A Garota que Comeu a Morte Japonesa

Tradução: Apollo

Revisão: Edge


Volume Único – Primeira Parte

Capítulo 1: Pão é Delicioso

 

Era um conto comum no começo.

Uma aldeia pobre engolida pelos estragos da guerra. Sua fortuna, comida e vidas foram levadas embora. Os invasores pisaram cruelmente na localização dos aldeões, a qual tinha uma série de falhas de safra e estava lutando com a fome. Incapazes de resistir, a vida miserável deles era ceifada por espadas ou lanças.

Por toda a vila, grunhidos e gritos eram ouvidos, e então sumiam.

Saciando sua cobiça e para fazer esporte, eles atearam fogo nas construções depois de saqueá-las e não deixaram nem um único vestígio. Um pai e seu filho, vendo uma abertura, decidiram fugir, mas flechas precisas voaram na direção de suas costas, e eles caíram com o rosto no chão.

Deste Caldeirão do Inferno, nem mesmo uma única pessoa poderia escapar.

Isso estava dentro do fogo do inferno fervente e abominável.

Uma única jovem magra e esquelética, com os olhos sem vida, se escondia em uma cabana degradada. Ela não tinha força nem energia para se mover mais. A família da jovem tentou fugir, mas eles foram massacrados no caminho.

A menina que não poderia executar com suficiência o trabalho no campo foi considerada um fardo não apenas para os aldeões, mas para sua família também. Se ela morresse por eles, eles consideravam que ficariam mais felizes com isso.

Por isso, ela era a única na família deixada para trás e, consequentemente, sobreviveu até agora, já que ninguém conseguia escapar da vila cercada.

Dentro do coração da menina havia resignação, desespero, pesar e tristeza. Várias emoções misturadas.

No entanto, maior que essas emoções, havia um pensamento mais forte que os outros. Apenas um desejo ultrapassava eles.

Era um desejo triste e miserável que poderia ser chamado de instinto humano também: “Fome”.

Desde que ela nasceu, nunca encheu o estômago. Uma ampla colheita não poderia ser esperada de uma terra infértil e, além disso, havia um imposto pesado. A escassa comida restante era dada preferencialmente para os trabalhadores. Aqueles que iam caçar. Aqueles que trabalhavam nas fazendas. Aqueles que criavam crianças.

A jovem, que não podia fazer uma única coisa direito, não ganhava nada além de migalhas. Mesmo assim, ainda podia ser chamado de alegria o fato de ela simplesmente ser capaz de viver, já que havia casos de outras aldeias recorrendo ao assassinato para reduzir os números de bocas para alimentar.

Por isso, quando um invasor finalmente entrou, a menina nem mesmo tremeu. Mesmo quando o invasor revelou um sorriso largo e detestável, a menina nem mesmo virou o rosto para o lado. Mesmo quando o soldado robusto a puxou e seus braços chegaram a ela, ela nem mesmo tentou o afastar.

Mesmo quando a Morte, segurando sua grande foice a olhou de cima, ela nem mesmo sentiu medo. Era apenas uma ilusão ou era a Morte de verdade que havia vindo para ceifar sua alma?

Morte, usando um manto esfarrapado e uma máscara branca. Porém, a sensação de fome não foi saciada pela aparição do temível deus da morte. A Morte e o homem a segurando poderiam ser vistos se sobrepondo. Sua visão estava ficando cada vez mais anormal do que parecia. No mundo que começou a ser infectado pelo vício, a menina murmurou muitas vezes em sua mente que estava com fome. A roupa da menina foi violentamente rasgada. Ela já não se importava mais com o que aconteceria depois; seu estômago estava vazio. ‘Não há nada para comer? ’, ela murmurou e olhou em volta.

Com o comportamento fora de lugar, o soldado que estava a segurando mostrou um rosto confuso. Quando seu olhar encontrou o da menina, o homem recuou involuntariamente. O soldado habilidoso que matou muitas pessoas estava chocado.

— V-você, o que diabos…

— Delicioso...

— O quê?

— Você parece... bem delicioso.

Ela fixou seu olhar no homem possuído pela Morte, e um único pensamento passou dentro da mente da menina… ela distorceu seus lábios, formando um sorriso satisfeito, mostrando seus dentes. O que ela pensou era…

— O pescoço macio dessa pessoa parece extremamente delicioso.

***

Dois países, o Reino Yuz e o Império Keyland, estavam lutando pela supremacia do continente Mundo Novo. Parecia que a situação estava crítica.

O impulso foi a grande falha da safra do último ano. O Reino Yuz, que mantinha a maior parte de terra que passou por colheitas ruins, precisou contar com a importação de suprimentos de comida de outros países. Consequentemente, seu parceiro comercial, a Nações Unidas Dorbax, subitamente impôs um embargo. Em conjunto, o Império Keyland decretou unilateralmente que o Tratado de Não Agressão tinha sido revogado. A Nações Unidas era uma região que tinha declarado independência do Reino Yuz. O Império, atualmente, tentava o cessar fogo com o Reino, mas os pequenos conflitos ocorriam repetidamente ao longo das fronteiras. O declínio do Reino era a sua vantagem, com certeza, não havia desvantagens. Com o objetivo de um colapso interno, eles aplicaram pressão de forma cooperativa, cortando cada vez mais a vida do Reino. Devido a este embargo, as finanças do Reino estavam terríveis. Eles foram forçados a impor impostos pesados sobre as pessoas, e muitos morreram de fome no território do Reino.

O Império estendeu ainda mais suas mãos e foi capaz de converter com sucesso a Princesa Altura, uma criança órfã do atual príncipe do Reino. Ela foi apoiada com fundos e um exército, e o “Exército da Libertação da Capital Real” foi estabelecido.

Como os cérebros por trás da operação, eles enviaram soldados jovens do Império e indicaram o Segundo Príncipe do Império como segundo no comando. Escusado será dizer que ele se casaria com a princesa no futuro, tentando assumir o Reino.

Mesmo o Exército da Libertação queria desesperadamente um apoio, e não havia razão para recusar a ajuda deles. Eles já sabiam dos perigos de ser uma marionete. Para as pessoas totalmente tiranizadas e despedaçadas pela luta de sucessão, o Reino atual era um inimigo mais irreconciliável do que o Império.

O plano era para que o Exército da Libertação tivesse trinta mil soldados, mas não havia tudo isso na verdade.

O Reino poderia esmagar eles desde o começo, mas foram ignorados quando o Reino colocou sua força em pequenos conflitos com o Império.

Porém, o Exército da Libertação ocupou a Forte “Fortaleza Salvador”, continuou a aumentar constantemente sua região de controle e convidou aqueles que sofriam com a tirania do Reino.

Seus números aumentavam dia após dia, e eles não podiam mais ser negligenciados no final.

Os comandantes do Reino julgaram que se os deixassem se multiplicar como estavam atualmente, eles se tornariam uma existência extremamente ameaçadora.

O Reino finalmente moveu suas bundas pesadas e decidiu se mobilizar, apertando ainda mais os recursos dos cidadãos já pressionados.

***

Castelo da filial Antigua, a vanguarda do Reino Yuz.

 Situada na parte sul da Zona da Fronteira Central, estava uma importante base que cuidava efetivamente da fronteira com o Império. Mais ao sul dali, estava o Fortaleza Salvador, a Forte do Exército da Libertação. Grandes quantidades de dinheiro eram colocadas no fortalecimento das muralhas de Antigua; eram muralhas tenazes, que tinham repelido ataques do Império em incontáveis ocasiões até agora. Metade dos recém-recrutados soldados, devidamente chamados de peixinhos, foram enviados para ali.

Então, eles morreriam em pequenos conflitos? Eles seriam executados por deserção? Ou eles sobreviveriam e ganhariam uma soma insignificante de dinheiro? Qual desses destinos os aguardava?

Naturalmente e sem sombra de dúvidas, havia pessoas curiosas que desejavam ser recrutadas, mas a grande maioria dos soldados eram jovens que foram recrutados à força.

Misturado entre esses novos soldados com expressões más, havia uma garota que estava alegremente enchendo suas bochechas com pão e carne seca; ela seria classificada como uma dessas pessoas curiosas.

— Como sempre, você está se divertindo enquanto come. Essa coisa nem é tão boa.

— É porque posso comer muito, já que todos não sentem muita vontade de comer tanto.

— Quando seu estômago está cheio, bom e ruim é outra história. Credo, que maluco.

O Líder do Pelotão a comando dos novos recrutas murmurou com espanto, mas a menina terminou sua bebida em um gole sem mostrar nenhum sinal de se importar.

— Os gostos de Shera são muito despreocupados, né? É algo comum de se ver. Mais importante, Líder do Pelotão, o rumor mencionado antes é verdade?

— … que rumor?

O Líder do Pelotão perguntou de volta com uma expressão severa em seu rosto.

— Aquele sobre iniciar cada vez mais ofensas contra o exército rebelde. Parece que seus superiores também chegaram em grupos.

Os superiores que o jovem mencionou –– eles eram os almirantes ou, talvez, generais que tinham uma pilha de medalhas fixadas no peito e se gabava de guardas de elite, oficiais e soldados marchando junto com eles.

Eles eram reforços da Bertha Oriental. Incluindo a reserva Antigua, o número deles aumentaria para aproximadamente cem mil. Era a primeira mobilização de grande escala a tempos.

Os números deles eram grandes, o equipamento mais ou menos e a experiência, nem precisava comentar, era baixa. A suposta miscelânea abrangia metade do exército.

— … Ahh. Deve haver ordens logo. Devemos nos preparar para eles e fazer um esforço para treinar. Se você vive ou morre, é o fruto de seu treino habitual e sorte.

— Uwaa. Então isso é verdade. Ainda não quero morrer, no entanto…

— Obrigada pela comida.

A jovem menina, conhecida como Shera, colocou ambas as mãos juntas, parecendo satisfeita. Vendo isso, o jovem, sem querer, se queixou.

— Qual é. Não pense apenas em comer, pense um pouco sobre o que acabamos de dizer. Sua vida amanhã é mais importante do que o pão e a carne de hoje, certo?

— Para mim, o pão e a carne de hoje são mais essenciais. Eles são muito valiosos, mais do que me importar com suas queixas.

— Sua menina de merda e implicante.

— Menina de merda, não, obrigada.

— Ei, recrutas, parem com isso. Vamos, se vocês terminaram de comer, se apressem e voltem ao treinamento!

Os dois cumprimentaram o Líder do Pelotão que rugiu e, apressadamente, voltaram ao terreno de exibição.

O jovem era um homem jovem bem normal. Se sua sorte fosse boa, ele viveria, e se fosse ruim, ele provavelmente morreria. Sem nem mesmo deixar seu nome na história, ele era apenas um soldado comum, um bem consumível.

Mas é claro, ele mesmo entendia isso. Com apenas uma sorte comum, ele poderia ser gabar de o direito chamado ‘viver’. O Líder do Pelotão fumava um charuto. A fumaça nublou sua visão. Porém, aquela menina, ainda que ela fosse apenas uma jovem menina, a menina na idade apropriada para ser soldado não era muito compreendida. Ela era um humano estranho que pessoalmente foi se alistar no exército. Ela tinha cerca de dezesseis anos. Seu local de nascença era uma aldeia agrícola capturada pelo exército rebelde. Sua razão para se voluntariar era uma piada, “comer até ficar cheia”. Havia apenas uma razão pela qual essa garota que parecia incapaz de lidar decentemente com uma espada era elegível. Ela apresentou as cabeças de dez soldados, enquanto estava coberta por sangue. Suas cabeças e prova de afiliação foram desordenadamente jogadas em uma grande bolsa de couro. Ela até foi educada o bastante para trazer uma bandeira do autoproclamado Exército da Libertação.

Normalmente, devia haver uma grande quantidade de suspeitas, mas havia uma coisa que o grande Reino se orgulhava: não haveria problemas se possuísse o poder para matar o inimigo, então ela foi imediatamente no alistamento. Naquela ocasião, embora pequena, uma recompensa em dinheiro era dada como recompensa por derrotar o inimigo. E então, que destino foi que providenciou que ela fosse designada para a tropa sob seu controle.

O homem que comandava o pelotão, ouvindo toda a história, só podia suspirar.

— Credo, não entendo nada. Tenho um terrível e mau pressentimento.

Olhando para a jovem menina no treinamento, realizando balanços de prática com sua longa foice, o homem suspirou involuntariamente. Apesar de ser absolutamente ridículo, ela facilmente mostrava sua habilidade com o manuseio da foice que obteve em algum lugar, mesmo que ele tenha permitido que ela usasse uma espada. Quando ela participou pela primeira vez no treinamento, “Não manuseie algo além de sua habilidade”, ele disse e decidiu pegá-las, mas ele largou a grande foice no chão devido ao seu peso excessivo. Aquela foice absurda precisou de dois novos recrutas para finalmente levantá-la (Era impossível manejá-la ou algo do tipo).

Embora fosse um enigma como uma menininha com um físico puído poderia segurar aquilo, ela certamente parecia ter mais potencial de guerra quando segurava a foice do que uma espada. Seria apropriado dizer que a garota não tinha absolutamente nenhuma esperança na esgrima. Ele, inevitavelmente, a reconheceu como um caso especial. De qualquer forma, uma foice era um pouco ruim com arma. Ela não poderia ultrapassar uma lança e perdia para uma espada no corte. Sua aparência era imponente, mas como uma arma, era isso. A razão pela qual uma foice como essa não era vista em combate real era simples, ela não estava voltada para matar humanos.

Porém, quando ele viu a jovem balançando a foice com uma expressão feliz e a lâmina rasgando os modelos feitos de palha, ele se lembrou de algo, embora fosse desagradável. Era uma existência que todos temiam e deviam evitar. Vestida com roupas pretas, uma aberração que assombrava as almas das pessoas. Um símbolo sinistro que aparecia na beira da morte.

A Morte.

— Ei, Shera. Você realmente vai lutar com essa foice? Isso é um saco e pesada, não tem nada de bom. Mesmo que você tenha alguma força ultrajante.

O jovem de antes levantou sua voz com preocupação. Ele tinha uma boca suja, mas era uma boa pessoa.

— Uma espada comum não combina comigo, então não posso evitar. Essa aqui ficou acostumada comigo. Me perguntou por quê.

Shera levantou a foice com uma mão e curvou a lâmina, arrancando a cabeça do boneco. O cabelo preto de Shera, com um tom de castanho, balançou de um lado para o outro por causa daquela força. Não muito tempo depois, seu cabelo se estendeu até seus ombros. Com um sentimento de escuridão, ela fez um gesto de escovação com sua mão esquerda. O jovem próximo, ao ver isso, balançou sua cabeça de lado a lado enquanto fazia uma expressão de chocado.

— Santo Deus. Onde você conseguiu essa coisa? Não me diga, é feita sob medida?

— Eu achei.

— Isso é mentira! Como algo tão perigoso seria simplesmente largada descuidadamente!

— Você quer saber não importa o quê?

— Se você disser, vou ouvir por enquanto. Já que estamos falando sobre isso.

— … na verdade…

A voz de Shera diminuiu de volume enquanto ela sorria de forma encantadora. Era diferente de sua aspereza normal. O jovem soldado engoliu reflexivamente ao ver aquela expressão.

— Na verdade?

— … eu… sou uma Deusa da Morte.

As palavras foram sussurradas perto de seu ouvido. O jovem, ao perceber que estava sendo zoado, gritou enquanto seu rosto fiava vermelho.

— Sua garota de merda! Mesmo quando uma pessoa se incomoda em te ouvir com seriedade!

— Já que eu te contei, por favor, me dê um pouco de pão de vez em quando. Com queijo também, estou ansiosa por isso. É uma promessa.

Shera estendeu sua mão, mas ela foi fortemente afastada.

— Cale a boca! Vá comer grama ou algo do tipo!

O jovem se alongou os ombros e foi em direção ao local de outro boneco de palha. Quando ela parou de olhar para ele, Shera continuou a praticar novamente.

— Se é grama, já comi muitas vezes; não é deliciosa. É amarga e não enche nem um pouco o estômago. Humanos não são vacas ou cavalos… a coisa mais deliciosa que já tive foi…

— … naquela vez… morte.

De cima, a foice brandiu verticalmente acima de sua cabeça e dividiu o boneco de palha em duas metades iguais.

Exército do Reino Yuz, Terceiro Quartel General do Corpo do Exército.
A noite passava, ao mesmo tempo, um ataque surpresa foi decidido para ser feito de acordo com a sugestão do comandante do corpo do exército, General Jarlder. Marchar durante a noite tinha um grande risco. Também haveria um surto de desertores.

Embora aqueles lançando o ataque surpresa fosse o Terceiro Corpo do Exército, eles eram da elite e tinham grandes honras; era uma divisão de dez mil pessoas sob o comando do Major Jira. A estratégia deles era de se agrupar com os reservistas alistados ao Castelo de Antigua e lançar um ataque mordaz sobre os armazéns de comida localizados ao redor da Forte do inimigo. Se a operação fosse de acordo com o plano, era certo que um dano fatal seria infligido sobre o Exército da Libertação.

Claro, a vigilância do inimigo seria rigorosa, mas, “se é nossa tropa de elite, com certeza os destruiremos”, foram as palavras de Jarlder. Depois disso, pela maioria dos votos dos oficiais comissionados que estavam sentados em linha, a estratégia seria executada. Também foi determinado que o pelotão de Shera teria a honra de participar no ataque surpresa. No entanto, para as pessoas a quem se referiam, era provavelmente um evento triste. Se eles lutassem, eles morreriam. Afinal, quem lutariam seriam os soldados que foram reunidos.

O ataque surpresa teria duas fases. Os oficiais, depois que o ataque surpresa fosse bem-sucedido, perseguiriam o exército rebelde sem exceção, ou assim que foi planejado. No caminho da perseguição, metade do Terceiro Corpo do Exército, que ficou no forte, formaria uma emboscada, estacionado nas florestas. Então, o esquema exigia que a unidade de perseguição cercasse o inimigo que chegava e levasse eles à extinção. Se tudo ocorresse bem desta vez, os insurgentes que se autoproclamavam Exército da Libertação da Capital Real seriam levados ao colapso em um golpe.

— … isso vai dar certo? Este ataque noturno. Me sinto um pouco desconfortável.

— Sei lá. Também me pergunto isso. Porém, estou ansiosa pelo silo de comida. É uma coisa repleta de comida. Nós vamos poder pegar tudo o que quisermos, não tenho dúvidas sobre isso.

Shera e o jovem, usando uma armadura bruta sobre o corpo, marchavam enquanto sussurravam. Os arredores estavam completamente envoltos por escuridão. Embora isso possa ser óbvio, fogo estava proibido, pois era um ataque surpresa. Na floresta, a qual era silenciosa, os soldados reprimiram a respiração enquanto simplesmente e seriamente marcharam a diante.

— … sabe, estivesse pensando desde então. Só existe comida em sua cabeça? Você devia pensar mais sobre outras coisas.

— Pois é, você não sabia?

– Jesus, eu invejo como você é tão despreocupada…. sabe, eu não posso deixar de ficar assustado. Eu continuo pensando em como não serei mais capaz de voltar para casa. Eu ainda, ainda tenho coisas que quero fazer. Eu temo a morte.

O jovem cerrou o punho firmemente, como se estivesse suprimindo sua tremedeira. Shera pegou um feijão frito de sua pequena bolsa e jogou na boca. Um sabor bom preencheu sua boca. Isso parecia estranho.

— Se você morrer, não ficará assustado. Isso não é uma coisa boa? Você não precisará mais se preocupar muito.

— ……. se você também morrer, você não sentirá mais fome, então, bom para você. Uma pessoa morta não sente fome.

— Eu acho, isso é verdade.

— Né?

— Ei, façam silêncio! O inimigo vai ouvir vocês!

No entanto, eles pensaram que a voz do Líder do Pelotão era a mais alta. Depois de trocarem alguns olhares, os dois ficaram em silêncio.

Já marchamos por uma hora? Ou talvez sejam duas? A vanguarda já lançou o ataque? Logo, seremos…, será que seremos capazes de fazer um ataque surpresa sem sermos descobertos? O jovem perguntava a si mesmo enquanto marchava e fazia o máximo que podia para não fazer barulho. Ele já sabia a resposta para sua pergunta anterior. Não, devia ser dito que ele descobriu ela.

— Desgraçados do Reino!! Todos vocês morrerão aqui-!!

— Arqueiros, comecem a disparar! Aniquilem eles!

Junto de um poderoso comando, tochas brilharam através das frestas das árvores ao redor. Ao mesmo tempo, flechas de fogo, com sons assobiantes, atingiram o exército do Reino.

— I-inimigo!! Emboscada do exército rebelde!!

— O que é isso!? O ataque surpresa foi descoberto-!? Rápido, recuem, recuem! Recuem!!

Jira, que liderava a unidade de ataque, levantou sua voz furiosa e deu ordens. Para tirar proveito do descuido de um inimigo, e então reunir e expulsá-los de uma só vez era chamado de “Ataque Surpresa”. Dito isto, os emboscados foram invertidos. A situação deles era igual a de uma presa que foi atraída com sucesso. O comandante precisava reorganizar a formação, se não…

— O fogo está se espalhando muito rapidamente! S-Senhor, o óleo foi espalhado! O f-fogo está vindo por toda a floresta!

— Se apressem e abram uma rota de fuga! Seremos aniquilados desta forma…!

Todo o ataque surpresa foi vazado para o exército rebelde e uma grande quantidade de feno e óleo foi espalhada pelo caminho que marchavam no bosque antes. Uma grande quantidade de flechas de fogo caiu lá. Já não havia mais nenhuma forma de reorganizar a divisão de Jira que caiu no caos. Eles seriam queimados até a morte na floresta, ou sairiam e seriam espetados pelo inimigo. O Comandante Principal, major Jira, continuou a berrar para que seus soldados escapassem de alguma forma, mas no final, ele foi morto pelo líder do exército rebelde. Não havia nenhum traço de confiança transbordante, a qual enchia sua expressão habitual em seu rosto; havia apenas uma, que parecia gritar, “Não quero morrer”.

O pelotão de Shera, que seguia eles, também foi engolido pelo vórtice de chamas. As flechas não paravam e continuavam a cair sem aberturas. Os soldados do pelotão também foram mortos em ação na briga furiosa. Os soldados que foram mortos em ação eram conhecidos de Shera, e houve uma vez em que ela ganhou pão deles. Ela pegou uma pequena migalha de pão que havia colocado em seu bolso, o jogou em sua boca e mastigou. Ela não receberia mais guloseimas, isso era muito triste.

— Mesmo se ficarmos aqui desse jeito, apenas seremos queimados até a morte. É pegar ou largar, nós só podemos sair da floresta. Se preparem.

O Líder do Pelotão esforçou sua voz e avisou os soldados.

— M-mas Líder do Pelotão, não seremos completamente cercados lá fora também?

— Quando isso acontecer, nós nos resignamos a nossa má sorte. Se você não quiser, tudo bem se ficar aqui. Não me importo se você violar as regras militares. Porém, assim você será queimado até a morte. Eu garanto… Aqueles que têm colhões, desembainhem suas espadas. Atacaremos todos de uma só vez ao meu sinal.

O Líder do Pelotão e os soldados no auge de suas vidas, tiraram as espadas e olharam para a direita. Através de uma abertura nas árvores, um campo aberto podia ser visto, e nenhum soldado inimigo foi encontrado. Naturalmente, havia uma boa probabilidade de que soldados inimigos estivessem deitados. Da frente, fumaça negra, gritos e chamas surgiam, obrigando os soldados a tomarem uma decisão.

Outro pelotão da traseira levantou a voz e saltou para as planícies. Ao mesmo tempo, o Líder do Pelotão também deu suas ordens.

— Comecem o ataque!! Ataquem!!

— Uaaaaaaaaaaaaaaaa!!!

— Em frente, em frente! Não olhem para tr….

— …. Fogo!

No ímpeto arrojado do pelotão, flechas vieram voando para o campo. Os soldados do Exército da Libertação estavam os esperando ansiosamente e inquietos. Não havia soldados que realizassem a emboscada que se revelara ao inimigo. Camuflados, flechas no arco, lanças agarradas, eles haviam escondido a forte intenção assassina deles. Já era muito tarde para o outro pelotão que costumava ficar atrás eles. Corpos mortos perfurados por flechas estavam espalhados por todo lugar. Uma flecha perfurou a testa do Líder do Pelotão que foi primeiro. Seu corpo também; várias flechas atingiram sua armadura, e o Líder do Pelotão morreu sem ser capaz de dar um gritou ou ser surpreendido.

O jovem, seja afortunado ou infeliz, foi atingido apenas em seu ombro e joelho direito, e não tinha ferimentos fatais. Porém, isso não mudava seu destino, a única diferença era agora ou mais tarde. Os soldados inimigos trocaram de lanças para arcos e estavam impacientemente se aproximando. Os membros feridos do pelotão aos arredores já não estavam mais em condições de lutar. Sem reforços, e o pelotão atrás deles já estava caminhando no caminho ao inferno.

— A-Ahh!

Com sua postura destruída, não havia sentido em apontar sua espada para o inimigo. Ele cogitou a ideia de jogar sua espada e se render, mas rapidamente deixou-a de lado. Afinal de contas, eles não levariam um soldado comum como prisioneiro.

— Vou morrer aqui. – O jovem, do fundo de seu coração, não queria morrer.

— Líder do Pelotão, ele morreu, huh. Mesmo ele tendo me dado tantas refeições. Realmente lamentável.

— Oi?

Ele pensou ter ouvido a voz habitual e imutável de Shera ao lado de seu ouvido, naquele momento, algo correu na direção dos soldados inimigos. Era muito rápido e o jovem poderia apenas dar o seu melhor e acompanhar com seus olhos. Então, ao mesmo tempo, sangue dançava entre as tochas, gritos irrompiam.

— A-Ahhhhhhhhhhhhh!!

— Whew.

— O… o qu…!

O braço direito de um soldado inimigo foi decepado por uma grande foice, e a cabeça de um homem que estava ao seu lado, embasbacado, saiu voando. A lâmina da foice era afiada e as cabeças dos soldados do Exército da Libertação eram decapitadas e voavam, era simplesmente como cortar mato.

O homem que teve seu braço direito destroçado não fazia ideia das circunstâncias que haviam caído sobre ele, e ele caiu com o rosto no chão. Seu sangramento era grave, e ele provavelmente não seria capaz de evitar a morte.

— Ei, o que vocês estão fazendo!? O oponente é apenas uma pessoa! Cerquem-no e mat...

No rosto do homem que dava ordens como um oficial comandante, perfurava a aresta temperada da ponta da foice. Aqueles que estavam ao lado ficaram em silêncio quando o rosto da pessoa foi cortado em formas irregulares. Parecia que ele, sem saber, ficou no alcance da foice.

— Hi-Hiiiiiii!!

Os gritos dos soldados ressoaram. Todos viram um desastre acontecer a um humano que estava apenas vivendo.

— É meio irritante quando há muitas pessoas. Porém, não deixarei ninguém viver. Vou massacrar todos vocês do exército rebelde.

Enquanto sussurrava um monólogo, ela se cruzou de forma indireta com uma lança que perfurava. Naquela abertura, a ponta da foice perfurou profundamente da cabeça do oponente. E assim, os arredores se tornou um mar de sangue, e o cadáver inútil foi jogado para longe.

A tropa do Exército da Libertação que caiu em um estado de pânico disparou flechas enquanto tremia. Shera girou a foice e os cortou como se não fossem nada.

Era como um conquistador ou herói que veio das lendas, o jovem pensou.

Um após o outro, os soldados inimigos começaram a recuar.

Tendo perdido sua unidade, as tropas caiam como se estivessem sendo atingidos por uma avalanche.

No instante em que Shera deu um leve sorriso e deu um passo à frente com seu pé direito:

— Socorro! E-Esse cara é um Deus da Morte!!

— Monstro!! Não podemos vencer!

— Não quero morrer em um lugar como esse!!

As várias pessoas que estavam vivas, começaram a gritar e fugir.

Shera marcou um homem como seu alvo entre eles e atirou a foice em sua mão com uma força poderosa.

A foice atravessou uma árvore grande em sua frente e cortou o corpo do soldado em seu caminho em dois, ele começou a se debater e se contorcer enquanto suas entranhas vazavam. Foi uma morte instantânea.

Enquanto o jovem e os soldados sobreviventes do pelotão estavam chocados, Shera, em um trote, foi pegar sua grande foice. Ela colocou a foice em seu ombro, e sua aparência era de uma felicidade absoluta, contra uma imagem de fundo de fogo.

Seu rosto estava manchado de sangue, sua armadura também. Pedaços de carne e vísceras estavam presos em sua foice. Era um espetáculo terrível que era impossível olhar diretamente.

— …

— Ah, Ahhhh!

—… Qual o problema? Seu rosto está pálido, sabia?

Do meio das planícies repletas com o denso cheiro de sangue. A Morte em si ia em direção ao jovem. Era a silhueta de Shera projetada por uma iluminação bruxuleante.

Como se estivesse vestida em roupas pretas esfarrapadas, o monstro da morte estava impresso na visão do jovem. A foice sinistra lentamente balançava de um lado para o outro. Como se estivesse caçando sua próxima presa.

Esse foi o máximo que o jovem conseguiu manter sua consciência.



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