Seção 1

Capítulo 17: A Anja e os Pratos Mais Finos

   Mais ou menos uma hora depois, os pratos começaram a aparecer na mesa.

   Mahiru escolheu os pratos do dia, e todos eram comida japonesa, favorecendo sua preferência por alimentos mais saudáveis.

“Esses utensílios e temperos são bastante úteis, e não precisarei trazer muita coisa. Devo conseguir fazer pratos mais requintados a partir de amanhã.”

“Bem, fico grato por você estar disposta a cozinhar para mim.”

   Mahiru não tinha certeza de quantos utensílios e temperos poderia usar, então os pratos eram relativamente simples. Mesmo assim, eram coloridos e vibrantes, e bem servidos.

   Havia peixe cozido no vapor, vegetais com acompanhamentos, omeletes com missô e vários pratos japoneses dispostos que ele jamais sonharia em preparar.

   O próprio Amane não era muito exigente com comida, mas gostava de comida japonesa. Assim que viu como ela se desculpava, teve vontade de dizer que era isso que queria.

“...Parecem muito bons.”

“Agradeço os elogios. Vamos comer antes que esfrie.”

   Mahiru disse enquanto se sentava na cadeira. Amane então sentou-se na cadeira à sua frente.

   A mesa de jantar para uma pessoa era bem pequena, e os dois estavam sentados bem próximos.

   Por sorte, ele tinha duas cadeiras disponíveis para convidados, mas havia algo indescritível em ter uma linda garota sentada à sua frente.

   Assim que começou a comer, no entanto, a beleza de Mahiru não importou.

“Obrigado pela refeição (Itadakimasu),” disse ele, e primeiro experimentou um pouco de sopa de missô.

   No momento em que seus lábios tocaram a sopa, ele saboreou o missô e o caldo de peixe em sua boca, os sabores se espalhando pela língua junto com a fragrância.

   Era um sabor suave, diferente da sopa de missô instantânea, e foi definitivamente alcançado após muito esforço e deliberação.

   O missô não estava muito forte, e o sabor do caldo de peixe permaneceu, mesmo com o salgado.

   O primeiro sabor foi um pouco suave, provavelmente porque Mahiru considerou que seria comido com outros pratos. Só depois de beber a sopa completamente é que a achou suficientemente concentrada.

   Mais do que insuficiente, era um sabor reconfortante que aguçou seu apetite por arroz e outros pratos.

“Está delicioso.”

“Muito obrigada.” 

[Mon: No mangá e na Light Novel, a análise do Amane me lembra muito Shokugeki no Souma akakaka. / Del: Só uns textos para descrever a refeição kkkkkk. / Kura: Vocês também sentiram o aroma não foi?]

   Ele admitiu honestamente seus sentimentos, e ela ficou aliviada, estreitando os olhos.

   Enquanto ele a elogiava pelos pratos, ela podia estar nervosa com a ideia de ele expressar seus pensamentos diretamente a ela.

   Mahiru, que estava preocupada com a reação de Amane, começou a comer, e este também pegou os hashis.

   Depois de provar todos os pratos na mesa, ele achou a comida de Mahiru realmente saborosa.

   O peixe cozido no vapor estava realmente delicioso, preservando a umidade da carne.

   A umidade seria perdida se ela o aquecesse por muito tempo, querendo sentir o sabor. Teria deixado o peixe muito seco, mas o peixe cozido no vapor estava realmente macio e suave.

   A omelete tinha o sabor que ele realmente gostava.

   Atraído pela cor amarela vibrante, ele pegou um pedaço e sentiu o sabor suave do caldo de peixe.

   Alguns gostavam da omelete doce, outros gostavam dela salgada, mas a daqui foi feita de caldo de peixe e era um pouco doce.

   A doçura fraca e suave poderia ser mel.

   Não foi adicionado muito, ao que parece, mas a doçura persistente contribuiu para a riqueza do sabor.

   É claro que Amane não desgostava de omeletes doces ou salgadas.

   No entanto, ele adorava aquelas com caldo, com um pouco de doçura e a quantidade perfeita de tempero. Ele ficou tão emocionado por ter conseguido comer uma omelete tão perfeita.

“Delicioso,” então ele murmurou para si mesmo, dando mais uma mordida.

   O controle do fogo foi perfeito. Ele mastigou lentamente a omelete macia com o caldo de peixe, saboreando o sabor.

   Definitivamente melhor que a da minha mãe, ele silenciosamente pensou consigo mesmo essas coisas insolentes para sua mãe enquanto comia. Então, notou Mahiru o encarando atentamente.

“...Parece que você está gostando.”

“Afinal, está uma delícia. Eu devo ser grato por uma boa comida.”

“Sim, isso é verdade.”

“E bem, é melhor comer com um olhar honesto do que apenas permanecer carrancudo. Assim nós dois estamos felizes aqui, certo?”

   Mesmo que a comida possa ser deliciosa, quem cozinhou se sentiria desconfortável e com curiosidade se você não expressasse seus sentimentos honestamente. Às vezes, dizer que estava delicioso com uma carranca deixava o chef se perguntando se ele estava sendo sincero.

   Mais importante, era melhor para ambos expressarem seus sentimentos em seus rostos. Afinal, quem agradece e quem é agradecido gostam de estar de bom humor.

“…Acho que sim.”

   Mahiru pareceu ter aceitado a explicação de Amane, que esboçou um pequeno sorriso.

   O sorriso gentil parecia expressar alívio, e ela era tão adorável que ele perdeu a noção por um instante.

“Fujimiya-san?”

“Ah… não, não é nada.”

   Ele estava hipnotizado por ela… mas, naturalmente, não conseguia dizer isso. Suprimiu a vergonha crescente enquanto continuava comendo, sem querer ser descoberto.

“…Muito obrigado pela refeição (Gochisousama)”

“Que bom que você gostou.”

   Amane terminou a comida na mesa, indicando que estava satisfeito, e Mahiru respondeu secamente.

   Mesmo assim, ela parecia calma, provavelmente feliz por Amane ter terminado a comida completamente, sem deixar um grão de arroz.

“Estava ótimo.”

“Dá para perceber.”

“Melhor que a da minha mãe.”

“Acho que é tabu comparar a comida de uma garota com a da própria mãe.”

“Só quando estou tentando insultar, sabe? Enfim, você está curiosa sobre isso?”

“De jeito nenhum.”

“Então tudo bem. É um fato que é delicioso.”

   As habilidades culinárias de Mahiru não foram aprimoradas simplesmente com experiência.

   A mãe de Amane tinha mais experiência culinária, mas tinha um paladar diferente e era indiferente a isso, então não havia como ela ter refinado o sabor como Mahiru fez.

   O pai dele talvez até fosse melhor que a mãe, quanto mais ela.

“...Bem, acho que sou muito sortudo aqui. Afinal, eu consigo comer todos os dias.”

“Só quando nós dois não tivermos mais nada para fazer.”

“...Está mesmo bem em comermos juntos todos os dias?”

“Eu não teria sugerido se não fosse o caso.”

“Bem, verdade.”

   Ele sabia muito bem que uma pessoa simples como Mahiru não teria sugerido isso se não gostasse, mas, apesar disso, ele se perguntava se estava tudo bem.

   Ele pagou metade dos ingredientes, além da mão de obra, mas estava preocupado que isso fosse muito desgastante para Mahiru.

“...Você costuma cozinhar para pessoas de quem não gosta?”

“Você está vivendo de forma muito pouco saudável. Além disso, eu gosto de cozinhar e não desgosto de ver você apreciando a comida.”

“Mas—"

“Se você ainda está preocupado com isso, eu posso simplesmente não cozinhar para você?”

“Não, por favor, cozinhe para mim, eu agradeço muito.”

[Del: Ele simplesmente desesperado kkkkkk. / Mon: No lugar dele, eu também ficaria kakaka. Sempre sinto fome reassistindo Otonari… / Kura: A mente do rapaz ficou em branco no momento kkkkk.]

   Ele respondeu instintivamente, e isso mostrou o quanto a comida dela era uma necessidade, algo que ele gostava.

   Para ele, conseguir a comida de Mahiru era uma questão de vida ou morte.

   Ele tinha alguma consciência do próprio estômago, mas o problema era que a comida dela era deliciosa demais. Era provável que, se voltasse a comer só os acompanhamentos, todos os dias parecesse sem graça, e isso o assustava.

   Ao ouvir sua resposta instantânea e fácil de entender, Mahiru deu um sorriso irônico.

“Por favor, aceite isso.”

“...Oh.”

   Amane teve que suspirar de alegria, antecipação e culpa, pensando em como os dias de refeição juntos com esta grande anja misericordiosa continuariam.

 

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