Volume 1
Capítulo 29: Projeto KRIP
Josiley voltou carregando duas pessoas, ao entrar esbarrou em André e Shiduu, os 5 caíram espalhados pelo chão, Josiley levantou tão rápido quanto caiu, já reclamando:
— O que aconteceu aqui? Eu só saí por 10 segundos… Esses quatro não estavam aí… e tinha uma parede!
Foi quando ele reparou em Bruno, herói que tinha o poder de dissolve qualquer material sólido, e compreendeu o que havia acontecido, já que ele conhecia o poder do careca.
— Eae pouca telha! — Disse Josiley.
— Fala Speedy González… — Respondeu Bruno com um sorriso.
Valmir permanecia com a arma apontada para Shiduu, e ela permanecia sentada no chão, com as duas mãos na cabeça, André olhou para as duas pessoas que se levantavam ao lado de Josiley, eram Mirian e Amanda, a primeira era a sacerdotisa do templo da água, e a segunda que podia controlar qualquer coisa de vidro, que sempre foi considerada uma inútil, pois, quem levaria vidro para a guerra?
Josiley, vendo que as duas estavam bem, retornou para buscar o restante da equipe, em dois segundos ele voltou com Catarina, a “loli overporwer”, e Arlene, que tinha o poder de criar golens a partir de qualquer coisa sólida.
Vendo que tinha pessoas suficientes para manter Shiduu sob controle, André chamou Zita e voltaram para os andares inferiores, o objetivo dele agora era encontrar os pertences que trouxe do outro mundo. Além do que Kawã havia conseguido tirar do local, ainda haviam 3 livros, 3 cristais e a caixinha da madeira onde estava guardada a oitava chave.
Após andarem muito e vasculharem muitas salas, os dois finalmente chegaram em um local onde estava escrito:
ENTRADA RESTRITA: SOMENTE PESSOAL AUTORIZADO
Os dois se olharam, o que havia ali devia ser muito importante, mas agora que todos no local estavam mortos, ninguém iria impedi-los de pegar.
Zita digitou a senha da fechadura eletrônica e a porta abriu, em seguida entrou devagar e usando o seu poder, afinal ela queria evitar qualquer possível armadilha.
— Você já esteve nesse lugar? — Perguntou André, enquanto observava a ruiva trabalhar.
— Só uma vez, ainda bem que não mudaram a senha! — Respondeu Zita sem perder a concentração — Eles não queriam que soubéssemos o que estava acontecendo, mas agora é tarde…
Após confirma que não existiam armadilhas, os dois entraram sem perda de tempo, Zita ia sempre na frente, André viu em uma prateleira os 3 livros cuidadosamente guardados em uma gaveta de vidro, forrados delicadamente…
André quebrou o vidro, pegou os livros, e enfiou debaixo da camisa, ao mesmo tempo, Zita achou 2 dos cristais, faltava um e a oitava chave.
— Mirian tinha razão… Você é um ogro! — Reclamou Zita enquanto André juntava os livros em meio aos cacos de vidro.
Os dois andaram mais um pouco, mas não demorou a acharem o que procuravam, no momento em que André pegou a caixinha de madeira, uma voz robótica veio do autofalante na parede:
— Protocolo de segurança ativado! Acionando o projeto K.R.I.P!
Sons metálicos soaram pelo local, Zita olhou para André com uma cara de desespero, aquilo não podia ser coisa boa.
Em meio segundo, a “Herdeira das Chamas” convocou um redemoinho de labaredas e lançou em André, arremessando ele com tanta força que seu corpo se chocou contra a parede do corredor, fora da sala. No mesmo instante, uma porta de vidro brindado se fechou, André correu e começou a socar a porta em desespero.
As chamas começaram a cobrir o corpo de Zita, e em seguida se moviam em direção às paredes como se estivessem sendo sugadas, Zita caminhou em direção a André, mas caiu após o terceiro passo, as chamas estavam lentamente se esvaindo.
André finalmente lembrou das palavras de Kawã e entendeu o que era aquilo.
— Uma forma de anular os poderes…
Zita começou a expressar dor, seu rosto se contorcia, e o suor começou a pingar. Até que não conseguiu mais se segurar e soltou um grito agudo de dor.
— Aguenta firme! — Gritou André — Você precisa ser forte.
Por mais que dissesse aquilo, ele se sentia culpado, se não tivesse desejado perder os seus podres, agora seria capaz de salva-la. Além do mais, André conhecia bem a dor que era necessário suportar para completar a extração da energia mística, mais do que no corpo, doía na alma.
Um segundo grito de dor e desespero veio de Zita. André pensou que nesse momento o poder de Amanda poderia até ser útil se pudesse quebrar aquele vidro.
Um dos monitores da sala ligou-se sozinho, nele apareceu a cara de um homem sorrindo.
— Olá Senhorita Elizabeth! — Veio a voz metálica novamente, acompanhando os movimentos labiais do homem — Estamos realmente gratos pela sua decisão de participar voluntariamente do nosso experimento, e graças à senhorita, foi um sucesso!
— Para com isso! — Gritou André.
— Senhor André, peço que não interfira no processo.
O terceiro grito de Zita já tinha menos força e mais cansaço, o suor escorria pelo seu rosto, e sua expressão era de quem pedia socorro.
— Ela tá sentindo dor! — Implorou André.
— Tudo pela ciência! — O rosto no monitor fez uma cara de deboche.
— Seja lá quem você for, eu vou acha-lo e lhe dar um destino pior do que a morte! — Rosnou André.
— Senhor André, não faça ameaças vazias, ambos sabemos que o senhor não tem pod…
Ao mesmo tempo um som de vidro quebrando ecoou pelo corredor, a mão direita de André começou a pingar sangue, seus olhos se tornaram inteiramente escuros, como se a pupila tivesse se dilatado por todo o cristalino, ele socou a porta de vidro blindado.
A voz foi ligeiramente silenciada, os monitores apagaram, uma névoa escura e densa cobriu o ambiente, Zita caiu desacordada, seus cabelos haviam voltado à cor original, castanho.
O soco de André quebrou a porta, ao entrar vários fios pretos saíram de sua mão direita, destruindo os monitores e autofalantes da sala. Ele pegou Zita nos braços e caminhou rapidamente em direção à saída do local, sua cara era de que poderia matar o primeiro que visse sem sentir nenhum arrependimento. Por onde passava, as paredes se destruíam atrás dele, lâmpadas, computadores, portas, tudo que ficava para trás virava parte do show de fogos.
Do lado de fora, os soldados da Aliança Internacional continuavam avançando, agora com apoio de dois helicópteros, quando André chegou na porta, ele entregou Zita para Léo, e caminhou a passos largos em direção aos soldados, alguém teria que servir para descontar o seu ódio, seu fragmento de Rancor restante.