Volume 2

Capítulo 6: A manhã da partida

Quatro anos atrás, era o dia quando o coração da jovem garota foi completamente quebrado.

Chamas estavam subindo em todas as partes do santuário.

As chamas emitiam fumaça preta e queimavam violentamente. Podia-se ouvir os gritos dos guardas desordenados.

Naquele dia, no santuário, onde o Lorde Elemental era adorado, um evento que abalaria o império estava ocorrendo.

A Rainha de Fogo de repente se rebelou e roubou o mais forte espírito do fogo, Laevatein, do santuário.

Os Cavaleiros Espirituais do Império não podiam nem mesmo chegar perto de seu adversário. O feroz Laevatein empunhava uma gigantesca espada flamejante demoníaca e simplesmente cortava os espíritos que bloqueavam o seu caminho.

Em meio a fumaça negra e chamas, uma garota corria sozinha.

As princesas donzelas do «Instituto de Rituais Divinos», que estavam fazendo suas malas em seus quartos, já estavam fugindo daquele lugar.

No entanto, a garota não estava correndo para fugir.

Era para impedi-la.

Sua donzela veterana, Rubia Elstein, que ela adorava como uma irmã mais velha e admirava do fundo do coração.

(Tem que ser algum tipo de engano. Rubia-sama nunca faria...)

A garota estava sem fôlego e finalmente tinha chegado na entrada do santuário.

A Rainha de Fogo estava lá.

Seus cabelos vermelhos tremulavam nos ventos violentos e na mão dela estava uma espada flamejando chamas escarlates.

Na calada da noite, o rosto dela, brilhado pela luz das chamas, era nada menos do que extremamente belo.

— Rubia-sama.

A garota engoliu seco.

Ela veio até aqui para impedi-la e ainda assim...

Aquela terrível sede de sangue diante dela simplesmente tomou tudo que ela tinha.

No entanto, ela fouçou sua voz corajosamente.

Ela tinha que detê-la. Esse era o dever daqueles nascidos na família real.

— Não fique no meu caminho.

A Rainha de Fogo avisou com uma voz sem emoção.

Suas pupilas cor de rubi, carregando quentes chamas vermelhas, desprezavam a garota diante dela.

— Não, Rubia-sama. Não permitirei que você passe por aqui.

Encarando aqueles olhos firmemente, a garota recitou a invocação em linguagem espiritual.

— Vós, servo do Rei e filho do homem, cavaleiro e mestre espadachim!

— Cumpre o antigo pacto de sangue, torna-te a espada a me proteger, apareça e faça minha vontade!

O espírito pactuado da garota era um espírito sagrado de alto nível, que tinha servido a família real de Ordesia por gerações.

 Mesmo que ela não pudesse ganhar, ela poderia conseguir atrasá-la por algum tempo.

Foi o que ela pensava.

No entanto.

— Eu disse para não ficar no meu caminho.

Naquele momento, a Rainha de Fogo balançou a espada flamejando chamas escarlates em sua mão.

Naquele momento. Um flash vermelho sucedeu, o espírito sagrado invocado foi envolvido pelas chamas quentes e desapareceu.

— O… que…

*Thump*

A garota caiu de joelhos naquele lugar.

Era doloroso respirar. A garganta dela formigava e ela não conseguia nem respirar.

A causa foi o seu espírito pactuado que ela tinha total confiança.

O cavaleiro mais forte, que sempre a protegeu desde que ela era jovem, desapareceu muito rápido.

— N- Não, por favor, me ajude…

O medo desesperado esmagou o coração da garota, que transbordava de confiança, em pequenos pedaços.

A garota jogou fora todo o seu orgulho de realeza, começou a chorar e implorou.

A garota que estava lá não era a segunda princesa do império, nem a princesa donzela de elite do Instituto de Rituais Divinos.

Era apenas uma garota impotente.

A Rainha de Fogo curvou-se suavemente perto dela. Todo o corpo da garota tremia com apenas isso.

— Fianna Ray Ordesia, nunca apareça na minha frente novamente.

Ela sussurrou isso perto dos ouvidos dela, e então continuou e desapareceu no meio das chamas ardentes.

— …?!

Fianna pulou da cama.

A respiração irregular dela não se acalmava. A desagradável transpiração fazia com que sua roupa íntima se agarrasse estreitamente a pele dela.

— Um sonho…

Depois de murmurar e acalmar a sua respiração, ela agarrou firmemente o lençol da cama.

Era o quarto de Claire no dormitório da Classe Raven. A luz do sol da manhã brilhava pela janela.

Parecia que ela tinha dormido com seu uniforme. Não se podia dizer que era confortável o suficiente para dormir, mas o uniforme do «Instituto de Rituais Divinos», que era incorporado com atributos sagrados, tinha o efeito de recuperar o cansaço.

(Parece que meu segredo não foi exposto…)

Olhando para a área do peito aberta, Fianna suspirou de alívio.

E então, se lembrou. Sobre a noite de ontem.

(Se ele não tivesse me protegido naquele momento, agora eu estaria...)

Ela mordeu os lábios e pôs mais força na mão que segurava o lençol.

(…foi o mesmo que aquele dia. No final, eu não pude fazer nada.)

Naquele momento, a porta do quarto abriu de repente...

— Fianna… você acordou?!

— Kyaa?!

Fianna gritou e rapidamente escondeu seus seios expostos.

— F- Foi mal!

Nervoso, Kamito desviou seus olhos.

— Por que você entrou assim tão de repente…

— Desculpe…eu sempre tenho que despertar uma ojou-sama que sempre dorme demais.

Kamito se desculpou enquanto coçava a cabeça. Seu rosto estava cheio de cansaço.

— Está tudo bem com a ferida na sua mão?

— Ah, não foi nada. A Claire já tinha chamado uma equipe médica.

Kamito acenou com a mão esquerda, que tinha sido penetrada pelo espírito, para mostrar a ela.

Certamente parecia que a ferida tinha sido curada, mas pela expressão dele parecia que ele ainda sentia dor.

— Sinto muito, é por minha causa. Porque eu me intrometi desnecessariamente.

— Não, Fianna, se você não tivesse usado o cristal espiritual naquela hora, eu teria sido morto. Obrigado por me salvar. O cristal espiritual que você usou não era extremamente caro?

— Isso não é nada de especial, quem você acha que eu sou?

— Entendo… você é uma antiga princesa real.

Enquanto sorria, Kamito se sentou na cama.

(…sem chance, me pergunto porque meu rosto está tão quente.)

O coração de Fianna estava acelerado.

(Eu só estou tentando usá-lo… e ainda assim.)

Para seu rosto não ser visto diretamente por algum motivo, Fianna abraçou os joelhos e olhou para baixo.

— Sobre o intruso de ontem, parece que as Cavaleiras Sylphid estão no meio da investigação. Os professores também parecem estar se movendo, no entanto, o plano de ir investigar a cidade mineradora continua como planejado.

Kamito cortou sua própria frase...

— Antes de irmos à missão, quero te perguntar algo.

— Já vai me pedir em casamento?

— Não brinque com isso. Você já sabe, é sobre aquilo

Kamito disse com um tom sério, e *kata*, um pequeno som foi ouvido do lado de fora.

Fianna sorriu. Era o mesmo que o rosto de uma garota pensando em brincar.

Após escovar seu deslumbrante cabelo preto, ela gentilmente aproximou seus lábios perto da orelha de Kamito...

— Entendi. Vamos ter uma conversa importante a sós e sem a Claire por perto, né?

— Hum? Bem, sim, mas…

Foi uma maneira de dizer que deixava algo incerto... Kamito franziu a testa e naquele momento…

*Bam*

A porta do quarto abriu de repente.

— Ei, Kamito, que coisa importante é essa que vocês vão conversar sem ter eu por perto?

*Gogogogogogogogo*

— Claire?! E- Espere, você entendeu errado, as palavras de agora não foram nesse sentido...

— Scarlet!

Quando Claire gritou o seu nome, um gato infernal em chamas apareceu de um espaço vazio.

— V- V- Você tem duas escolhas… assado ou defumado?!

— Fianna, vamos fugir!

— Eh… kyaa!

Kamito delicadamente pegou Fianna, chutou a janela do quarto e pulou.

— Ah, v- você fugiu, espere!

O pátio da academia estava nebuloso com a névoa da manhã.

Rinslet Laurenfrost, sua empregada e o lobo estavam fazendo uma caminhada matinal.

— Carol, vamos tomar o café da manhã na sala de jantar?

— Sim, senhora.

Carol assentiu, aparentemente feliz. O lobo branco andando ao lado dela também uivou.

Ao contrário da sua aparência feroz, este lobo era surpreendentemente fofo e tinha olhos bonitos. Era o espírito demoníaco de gelo de alto nível, Fenrir, que tinha servido a família Laurenfrost por gerações.

Andar com um espírito pactuado não era algo incomum.

Os espíritos particularmente gostam de caminhar na floresta. A Floresta Espiritual em volta da academia era um ambiente extremamente confortável para os espíritos que se manifestaram neste mundo.

Garotas Cavaleiras estavam correndo agitadas pelo pátio.

— O que? Fazendo barulho já de manhã.

— Parece que um ladrão invadiu a academia ontem à noite, senhora.

— Para tentar invadir essa academia, deve ser um ladrão valente... ah?

Franzindo a testa, de repente, Rinslet levantou a voz.

Kamito estava correndo em direção a Floresta Espiritual.

Kamito estava levando consigo uma garota incrivelmente bonita.

— Ah, é o Kamito-sama. A garota ao lado dele é, se não estou enganada, a estudante recém-admitida, Fianna-san?

— …

Rinslet fez beicinho, aparentemente mal-humorada.

— Por que será que senti um aperto no peito.

— Ah, senhora, você não odeia o Kamito-sama?

— Sim, eu o odeio! Aquela pessoa necessita da distinção!

— No entanto, minha senhora, você parece gostar bastante do Kamito-sama, não é mesmo?

— E- Eu só quero roubar o escravo da Claire Rouge!

O rosto de Rinslet ficou vermelho e ela se virou.

E então, ali, ela viu outra conhecida e franziu a testa.

Naquele mesmo momento, Claire estava saindo do dormitório da Classe Raven.

Ela parecia um pouco estranha e estava cambaleando com uma expressão deprimida incomum.

 Mesmos seus orgulhosos rabos duplos vermelhos estavam balançando desanimados.

— O que aconteceu?

Rinslet murmurou, aparentemente preocupada.

(Ela pode ser minha rival, mas como esperado, eu não posso abandoná-la.)

Mesmo que elas estavam sempre brigando, ela estava preocupada com sua amiga de infância de um jeito ou de outro.

Deixando para trás a Carol e Fenrir, Rinslet calmamente se aproximou por trás.

— P- Por que ele gosta tanto de peitos grandes? Aqueles montes de gordura…

— O que tem os peitos, Claire Rouge?

— R- Rinslet?!

Claire ficou surpresa e gritou.

— Você sempre foi despeitada e isso não é de hoje…

— Cale-se… bem, isso não importa. Além disso, você viu Kamito?

— O Kamito-san? Bem, eu o vi há algum tempo. Ele estava andando com uma garota.

 — O que?

— Eles foram em direção a floresta. Se você correr, você deve alcançá-los.

Claire… gemeu.

— E- Eu não me importo com aquele garoto! Espero que ele morra asfixiado por peitos!

— Ei, Claire, o que aconteceu?

Rinslet perguntou, aparentemente intrigada.

Claire mordeu os lábios firmemente.

— Rinslet, vou te perguntar morrendo de vergonha… p- por que os meus peitos são pequenos?

Rinslet sorriu gentilmente para Claire, cuja o rosto estava corado de vergonha.

— Não tem nada de errado com você. A culpa é toda dos seus peitos pequenos. Aliás, você é a preferência de alguns tarados pelo mundo afora.

— Rinslet, você fingiu que me consolou para me ofender até a alma?

— Foi só a sua imaginação.

Rinslet disse despreocupadamente.

— Se ao menos eu pudesse dividir os meus peitos com você…

Ela murmurou... de repente, Rinslet se lembrou de um artigo que ela leu de alguma revista.

— Claire, me lembrei de um método para aumentar os seus peitos.

— Hã?

Claire olhou para Rinslet com os olhos cheios de expectativa.

No entanto, ela instantaneamente sacudiu a cabeça.

— Mentira. Duvido que exista um método. Eu fui atrás do espírito lendário peitudo que disseram existir na antiga floresta espiritual, mas era só um rumor falso.

— Eh, v- você estava fazendo uma coisa tão vergonhosa?

Rinslet, como esperado, recuou.

— Cale-se. Bem que seja. Eu vou ouvir você falar sobre esse método.

Claire tossiu e disse.

Ela tomou uma atitude como se não parecesse interessada, mas seu interesse já tinha sido descoberto

— Hum…

Rinslet colocado a mão no queixo.

(Talvez eu possa usar isso para uma troca.)

Parecia que as preocupações de Claire não eram algo muito sério.

Se for esse o caso, ela achou que era um desperdício dar informações para sua rival.

(Isso me lembra, a equipe da Claire irá em uma missão ranque S.)

Rinselt se lembrou da coisa que ela casualmente ouviu ontem da Carol.

— Eu vou te dizer. No entanto, isso não será de graça.

— O que?

— Quero ter o privilégio de me juntar a Equipe Scarlet na sua atual missão.

— Hein? Por que?!

— É injusto que só vocês possam ir em uma viagem. Além disso, será preocupante se o meu servo for domado e quero aproveitar para ir num lugar onde nunca estive.

— Não é uma viagem; é uma missão. Para começar, Kamito não é seu servo.

Claire, sem rodeios, sacudiu a cabeça. Era natural. Se aumentassem o número de pessoas que participariam da missão, os pontos de ranking dados por pessoa também diminuiriam.

— Entendo, nesse caso, é uma pena, mas sou incapaz de te contar o método para aumentar os seus peitos.

 — Guu…

Claire, aparentemente chateada, cerrou os dentes.

Por alguns segundos, ela olhou severamente para Rinslet...

— E- Eu entendi.

Eventualmente, ela suspirou e desistiu.

— Você pode vir junto. No entanto, formar uma equipe com você é algo temporário.

— I- Isso é óbvio! Quem participaria de uma equipe como a sua?

Durante aquele tempo, Kamito e Fianna tinham ido mais fundo na Floresta Espiritual.

À noite, era uma floresta das trevas cheia de espíritos desagradáveis, mas durante o dia, emitia a mesma sensação que um santuário sagrado. A Floresta Espiritual era um lugar com duas faces.

(Isso me lembra, eu conheci a Claire aqui…)

Esse era, de muitas maneiras, o pior tipo de encontro.

— Passear a sós na floresta parece até um encontro, né?

— Esse não é um lugar adequado para um encontro. Existem espíritos nos observando de todos os lados.

— Está bem. Se eu tivesse que dizer, então eu sou mais do tipo que se excita sendo vista.

— O que… p- princesas não dizem uma coisa dessas!

— É uma piada. Porque você ficou vermelho?

Embora tendo uma conversa dessas, os dois chegaram numa clareira no meio da floresta.

Ele não precisa se preocupar com alguém ouvindo sobre sua conversa.

— Bem, só tenho uma pergunta...

— A cor da minha calcinha é preta.

— Não se adiante e responda. Não pretendo fazer uma pergunta dessas.

Kamito respondeu com um olhar inexpressivo. Não seria bom se ele fosse arrastado para o ritmo da princesa.

— Ahem.

Ele tossiu e olhou diretamente nos olhos de Fianna.

— Por que você sabe a minha verdadeira identidade?

— …

Houve alguns segundos de silêncio.

E então, ela suspirou calmamente.

Ela não conseguia esconder a decepção que surgiu em seu rosto.

— Ei, você realmente não consegue se lembrar?

— Desculpe, mas eu não tenho uma princesa como conhecida.

Fianna suspirou novamente pela resposta do Kamito.

Ela inchou as bochechas, em vez de estar chocada, parecia que ela estava com raiva.

— Primeira dica: lembra de alguma coisa olhando para esta floresta?

— A floresta?

— Sim, a floresta do Astral Zero.

Astral Zero… havia alguma coisa presa na mente de Kamito.

— Segunda dica: Blade Dance.

— Fala da Blade Dance de três anos atrás? …não me diga, eu te enfrentei na Blade Dance?!

— Terceira dica: estilo de cabelo!

Gritando com uma voz irritada, Fianna segurou o cabelo com as mãos.

Ela separou seu glamoroso cabelo preto em ambos os lados, aquela aparência...

— Ah!

Kamito, espontaneamente, levantou a voz.

— E- Eu lembrei!

Três anos atrás, ela era a garota que ele salvou quando estava sendo atacada por um espírito na floresta do Astral Zero.

Certamente, naquela época, Kamito tenho sido visto quando ele não estava usando sua roupa feminina.

— A garota daquele dia era você, Fianna!

— Sim, você demorou para perceber.

Fianna fez beicinho como se ela estivesse mal-humorada.

— Err, mas você está muito diferente…

Kamito falou ambiguamente. Não era como se ele não se lembrasse dela, no entanto, ela não era uma garota tão crescida.

— Kamito-kun, você também mudou bastante.

— Várias coisas aconteceram.

Kamito desajeitadamente desviou os olhos.

 Sua linha de visão inconscientemente fixou-se na sua mão esquerda, coberta por uma luva de couro.

Três anos atrás foi quando tudo mudou.

Afinal, foi naquele dia que ele a perdeu, estendendo sua mão para o desejo que nunca deveria ter sido desejado.

— Apesar da promessa de nos reencontrarmos de novo, eu fiquei te esperando. Só que você desapareceu.

— Sinto muito.

Kamito se desculpou honestamente.

Fianna colocou as mãos na cintura e suspirou de decepção.

— Está tudo bem, eu te perdoo. Estou ofendido que você tenha me esquecido, mas bem, é isso. Para você, eu era apenas uma garota que você salvou ao acaso, mas...

Ela murmurou desoladamente.

De repente, ela empurrou seu dedo macio suavemente na boca de Kamito.

— Você foi o meu primeiro amor.

— O que…?!

— É brincadeira.

— Mas você, hein…

Kamito olhou com um olhar inexpressivo e Fianna deu uma risadinha.

— Entendo, você é a garota daquela vez…

No entanto, mesmo se...

Por que ela veio se aproximando de Kamito? Essa razão não estava clara.

— Fianna, por que veio para esta academia?

— É claro que foi para beijar o meu amado Kamito-kun.

— Você não sente vergonha de dizer isso?

— S- Sim… o que eu disse agora me deixou envergonhada.

Fianna ficou vermelha e olhou para baixo.

— Ei vim aqui porque ouvi falar sobre o você.

— Sobre mim?

— Sim, há alguns dias, eu ouvi um boato do meu mordomo que serve no castelo. Que havia um elementalista masculino, que derrotou um espírito militar fora de controle. Depois de investigar o nome dele...

— Era o meu nome daquele que desapareceu três anos atrás.

— Sim. Embora, eu sabia intuitivamente apenas pela parte do elementalista masculino.

— Então, por que veio se encontrar comigo?

— Para ficar beijando o Kamito-kun...

— Chega de brincadeiras.

Kamito interrompeu e Fianna foi um pouco mal-humorada e se manteve em silêncio.

E então, ela calmamente abriu a boca.

— Eu pensei em fazer chantagem com o seu segredo do passado para te forçar a ser da minha equipe.

— O que você quer dizer?

— Se eu estivesse na mesma equipe da mais forte dançarina das lâminas, Ren Ashbell, pensei que eu poderia vencer a próxima Blade Dance.

— Entendo. Isso significa que aqueles estranhos métodos sedutores também faziam parte do seu plano?

— Err… E- Eu fiquei exposta.

— Sua atuação foi muito natural. Bem, acho que você fez o seu melhor.

De qualquer forma, ela era uma princesa real que passou por um treinamento rígido, ela era uma princesa donzela do famoso «Instituto de Rituais Divinos». Em relação a isso, de certo modo, ela era mais inocente que as ojou-samas desta academia.

— No entanto, não me entenda mal! Eu fiz uma coisa daquelas só para você, Kamito-kun!

— Não, esse seguimento é preocupante…

Kamito gemeu com um olhar inexpressivo e suspirou.

— No entanto, por que você planeja participar da Blade Dance?

— Isso é…

Fianna fez uma expressão perplexa–

— Não é óbvio? Se eu vencesse a Blade Dance, eu teria o prestígio e honra de volta. Todos aqueles que zombaram de mim como “A Rainha Perdida” ou “A princesa imprestável”, teriam que me reconhecer.

— Entendo.

Isso era uma mentira. Kamito tinha um palpite. Esse não era o verdadeiro motivo.

Suas pupilas frias eram semelhantes às da Claire, carregando uma forte vontade ao buscar seus objetivos.

Com tal motivo, ela não deveria ser capaz de ter tais olhos.

— Ei, Kamito-kun. Você não está com raiva?

— Hum, por que?

— Afinal de contas, estou tentando usá-lo.

Kamito encolheu os ombros para a princesa, que ficou séria em um momento estranho.

— Não é nada, a Greyworth sempre me usa. Além disso, a Claire me trata como escravo. Mais uma ou menos uma não muda muita coisa.

— Até mesmo a Ren Ashbell passa por coisas difíceis.

Fianna sorriu amargamente, e naquele momento...

— O que vocês estão fazendo ai?!

Um arbusto balançou e uma voz fria ressoou.

Ele se virou e uma garota, cujo o rosto ele conhecia, apareceu do outro lado da moita.

— Ellis?

— Oh, é o Kamito.

Ellis respirou de alívio e embainhou sua espada. Em seguida, ela empurrou o arbusto e caminhou na direção deles.

Imediatamente por trás, a as Cavaleiras Rakka e Reishi apareceram.

— Ellis, qual é o problema? Por que você está no meio da floresta?

— Essas são as minhas palavras. Por causa do intruso de ontem, as cavaleiras estão sendo sobrecarregadas. Peço que você seja discreto com as suas ações.

Imediatamente, a visão de Ellis mudou-se para Fianna, que estava atrás de Kamito.

A expressão dela imediatamente se tornou severa.

— O que vocês estavam fazendo aqui sozinhos?!

Antes que Kamito percebesse, a espada já estava desembainhada novamente.

Como sempre, a velocidade dela com isso era incrível.

— De jeito nenhum, vocês...

— Que bobinha, só existe um motivo para um casal da mesma idade entrar na floresta.

— Mas oque…?!

O rosto de Ellis foi tingido de vermelho vivo pelas palavras de Fianna.

A ponta da espada estava sendo apontada para a garganta de Kamito.

— Ei, Fianna?!

Kamito gritou, mas Fianna fingiu ignorar.

— A academia não possui regras que proíbem relações sexuais imorais, mas isso é porque nunca teve homem aqui. As Cavaleiras não vão permitir isso! Digam o que vocês estavam fazendo!

— Bem, o que fazíamos? No entanto, você já deve ter uma boa ideia, não é?

Fianna pressionou os peitos dela firmemente no braço de Kamito.

Os olhos de Ellis davam cada vez mais medo.

— Fianna, porque você sempre ataca mais lenha na fogueira?!

— E pensar que eu estava com uma opinião um pouco melhor de você… seu insolente!

Ela balançou sua espada.

Kamito saltou para trás para evitar o ataque impiedoso.

— Espere, Ellis! Cavaleiras, por favor venham, há um demônio assassino aqui!

— Seu idiota, eu sou uma cavaleira!

— Eu disse de ironia!

Kamito gritou.

— Capitã, você está perdendo seu tempo.

Rakka colocou a mão no ombro de Ellis.

— Desculpa, a nossa capitã fica toda nervosa quando está na sua presença.

— I- Isso não é verdade!

O rosto de Ellis ficou vermelho brilhante e ela rosnou para Reishia, que estava rindo.

Por enquanto, parecia que o perigo de perder a sua vida tinha desaparecido. Kamito respirou de alívio.

— Ellis, o que vocês fazem aqui tão cedo?

— Ah, foi decidido que nós fossemos em uma mina para uma missão. Para iluminarmos os túneis, nós viemos capturar espíritos de luz.

Aquela que respondeu foi Rakka.

É isso mesmo. Eles estavam segurando lanternas com pequenos cristais espirituais dentro em suas mãos.

— Uma mina? Por acaso a missão é na mesma Cidade Mineradora que nós vamos?

 — Ah, é verdade. Embora, nossa missão não seja de investigação.

— O que você quer dizer?

— É uma missão recentemente acrescentada esta manhã. Os detalhes diziam para capturar o invasor e recuperar os documentos sigilosos roubados.

— O invasor... aquele tal de Jio Inzagi.

Ele era um elementalista masculino, que usava vários espíritos pactuados.

Ele parecia saber alguma coisa sobre o objetivo do rapaz.

— Isso mesmo. Ainda não descobrimos a verdadeira identidade dele, mas os documentos roubados eram sobre o espírito militar tático Jormungand, que foi selado naquela cidade mineradora após a guerra. Parece que há pessoas se movendo secretamente na cidade mineradora.

Ellis manteve sua calma, aparentemente irritada.

— É por causa desse tal de Jio inzagi que as Cavaleiras Sylphids perderam credibilidade. Para restaurar a honra das cavaleiras, eu, como a Capitã, preciso capturá-lo.

Rakka e Reishia fortemente assentiram nas palavras de Ellis.

(Parece que não vai terminar como uma investigação comum de terremoto.)

Uma premonição passou pela mente de Kamito.

Houve documentos sigilosos roubados contendo informações sobre um espírito militar tático de alto nível.

E, em seguida, houve o invasor, que de alguma forma sabia a verdadeira identidade de Kamito.

 (Greyworth não está segurando informações sobre aquele invasor?)

Kamito honestamente não entendia o que aquela Bruxa do Crepúsculo queria que ele fizesse. No entanto, ele pensou sobre isso, para Greyworth apresentar uma missão ranque S naquele momento, ele sentiu algo intencional por trás das ações dela.

(Aquela bruxa…)

Kamito gemeu asquerosamente.

Depois disso, ele olhou para Ellis.

— Ei, Ellis. Já que os nossos objetivos são os mesmos, por que não trabalhamos juntos?

Aquele assaltante Jio Inzagi não era um adversário comum.

Claro, ela sabia sobre as habilidades de Ellis, mas aquele não era um adversário que poderia ser derrotado com as habilidades delas.

No entanto, Ellis sacudiu a cabeça decisivamente.

— Kamito, eu entendo seus sentimentos, mas não posso pedir a sua ajuda. Isso é algo que as Cavaleiras Sylphids devem resolver.

— Bem, você pode pensar assim, mas não exagere.

— A- Ah… você também.

Ellis se virou vermelha e olhou para longe.

Fianna, que viu aquela situação, fez beicinho aparentemente triste por algum motivo.

Naquele momento, Claire estava abraçando um travesseiro em sua cama e se contorcia.

— Pedir ao garoto que eu g- gosto para esfregar os meus p- peitos!

Ela gritou com o rosto corado e bateu no travesseiro.

*Posun* *Posun*.

(— Para aumentar os seios, nada melhor do que uma massagem do seu amado.)

Rinslet disse isso a ela.

— N- Não tem como eu fazer isso! Além disso, o garoto que eu gosto é o...

Enquanto abraçava firmemente o travesseiro, ela rolou preguiçosamente em sua cama… e de repente parou.

— …

Naquele momento, o rosto do Kamito veio na mente de Claire por algum motivo.

Como o príncipe dos romances destinados a adolescentes, que Claire adorava ler, Kamito, na sua imaginação, empurrou Claire na cama forçadamente...

— Fuwaa, o- o que você está fazendo, seu idiota! Pervertido!

— Incrível, os seus peitos não são tão pequenos assim.

— Há? S- Sério? Isso não é verdade, eles são só normais.

— Vou deixá-los ainda maiores… com a minha técnica magnífica.

— Não, ei, fua, a- aa

Na imaginação dela, a ponta dos dedos de Kamito agarraram firmemente os peitos de Claire.

A cada esfregada os peitos dela iam se expandindo como um bolo fofo.

— Fua, hn, o-o que é isto, que incrível…?!

O botão do seu uniforme estourou com um estalo e seu sutiã rasgou e depois...

 — Não tem como uma coisa dessas acontecer!

Claire bateu no travesseiro e se contorcia.

— Que negócio de “técnica magnífica” é essa? Eu sou tão idiota assim?!

— Nyaa?

— O- O que está olhando, Scarlet!

Ela olhou para o chão e jogou o travesseiro, e o espírito do fogo escapou em um alvoroço.

— Ahh, a culpa é toda dele!

Enquanto abraçava seus ombros, ela aumentou o ritmo da sua respiração.

(O que eu faço, de repente comecei a me sentir quente. Será que estou com febre.)

Seu corpo estava quente, por algum motivo. Claire colocou as mãos nas bochechas e teve uma ideia.

(Será que eles vão crescer se eu mesma massagear?)

— E- Eu devo tentar…

Com a ponta dos dedos, ela levemente segurou seus próprios peitos.

— Ah, hn…

Involuntariamente, ela soltou uma voz devido a leve sensação de dormência.

(O- O que eu posso fazer… isso de alguma forma é gostoso.)

 *Funyuu**Funyuu*.

— Fua, ah, hn, não, isso… é tão bom…

Ela estava esfregando os seus peitos meio constrangida.

*Gacha *

O som da porta do quarto se abrindo ressoou.

— O que v- você está fazendo?

Kamito estava com um rosto perplexo.

— Fua?! Não, isso não é o que parece!

Imediatamente após dizer isso, inúmeras bolas de fogo lançadas por Claire atingiram Kamito e mandaram ele longe.

Tinha passado uma hora depois do que aconteceu. Na praça em frente ao portão, Kamito estava se preparando para a partida.

Não era um lugar tão longe da academia. Era uma distância que não levaria um dia andando a cavalo.

Parecia que a equipe de Ellis já tinha partido. Quanto as garotas, que estavam recebendo proteção divina do espírito de vento, devem ser capazes de chegar lá mais cedo.

Após equipar Est em sua cintura, que tinha se transformado na sua forma de espada, ele confirmou o equipamento.

— Estou atrasada, Kamito-san.

Uma ojou-sama loira platinada veio conduzindo um cavalo.

— Han? A Rinslet também vai?

 Kamito perguntou a Claire.

— Sim, foi um acordo estratégico. Eu a deixei participar dessa missão em troca de uma informação importante que ela tinha.

— Informação importante? O que era?

— É segredo… afinal de contas, é uma informação importante que não pode ser dito a alguém como você.

— Certamente, uma informação importante para você. Um método para aumentar os peitos!

— Ei, Rinslet Laurenfrost, você quer virar cinzas?

— Ei, Claire, você me parece séria demais!

Rinslet recuou.

— Ah, eu estou preocupada com a senhorita. Você irá a um lugar tão perigoso.

Ao lado dela, Carol, a empregada, estava com as mãos juntas como se estivesse rezando parecendo preocupada com sua mestra.

Como ela não era um elementalista, ela naturalmente não podia ir junto na missão.

— Está tudo bem, Carol. Em vez disso, sou eu que estou preocupada com você.

Rinslet abraçou a corajosa empregada que tinha afeto por sua mestra.

— Será que você vai acordar sozinha sem mim? Você tem que fazer três refeições ao dia. Quanto a lavagem, tome cuidado para não ser coberta por bolhas novamente.

— Sim, minha senhora, eu farei o meu melhor mesmo se a senhora não estiver por perto.

— Não, isso é estranho.

Kamito respondeu para as duas, que de alguma forma estavam ficando animadas, com um olhar inexpressivo.

— Por acaso a Carol seria uma empregada terrivelmente imprestável?

Então, Rinslet severamente se virou e olhou para Kamito.

— O que você está dizendo? Está tudo bem já que ela é uma empregada tão bonita!

— Bem, se você está bem com isso, tudo bem, no entanto…

(Ou talvez devo dizer que Rinslet é realmente uma supermulher perfeita em todos os trabalhos domésticos?!)

Isso era surpreendentemente verdade.

— As refeições que a senhorita faz são muito deliciosas.

— Carol, você também deve fazer algum trabalho…

Kamito estava espantado com a empregada imprestável.

— P- Pare! Eu mandei parar, não foi!

Um grito foi ouvido por trás.

Kamito virou e viu Fianna, que estava montada em um cavalo, quase...

— Kyaa!

*Thud*

Ela caiu de bunda no chão. Parecia que seus reflexos não eram muito bons.

— Nossa, apesar de ser uma princesa real, você não sabe andar a cavalo? Andar a cavalo é um conhecimento básico para um nobre, né?

— Não foi ensinado como andar a cavalo no «Instituto de Rituais Divinos»!

 Enquanto batia a lama presa na sua saia, Fianna respondeu.

— A prática de combate a cavalo é uma disciplina obrigatória na academia, algo que você tem que se acostumar. Bem, manter o equilíbrio com esses peitos aí deve ser difícil, né?

— Sim, isso é verdade. Eu não tenho aeropeitos que diminuem a resistência do ar feito você.

— Como assim aeropeitos?! Não invente novas palavras!

Rinslet apareceu no lugar onde as duas estavam brigando.

Escovando seu cabelo loiro platinado, ela olhou para Fianna e sorriu.

— Eu sou Rinslet Laurenfrost. Prazer em conhecê-la. E mais, o Kazehaya Kamito é o meu servo, então você poderia, por favor, parar de se jogar em cima dele?

— Ah, eu não pretendo fazer nenhum movimento em cima dele. Já que ele é seu servo, por que ele não está na coleira?

— Você tem a língua afiada, Vossa Alteza… hohoho.

— Fufufu…

Entre as duas, faíscas se espalhavam.

— Ei garotas…

Kamito, que estava montado no cavalo, ficou pasmo e suspirou.

Fianna se virou para Kamito e um sorriso travesso surgiu.

— Ei, como eu não sei montar em um cavalo, Kamito vai me dar uma carona.

— Hein?

Antes que Kamito respondesse, Fianna tinha pulado atrás dele.

— O que…!

— Vamos!

Claire e Rinslet levantaram a voz simultaneamente.

Fianna envolveu as mãos na cintura de Kamito e o abraçou fortemente.

*Fuyon*

Ele sentiu a sensação macia dos peitos dela tocando suas costas.

— P- Por que eu? A Claire ou a Rinslet podem te dar uma carona.

— Eu quero passear ao seu lado, Kamito. Ou você quer que sua verdadeira identidade seja revelada?

— Guu…

— Não, i- isso não é bom!

Claire bateu no chão com seu chicote.

— Han, por que?

— Por- Porque…? D- De qualquer forma, isso não é bom!

— Mesmo que você seja uma princesa real, isso é injusto!

Rinslet também inchou suas bochechas.

Ele não entendia muito bem o que era injusto.

— Caramba, parece que eu vou ter muitas dificuldades até chegar na cidade mineradora…

Kamito suspirou profundamente, montado no cavalo com Fianna sentada atrás dele.



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