Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli e Koto Tenske


Volume 3

Capítulo 39: Missão completa.

Após ter feito seu massacre Tyler foi procurar pelas moças, ele já tinha experiência nesse tipo de ambiente. Haviam mais três salas que ele devia procurar, a sala do tesouro, o berçário e o quarto do terror.

Tyler estava pensando em como seguir em frente quando se deu conta de uma sensação fria na sua camisa. Ele colocou a mão e sentiu um objeto estranho.

—Uma flecha?! —Ele realmente tinha se esquecido, durante a troca de tiro ele levou uma flechada no ombro esquerdo.

Tyler apalpou ao redor do local, fora uma dor aguda que se instalava não tinha nada de muito sério, nenhuma veia significativa passava por perto.

Ele quebrou o graveto ao meio para evitar que se mexesse tanto, ou mesmo que piorasse se ele esbarrasse em alguma parede, deixando para depois os primeiros socorros ele começou a procurar.

Seguindo seu olfato, não demorou a achar o berçário. Era quase duas vezes maior que o aquele achado perto da cidade de Atazar! Tyler estava achando péssimo que tinha esquecido de trazer um galão de gasolina.

“Seria ótimo queimar tudo isso!” Ele suspirava pensando na cena.

Ele pegou uma lança que estava jogada ali perto e entrou pra fazer a limpa.

Ainda muito cauteloso ele foi andando de local em local, parecia que o ogro tinha chamado todos os goblins disponíveis para detê-lo naquele canto. 

Seguindo por um dos caminhos da caverna ele começou a escutar uns barulhos estranhos, não eram como os gemidos e choros que tinha ouvido na outra vez. Indo bem devagar ele espreitou com a ajuda de um espelho.

“Mais goblins?” Tyler ficou incrédulo.

Analisando com cuidado ele percebeu uma pequena protuberância redonda na barriga delas.

“São as fêmeas???”

Tyler nunca tinha visto um goblin fêmea, se não fosse pela gravidez aparente, ele nunca iria reconhecer! Elas eram apenas mais baixas que os machos, mas igualmente feias!

Ele escaneou de cima abaixo três vezes, tudo para saber se tinha alguma mulher no meio desse reduto de barangas. Felizmente não!

Não querendo gastar a bala da 12 Tyler sacou a pistola e entrou. Eram mais de 40 goblins fêmeas, Tyler atirou e chutou elas até que ninguém mais mover-se.

“Será que nenhuma mulher foi pega?” Esse pensamento ficou martelando na cabeça dele.

Ele continuou procurando, mas não achou nada.

Quando pensou em desistir viu a parte de um goblin saindo da parede. Achando isso muito estranho ele foi ver.

O corpo não “saía” da parede. Era uma reentrância muito bem disfarçada, o goblin morto no chão tinha a marca de perfuração por todo o tronco, Tyler percebeu que eram alguns chumbinhos disparados por ele. Esse cara não levou um tiro direto, mas foi morto por um estilhaço.

Realmente esse calibre comprovou ser o mais adequado para esse tipo de ambiente.

Pelo que pode ver da sala, esse era o estoque de ervas do ninho. Haviam muitas folhas de sarema e dezenas de outras ervas da qual ele nem sabia o nome, também tinha alguns sacos com ouro e pedras preciosas, e mesmo que a quantidade fosse bem menor que a do outro ninho ainda sim era uma quantidade considerável.

Tyler saiu da caverna e se encontrou com a ninfa que tinha uma aparência aflita do lado de fora.

—Algum problema? —Tyler perguntou curioso.

—Ah, você está bem! —Ela suspirou visivelmente mais aliviada.

—Estava preocupada comigo? —Tyler provocou.

—Não... e... eu só estava assustada, ouvimos vários trovões lá dentro e depois tudo ficou em silêncio, fiquei curiosa. —A ninfa tentou se esquivar.

—Bom, mesmo que estivesse preocupada, não precisa mais. Tanto o ogro como os goblins morreram,

A ninfa tinha um olhar incrédulo no rosto mais não falou nada. 

—Jasmim, eu queria falar com Oberon, você pode chamá-lo para mim?

—Sim. —Ela respondeu e fechou os olhos se concentrando.

—Já avisei, eles estarão aqui em pouco tempo.

Cansado Tyler sentou-se em uma pedra e começou a tirar todo eu equipamento.

—Você está ferido!!! —Ela exclamou assustada.

—Calma, não é para tanto. —Tyler tranquilizo-a.

—Mas, tem tanto sangue!

E tinha mesmo Tyler não podia ver antes devido ao colete cobrir, mas havia uma grande mancha vermelho escuro que ia até o abdome.

—Não se preocupe, eu sou um curandeiro muito bom, não foi nada grave. Amanhã vou estar novo!

O que Tyler disse era verdade, com sua nova droga feita de yang sangrento em pó ele não corria risco nenhum, contudo isso não tirava o fato dele ter sido atingido. Ele não queria usar um colete aprova de balas pois pesava muito. Qualquer colete decente pesa no mínimo 5 quilos, não parece ser muito, mas para quem já está sobrecarregado com armas, munições e tantos outros equipamentos 5 quilos extras são uma tortura! 

“Tenho que arrumar essa falha futuramente.”

Tyler cortou a camisa para dar espaço, ele segurou firme o pedaço de flecha cravado e começou a puxar. Devagar, mas firme, a fim de não danificar ao redor.

Toda vez que você tem um corpo estranho enfiado você, a primeira regra é não tirá-lo! Como não é possível saber a gravidade da ferida, é muito imprudente fazer qualquer movimentação desnecessária. Às vezes o próprio corpo estranho pode estar mantendo você vivo.

Por exemplo: É muito comum em acidentes de carro parte da lataria entrar na pessoa, os bombeiros cortam o excesso e imobilizam a vítima. Não é raro a ferragem penetrar na carne de alguém e cortar uma veia, mas como se fosse ironia do destino, ela também mantém a pessoa viva pressionando a veia rompida!

Contudo Tyler era um médico de guerra muito experiente e conhecia bem o corpo humano. Ele retirou a flecha, lavou abundantemente com água oxigenada e colocou dois comprimidos de yang sangrento. Pôs uma gaze e fechou com um curativo.

—Eles estão chegando! —Jasmim que não tinha saído de perto de Tyler nem por um segundo avisou.

Tyler só teve tempo de trocar a blusa por uma limpa quando uma comitiva de fadas chegou.

—Recebemos seu chamado! —Oberon disse.

Tyler notou que os acompanhantes do rei eram todos homens, na verdade era toda a sua guarda real. Ele ficou tocado com o gesto do rei.

—Eu queria só queria avisar em primeira mão que o trabalho já foi feito, o ogro e seus seguidores já estão mortos.

Ohh!! —O rei ficou chocado.

—Parece que a floresta já está segura, contudo não vi nenhum sinal dos lobos gigantes.

—Eles estão no campo, longe daqui! —Jasmim disse.

—Isso é bom, eu vou para lá assim que terminarmos aqui.

—Isso é muito bom de se escutar! —Oberon disse.

—Eu só estou intrigado com algumas coisas. —Tyler disse.

—Quais? —O rei perguntou.

—Esses goblins eram muito mais fortes do que eu previ, e não havia nenhuma mulher humana como refém.

—Encontrou ervas lá dentro? —O rei perguntou.

—Sim, muitas!

—Além de quererem nos comer, um dos motivos desses seres quererem invadir nossa floresta é o alto número de ervas medicinais aqui. não estranharia nada se eles estivessem comendo elas para ficar mais forte.

—Faz sentido.

—Existe algo em que possamos ajudar?

—Na verdade, não, tem muitas ervas lá dentro. Eu só vou querem uma parte delas e o ouro, o resto vocês podem ficar.

—Somos gratos por sua gentileza!

—Ah, só mais uma coisa! —Tyler pegou na bolsa as espadas que ele tinha feito. —Fiz essas espadas, não sei se ficou bom.

Tanto o rei como seus guardas ficaram boquiabertos com as espadas.

—É tão leve!

—É muito afiada também!

—Se encaixa perfeitamente nas minhas mãos!

Dentre tantas frases de louvor o rei disse. —Obrigado mestre Newman, esse foi um gesto muito nobre de vossa parte, não sabe o quanto é difícil que ferreiro façam peças sob medidas para alguém como nós!

—Esse tipo de ação não deve ser nada entre aliados, vocês também fizeram grandes coisas por mim. Pena que eu só tinha material para fazer apenas 12, porém no futuro em uma próxima visita irei trazer muitas mais!

—Iremos aguardar sua visita!

Depois de entrar na caverna novamente e dividir os despojos Tyler voltou para o carro. Ele levava a cabeça cortada do ogro, ele riu de como a aparência dele se parecia com a do personagem Shrek do desenho, tirando os dentes pontudos e protuberantes era igualzinho!!

Até as orelhas em forma de corneta!

Tyler chegou na vila das fadas no anoitecer, ele não viu razão para desperdiçar a boa comida e uma cama confortável.

Houve uma festa naquela noite, as fadas e os animais dançavam ao redor de uma fogueira. Tyler ficou conversando com os mais velhos sobre as ervas medicinais e seus usos.

Até jasmim parecia feliz, Isis sua irmã que era uma ninfa da água não estava, pelo visto ela não pode ficar muito longe da água.

Ele aproveitou a boa companhia até onde aguentou antes de ir dormir. De manhã antes de partir ouve uma cerimônia de agradecimento, contudo não era nada demais.

Tyler partiu até o lago para se despedir de Isis. Ela ficou muito feliz em ver Tyler, o qual foi obrigado a fazer mais peixes antes de partir.

Era quase 2 horas da tarde quando Tyler voltou para o seu carro, ele descarregou todos os cervos que o acompanhara e os retribuiu com mais frutas desidratadas.

—Obrigado por toda ajuda. —Ele disse para Jasmim.

—Não há de que, você fez muito por nós!

—Era parte do meu dever, mas foi muito bom te conhecer.

—Foi bom também conhecer um humano bom.

—Amigos? —Tyler perguntou.

—Sim! —Ela disse com um sorriso.

—Quando eu voltar espero lhe ver de novo.

—Também espero, fique de joelhos, eu vou lhe dar um presente.

Tyler não entendeu, mas mesmo assim fez o que ela pediu. Ele sentiu os dedos frios dela em sua testa, ela murmurou algumas palavras em uma língua desconhecida e depois houve um forte vento ao redor.

—O que foi isso?

—Eu te dei uma benção como a das fadas, agora toda ninfa que estiver perto de você irá se revelar pois você agora é um amigo das ninfas!

—Isso é muito bom, obrigado pelo voto de confiança.

—Você mereceu por isso.

—Então até mais, eu prometo voltar, amiga.

—Eu espero, amigo.

Ouvindo as palavras da ninfa Tyler saiu.



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