A Aurora Dourada Brasileira

Autor(a): W. Braga


Volume 1

Capitulo 4: INESPERADO

Na nova aurora se anunciava. Com todos descansados e alimentados, logo ergue­ram o acampamento e arrumaram tudo em seus cavalos.

A sacerdotisa Niara já se encontrava montada em seu belíssimo cavalo. Com expressão de ansiedade, pois queria logo tomar o caminho à frente.

— Estamos prontos, minha senhora! — informou o responsável pela segurança.

Com um sorriso de satisfação. Niara tomou a dianteira do grupo e galoparam em seguida.

Para sua segurança, ela estava cercada por sua guarda pelos ambos os lados.

Seguiam em ritmo mais veloz, liderando a frente seguia: o príncipe Walery, o cavaleiro líder da guarda real, seguido de mais três, o restante seguia a retaguarda em uma for­mação defensiva.

Cavalgaram por um longo período, quando a sacerdotisa se pronunciou com serena autoridade:

— Vamos sair da estrada ali na frente!

Sem questionar, o grupo tomou o rumo quando chegaram ao local indicado. Saindo da estrada como a sacerdotisa havia pedido.

Pegaram um trilha pouco usada pelos habitantes das redondezas.

O tempo continuava fechado e frio, o solo molhado, pois havia chovido levemente durante a madrugada e um pouco naquela manhã.

Já era quase meio-dia, quando chegaram a um povoado.

Como as nuvens estavam mais escuras, dando a entender que choveria intensamente.

Sendo assim procuraram por um lugar mais adequado para ficarem e se protegerem.

Foi quando encontraram uma pequena e simples hospedaria no centro do povoado.

Ali permaneceram a tarde e a noite inteira, pois a chuva havia aumentado muito, de maneira que decidiram que partiriam no dia seguinte.

Noite chuvosa, com os raios cortando o céu em meio ao som dos trovões.

A sacerdotisa Niara: em seu quarto, sozi­nha, observava em pé, um pouco afastada da janela.

Observava chuva cair severamente, castigando o solo, encharcando rapidamente aquela terra avermelhada.

Não havia um único movimento na rua em frente à hospedaria.

A pouca luminosidade vinha das tochas que quase se apagavam por causa dos ventos fortes, na qual mal dava para ver alguma coisa.

Niara escutava o som da chuva no telhado e os trovões, que deixavam a sacerdotisa apreensiva, mas ela mantinha o pensamento focado em seu povo e em sua mãe.

No quarto ao lado se encontrava o príncipe Walery. Também em silên­cio e pensativo estava deitado em uma simples, porém confortável cama.

Com sua a espada mística ao seu lado. Também escutava o som dos trovões, a chuva cair e a lenha queimar no braseiro disposto no meio do quarto e assim ajudar a aquecer o ambiente.

No corredor dos quartos, cavaleiros reais de Nincira estavam de guarda: dois deles vigiavam a porta do quarto da sacerdotisa... dois ficavam em frente à hospedaria, enquanto outros três, no fundo da hospedaria.

Há noite: foi servida a eles, pelo dono da hospedaria, uma deliciosa refeição com um aroma muito bom e para beber, o delicioso suco de Amafia.

Dessa forma, tiveram uma ótima refeição noturna.

Niara se alimentou em seu quarto ao contrário de Warley, que se juntou aos cavaleiros da guarda real. Estavam em uma enorme mesa no salão da hospedaria.

Momento depois de se alimentarem, Walery recolheu-se para direção do seu aposento a descansar.

Passou diante do quarto de Niara. Pensou em ver como estava, mas imaginou que naquela altura ela já estava a descansar e assim não iria perturbar seu sono.

Tomou a dar passos na direção de seu quarto e lá entrou.

Em seguida, alguns de seus cavaleiros fizeram o mesmo em quartos próximos.

A chuva intensa persistiu durante a madrugada inteira.

Embaixo de um pequeno telhado... alguém usava a forte chuva e as sombras para se ocultar.

Olhava para a janela do quarto onde se encontrava a sacerdotisa, observava atentamente qualquer movimento estranho que pudesse vir a ocorrer.

De manhã, com o tempo melhor, após o desjejum. Arrumaram as coisas e compraram mais provisões para se abastecerem.

O her­deiro do trono de Vanesia acertou com o dono da hospedaria os valores dos serviços prestados.

Um pouco depois, estavam montados em seus cavalos e par­tiram rapidamente daquele vilarejo.

Mais à frente, passaram por uma extensa e linda planície chamada Seles, assim conhecida pelos habitantes do reino desde o princípio da colonização, uma home­nagem ao mais antigo dos reis das terras de Téryna.

O grupo galopava no rumo em que a jovem princesa havia indicado. Estavam quase no fim das terras do reino de Vanesia.

Seguiram por uma trilha, a largos galopes, a pedido da sacerdotisa da mesma forma dos dias anteriores.

Esse dia estava favorável a eles, não enfrentavam problemas pelo caminho, pois as estradas do reino eram bem patrulhadas pelo exército real.

O dia passou rapidamente, num ritmo constante de cavalgada.

Ao cair da noite, todos pararam para descansar.

De madrugada, o tempo já estava mudando novamente e ameaçava começar a chover a qualquer momento.

No dia seguinte, no início da aurora, todos estavam prontos para partirem. Sob o comando da princesa de Nincira partiram veloz­mente a galope.

Nesse dia eles se depararam, atravessando o meio da estrada, um grupo de Ninfas da Noite: eram assim chamadas por todos os povos daquela terra. Criaturas humanóides misteriosas e perigosas, de origem desconhecida pelos habitantes de Téryna.

Eram mais vistas no período noturno, guerreiras como as lendárias guerreiras amazonas. De menor estatura, elas possuem asas como as de vespas de forma proporcional ao seu corpo.

Criaturas belas, encantadoras e místicas, fortes e resistentes, suas orelhas são muito parecidas com as dos elfos, embora um pouco mais longas.

Seu habitat natural era desconhecido pelos habi­tantes de Téryna, pois sempre andam em grupos grandes.

Muito pouco amigáveis e muitas das vezes atacavam, sem deixar sobreviventes.

São temidas por aqueles que as conhecem. Possuem forte e delicioso odor de flores selvagens dos campos.

Mesmo sendo criatu­ras noturnas andavam durante o dia também e assim as tornando ainda mais perigosas e letais.

Eles pararam seus cavalos repentinamente, pois Walery se encontrava à frente do grupo. Por reflexo, pousou a sua mão sobre o cabo da espada mística e sentiu o objeto sobrenatural vibrar.

Com olhos atentos... ficou aguardando o movimento das belas e perigosas Nin­fas, sentindo o intenso e delicioso odor de flores selvagens dos campos.

Elas também foram surpreendidas pelo grupo. Montado em cavalos e ficaram apreensivas, prontas para revidar qualquer ataque.

Algumas estavam armadas com pequenos arcos e aljavas de flechas. Outras carregavam espadas curtas, uma de cada lado da cintura. Sem contar as mortais adagas com que também estavam equipadas.

Walery... lentamente, foi tirando a mão do cabo da espada Olho de Cristal e, levantando a mesma mão, fez sinal para que os cava­leiros recuassem lentamente. Assim o fizeram.

O portador da espada mística aprendera, através dos seus mes­tres na arte de lutas com espadas, sobre as habilidades de combate das Ninfas da Noite. Eram muito superiores à de muitos cavaleiros.

As Ninfas eram ferozes e muitas vezes cruéis. Sem contar que podiam voar e, do alto, poderiam usar os seus arcos e flechas para atingi-los.

Walery ainda pensou: que poderia haver um ninho delas por perto e um eventual conflito poderia atrair mais delas até ali. Tornando o grupo de ninfas, onde já era grande, ainda maior. Gerando difi­culdades para eles enfrentarem, podendo até mesmo pôr a vida da sacerdotisa em um risco desnecessário.

Assim, afastaram-se o suficiente até que o grande grupo das Ninfas pudesse terminar de atravessar a estrada.

Percebendo a segurança em conti­nuar o caminho. Walery. Começou a trotar lentamente, com a mão novamente segurando firmemente o cabo de sua espada, para ter mais agilidade caso precisasse usá-la.

Os demais cavaleiros de Nincira cercavam a princesa Niara com os escudos erguidos e prontos para defender a filha da rainha.

Walery esperou todo o grupo passar, enquanto ele ficou de guarda. Se acaso as Ninfas da Noite voltassem e tentassem pegá-los pelas costas.

Tendo a certeza de prosseguir com segurança, ele retornou de encontro à caravana da sacerdotisa.

Se herdeiro do trono de Vanesia estivesse em uma missão menos importante. Iria investigar o que um grupo numeroso de Ninfas da Noite estaria fazendo por aquelas terras de seu pai a luz do dia? Mas isso teria que ser pensando em outro momento.

Nada foi dito sobre o estranho fato pela sacerdotisa ao prín­cipe de Vanesia durante a cavalgada.

O resto do dia seguiu normal­mente e assim foi nas duas luas seguintes.

Sem que o grupo nota-se em momento algum, que esta­vam sendo seguidos. A longa distância, por uma estranha figura encapuzada.



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