Volume 1 – Arco 1
Capítulo 4.2: Assalto
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6 de junho, 3222. Saint Arc.
Assalto.
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Parte 2
— Então… invadiram a minha casa, porque precisam da minha ajuda? — questionou Aether, soltando um resmungo incontentado. — Pra poderem… roubar o éter do Andriene? Só pode ser piada…
— Você faz serviços com eles e não parece muito contente com a abertura daquela coisa — explicou Aurora, direta e com um tom seco. — O resultado do que faremos vai atrasar todos os planejamentos deles, se isso for benéfico pra você. Mas independente se for ou não, você tem duas opções. Cooperar ou desligar. Sem garantia de que conseguirão te reativar depois.
— Vocês são malucos…
— Então, segunda opção?
Aurora puxou a empunhadura negra que Adrien lhe presenteou mais cedo. Assim que a segurou com firmeza, chamas esbranquiçadas moldaram o formato da lâmina, como uma luz corrente. A apontou ao Aether para intimidá-lo.
Atlas, por outro lado, contorceu o rosto quando encarou aquela lâmina. Alguma coisa sobre a arma o deixou extremamente desconfortável. Aether olhou nervosamente para a lâmina, observando-a por uns instantes. Seu rosto sendo iluminado pelo seu brilho.
— Tudo bem… não vai fazer muita… diferença mesmo afinal. — Quando finalmente aceitou, se espremeu um pouco contra a parede para sair do caminho da lâmina. — Você não errou quando disse que seria benéfico pra mim.
Sem dizer mais nada, Aurora friamente desligou a lâmina e guardou a empunhadura novamente em um compartimento ao lado de sua saia.
— Não precisamos de muita coisa de você. Só queremos saber onde exatamente encontrar o éter lá dentro.
Aether se aconchegou um pouco quando a escuridão tomou o quarto novamente, após a luz da lâmina cessar. Desgrudou da parede e olhou para as próprias pernas, pensativo.
Enquanto isso, Atlas perambulava pelo quarto dando uma boa olhada nos itens que Aether tinha por ali.
— Eu não sei onde ele está… a única coisa que faço lá é transportar algumas caixas pesadas, eu não tenho permissão pra subir no último andar. Essa é a última etapa do projeto, eles colocaram todos os materiais no último andar, o éter também. A única coisa que eu sei é que ele está lá em cima e provavelmente sendo guardado com boa segurança.
— Boa segurança? — interviu Atlas, arrastando uma pequena caixa que estava embaixo da escrivaninha. — Achei que eles não se preocupavam com isso, aparentemente nunca houve assaltos nesse lugar.
Com um susto, Aether se levantou e quase chutou Atlas para longe da caixa, arrastando-a com o pé para baixo da escrivaninha novamente.
— Não mexa no que não é seu, por favor. — Depois de reagir daquele jeito, tanto Atlas quanto Aurora o espreitaram com suspeita. — Aparentemente, vocês não sabem de absolutamente nada da arquitetura daquele lugar… provavelmente não sabem como vão invadir também. Aquele lugar parece um labirinto, principalmente no subterrâneo. E garanto que não vão conseguir passar pela porta da frente a essas horas.
— Então você conhece bastante? Ótimo. — Ela se sentou na cama, cruzando as pernas com cuidado. — Vai nos guiar até lá.
— Não vou fazer parte disso.
— E você tem outra opção? — disse, em um tom perigoso. Atlas também se aproximou, cercando-o de ameaças visuais.
Aether encarou os dois e deu alguns passos para trás, porém desta vez ele não parecia amedrontado.
— Não tô afim de seguir suas ordens… e eu não vou segui-las.
Atlas ia se aproximar para forçá-lo mais, e Aurora em um breve sinal com a cabeça o fez parar. Então, jogou a cabeça para o lado, dizendo para ele voltar. Atlas rapidamente abaixou a bola e se afastou um pouco.
Ela já não estava mais com aquele olhar intenso, no lugar, ela tentou parecer um pouco mais amigável. Foi a primeira vez que Atlas viu uma expressão gentil no rosto de Aurora.
— Agora não quer nos ajudar? — ela lhe abriu um sorriso enquanto dizia. — Não acho que seja por causa do respeito às leis ou ao projeto. — Aurora se levantou, andando com passos lentos em volta de Aether enquanto o observava de cima a baixo. — Você parece ter algo profundo dentro de si… algo que quer destruir esse lugar. Uma motivação negativa…
Aurora pegou o pequeno retrato em cima da estante ao lado da cama, a foto mostrava ele próprio abraçado a uma androide que possivelmente era Celeste. — Talvez, algo que você também não entenda…
Ele travou por um momento ao ver a foto. Tomou um segundo para respirar fundo enquanto observava o retrato que, pela sua expressão, lhe parecia tão nostálgico.
— Eu não… sei quem são vocês. Nem porquê estão querendo fazer isso… chegaram aqui do nada, o que esperavam? Que eu confiasse em vocês?
Após memorizar perfeitamente as características do rosto de Celeste no retrato; cabelos loiros, alta, um olho verde e o outro tapado pelo tapa-olho, Aurora colocou o retrato de volta à estante.
— Nosso objetivo é o mesmo que o seu; destruir esse lugar. Começando pelo Andriene. Queremos provar pra eles que… isso é uma farsa. Eles pensam que este é o paraíso… o lar ideal para os androides, mas esse não é. Nunca foi. E pelo menos nós... podemos ver essa farsa.
Atlas deu uma pequena risada bem baixa quando ouviu a improvisação para não dizer que era apenas um desejo de Adrien. Mas pela cara que ela lhe deu depois, talvez houvesse um pouco de verdade no que ela estava falando, e isso o deixava confuso.
No entanto, Aether se mostrou satisfeito com aquela explicação. O jeito com que via Aurora agora demonstrava uma certa admiração. Parecia concordar com o que disse, e não esperava que encontrasse alguém com essa ideia.
— Se você diz… mas espero que tenham um plano bem formado.
— Pelo o que sabemos, nunca houve um assalto sequer em Douceur Voile. Seremos os primeiros, então a segurança deles não deve ser rigorosa. Ninguém espera que os androides “perfeitos” iriam praticar tal coisa. Também não queremos que ninguém note de cara o desaparecimento do éter, o atraso tem que ser o mais prolongado possível. Ou seja: qualquer testemunha deve ser eliminada. E precisamos de um jeito de substituir o éter…
— Qualquer testemunha eliminada? Você não me contou dessa parte — protestou Atlas, com receio de ir contra.
— Está com pena deles?
— Não tô com pena, eu só pensei que...
Rapidamente, Aurora pôs as mãos em seus ombros, apoiando o rosto bem ao lado de seu ouvido, e então sussurrou:
— Nada de empatia agora… androides não sentem isso. Você não sente nada… e agora tem uma missão. Repita comigo…
Ela sussurrou a última parte extremamente baixo, e sem lutar contra, Atlas repetiu como ela queria…
— Sem… sem testemunhas.
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Não muito tempo depois, Atlas estava terminando de armazenar alguns frascos com líquido amarelo em uma outra caixa. Aether disse antes que aquelas cópias eram muito similares ao éter.
Aether estava preparando o último frasco de éter falso na pia, quando Aurora se aproximou para observar um pouco mais.
— O que exatamente é essa coisa?
— É uma das coisas mais simples que eu já fiz. Você pega um pouco de energia líquida… — A energia líquida saía naturalmente da torneira, ela tinha um tom meio amarelado e brilhante. — Já fica um pouco parecido, mas o brilho não é suficiente. Então adicionamos um pequeno grão de bioluminescência… — isso era um amontoado de pequenos microrganismos luminosos em uma pequena cápsula. Se parecia com um grão de areia, porém, brilhante. Aether jogou o grão dentro do líquido, que adicionou um brilho mais vivo a ele. — E voilá! Aqui está.
— Éter falso… — Aurora murmurou, analisando com cuidado.
— É quase idêntico ao verdadeiro.
Jogou o último frasco ao Atlas, que o agarrou e colocou na caixa. Fechou-a e lacrou cuidadosamente.
— Tem certeza que só uma caixa é suficiente? Temos que tirar todo o éter deles.
— Eles também só possuem uma caixa com frascos de éter. Já seria o suficiente pra abastecer o Andriene por um bom tempo… vocês não devem ter noção do quanto essa coisa é potente. — Aether bateu as mãos para limpá-las, caminhando até o quarto. — E aí, qual o próximo passo?
— Vamos invadir pelo subterrâneo, usando o túnel de trem — respondeu Aurora.
— O trem que leva pra lá é exclusivo dos trabalhadores do projeto. E também, as estações já vão fechar já já e vai ser impossível viajar de trem.
Enquanto os dois discutiam, Aurora observava a estação pela janela do apartamento… usando o zoom natural que tinha em seus olhos, ela observou de perto a entrada. Havia um daqueles painéis azuis novamente, bem em frente ao portão… mas ainda não tinha fechado.
Naquela hora, se lembrou do que Adrien lhe ensinou sobre os painéis azuis.
— Acho que podemos tentar uma coisa…
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Logo, Aether desceu as escadas para a entrada do metrô carregando a caixa cheia de éter falso. Havia grandes portões de ferro, e de cara parecia a entrada de um bunker. Estranhamente, tinha uma recepcionista em um pequeno balcão bem na entrada do metrô, bloqueando a passagem com uma barra similar a uma barreira de pedágio, o que não era muito comum.
— Sinto muito, a estação está limitada apenas aos passageiros que estão voltando. Infelizmente, nesse horário, a maioria dos trens já finalizaram o transporte e não serão reativados.
— Eu não vim pelo trem, tô esperando uma androide… minha namorada, ela… vai chegar em breve e eu quero esperar ela aqui dentro.
— Sem problemas! Você pode esperar ela aqui fora também! — ela respondeu em um tom bem alegre, mesmo soando meio rude.
— Uhm… mas eu… preciso também entregar essa caixa no centro de operações. Eu já tô bem atrasado.
Ela olhou fundo nos olhos de Aether, sem ter nenhuma reação e nem expressão. Ele sentiu o nervosismo nas pernas, a sensação de que sua mentira tinha sido muito esfarrapada…
— Claro! — de repente ela reagiu, inocente. — É uma pena que tenha se atrasado, mas como a estação ainda está aberta você pode entregar o objeto. Te guiarei até o centro de operações…
Ela saiu do balcão e liberou a passagem. Enquanto ela o guiava, os dois não disseram mais absolutamente nada o caminho todo. A estação também estava completamente vazia.
— Ela engoliu essa mesmo…? Os androides daqui são de fato inocentes demais… — murmurou, apenas para si mesmo.
Ela o levou até uma porta sem identificação, quase que invisível na parede no canto da estação. Quando abriu, havia apenas um corredor com algumas outras salas, e um elevador no final.
— É só seguir em frente e pegar o elevador!
— Ok…
Quando ela se afastou, Aether não seguiu pelo elevador. Se escondeu em uma das salas vazias que estavam ao lado. A estação iria fechar logo, então provavelmente ninguém visitaria aquela sala.
Menos que quinze minutos depois, o último trem chegou. Eram apenas cinco androides que voltaram dele. Entre eles, uma garota. A recepcionista observou com um sorriso Aether seguir a garota bem de perto, fingindo que aquela era a androide que mencionou antes.
— Felicidades ao casal! — exclamou ela, acenando para os dois.
A garota olhou de volta, confusa e também um pouco constrangida.
— Hãm? Acho que você se enganou.
A recepcionista compartilhou da mesma confusão, e procurou por Aether. Mas ele monotonamente passou direto, e já estava subindo as escadas como se não fizesse parte de nada.
O metrô fechou momentos depois, o volumoso baque do grande portão de ferro anunciava isso. A recepcionista já tinha ido embora, e o local estava limpo… logo, Aether saiu de dentro da sala em que estava com a caixa.
— Parece que ela não notou o holograma realista que eu mandei — disse, com uma escuta conectada aos outros dois.
— Perfeito. Ele acabou de chegar aqui — respondeu Aurora, o holograma de Aether caminhou monótonamente até eles. Atlas coletou o robozinho minúsculo embaixo do holograma, que estava produzindo a imagem realista. Era parecido com uma aranha. — Agora, cuide das câmeras.
— Os androides da sala de segurança provavelmente existem só para essa função. Então, eles não têm casa e nem uma cama. Estarão descansando em cápsulas perto ou dentro da sala… cuidado pra não acordá-los! — explicou Atlas, atencioso.
— Eu já sabia disso.
Após pegar o elevador e encontrar a sala de segurança no compartimento superior, Aether entrou cuidadosamente para não causar nenhum acidente. Como Atlas tinha dito, havia três cápsulas nas paredes com androides sem rosto descansando nelas.
Chegando ao painel de segurança, ergueu uma mão sobre ele, como se estivesse sentindo as ondas magnéticas do painel. As juntas de sua mão foram enchidas de uma energia dourada, que logo se manifestou em pequenas faíscas elétricas ao redor de seu dedo. Todas amarelas.
As faíscas se conectaram ao painel, fazendo um pequeno ruído de condutividade enquanto a linha elétrica conectava seus dedos com o computador.
— O que está fazendo? — questionou Aurora quando ouviu a condutividade pela escuta.
— Me conectando ao painel, é mais prático do que configurar manualmente.
— Como vai fazer isso?
— Energia de topázio, conexão remota… só confia em mim.
Segundos após a conexão com o painel, as imagens das câmeras foram desabilitadas. Estava apenas sendo exibido telas pretas no painel.
— Consegui — sussurrou Aether, saindo com pressa mas sem fazer barulho. — Vocês já podem tentar entrar…
Com a mensagem final, Atlas e Aurora se apressaram para descer no metrô. Estavam a um quarteirão dali. Quando desceram as escadas até o grande portão de ferro, o mesmo painel com a barreira azul estava ali. Aurora se agachou em frente a ele e começou a mexer na parte de trás.
— Sabe manipular essa coisa? — perguntou Atlas, abaixado ao lado.
— Adrien disse que é um sistema de segurança contra androides. O painel é fácil de desligar, e a trava do portão vai abrir junto… aparentemente isso foi feito para que os humanos tivessem secretamente livre acesso a qualquer lugar.
— Mas só tem os Loiren aqui como humanos, não é?
— Eu não sei…
Aurora conseguiu remover o núcleo de safira do painel, e as luzes azuis do portão desapareceram. Eles se apressaram para forçá-lo a abrir.
— E como é que os androides não descobriram isso ainda? — Mesmo fazendo muita força, por não ser humano Atlas ainda conseguia falar normalmente.
— Lembra de quanto Lyra nos contou sobre a história das gaiolas de pesca? Ela pareceu não compreender que estão escondendo uma informação importante dela… eles foram adulterados para serem ingênuos.
Sem muito esforço, o portão logo foi aberto e os dois adentraram. Estava tudo muito escuro pois as luzes foram apagadas após fecharem a estação. Porém logo avistaram a luz dos olhos de Aether vindo ao fundo, usando uma simples sistema de iluminação em seus olhos.
— Vocês passaram mesmo? Sinceramente, achei a ideia do painel muito idiota, mas vocês estavam certos de novo quando disseram que a segurança daqui é um lixo.
— Agora, só temos que descobrir qual desses vai nos levar pro Andriene — disse Aurora, apontando para os quatro trens adiante. Estavam separados por quatro trilhos um do lado do outro.
— Ele não fica aqui. Tá em outro compartimento, mas precisa da identificação deles…
— Você não trabalha lá? — sugeriu Atlas.
— Já não te disse que não tenho permissão?
— Você podia tentar.
— Se der errado tem chances do alarme ou sei lá o que eles usam pra alertar, disparar, imbecil.
Aether levou os três para a passagem que ficava do outro lado da estação. Era uma porta semelhante a de um elevador, com um scanner de identificação bem ao lado.
— Mais algum truque na manga pra desativar o scanner também? — perguntou Aether, olhando imediatamente para Aurora.
— Não temos tempo pra isso.
Ela puxou a empunhadura mais uma vez, que ativou a lâmina de luz branca quase na mesma hora. De forma ágil Aurora fincou a lâmina no topo da passagem, entre a fresta no meio das portas. Lentamente foi descendo a lâmina, partindo o lacre que conectada as portas. O som era estridente e desconfortável de ouvir.
Quando a lâmina tocou o chão, havia um corte perfeito no meio da porta de metal. Aurora guardou a empunhadura após desativá-la.
— Já podem abrir — disse ela, em seu tom seco casual.
Atlas e Aether puxaram os dois lados da porta sem muito esforço. Aether teve que se contorcer um pouco para não ser detectado pelo scanner. Depois de aberta, todos passaram e ali estava o trem à primeira esquerda. As portas todas escancaradas, que ao entrarem se fecharam às suas costas. O trem foi ativado instantaneamente, sem a necessidade de um maquinista.
Um ruído semelhante ao de um carro elétrico correu pelas paredes do trem quando começou a andar, já tendo seu destino predefinido.
— Foi bem mais fácil do que eu imaginei — comentou Aether, sentando-se e acomodando os braços atrás da cabeça. A caixa com o éter falso estava no banco do lado.
O clima no trem ficou silencioso por um tempo enquanto ele corria. Sua velocidade era de fato surpreendente, energizado por algo brilhante e rosa. Assim como as “veias” de Aurora, aquela era a veloz energia de ametista.
Logo, o gelo foi quebrado por Atlas e sua curiosidade.
— Aquela androide no seu retrato… quem ela é exatamente?
— Celeste…? Ela… é uma amiga. Meio rígida, mas uma boa amiga. Sou muito grato a ela… muito mesmo.
— Pelo o quê?
Aether demorou um tempo para responder dessa vez.
— Por ter me salvado… me tirado daquele… daquele inferno…
— Fortis Pelagos? — sugeriu Aurora. — A nação inteligente subaquática.
— Você deve ter visto no meu nome, não é? A sigla do juiz, William Whitman…
Aether rangeu os dentes ao dizer aquele nome.
— Tenho a sensação de que já vi esse humano… — disse Atlas. Aurora, no entanto, já sabia que ele tinha perdido as memórias. Poderia ter alguma informação ou relação no passado.
— E o que é que tem lá, em que você teme tanto?
Mais uma vez, Aether travou. Sua expressão demonstrava cada vez mais angústia. Memórias ruins estavam vindo à tona.
— Minha família… meu irmão… torturado… — ele estava começando a ficar desesperado, tendo um surto ali mesmo. — Torturado… meu irmão! Ele tava gritando… eu ia ser torturado também, mas ele gritava tanto! Eu… eu não queria!
— Quem torturou ele?
Mais uma vez, com os dedos esfregando fortemente o rosto e os olhos arregalados, Aether parou de responder. Mas logo disse mais algo...
— Eu torturei ele… eu… ele morreu por minha causa! Eu só não queria… estar no lugar dele, eu não queria!
— Olha, vamos mudar de assunto… — disse Atlas, um pouco nervoso também com a situação de Aether.
— Sim… mudar de assunto… — ele tentou se recompor, com a cabeça baixa e as mãos nos joelhos. — Certo… isso… não foi nada.
— Disse que Celeste te salvou. Onde ela está agora?
— No Clarté Eden, ela é capitã do time de purificação… o cargo até que combina com ela.
— Clarté Eden?
— Vocês não conhecem? É a polícia militar daqui. Eles tem várias divisões em vários setores diferentes, como a divisão de blindagem, a divisão de caça e a de purificação. Não sei muito bem sobre eles… só sei que os de blindagem cuidam da barreira, os de caça não fazem merda nenhuma e os de purificação destroem as árvores de luz lá no mundo de baixo… tentando acabar com o apocalipse. Mas todo mundo sabe que é impossível.
— No mundo de baixo? — questionou Aurora, finalmente interessada.
— Sim, na terra que um dia já foi a terra dos humanos.
— Então, quem está nessa divisão… pode ir pro mundo de baixo? — os olhos dela se arregalaram. Atlas ia dizer alguma coisa, provavelmente para impedi-la da ideia, quando de repente um arranco levou todos ao chão.
O trem havia parado de se mover de repente, e a energia dele desapareceu por completo.
— O que foi isso?! — exclamou Atlas, se arrastou rápido para ajudar Aurora a se levantar.
Ela não disse nada, apenas olhou ao redor com um pouco de raiva.
— O trem… parou? Tão de repente? Isso era pra ser impossível…
Os três estavam presos no meio dos trilhos, com um vazio profundo de um lado ao outro do túnel. Nada se podia ser ouvido, e ainda restava um longo caminho até o Andriene.
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Continuação do capítulo em breve na parte 3...
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