A Garota que Comeu a Morte Japonesa

Tradução: Apollo

Revisão: Apollo


Volume Único – Segunda Parte

Capítulo 17: Prefiro Algo Delicioso no Lugar de Medalhas Bonitas

Acampamento do Exército da Libertação, Linha de Frente

A moral dos generais estava em alta e todos se fortaleceram, dizendo que amanhã seria o dia em que derrubariam Bertha.

Diener estimou que a operação de cerco acabaria depois de uma semana.

Se ignorassem as baixas e cercassem zelosamente dia e noite, poderia até cair imediatamente, pensou, mas não havia necessidade de se esforçar. Agora que chegaram até aqui, mesmo que errassem no final, isso não mudaria nada.

O fosso estava sendo preenchido enquanto as catapultas estavam apoiando a infantaria. Então, uma vez que pudessem usar as torres de cerco e os aríetes, instantaneamente teriam superioridade.

Sem sinal de que os reforços inimigos estavam chegando agora, eles estavam incessantemente apenas fazendo um ataque frontal. Isso pressionaria as vontades dos soldados inimigos, traria o colapso interno e os faria abrir os portões por dentro. Agora que conseguiram converter vários traidores, a rendição do castelo era apenas uma questão de tempo.

— Senhor Diener, parece que a operação de cerco está progredindo como planejou inicialmente. Nossos subordinados também estão aumentando em energia.

O Marechal Beffluz cumprimentou Diener. Destacando-se em táticas inteligentes, Beffluz era o centro de todos os generais do Exército da Libertação.

— Mmm. Tudo está de acordo com o plano. No futuro não tão distante, talvez, as portas sejam abertas.

O Castelo de Bertha mostrado no mapa… estava completamente cercado por peças do Exército da Libertação em todos os quatro lados.

— Depois, temos apenas que prestar atenção para um ataque desesperado do inimigo. O que o inimigo encurralado fará, nós não sabemos. Temos que manter uma vigilância sustentada.

— Isso é verdade, no entanto. Daqui a pouco, planejo enfraquecer apenas um lugar em nosso cerco. Se nos aventurarmos a mostrar uma abertura, vamos atrair o inimigo.

As peças dispostas no lado leste foram puxadas para trás.

— Entendo. Você pretende implantar tropas de emboscada em seu caminho de retirada. Mesmo que saibam, o inimigo que planeja escapar terá que arriscar. Ficar será apenas esperar para ser destruído.

— Aqui, eu planejo matar o suposto Deus da Morte. Porque ela se tornou uma existência perigosa, mesmo que eu tenha que recorrer à força, eu a deixarei sair do castelo. Aquela unidade de cavalaria definitivamente planeja escapar na queda do castelo. Em seu caminho de retiro, podem se esconder e marchar, mas há uma área de floresta perfeita. Eles devem passar por ela. Vou abordá-los lá.

Ele guiou com a mão para ser entendido e a bateu. Faria uma emboscada para os soldados em seu caminho de retirada e mataria de uma só vez a cavalaria indefesa que só poderia avançar. O inimigo sem dúvida se moveria à noite. Seu campo de visão seria obscurecido e não notariam as tropas em emboscada. Não importa o quão robusto ela possa ser de acordo com os rumores, estava limitada a ser humana. Se ele a esmagasse com números, poderia inegavelmente matá-la. Não importa que tipo de herói era.

— Deus da morte. Usando o nome de Shera Zade, se bem me lembro. Uma ousada e decidida jovem general, pelo que ouvi. Eu adoraria vê-la uma vez.

Beffluz brincou.

No entanto, seus olhos não estavam rindo. Muitos de seus colegas foram mortos e ele estava rangendo os dentes internamente. Perder Borjek e Voleur foi doloroso. Como oficiais com uma infinidade de experiências, eles levavam o importante papel de guiar a próxima geração. Aquele Deus da Morte simplesmente cortou isso.

— Apesar de infeliz, essa oportunidade pode nunca visitar você, eu acredito. Eu terei o Deus da Morte voltando urgentemente para seu antigo mundo. O Reino que perece não precisa de algo como um herói.

Diener declarou e enviou seu olhar para o Castelo de Bertha.

A saraivada severa de pedras continuava até agora. Os contra-ataques do inimigo foram gradualmente caindo em gravidade.

Tudo estava indo bem.

Seis dias se passaram desde o início do cerco. Como de costume, os reforços não vieram. O fosso estava sendo preenchido hora a hora.

 ***

Castelo de Bertha, em uma situação desesperadora na Sala VIP.

Shera recebera um convite de Darvit e estava desfrutando festivamente de um jantar extravagante e belo. Foi graças a ter assumido um certo dever para ele, e para mostrar que valorizou seu trabalho no outro dia. Quando perguntou o que queria, ela respondeu sem vergonha, comida deliciosa.

Darvit, que não tinha apetite, estava observando a mulher oficial comissionada consumindo a refeição diante de seus olhos e, sem querer, sorriu ironicamente.

— Major Shera, está delicioso?

— Sim, saboroso.

Ela respondeu sem levantar o rosto. Não estava usando sua armadura ou manoplas agora. Porém, a arma dela foi deixada com ela.

— Isso mesmo. Isso é bom. É algo que nosso melhor cozinheiro fez. Você deve provar lentamente.

— Sim senhor-! Entendido.

— Tudo bem se você não conversar enquanto come. Se acalme e coma.

Ela assentiu e cortou a carne usando a faca. Era a carne da rara vaca de Colônia tirada da região noroeste do Reino. Comida feita usando isto era algo que um plebeu nunca poderia sonhar em comer.

Enquanto degustava o molho de sangue, Shera estava jogando bife na boca. Além disso, coisas como frutas retiradas da Nações Unidas e o vinho da marca do Império foram colocados. Era, por assim dizer, uma mesa de jantar de alta classe da nobreza. Shera estava insaciavelmente devorando tudo.

Essa garotinha que parecia ter a mesma idade de sua própria filha, não parecia de modo algum como um temido Deus da Morte.

Darvit estava olhando para essa cena de jantar com profundo interesse.

Lá, o último intruso entrou.

Era um homem de nobreza liderando dez das suas próprias tropas. Ele era um humano que consegui o favor de Darvit e tinha o cargo de oficial de estado-maior.

Apontando triunfantemente sua espada desembainhada, ele tinha um sorriso vulgar. Shera não lhe deu atenção e continuou comendo. De sua perspectiva, eles só podiam ver suas costas pequenas.

— Eu me perguntei quem era; se não é o Oficial de Equipe Asar. Que raro você segurar algo como uma espada, o que aconteceu?

Darvit perguntou com os olhos vazios, e o homem chamado Asar bufou.

— Hmph, isso é evidente. Vou me render ao Exército da Libertação e apresentar a cabeça de Sua Excelência. A Princesa Altura era originalmente ligada à família real. Ir servi-la não tem demérito.

— E então você veio até aqui? Eu realmente te incomodei.

Darvit derrubou a garrafa de vinho. Shera esfaqueou uma fruta usando o garfo. A fruta era verde com um padrão vascular e foi cortada em pedaços uniformes e perfeitamente dimensionados. Ela comeu e era muito doce.

— Diferente de você, Sua Excelência. Essa garotinha de deus sabe onde mostrou essa quantidade de compaixão. Como o perpetrador por trás da Atrocidade de Tenan, você tem que se comportar assim até o fim para mim.

Asar deu o sinal e um soldado se aproximou da mesa.

— Ei, esta não é a situação para se comer de forma despreocupada!

Depois de cutucar a cabeça de Shera, ele arrogantemente tirou a toalha da mesa. Os talheres arrumados, assim como a comida, caíram e se espalharam pelo chão. As garrafas de vinho quebraram e os líquidos correram para os pés de Shera. Nas mãos de Shera ficaram apenas o garfo e a faca.

— Fiquei extremamente desanimado por você, Sua Excelência Darvit. Eu tinha arriscado minha própria vida te servindo até aqui, porque eu tinha certeza de que estaria caminhando no caminho do sucesso. Não há valor em um nobre arruinado. No entanto, sua cabeça ainda tem valor, pelo que ouvi. Portanto, como consolo por servi-lo até agora, venho pedir por isso. Se você puder simpatizar, Senhor Darvit, vai me submeter essa cabeça, sem nenhuma resistência inútil?

Brincou Asar, fazendo um movimento cortando seu próprio pescoço. Até reunir suas próprias tropas, ele achava que tinha sido lento, mas seu alvo ainda persistia e ele ficou aliviado. Estava preocupado que os outros caras tivessem chegado na frente dele

Mas isso foi nervosismo desnecessário. Os outros oficiais de estado-maior também inesperadamente tinham as mãos cheias, pelo que parecia. Nesse caso, não iria segurar, e ele, Asar, reivindicaria seu prêmio. Instruiria seus soldados a ‘Matar’. Depois disso, teria que abrir os portões e entrar no Exército da Libertação. Ainda havia trabalho a ser feito, pois não havia nenhum pequeno grupo que se dedicasse ao Reino até o fim.

— Senhor Asar. O que faremos sobre essa garotinha? Ela seria um revés, então posso matá-la?

Aquele soldado agarrou o cabelo levemente trêmulo de Shera. Ela estava tremendo de medo, pelo que parecia. Isso animou o coração sádico do soldado.

— Parece que Sua Excelência a favorece. Ele provavelmente estava se sentindo só. Execute os dois.

— Sim senhor-! Você ouviu, hein? Ele disse que eu poderia te matar. Hehe, que tipo de cara você vai mostrar enquanto morre– ah-!!

Nesse momento, o rosto do soldado aproximou-se, Shera virou-se e enfiou o garfo no rosto dele e cravou fundo. Não se importando com o quanto se debatia, ela esfaqueou várias vezes. Uivos terríveis ecoaram por toda a sala.

— Ei… minha comida se tornou uma bagunça graças a você. Ei, você está ouvindo?

Tomada no jorro de sangue, Shera perguntou perto de seus ouvidos. Porque ele não estava fazendo nada além de gritar, ela bateu o garfo no topo da cabeça dele e o jogou na parede. Depois de um som leve e mole, a sala finalmente ficou em silêncio. Darvit, esfregando a barba com exasperação, também se envolveu e ficou manchado de sangue.

— O… que… há com você-! N-Não, espere. Você… você é a Major Shera!?

— Isso mesmo. É o fim para você, pelo que parece. Fui ordenada por Sua Excelência Darvit, sabia. Ele me disse para lidar com a escória que decidiu trair o Reino. Como agradecimento, me serviu esta refeição.

Ela pegou um pedaço de carne que caiu no chão e comeu. Os sucos da carne jorravam dentro de sua boca e, em seguida, um rico sabor de ferro.

— É o Deus da Morte, Shera. Ei, eu não tinha ouvido sobre isso! Você odeia seus guarda-costas? Seu nobre de merda! Isso não é diferente do que você disse!!?

Indignado, gritou um homem que parecia o comandante. Ele sabia da força de Shera. Estivera na unidade de Darvit no retiro. Certamente não poderiam vencer. O terror o percorria  apenas confrontando-a.

Antes de ser capturado pela Morte, ele tinha que escapar. Imediatamente.

— S-Silêncio! Você sabe quem está questionando!! De qualquer forma, o nosso adversário está sozinho. Cerquem-na e matem-na!

— Seu retardado! Você pode dizer essas merdas porque não conhece sua força! Mesmo se tivéssemos cem, não poderíamos vencer. Não podemos ganhar contra um monstro! Foda-se isso, eu estou fora. Estamos indo embora agora mesmo.

— C-Comandante, por favor, espere por nós!

Os soldados estavam lutando para sair da sala. Apesar deles desertarem para sobreviver, a Morte à espreita não era algo a se desprezar. A vida acima do mérito. Este era um pensamento compartilhado por eles.

— Esperem! Ei! Vocês estão desobedecendo minhas ordens!!? Eu mandei esperarem!

Ele correu logo atrás deles, quando algo foi jogado em suas costas de repente. Sua postura foi destruída, ele caiu de joelhos no chão e seus olhos viram algo, era um oficial de estado-maior, que havia sido seu colega até um tempo atrás. Além disso, um oponente que estava competindo ferozmente por promoções no grupo de Darvit.

— Ah, ahhhhh-!

— Oficial de Equipe Asar, você foi o último a saber. Outros já vieram antes. Eu não esperava que você fizesse as mesmas ações excessivas e conseguisse o mesmo resultado. Realmente me decepcionou. Venha, dê uma olhada. O fim dos traidores.

Darvit se levantou e chutou numerosas esferas que estavam escondidas debaixo da mesa.

Ao vê-las, Asar se sujou de um medo incomensurável. Elas eram cabeças humanas.

Shera agarrou sua foice no chão e começou a andar até Asar – enquanto estalava seu pescoço, muito irritada.

— Espe, espere por favor. pou, poupe-me. Se é dinheiro eu posso dar. Major Shera, peço-lhe! Ó, sim, mate Darvit, não eu! E vamos juntos ao Exército da Libertação…

— Ir juntos ao Exército da Libertação, você diz? Ahaha-, que coisas engraçadas você diz. Bem, desde que eu pude ouvir uma conversa interessante, eu acho que já está na hora?

Ela sorriu com o rosto manchado de sangue, apontou para o trêmulo Asar e balançou a foice. Darvit assentiu, aparentemente satisfeito, e engoliu o vinho que tinha algo vermelho misturado.

— Major Shera. Minhas desculpas por te incomodar.…… Também vou me desculpar por minhas observações precipitadas de antes. Apenas assim, peço desculpas.

Darvit abaixou a cabeça. Shera estava observando-o sem sentimentos fortes em particular.

— Fuja deste castelo. Sidamo também solicitou que você faça isso. Ouso dizer que o fosso será preenchido amanhã. Se isso acontecer, não poderemos resistir.

— Sim senhor, entendido.

— Ficarei aqui, mas pretendo fugir com os soldados que podem se mover. O comando foi confiado ao Major Conrado. O plano incluirá você e ele. Siga ele amanhã à noite.

— Eu, Major Shera, compreendo!

— Dispensada. Que as fortunas da guerra estejam com você.

Shera saudou, tirou o sangue da foice e partiu. Na sala onde o cheiro de sangue permeava, Darvit fechou os olhos por um tempo curto.

***

No dia seguinte.

 O foço foi completamente cheio. O verdadeiro cerco começaria.

— TORRES DE CERCO, COMECEM O AVANÇO! DERRUBEM OS ARQUEIROS INIMIGOS!

As torres de cerco avançaram até bem próximo ao Castelo de Bertha e começaram um ataque furioso.

— Preparar arcos!! Atirar!!

De dentro da torre, enquanto escondiam seus corpos, começaram a atirar nos arqueiros da muralha. Tendo perdido a vantagem elevada, os soldados do Reino estavam morrendo um a um. Ainda assim, não podiam se refugiar. Se descessem das muralhas do castelo, as torres de cerco mandariam tábuas. A infantaria iria invadir a partir daí em sucessão. Eles não poderiam pará-los se isso acontecesse. Por isso, tinham que defender as muralhas do castelo até a morte.

O lado sitiado não só tinha que prestar atenção nas torres de cerco, mas também abaixo delas. Havia também a possibilidade de o inimigo colocar escadas de corda e escalar as muralhas à força. Havia mais necessidade de concentrar o fogo para que os portões não fossem quebrados pelos aríetes.

— NÃO DEIXEM ELES PASSARREM! NÃO ENTREGUEM BERTHA AO EXÉRCITO REBELDE!! MOSTREM A ELES A TENACIDADE DO QUARTO EXÉRCITO!!

A voz do comandante da guarnição soou em vão. O espírito dos defensores já estava à beira do colapso. Em tais situações, havia casos em que os soldados se levantavam a partir severidade do comandante.

Mas isso seria difícil devido ao ex-nobre Darvit. Mais importante que tudo, era que ele não saíra do prédio principal. Não havia como a moral subir.

Shera havia confiado o cargo de comandante a Katarina e estava discutindo com o Major Conrado. Era sobre o plano de fuga que seria executado esta noite. Conrado era a figura de um homem grosseiro e não falava nada além do que era necessário.

— Major Shera. Eu sou Conrado, recém-nomeado comandante do Quarto Exército. Quanto ao plano, vamos realizá-lo na mesma hora em que o dia virar noite. Tanto quanto eu posso ver de cima, parece que o cerco do portão leste é fraco. Assim, nós irromperemos do portão leste e miraremos em Roshanak, Forte da Área de Canan.

Interposto entre a área de Bertha e a área da Capital Real estava a área de Canan.

Era cercada por montanhas íngremes e era preciso passar por Canan para chegar à Capital Real. Depois de percorrer a única estrada principal, a expansiva Grandes Planícies se estendia e, no centro, ficava a Capital Real Blanc.

Canan em si era uma terra estéril e a agricultura não podia ser esperada com isso. Como não tinha uma indústria especial para se falar, era uma área pobre com baixa população. Mesmo se alguém atacasse, não haveria nenhum benefício. No entanto, precisava-se passar por lá para se direcionar à Capital Real.

— E então, eu me pergunto, o que minha cavalaria deveria fazer?

Como Conrado era do mesmo nível que ela, Shera parou com as formalidades cansativas. Ela estava balançando os pés enquanto mastigava feijão. Conrado não se importou.

— Permaneça como a vanguarda, ou seja a retaguarda. De qualquer forma, provavelmente será uma dura batalha. Vou com o que restar. Eu não me importo.

Se eles fizessem o melhor de sua mobilidade, seria correto ser a vanguarda e fugir imediatamente, mas, lamentavelmente, o inimigo estaria esperando por eles. Devido a emboscada de soldados, as baixas podem ser enormes.

Então, se fossem deixar a retaguarda, isso seria outro inferno, já que havia uma grande chance de estar cercado de reforços do norte e do sul. Seria o fim para eles se parassem de se mover, e definitivamente seriam aniquilados. Nem precisava dizer que a retaguarda tinha uma probabilidade muito alta de morrer.

— Então vamos decidir isso assim? Eu estou bem com qualquer um.

De qualquer forma, ela não faria nada além de esmurrar o Exército da Libertação. O que ela faria não mudaria. Em um dos feijões em sua mão, desenhou uma marca ‘x’ com a unha. Outro foi deixado sem marcação. Depois de misturá-los, pegou um em cada mão e os estendeu para Conrado.

— …… Oi?

— Aquele com o ‘x’ é a vanguarda. Sua sorte será testada. Boa sorte.

Entretida, Shera sorriu brilhantemente e apresentou dois destinos separados.

***

O sol se pôs e o Exército da Libertação recuou seus soldados. Nenhuma ofensa assertiva veio. O mais provável é que eles planejaram escapar. O Exército da Libertação não queria desperdiçar soldados.

Brilhantemente lançando luz, as tochas começaram a abalar o silencioso Castelo de Bertha. A última noite chegou. Olhando para os arredores da muralha do castelo intensamente danificada, as tochas do lado leste pareciam estar faltando. Diante deles havia bosques e uma estrada que continuava até Canan. Seria um caminho espinhoso.

Sob o comando de Conrado e Shera, cinco mil soldados do Castelo de Bertha foram reunidos. Com feridos, mas capaz de se moverem, essa quantia era tudo o que podia ser juntada. Pessoas que não sentiam vontade de escapar permaneram dentro do castelo.

O Quarto Exército que se gabava de sua majestade era agora uma sombra de seu antigo ser. Agora não havia outros soldados além deles que pudessem se mover. Assim que a fuga fosse bem-sucedida, abririam os portões e se renderiam.

Darvit recusara veementemente a fuga e permaneceu sozinho no edifício principal. O chefe de estado-maior encarregou-se de queimar documentos importantes. Jogou toda a sua glória passada na lareira e, no final, provavelmente tomaria veneno.

Conrado enviou a Shera o sinal. Shera ergueu a foice em resposta. Alguém poderia ser ouvido engolindo. Se corressem, esta seria sua última chance. Absolutamente não deviam parar.

Mas, naquela hora, uma explosão rugiu de dentro do castelo. Do edifício principal, gavinhas de fogo começaram a subir.

Exceto o Portão Leste, todos os portões foram abertos e o Exército da Libertação, que estava cansado de esperar, inundou o interior. Parecia que um traidor fez isso. Não havia outro momento para ganhar conquistas além desse.

— Abram os portões do castelo-!!

Conrado rugiu de cima do cavalo, e o último portão foi aberto.

— Unidade de Conrado, comece o avanço! Todos os membros, ataquem! Em frenteeeeeeee- !!

— OU- !!

A infantaria levantando a bandeira do Quarto Exército começou a investida. Todos estavam cansados. Havia pessoas que logo planejavam jogar suas espadas e desertar na outra direção. Do Portão Leste, todos tinham pensamentos diferentes e se espalharam em todas as direções. O comando já havia desaparecido.

Os que seguiram as instruções de Conrado foram apenas mil homens. Era a unidade diretamente abaixo dele que ele estava liderando muito antes. Eles, de alguma forma, mantiveram sua moral graças a habilidade de Conrado. Com o seu comandante à frente, decididamente investiram, apontando para as florestas.

Shera viu aquela procissão infeliz. Sua cavalaria não saiu ao mesmo tempo. Ela teve uma súbita premonição e, por algum motivo, parou.

— Major, nós não vamos?

O cavaleiro com experiência de arco e flecha perguntou com compostura. A cavalaria de Shera, sob a bandeira negra com o corvo branco, mantinha a moral elevada. Eles somavam dois mil e trezentos. O número um pouco menor foi devido às mortes durante o cerco. Shera pensou que a morte de seus companheiros foi muito infeliz. O fato de que as pessoas que comeriam uma refeição junto com ela iam diminuir, definitivamente a faziam sentir-se solitária. Mas isso era uma guerra, afinal, era inevitável. Shera comeria as porções que eles teriam comido.

— Já é hora de irmos? Ficou consideravelmente mais brilhante.

Chamas ardiam ferozmente do prédio principal dentro do castelo, o lugar onde Darvit estava. Gavinhas de chamas subiam de todos os portões. Agora não havia nada que alguém pudesse fazer; Bertha havia caído.

Katarina relatou.

— Como eu pensei, o Segundo-Tenente Vander não está aqui. Temo que, não, tenho certeza de que ele era o traidor. Será que vamos prendê-lo e lidar com ele? Se você quiser, eu absolutamente vou matá-lo.

— Vamos deixar isso para a próxima vez. Há outras coisas que devemos fazer agora.

— Sim senhora!

Shera estendeu a foice que estava empoleirada no ombro dela de lado. Eles atacariam.

— Então, vamos também?

Perguntou um cavaleiro e Shera assentiu. Os membros da cavalaria baixaram as viseiras dos capacetes. Shera não gostava dos capacetes pesados que estavam usando. Não atendendo aos avisos de seus membros do grupo, ela equipou um mais leve, o qual gostava.

— Major Shera, suas ordens.

Solicitou Katarina, empurrando para cima os óculos. Na mão dela estava seu bastão preparado.

— Cavalaria de Shera, vamos mudar de curso!! Me sigam!!

— Sigam a Major Shera!! Levantem as bandeiras!!

— OU!!

Chutando seu cavalo, Shera correu. A cavalaria ergueu as lanças equipadas com a bandeira de batalha e a ordem ecoou atrás dela. Soldados inimigos de bom humor, não esperando que houvesse inimigos, foram pisoteados até a morte por cavalos e ceifados por lanças.

Na escuridão, corvos brancos foram soltos.

Uma perseguição obstinada do Exército da Libertação havia começado. Os soldados de Conrado estavam caindo no esquecimento, começando primeiro pelas pessoas sem resistência, e estavam morrendo nas mãos de soldados inimigos. Eles escaparam da ofensiva do inimigo e finalmente se refugiaram na floresta. Então, flechas foram atiradas neles.

— Eu sabia que haveria uma emboscada! Não os enfrentem, continuem correndo!

— M-Mas! Há soldados inimigos em todo lugar!!

— Concentrem o ataque em uma área! Com certeza deve existir uma abertura!

Conrado deu suas ordens com sinceridade. Enquanto fazia isso, também estava derrubando flechas enquanto balançava sua espada.

Haveria realmente algo como uma abertura? Isso não era um beco sem saída? O desconforto estava corroendo-o. Apesar de seu número diminuir, a unidade de Conrado continuou a luta difícil.

— Não deixem escapar ninguém! Massacrem os soldados do Reino!!

— Se pegarmos a cabeça do comandante inimigo, receberemos uma recompensa! Eles absolutamente não vão fugir!

— Se for o suposto Deus da Morte, prometemos uma enorme recompensa e uma promoção a general! Nós temos que matá-lo e vingar nossos companheiros caídos!!

Eles perseguiram a cavalaria correndo na frente deles. Seus oponentes estavam correndo freneticamente, e um contra-ataque não viria. Não havia batalha tão fácil. A vitória estava garantida. Perseguiram os soldados inimigos enquanto suas bocas se inclinavam cruelmente. Eles os matariam, pegariam suas cabeças e ganhariam conquistas.

Nesse instante. A cavalaria inimiga enfrentou-os do nada.

De repente, baixaram a velocidade e viraram os cavalos. Confusos com o que estava acontecendo, os perseguidores pararam.

Visando aquela calmaria, um cavaleiro empunhando uma foice imediatamente os atacou.

— É… Shera. O Deus da Morta está––

A foice bateu na garganta do soldado que gritava na vanguarda. Seu próprio corpo foi levantado. De sua boca veio um grito irreal, e seus membros convulsionaram para frente e para trás. Quanta dor intensa estava atacando ele? Os soldados ao redor não conseguiam nem começar a descrevê-la. Depois de alegremente e facilmente a balançar, ela o ceifou e lambeu os lábios.

A Morte procurou por sua próxima presa, rondou e atacou. Girou a foice em todas as direções e o sangue começou a jorrar junto com seus balanços. Depois, a cavalaria coordenada atropelou a infantaria do Exército da Libertação que estivera em perseguição.

— O que estão fazendo-! O inimigo está no meio da retirada! Espalhem eles e os cerquem!

Um cavaleiro heroico foi atacar, mas foi separado de sua cabeça por um único golpe. Capacete, armadura, até mesmo o cavalo, foram divididos verticalmente. Outro homem não tinha mais a partesuperior do corpo. O cavalo com a parteinferior do corpo começou a vagar, como se estivesse procurando por seu mestre.

— Hi, hiiii-!

— O próximo não virá? Tudo bem? Rápido, venham!

— Peguem ela! Deixem cansada!

— Permissão para usar arcos! Podemos derrubá-la se concentrarmos fogo!

— Não! Você quer fogo amigo!?

Arcos não eram úteis. Eles estavam muito perto. Flechas perdidas atingiriam seus aliados circundantes.

Vendo que os perseguidores se seguraram, a cavalaria de Shera começou a mudar de rumo novamente.

Marchando a uma velocidade deliberada que apenas implorava para ser atacada, a infantaria os cercaria novamente, e então um massacre começaria.

Toda vez, o número de corpos mortos aumentava. Talvez eles tenham sido tomados pelo medo de ver essa calamidade, os reforços não vieram. Ninguém queria fazer algo como estar diante da Morte. Ainda mais quando a batalha foi vencida.

— Basta. Mais alguma coisa é inútil. Vamos deixá-los para os caras da frente…

— Ha-ha. M-Monstro!

— Merda-! Não nos disseram sobre lidar com o Deus da Morte!

Depois que três massacres foram repetidos, a unidade de perseguição desistiu. Esta era uma batalha que venceram, por que tiveram que morrer? Por que foram os únicos que tiveram que enfrentar esse tipo de monstro? Eles assistiram impotentes aos corvos brancos correrem pelas florestas.

— Major Shera! Em nossa frente, na floresta, a unidade de Conrado está em combate!

— Parece que foram emboscados. Bem, então, vamos atingi-los nos flancos. É um pouco escuro, então acho que temos que iluminar isso. Katarina-!!

Shera decidiu seu objetivo ao tomar uma posição com sua foice. Na sua lâmina estava espetado um cadáver de um soldado inimigo.

Katarina enviou poder mágico para aquele cadáver usando necromancia.

— Estou pronta a qualquer momento!

— Tudo bem, pegue isso!

Apressando-se, ela atirou o cadáver. O cadáver foi jogado em uma moita, onde parecia que os soldados inimigos estavam escondidos.

Katarina estalou os dedos e o cadáver explodiu, deixando o bosque em chamas. Os soldados, surpreendidos, saltaram apressadamente, e então a Cavalaria de Shera os atacou e os esmagou.

— Katarina! O próximo!

— Por favor, deixe comigo!

Shera obtivera muitos sacrifícios. Ela estava escolhendo-os da pilha a seus pés e arremessando-os um após o outro.

Cada vez que Katarina estalava os dedos, uma tremenda explosão trovejava e os soldados inimigos ficavam queimados. Cada vez, havia gritos e membros arrancados voando no ar.

– ….. Minha cavalaria, ataquem! Matem eles-!

A unidade de cavalaria começou a investida fielmente de acordo com o pedido de Shera. Lanças empurradas das sombras espetavam vários cavaleiros. Os cavaleiros espetados vomitando sangue ainda mergulhavam na massa de inimigos.

— Matem o inimigo. — As ordens de Shera eram absolutas. Até que eles deixassem de respirar, continuariam a matar. Mesmo que cinco lanças perfurassem seus troncos, a cavalaria continuou a lutar. Avançaram enquanto perfuravam e cortavam as cabeças da infantaria inimiga diante de seus olhos.

Então, morriam enquanto riam.

— Major-! Tropas inimigas atrás de nós! Estão em mil!

— Matem todos! Katarina, você pega metade e vai em frente! Encontre-se com Conrado! Seja corajosa e mergulhe no fogo! Venha comigo depois!! Vamos matar todos eles!!

Ela jogou um cadáver e explodiu. As florestas explodiram em chamas vermelhas. Os atacantes escaparam para fora, incapazes de suportar as chamas.

— Sim senhora! A Segunda-Tenente Katarina avançará adiante!

Katarina e os cavaleiros, conforme as instruções, marcharam para o fogo cruzado. Vendo-os sumir, Shera se virou e confrontou a unidade de perseguição. Um homem que parecia ser o comandante do inimigo posicionado com a espada, falou.

— Se renda silenciosamente-! Você não pode mais escapar! Jogue suas espadas e desmonte! Agora mesmo!

Atrás de Shera, ardiam chamas malignas do inferno. A bandeira negra foi brilhantemente iluminada pelo brilho das chamas.

Enquanto mostrava os dentes, a Morte sorriu ferozmente. Ao lado dela, os cavaleiros ergueram suas lanças e formaram fileiras.

— Minha cavalaria continuará lutando mesmo quando morta. Claro que também vou. Certo, o que me dizem?

— VIDA A LONGA À CAVALARIA DE SHERA! VITÓRIA A MAJOR SHERA!

Todos os membros brandiram as bandeiras de batalha ainda mais alto e cantaram em uníssono. Vendo aquele espetáculo bizarro, os soldados de perseguição pararam em suas trilhas.

Havia algo estranho sobre esses caras. Certo, eram como soldados suicidas, mártires da Morte. Não tinham medo de morrer. Portanto, se ressentiam dos vivos e os arrastavam para o inferno. Lutando contra os moribundos, repulsivos. Os perseguidores não queriam morrer neste tipo de lugar.

As mãos dos soldados estavam tremendo, incluindo o líder do pelotão. O tremor de seus corpos não parava. Ó, por que viemos perseguir esses caras? Eles amaldiçoaram sua própria desgraça.

— Muito bem-! Então não vamos perder! Mesmo que o Exército do Reino seja derrotado, continuarei a ganhar! Eu farei vocês, sua escória, saber seu lugar!

— MORTE AO LIXO! MORTE AO EXÉRCITO REBELDE- !!

— Vão, vão embora!

— Eles são monstros!! Essas pessoas são monstros!!

— É a Morte, a Morte está vindo!! Corram!!

A unidade de perseguição que era muito superior estava totalmente desmoralizada e começou a fugir, caídos em estado de pânico. De trás, a unidade de cavalaria começou a ultrapassá-los. As bandeiras do Exército da Libertação foram pisoteadas e lanças foram perfuradas na partede trás da cabeça dos soldados.

Um contra-ataque unilateral estava começando.

No castelo de Bertha, capturado, sentindo que havia um desastre, Diener enviou os soldados para o norte e para o sul como uma unidade de perseguição. Através da pressão de números esmagadores, eles finalmente levaram Shera e os outros para as florestas… enquanto sustentavam um número incontável de baixas. Com tantos sacrifícios, realmente não parecia uma operação de limpeza. Não havia estratégia. Através da violência esmagadora, cada perseguição estava sendo repelida.

Diener reconheceu que havia julgado mal o poder de Shera e, portanto, ficou ainda mais convencido de que tinham que matá-la ali.

— Matem o Deus da Morte! Ela será uma fonte de maldade se fugir daqui! Certifiquem-se de matá-la!

— S-Senhor Diener, por favor, acalme-se!

O seguidor de Diener o conteve. Os generais próximos também estavam espantados com esse lado desconhecido de Diener.

— O que é isso!? Não brinque comigo! Não vou reconhecer algo assim! Não consigo reconhecer algo assim!

— Senhor Diener, acalme-se. O Castelo de Bertha já caiu. Isso não está de acordo com o seu plano?

Diener também não deu ouvidos a Beffluz.

— Aquilo não pode ser deixado vivo! Se isso acontecer, mais sangue do Exército da Libertação será derramado!

Quando pensou que iriam se retirar enquanto faziam o melhor uso da mobilidade da cavalaria, eles a atacaram. Além disso, era um método impensado de ataque, sem considerar suas próprias mortes. Ele não aceitaria tal método de luta. Não podia aceitar. É por isso que mataria essa coisa aqui. O Exército da Libertação era tudo para Diener. Shera os matou como vermes, ela não podia ser deixada viva.

— Envie a Cavalaria do Leão de Finn! Ordene estritamente que ele mate essa coisa!

— S-Sim, será feito!

O mensageiro correu apressadamente.

Enquanto mordia as unhas, Diener continuou com os olhos vermelhos, desprezando as forças da Morte.

***

Katarina tinha se ligado com a unidade de Conrado. Shera estava brincando com o Exército da Libertação enquanto continuamente batia e corria. Utilizando a escuridão e sua mobilidade, ela repetidamente mudou de direção, conduzindo ataques de pinça da esquerda e da direita, como se os dois grupos estivessem em um entendimento constante. Apesar de sofrer imensas baixas, o Exército da Libertação continuou sua tenaz perseguição.

Agora, unidos com a cavalaria liderada por Finn, finalmente começaram a recuperar a compostura. Foi através desse valente comandante que estava à frente do exército e advertindo-os que haviam recuperado a calma. Enquanto isolava e cortava a coordenação, Finn esmagava todos os soldados do Reino.

— Vocês lutaram bem. Fizeram o suficiente. Por favor, joguem suas espadas e se rendam. Nós absolutamente não vamos tratá-los mal. Eu garanto isso.

Finn aconselhou a rendição ao inimigo encurralado. Na frente de seus olhos havia dez cavaleiros cobertos de vermelho. Eles se separaram do grupo principal de Shera e, em uma situação tão inesperada, decidiram se defender. Em suas lanças, estavam espetados os cadáveres dos milicianos do Exército da Libertação. A bandeira negra estava encharcada de sangue e liberava um brilho viscoso e repugnante.

— Não há rendição para a Cavalaria de Shera. Não há derrota para nós.

— Viva a Major Shera. A Morte não existe para a Cavalaria de Shera. Continuaremos a viver ao lado da Lorde Shera.

Respondeu os cavaleiros, despreocupados. Tiraram as lanças dos cadáveres dos milicianos e voltaram a sede de sangue em direção a Finn. Vendo isso, a ajudante de Finn, Milla, deu um aviso.

— Esses caras são loucos em alguns aspectos. Persuasão é impossível eu acredito. São perigosos.

— Então é o que parece. Não há o que fazer, mas vamos lidar com isso.

Quando Finn deu o sinal, formaram fileiras e cercaram os cavaleiros. Os cavaleiros sem medo começaram seu ataque final em Finn.

— Coronel Finn!

— Não tem problema.

— ……!!

Ele trocou golpes afiados e inclinou com um contra-ataque. Ao mesmo tempo, saltou, sacudiu e derrubou o cavaleiro do cavalo. Os outros cavaleiros também foram mortos pelas lanças da infantaria.

Todos os soldados inimigos seguravam suas lanças com força, mostrando sua vontade de lutar até o fim. Enquanto tivessem resistência, provavelmente continuariam a lutar novamente.

— Você- pare com isso e morra!

— Ainda estão respirando! Acabem com eles, se acalmem!

— Ha, ha, esses caras são monstros!?

Tendo certamente dado o golpe final, Finn e a infantaria decidiram seguir para o próximo lugar.

— Venha, vamos para o próximo …!

De costas, um cavaleiro que deveria ter morrido saltou e correu para a frente, tentando cortar sua artéria carótida. Foi o cavaleiro que havia sido esfaqueado no coração mais cedo. Ele não deveria ser capaz de se mover, mas ainda assim…

Finn se esforçou, tentando afastá-lo, mas devido à força absurda, não conseguiu como gostaria. A impaciência apareceu no rosto de Finn pela primeira vez.

— VitÓria parA a MaJor Shera!!

— Coronel Finn!! Largue o Coronel!!

Milla arrancou-o à força e cortou a sua cabeça com a espada.

A respiração de Finn estava irregular e olhou para o cadáver. O rosto do cadáver, liberto do capacete, tinha um sorriso horrível.

— …… Você , me salvou, Milla. Que inimigo, quão terrível. Instinto de batalha tal que tentam matar o inimigo mesmo quando mortos. Eles parecem ser a Cavalaria da Morte.

— …… O que você acha que os estimula a tais extensões? Não parecem valorizar tanto o Reino depravado.

— Quem sabe? Eu pessoalmente não sei. Talvez o charme da comandante?

Finn deu um pequeno suspiro e recomeçou a perseguição. Sinais de alerta estavam saindo, seus instintos lhe dizendo que não deveria mexer com a Morte. Sufocou isso e avançou para a escuridão sem nenhum traço de luz. Trepidação pode ser vista nos rostos dos soldados. Estavam sob a insígnia ousada e resoluta do leão, no entanto, a escuridão estimulou seu medo. Não sabiam quando que, de dentro da escuridão, uma foice procuraria por eles. Seguravam tochas como se estivessem fazendo um exorcismo, e marcharam dentro da quietude… enquanto rezavam para que não ficassem fascinados pela Morte.

A noite expirou e a perseguição continuou mesmo depois de atravessarem as florestas. A unidade de Conrado estava totalmente exausta e não podia mais lutar. Por outro lado, a unidade de Shera continuou a marchar, sem quebrar o posto. Se um inimigo aparecesse, mudariam de curso e os interceptariam; depois de forçá-los, voltariam a se juntar.

O Exército da Libertação havia organizado cinco mil como uma unidade de perseguição e avançaram para a área de Canan para matar o Deus da Morte.

Do outro lado, Jarlder, na Forte de Roshanak, ouviu notícias dos movimentos do inimigo através de seus batedores implantados.

— Afastem as tropas inimigas e resgatem imediatamente os soldados aliados.

Chutando um Oficial de Equipe que queria detê-lo, ele pessoalmente levou quatro mil para fora e lançou um ataque surpresa nos flancos do Exército da Libertação em uma formação de coluna em perseguição. Como sua fileira se estendia em uma linha, foram divididos e caíram em desordem.

Juntando-se a eles, a unidade de Shera também foi decisivamente avançando novamente. Espancaram completamente a unidade de perseguição e fugiram.

As forças sobreviventes do Quarto Exército eram duas mil. Ao deixar o castelo, os soldados que haviam chegado a cinco mil foram reduzidos para dois mil.

Esses homens que tinham passado pelo inferno finalmente entraram na Forte de Roshanak enquanto recebiam a ajuda de Jarlder.

Todos haviam sofrido alguma ferida e sua aparência pessoal estava decadente. Foi um milagre chegarem até aqui.

— Sem as ações da Major Shera, esses homens provavelmente não teriam chegado a Canan. Esse esforço extenuante é muito digno de um Deus da Morte.

General Jarlder cantou louvores à laboriosa batalha da Major Shera. Apesar de ter sofrido ferimentos, Conrado, que havia sobrevivido, declarou seu agradecimento. Ele escolheu corretamente a ideia da Morte e aproveitou sua boa sorte.

Ao mesmo tempo em que foi decidida a promoção de Shera a Tenente-Coronel, ela recebeu a medalha de Cavaleira do Reino. Isso era sem precedentes neste tipo de derrota.

Shera recebeu apropriadamente. Não se importava com medalhas, e o que queria agora era algo completamente diferente. Depois disso, recebeu um banquete especial que Jarlder preparara e finalmente mostrou um sorriso contente.

— Todos, todos vocês realmente lutaram bem. Os soldados que não estão aqui conosco estão sempre comigo. Assim, eu tenho que comer a partedeles.

Shera murmurou para si mesma enquanto movia a faca e o garfo. O único que podia ouvi-la era a Ajudante Katarina ao seu lado.

— Major Shera?

Curiosa, Katarina perguntou a Shera.

— Não, não é nada. Coma, não se importe comigo. Esse é um privilégio dos vivos.

— Sim senhora.

Mil e quinhentos restaram da Cavalaria de Shera. Todas as forças da Forte de Roshanak: sete mil.

General Jarlder, quando decidiu se encontrar com o Exército da Libertação ali em Canan, recebeu um mensageiro da Capital Real.

O Marechal-de-Campo Sharlov apelou diretamente ao Reino e os fez aprovar a expedição de metade do Primeiro Exército, cinquenta mil, para a área de Canan. Eles dividiriam cada corpo em unidades menores e continuamente enviariam forças.

Por acaso, o Oficial de Equipe Sidamo havia escapado do Castelo de Bertha e mais uma vez assumiu seu lugar como assistente de Jarlder em Roshanak. Ele se disfarçou de soldado comum e, ao encontrar uma abertura, escapou.

Testemunhando a queda de Bertha, o Império, considerando que a hora havia chegado, proclamou uma declaração de guerra contra o Reino. Eles começaram a marchar para o noroeste do Reino. Começaram a capturar a linha de fortes em seu caminho. A estação já estava no início do outono e tentaram capturá-los nos estágios iniciais, antes que o rigoroso inverno se estabelecesse.

O Quinto Exército do Reino se encaminhou para enfrentá-los. Eram um corpo sólido do exército com homens nascidos no noroeste do Reino, e sua unidade era extraordinariamente dura.

Tinham fortes sentimentos contra o Império, e um enviado vindo para aconselhar a rendição foi executado no local antes de abrir a boca.

Na área sul do Reino, adjacente à Nações Unidas, estava o Segundo Exército do Reino, enraizado no local. Era por natureza uma área com fortes sentimentos de independência, e no instante em que o Segundo Exército deveria partir, era certo que os senhores feudais se revoltariam.

O comandante amarrado ao Segundo Exército só podia cerrar os dentes, observando as lutas em todos os outros lugares.

O adversário, o Exército da Libertação que havia tomado o controle da Área de Bertha, foi colocado de frente a uma escolha. Tentam capturar Canan e ir direto para a Capital Real? Ou olham para além da subjugação da Capital Real e procuram capturar a área sul, onde havia perigos de independência.

Ou talvez, vão em frente e fazem as duas coisas?

Tudo dependeria da decisão da jovem líder do Exército da Libertação, Altura.

Tendo se tornado traidor do Exército do Reino, Vander tinha aberto os portões do castelo e, aproveitando a confusão, conseguira dominar o General Darvit. Reconhecendo esse sucesso, foi recebido pelo Exército da Libertação como Capitão. Entrou sob o comando de Diener, e ficou decidido que lideraria os antigos soldados do Reino que se renderam.

— Capitão Vander. Ouvi dizer que você estava sob o comando da Major Shera e sua ajudante.

— Sim senhor, está correto.

— ……. Há algo que eu gostaria de perguntar a você. Não minta e me diga a verdade. Tudo bem?

— Eu já sou um homem do Exército da Libertação. Contarei tudo o que sei.

Diener decidiu obter informações sobre Shera. Queria até o mais trivial dos detalhes. A personalidade do Deus da Morte, o pensamento, o método de liderança, ele dominaria e entenderia tudo e, na batalha seguinte, os usaria contra ela. Claro, o Castelo de Bertha havia caído, mas individualmente, ele havia perdido essa batalha.

Não tinha sido perfeito, havia deixado Shera escapar. Ele queria matar aquele Deus da Morte irritante.

…. Ele a mataria na próxima vez. Sem falhas. Diener interrogou Vander, enquanto escondia seu desejo crescente de matar.



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