: Apollo


Volume Único – Segunda Parte

Capítulo 19: Sopa de Tomate Bem Cozida é uma Delícia

A Legião Unida de Jarlder foi ordenada a se reposicionar na Capital Real. Levando consigo os soldados derrotados de Antigua e Bertha, Jarlder dirigiu-se para o seu destino com passos pesados. Depois de ter sido rebaixado, ele perdeu o apetite e seu rosto ficou pálido. Como estava um pouco acima do peso, Sidamo pensou que isso era bom.

Um mensageiro expresso de Sharlov visitou esse deprimido Jarlder.

— Fiquem de prontidão e esperem por ordens.

Ao ouvir isso, Jarlder ficou exasperado, pensando: — Ele está me assediando agora? — Sidamo foi consolá-lo — Esta é uma chance única de se livrar da desonra — disse ele. Jarlder, sem entender o que Sidamo queria dizer, tinha um ponto de interrogação acima de sua cabeça — Vamos apenas seguir as instruções agora. — Aconselhou Sidamo sem responder à dúvida de Jarlder.

Além disso, para realizar mais uma ordem secreta, Sidamo deu instruções à Cavalaria de Shera. Ela era a carta mais forte em sua mão — a carta da Morte — Liberte os senhores feudais e colete informações.

Na região sul do Reino, os movimentos dos senhores feudais cheiravam a conspiração, isso alcançara Sharlov através de seus batedores. Através de investigação, ele entendeu que estavam reunindo uma oferta excessiva de mercadorias e mercenários. Julgando que a possibilidade de agir de acordo com o inimigo era alta, fingira dispensar Jarlder e enviou-os como um esquadrão clandestino. Uma pena para a pessoa em questão, mas a personalidade de Jarlder era uma que não dava jeito, então ele não tinha escolha. Como tinha um motivo adequado para ser dispensado e não geraria dúvidas entre os conspiradores, Jarlder foi escolhido. Sharlov precisava agir, já que estavam em uma situação em que até o conteúdo do conselho de guerra seria passado para o inimigo através de seus espiões.

Sharlov sentira sinais de que um ataque surpresa do inimigo era provável, mas não conseguia prever o caminho da invasão: Cyros, Sayeff, havia também a possibilidade de que eles os enganassem e atacassem a Forte de Roshanak. Atualmente, a principal força do inimigo estava se dirigindo para a frente da estrada principal de Canan, e uma divisão do Primeiro Exército de Sharlov havia se formado para enfrentá-los. Normalmente, ele não estaria preocupado em perder. O inimigo também estava apenas confrontando-os, e uma ofensiva assertiva não viria. Apenas conflitos esporádicos estavam ocorrendo.

— Eu sabia. Eles estão esperando por algo, isso é muito óbvio…

— Não sinto vontade de atacar do inimigo. Eu acho que é como você diz, Marechal-de-Campo. Devemos aumentar o número de batedores e fortalecer nossos vigias.

Sharlov murmurou enquanto olhava o mapa. Major-General Larce concordou com ele. Ele era um general que pouco se aproximava dos quarenta anos e não se destacava particularmente em proezas militares, mas tinha uma liderança constante. Sua personalidade era muito cooperativa e ele era um bom comandante para trabalhar com o ponto de vista de Sharlov. Como esse tipo de gente havia se tornado escasso, Sharlov estava desesperado para tê-lo. Ele não se importava com os camaradas que desejavam promoções, mas havia muitos deles que se comportavam com base em seu próprio julgamento.

Ele não queria falar mal de Darvit, que morreu em batalha, mas perder Bertha definitivamente foi devastador. Mesmo se protegessem Canan, não era improvável que o Exército da Libertação visasse a Capital Real através do sul do Reino. Antes de o Reino cair gradualmente em ruínas, ele precisou tomar alguns tipos de medidas. Mas suas peças eram muito poucas para isso. Seu próprio Primeiro Exército não podia se mover livremente. — Não havia como eliminar esse demônio parasita, Falzarm? — Ele pensou interiormente.

— Não faremos progresso algum dessa forma. Nós podíamos lançar um ataque. Não tem um pedido da Capital Real vindo, dizendo para aniquilá-los?

O Tenente-General Balbora pediu uma ofensiva proativa. Este homem, um pedaço de desejo por promoção, era absurdamente forte quando o vento estava nas suas costas, mas era fraco quando abatido. Era o tipo de pessoa inadequada para a defesa. Na maior part, seria esse tipo de imprudência que faria com que uma formação firme fosse quebrada. Sharlov não queria indicá-lo, mas havia circunstâncias de nepotismo político, então não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso.

— Ignore o pedido do homem que não conhece a situação real. Agora não é hora de movimentos descuidados.

— O que você está dizendo!? Isso pode ter sido as palavras do Marechal-de-Campo, isso é desrespeito para com Vossa Majestade!

— Eu estava falando sobre Falzarm. As instruções tolas vieram desse homem. Alguns jovens que nunca estiveram no Exército não devem intrometer-se em uma guerra. Tristeza, que época terrível se tornou. Como ele viveu tanto tempo é um mistério.

— Vossa Excelência. Mas é…

— Você está certo. Eu mesmo falando não é de nenhuma ajuda. Devemos apenas considerar como defender com sucesso Canan.

— ………

Quando Larce pediu prudência, Sharlov pigarreou.

Balbora deu uma risadinha de mau humor.

— …… É em breve que o General, quer dizer, o Tenente-General Jarlder chegara à Capital Real.

Para mudar de assunto, Larce falou do caso de Jarlder.

— Ele provavelmente chegará depois de mais alguns dias. Em algum momento no futuro, planejo dar-lhe outra chance. Sua personalidade decisiva não é desagradável para mim mesmo. O essencial é que ele se torne humilde.

Calmamente disse Sharlov enquanto esfregava os pelos faciais. Se tudo corresse como planejado, eles já deveriam ter começado a eliminar os conspiradores. Além disso, aquele Deus da Morte que recentemente se tornara assunto de rumores estava sob Jarlder. Em uma situação tão crítica, sua presença era bastante reconfortante.

Enquanto observava o mapa das formações de batalha em cima da mesa, Sharlov vasculhou seu cérebro coberto de teias de aranha.

***

Já era noite.

Enquanto se aqueciam nos raios vermelhos do sol, cem cavaleiros liderados por Shera marchavam em fila.

— Nós encontramos um pouco de dificuldades imprevistas. Inesperadamente, eles tinham um forte senso de dever.

Shera incitou seu cavalo enquanto sua foice se empoleirava em seu ombro. Ao lado dela estava Katarina em paralelo segurando um saco.

O saco estranhamente volumoso seria a “prova” necessária na próxima cidade. A coisa presa no saco de pano estava fresca, e seu fluido estava encharcado.

— No entanto, devido ao excelente questionamento da Tenente-Coronel, nós conseguimos a maior partedas informações. Você também foi capaz de extrapolar o ofensor principal, esplêndido.

— Elogiar-me não lhe renderá nada. Infelizmente. Eu não tenho mais nada.

Shera encolheu os ombros. Ela olhou para os cavaleiros que se arrastavam atrás dela.

— Assim que chegarmos, inicie os preparativos para a comida. Eu já estou com tanta fome que eu poderia morrer. Comi tudo o que temos, infelizmente.

Ela virou uma pequena bolsa. Tudo o que caiu foram migalhas de pão. Quer gostasse ou não, não havia mais nada. Mesmo se gritasse, isso não encheria seu estômago. Seria um desperdício de resistência.

— Senhora, por favor, deixe comigo. Eu tenho embalado um conjunto de ferramentas de cozinha. Também obtive ingredientes há algum tempo, então acredito que você definitivamente ficará satisfeita.

Um cavaleiro sorriu, mostrando os dentes brancos.

— Ei, quando você comprou?

— Quando vocês estavam languidamente de guarda.

— Ó, você está tentando parecer bem!

A multidão da cavalaria em torno dela entrou em alvoroço. Shera assentiu algumas vezes e sorriu alegremente.

— Estou ansiosa por isso. Vamos nos apressar e terminar o nosso trabalho e depois comer uma boa comida. Espero que desta vez não demore muito.

— Senhora, nós estaremos chegando em breve!

A cidade de Millard estava à vista, com os portões da frente bem fechados. Esta cidade estava localizada a oeste da Forte de Cyros, que seria concluída em breve. Seu senhor feudal, Evjen, parecia entender a razão em comparação a outros nobres, e sua reputação entre os soldados e cidadãos era favorável. Além disso, se destacava em liderança, e eles ouviram que ele costumava ter o papel de mediador entre os senhores feudais vizinhos.

A bandeira do Reino estava se agitando sobre a cidade, mas em suas muralhas ao redor brilhavam os olhos dos arqueiros preparados para a guerra. A boca de Shera se curvou, pensando em como era útil ele ser realmente fácil de entender.

Eles trocaram de um lado para o outro na frente do portão e finalmente entraram na cidade uma hora depois.

O senhor feudal de Millard, o Barão Evjen, estava angustiado. Em pouco tempo, uma unidade do Exército da Libertação atravessaria a cordilheira; ainda assim, por que nesse momento uma unidade do Reino decidiu chegar? Havia apenas uma pequena rachadura em sua discrição, isso era certo. Mas não havia tempo suficiente. Bens e pessoal eram necessários para se levantar e resistir até o inverno chegar. Ele havia conseguido fundos para isso, empregava mercenários e preparava mercadorias para oferecer ao Exército da Libertação. Ele precisava coercivamente acelerar as coisas.

— ……O que devo fazer?

— Honrado Pai. A unidade do Reino ainda não entrou na cidade. Vamos imediatamente expulsá-los. Eles não podem entrar!

O filho mais velho de Evjen sugeriu uma política de linha dura. Ele era o filho orgulhoso de Evjen, transbordando de sabedoria e com um futuro a se esperar. Seria um dia o sucessor desse território de Millard e talvez o desenvolvesse ainda mais. Mas ainda era jovem. Não tinha experiência. Para alguém com vinte anos de idade, era impossível escapar dessa situação.

Se eles escolhessem lutar, o Exército do Reino marcharia sobre eles imediatamente, e Millard cairia. No plano, o Exército da Libertação apontaria primeiro para a Forte de Cyros, pouco ocupada. O Reino provavelmente ignoraria Millard, que teria ‘caído’. O Reino fazendo isso pode parecer insensível, mas como uma tática, estava correto. Esta operação ficaria em nada se o alvo principal, Cyros, não caísse.

— Se os afastássemos, nossa vontade de rebelar seria clara e suas forças se encaminhariam imediatamente até nós. Esse perigo tem que ser levado em conta. Afinal, ainda não sabemos exatamente os motivos do nosso oponente.

— Ainda assim, não posso acreditar que a cavalaria do Reino viesse até aqui neste momento. É óbvio que eles souberam de algo! Usá-los seria suicida!

Evjen falou para acalmar o filho que gritava, cujo rosto estava avermelhado.

— Mas ainda não há como saber de tudo. Suas forças são muito poucas, caso estejam chegando para reprimir uma rebelião. É provável que estejam aqui para descrever a situação enquanto exibem seu poder. Ela serve como uma checagem e uma ameaça.

A decisão de Evjen afetaria a vida dos senhores feudais vizinhos. Suas vidas estavam muito interligadas ali. Eles tinham apostado todas as suas fichas no Exército da Libertação. Já não podiam mais voltar atrás.

— ….. Então, você realmente vai deixá-los entrar?

— Fazê-los esperar mais provavelmente os deixariam com suspeitas. Tudo bem se jogarmos como uma vigilância contra os ladrões da noite. Quanto ao questionamento, nos adaptaremos à situação e responderemos. Deixe o resto para mim. Você pega as outras coisas e vai para o quarto.

— ……Compreendo. Honrado Pai, peço a ti que se cuide.

Apesar de ter uma expressão que mostrava que não concordava, o filho mais velho retornou à sala onde a família estava esperando. Evjen chamou os guardas e fortaleceu o perímetro da sala de recepção. Ele instruiu os mercenários do lado de fora a pegar em armas e ordenou que matassem todos imediatamente após o sinal. Se por acaso a discussão terminasse, ele teria que matar uma centena de cavaleiros. Seria fatal se um dos cavaleiros escapasse. Absolutamente tinha que exterminá-los.

— Bem, agora o resto depende do adversário. Embora eu adoraria se eles de alguma forma voltassem em silêncio. A partir de agora, não há necessidade de derramamento de sangue inútil.

Evjen respirou fundo para acalmar seus nervos. Então, se endireitou, endireitou as costas e foi para a sala de recepção.

***

Salão, cercado por guardas.

Havia duas oficiais. Uma delas era uma garota de baixa estatura que parecia ter cerca de vinte anos, não, nem mesmo dezoito. Estava usando uma armadura negra e tinha um sorriso intrépido no rosto. A outra oficial usava óculos e tinha cabelos brancos-prateados. Uma fita rosa de aparência bonita reunia o cabelo atrás da cabeça. Assim que ele entrou na sala, elas viraram os olhos para ele, como se o observassem.

— Ora, ora, obrigado por se dar ao trabalho de virem até um lugar como esse. Eu me chamo Evjen, aquele que governa este cinturão de Millard. Espero conhecê-las melhor.

Enquanto fazia um sorriso forçado, ele se sentou em frente a elas.

A menina de estatura baixa estava sentada com um sorriso no rosto. A mulher de óculos estava ao lado dela e sussurrava algo em seu ouvido. De alguma forma, parecia que a menininha era do nível mais alto. Quando apertou os olhos para verificar, sua insígnia de patente era de Tenente-Coronel. A mulher de óculos usava uma de Segundo-Tenente. Como esse tipo de garota que parecia impotente tornou-se um Tenente-Coronel? O Exército do Reino estava tão aflito?

Parecia que sua decisão não estava errada, Evjen pensou internamente.

— Boa noite, Barão Evjen. Eu sou a Tenente-Coronel Shera com uma unidade de cavalaria afiliada à Legião Unida de Jarlder do Exército do Reino. Esta é minha ajudante, Segunda-Tenente Katarina.

— Eu sou Katarina. É uma honra colocar os olhos no renomado Barão Evjen.

A oficial mulher chamada Katarina abaixou a cabeça muito profundamente. Aos seus pés havia um saco embrulhado em tecido. Talvez tenha sido destinado a ser um presente de visita.

— Tenente-Coronel Shera e Segunda-Tenente Katarina? Bem, por favor, sintam-se em casa. Certamente deve ter exigido um grande esforço a alguém tão jovem que tenha conseguido chegar a Tenente-Coronel.

— Você me lisonjeia. Depois de matar inimigos, antes que eu percebesse, consegui chegar a esse posto. Eu mesmo estou perplexa. Eu não tenho controle de comando, afinal.

Respondeu Shera enquanto ria; seus olhos não estavam rindo nem um pouco. Ela continuava a observar o comportamento de Evjen. O mesmo com Katarina. Seus pés estavam ligeiramente separados e ela tinha uma postura como se fosse desembainhar sua espada a qualquer momento.

Elas desconfiavam completamente dele. O suor apareceu na testa de Evjen.

— ….. E então, que negócio vocês têm a essas horas? Recentemente, uma espécie de assaltante noturno vem frequentando. Eu estou ocupado para obter validação. Se eu pudesse, gostaria de receber qualquer informação antecipada.

Evjen bateu palmas, enviando o sinal, e o vinho foi colocado nos copos preparados na frente de Shera e Katarina. Vinho tinto. Ele instintivamente pensou que era uma cor não auspiciosa. Quando batesse palmas mais uma vez, esse seria o sinal para os guardas entrarem. Esses lamentáveis ​​oficiais seriam pegos em um banho de sangue. Se possível, queria que isso terminasse pacificamente.

Ele orou que fossem pessoas razoáveis. Na pior das hipóteses, estava bem com eles recebendo dinheiro. Ou talvez, se as tivesse do seu lado, o futuro dessas mulheres seria brilhante também. Não deveria haver nenhum motivo para ficar com o Reino que estava se dirigindo à ruína.

— Isso seria algo que você conheceria melhor, certo? Barão Evjen.

— O que você está dizendo? — Disse Shera, enquanto inclinava o copo. Líquido vermelho derramou.

— Querida, eu não consigo entender o que você está dizendo, mas… parece que você tem dúvidas sobre mi. Juro ao Deus da Estrela que não existe tal coisa.

Ele declarou, esticando o peito e dando uma gargalhada alta.

— Ahhaha! Que Deus barato, Barão Evjen. Por favor, não me faça rir tanto. Meu estômago está roncando.

— Mesmo que você diga, a verdade é a verdade. Primeiro, eu gostaria que você dissesse claramente, para que este humilde Evjen possa entender, sobre o que você quer saber.

Quando Evjen fingiu inocência, Shera balançou a cabeça exasperadamente. Katarina estava de olho nele sem sequer piscar.

— Simplificando, Evjen. Quando e de onde vem a escória do Exército da Libertação? Se você confessar tudo agora, permitirei apenas a sua vida.

A atitude de Shera mudou completamente e ela ameaçou com a expressão de uma fera. Evjen ficou involuntariamente sem palavras, mas rapidamente se recompôs. Isso foi, afinal, uma ameaça. Não havia como ela conseguir fazer isso. Ele não poderia ceder agora.

— …. Que uso indelicado de palavras para uma Tenente-Coronel. Isso foi extremamente, extremamente desconfortável. Que observação precipitada para com um homem que jura absoluta lealdade ao Reino!

— Então, você não se importará se eu aceitar isso como você não tendo intenção de falar honestamente?

— Eu não estou em posição de falar honestamente, eu não sei de forma alguma o que você quer dizer! Se o seu negócio é apenas isso, gostaria que você saísse imediatamente. Eu enviarei um protesto ao Reino na devida forma sobre este assunto. Você deve se resolver o máximo que puder! Guardas, levem a Tenente-Coronel de volta! Tirem-na daqui!

Evjen gritou, mas não houve um tremor dos guardas que esperavam ao lado das portas. Eles estavam petrificados no local, como se fossem esculturas.

— Ei, não me ouviram!? Guardas!

— …… Que barulhento. Katarina, prenda esse homem nervoso.

— Sim senhora!

Katarina puxou seu bastão e chamou os guardas. Eles agarraram seus braços e pressionaram o rosto dele sobre a mesa. Evjen foi contido pela força não pertencente a humanos.

— O-O que vocês estão fazendo? Seus bastardos, ficaram loucos!?

Ele gritou com raiva, mas os guardas não se mexeram. Seus olhos não estavam focados em nada. Sua pele estava escura, e de suas gargantas se destacavam facas afiadas. O sangue coagulara e apenas aquela área era vermelho-escura.

— O que é essa ferida? Como eles conseguem se m-mover? Você, o quê…?

— Evjen. Esta não é uma situação para se preocupar com os outros. Eu darei a você mais uma chance para escolher. Pense com cuidado. Se você honestamente falar tudo agora, eu mato só você. Também há provas, então que tal me confessar?

Shera bateu levemente na mesa com o dedo e ofereceu-lhe a escolha.

— P-Prova!? Não tem como você ter…

— Nós temos isso. Uma prova incrível que absolutamente satisfaria você também. Tão fresco que ainda pode estar vivo. Por favor, dê uma boa olhada com esses olhos.

Esperando ao lado, Katarina colocou o saco de pano a seus pés em cima da mesa. A parteinferior do tecido mudou de cor para preto e estava emitindo um fedor.

Katarina habilmente desfez o nó, e havia…

— C-Czeslaw!?

Czeslaw, o senhor feudal da cidade vizinha de Millard. As duas cidades estavam próximas e ele tinha uma amizade íntima com ele.

Era o homem a quem Evjen havia revelado o plano. Olhando agora, no entanto, se tornou uma figura trágica.

— O antigo senhor feudal da cidade vizinha. Ele foi muito teimoso, mas no final, disse o que estava em seu coração. Sobre os locais das cartas que vocês dois trocaram. Sobre que tipo de plano seria. Exceto, as informações mais vitais, é algo que apenas você sabe, né? Essa foi a razão pela qual nós viemos até aqui. Você entende, eu me pergunto.

Ao lado da cabeça de Czeslaw, ela jogou um maço de cartas. Mensagens secretas que estavam estritamente seguras dentro de um cofre.

— ……… Ah

— Então, sua resposta?

Shera fez a pergunta final.

Evjen, depois de ficar em silêncio, balançou a cabeça para o lado.

— Não sei. Mesmo se você me mostrar algo assim, isso não significa nada para mim! Se você entende, se apresse e saia!

Ele tentou se soltar dos guardas que o continham. Mas seu corpo não conseguia se mexer. Vendo isso, Shera soltou um suspiro de cansaço.

— Eu estou com fome, então eu não queria que isso fosse algo problemático. Não importa, vamos acabar com isso.

— Tenente-Coronel. Por favor, deixe comigo desta vez. Vou fazê-lo cuspir tudo, com certeza.

— ……Você ficará bem? Se for impossível, eu faço.

— Não, não haverá problema. Eu posso parecer assim, mas tenho conhecimento, mais ou menos. Eu farei isso para que ele mesmo queira conversar, por favor, permita-me mostrar-lhe.

Katarina fez um movimento brincando com a mão. Deu uma impressão como se algo esférico estivesse rolando nas palmas das mãos dela. Provavelmente era um mau hábito. Shera, decidindo bem, disse que estava tudo bem, então confiou tudo a ela.

— Bem, então, vou voltar para o lado de todos. Os materiais estão fechados na sala acima mencionada. Parece ser uma família muito grande. Use apenas o que for necessário. Livremente à alegria do seu coração.

— Sim senhora, por favor, deixe comigo! …… Bem, então, Barão Evjen, vamos começar?

Katarina se aproximou de Evjen e sussurrou baixinho em seu ouvido. Com o tom de sua voz, ele se arrepiou reflexivamente.

— P-Pare! Eu não sei-! Eu realmente não sei!

— Foram necessárias três pessoas para o barão Czeslaw. Quantos você vai precisar? Ufufufu-

Fazendo os guardas engasgarem sua boca gritando, Katarina saiu com ele em seus ombros.

Depois de terminar o vinho, Shera deixou o copo de cabeça para baixo. Uma mancha vermelha se espalhou na toalha de mesa branca. No centro, uma mancha escura estava se espalhando. Que visão estranha, pensou Shera, como se não fosse da conta dela.

***

Praça Central de Millard.

Os cavaleiros faziam uma fogueira enquanto cozinhavam. Ao redor deles estavam mercenários revelando sua sede de sangue.

Shera chegou e falou alegremente.

— Como estão os preparativos para cozinhar?

— Senhora, estão indo bem!

— O cardápio?

— Sopa de peixe e vegetais. Há pão, queijo e a habitual carne seca. A peça central é a sopa. O sabor dos legumes temperados foi trazido à tona e é delicioso.

— Estou ansiosa por isso. Bem, então eu me pergunto, vamos fazer algum exercício primeiro.

Shera agarrou a foice que havia encostado na parede. Exceto pelo soldado chef, todos pegaram suas respectivas armas.

— Suas putas! Querem ir-!?

— Você acha que pode ganhar com esse número de pessoas!?

— Se não querem morrer, larguem suas armas!

Das bocas dos mercenários vieram palavras de intimidação. Eles estavam esperando pelo sinal de Evjen, mas os cercaram sem esperar. Estavam ansiosos por uma briga; eram homens da trupe de bandidos desmoronados. Não esperariam por algo como instruções de um nobre.

— Tenente-Coronel?

– Mate todos segurando armas. Trate os outros como civis. Por enquanto, esta é uma cidade no território do Reino. Se cometermos um erro, isso será ruim de todas as maneiras, certo?

— Entendido!

— Peguem eles!

Nesse sinal, os soldados correram até os mercenários. Shera havia lançado pequenas foices e já havia matado dois. Em volta da fogueira desdobrou-se uma tragédia. Não havia como uma miscelânea de mercenários vencer contra os membros da cavalaria que tinham treinamento diferente e moral mais alta. Seus números estavam diminuindo incrivelmente rápido.

— E, ei. Não devemos também fazer o apoio?

– E-Espere. Solte sua espada. Não se envolva de forma alguma. Você será morto.

O homem tremendo de medo jogou sua espada na frente dele e avisou o mercenário ao seu lado para não se envolver.

— P-Por quê?

— …… Olhe a bandeira desses caras. Preta, com um brasão de corvo branco. Eu vi isso no campo de batalha. Isso é uma má notícia. É o Deus da Morte. O emblema de Shera. Se você não quer morrer, se apresse e jogue fora sua espada!

— Eu, eu entendi, ok. Eu realmente não entendo tudo isso. Eu só acho que suas palavras são meio verdadeiras.

Suprimido pela autoridade do outro homem, ele jogou a espada na frente dele, sem entender o que significava. Ele não concordava, mas os arredores perto da fogueira já era um mar de sangue. Soldados pisaram nas costas de mercenários de respiração fraca e os espetaram com lanças. Uma garota com quem não se podia brincar estava dividindo os humanos enquanto manuseava facilmente uma foice. Ele não conseguia entender o que era o que.

E assim, o último homem foi derrubado e sua cabeça foi pisada pelo oficial feminino. Junto com uma expiração no ponto de esforço, sua cabeça explodiu, esmagada como um tomate. Aquela cena foi como assistir a algum tipo de pesadelo.

— Tenente-Coronel. Nós terminamos com a maior part. Os dois ali são os únicos que restam.

Relatou um soldado enquanto limpava a poeira. Ninguém havia sofrido nenhuma ferida. Todo mundo estava checando suas armas.

— Bom trabalho. Mais importante, a sopa está bem? Eu me pergunto se exagerei.

Preocupada, Shera olhou para o caldeirão. Algo vermelho foi misturado. O soldado chefe começou a misturá-la, dizendo que estava tudo bem. Ele estava constantemente cozinhando no meio do campo de batalha. Talvez como resultado, um cheiro perfumado que tentava o apetite começou a flutuar no ar.

— Não há problema. Já faz algum tempo, então eu tentei jogar tomates e misturar em temperos. Isso aquecerá seu corpo quando você a comer, como resultado do tempero.

— Isso parece ótimo. Provavelmente graças ao inverno que se aproxima, tem estado muito frio recentemente. Vamos fazer todo mundo provar isso. Uma refeição é mais agradável para todos.

— Já vai ser hora de a Segunda-Tenente Katarina retornar. Eu terminarei corretamente antes deles.

— Eu deixo contigo. Eu vou cumprimentar os humanos restantes.

Enquanto balançava a foice para se livrar das gotas de sangue, o personagem que desempenhou o papel principal em causar essa tragédia se aproximou.

Os dois sobreviventes não fizeram nada além de ficarem parados enquanto tremiam de terror. Shera aproximou-se, apontou a foice e sorriu, mostrando os dentes brancos, enquanto a palma da mão, molhada de vermelho, roçava a face de um mercenário.

O sentimento viscoso fez o homem sentir a morte.

— Vocês fizeram a escolha correta. Estou muito feliz. Vocês devem viver alegremente suas vidas a partir daqui. Vai ser um desperdício se morrerem em vão.

— Hih, h-

Shera esfregou a bochecha dele. Seu rosto ficou pintado de vermelho. Misturado com o sangue, estava um pedaço de carne que estava preso nela. O homem não queria saber o que era essa coisa.

— Fufu, eu não vou comer vocês nem nada. Afinal, há uma sopa saborosa lá. Se estiver tudo bem por vocês, querem comer juntos?

— N-Não, estamos bem, eu-

— Se mudarem de ideia, venham conversar. Hoje à noite, vamos passar a noite aqui. Até depois.

Shera tirou a mão e voltou à fogueira com bom humor. O homem havia superado o medo e estava olhando para o rosto de Shera antes que percebesse. O mercenário ao lado tentou chamar sua atenção, mas suas palavras não chegaram aos ouvidos do homem.

***

Uma hora depois.

Katarina saiu da mansão do senhor feudal.

Uma sopa estava fervendo agradavelmente. Logo seria hora de comer.

— Katarina, como foi? Você conseguiu fazer isso, eu me pergunto.

— Senhora, ele disse tudo. Eu usei quatro pessoas. Foi bastante obstinado, mas no final, ele disse, “Eu direi tudo, então, por favor, me perdoe”. Ele deveria ter dito isso desde o começo; aquele homem estúpido.

Relatou Katarina com um sorriso no rosto. Seu corpo inteiro estava coberto de sangue, e algumas coisas irreconhecíveis estavam grudadas nela. A própria pessoa não mostrou sinais de preocupação. Os cavaleiros também conversavam com compostura.

Shera limpou a sujeira do rosto de Katarina com uma toalha e depois limpou a sujeira presa à sua armadura. Enquanto isso acontecia, Katarina murmurou, ‘extremamente arrependida por causar-lhe problemas’. Durante esse tempo, ela estava fazendo um gesto de brincadeira com algo, como sempre. Desta vez, a mão dela não estava vazia, realmente havia um item. Elas saltavam e ela habilmente as girava com a mão. Pareciam muito com nozes, pensou Shera.

— Segunda-Tenente, mesmo que você tenha esse tipo de coisa, não encherão sua barriga. Eu vou te dar isso, então jogue isso fora.

Shera jogou duas nozes que ela manteve escondidas consigo para Katarina.

— …Hã, tudo bem! Ufa. Eu estava prestes a jogá-las fora. Muito obrigada!

Aturdida no caso de deixá-las cair, ela soltou as duas coisas que ela havia segurado até agora em direção aos seus pés. Elas ficaram sujas pelo solo, “squish” então pisou nelas enquanto estavam no chão. Parecia que estava muito mais atraída pelo presente de seu oficial superior. Ela começou a brincar de novo. As nozes faziam sons de estalidos.

— Vamos, vamos ter o nosso jantar tão esperado. Estivemos esperando por você. Quanto ao relatório para o Oficial de Equipe Sidamo, vamos dizer que saímos logo depois de terminar de comer.

— Entendido!

Katarina saudou e se aproximou da fogueira correndo.

— Agora, vamos comer. Há um ótimo cheiro. Eu me pergunto, a pessoa que fez isso deve ser hábil.

— Estou honrado em receber o seu louvor!

Quando ela elogiou o soldado, ele gritou, levantando-se do seu lugar e saudando. Os soldados ao redor estavam jogando reclamações de que ele estava se achando muito. Eles também estavam jogando pedras.

Em ordem, a sopa, o pão e a carne seca eram distribuídos, e todos davam louvores ao corvo branco da bandeira negra. Isso não era algo que alguém começou. Simplesmente se tornou assim, já que sentiam que seriam abençoados de alguma forma.

Onde eles estavam comendo a refeição, hesitante, veio o mercenário que tinha jogado fora sua espada mais cedo. Quando Shera lhe deu sopa, ele agradeceu e começou a beber. Na grande praça repleta de cadáveres, os cavaleiros gastavam seu tempo de maneira muito divertida.

***

Relatório da Cavalaria de Shera.

O exército rebelde atravessará o cume de Golbahar, se projetando para atacar a Forte de Cyros.

Eles são três mil de infantaria leve como a vanguarda e cinco mil como a retaguarda.

Sua chegada prevista é de três dias a partir de hoje, pela manhã, durante a chegada do denso nevoeiro.

Os senhores feudais vizinhos se fundirão com eles e se rebelarão.

Consulte os documentos anexados para os senhores feudais conspiradores.

Além disso, como dois homens, Evjen e Czeslaw, foram reconhecidos como sendo do exército rebelde, eles foram julgados.

Fim do relatório.



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