Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli e Koto Tenske


Volume 2

Capítulo 24: Primeira entrega e comprimidos mágicos!

Tyler passou as instruções aos garotos e foi comprar os produtos para vender no outro lado do portal. Dessa vez ele foi somente nos revendedores.

Comprou 30.000 isqueiros, 5.000 camisetas mais de 200.000 caixas de fósforos. Ele escolheu também muitas coisas básicas. Por exemplo talheres, copos de vidro, pratos de porcelana, cordas de nylon, linhas de pesca, anzóis, facas, canivetes, facões, pás, enxadas, sal, etc. tudo o que Tyler via e que achava útil ele comprava.

As compras deram quase dois caminhões, entretanto antes de levar todas as compras Tyler comprou 10 containers vazios e os colocou selando a passagem da caverna.

O container que estava no chão servia como um túnel que ligava os dois lados. Com a caverna tampada Tyler contratou uma empresa prestadora de serviço, com um belo bônus adicional a companhia levou mais de 50 homens para reformar a caverna. Em menos de 24 horas eles limparam, pintaram, instalaram energia e água e construíram um escritório.

Foi um verdadeiro mutirão! Tyler teve uma pequena amostra de como o dinheiro realmente manda no mundo, em um simples abrir e fechar de olhos o local estava transformado.

Mesmo para ele, aquilo se parecia com uma empresa de verdade.

Tyler esperou escurecer e passou para o outro lado, dessa vez ele colocou tudo com a empilhadeira para o lado de fora e foi encontrar com Noeru e o ministro do comércio Morimoto.

Os dois esperavam nos portões da cidade, Tyler os colocou no ATV e voltou para a entrada da caverna.

— Essa é a minha entrega, olhe e me diga se quer mais alguma coisa. — Tyler falou e abriu cada caixa para mostrar os itens e como os usava.

O ministro parecia uma criança em manhã de natal. Tyler trouxe artigos simples que para ele não representavam nada demais. Contudo olhando pela ótica daquele homem que era um negociante, abrir aquelas caixas e ver produtos que ele nunca tinha sequer imaginado existir, e outros com uma qualidade tão superior aos que ele conhecia, era realmente excitante.

E a melhor parte... Ele era o responsável por vender tudo.

— Mestre Newman, eu já tinha ouvido falar sobre a qualidade dos seus produtos, mas todas as palavras que eu ouvi não fazem jus. Verdade tem que ser dita, eu nunca vi nada igual!

— Tenho um pedido a fazer. — Tyler falou.

— Sim, o que quiser! Tenho ordens do rei para que o senhor seja atendido no que precisar.

— Eu quero apenas que tome cuidado com os valores, é claro que nós temos que lucrar, porém não quero nada explorativo. Quanto mais vender, quanto mais o dinheiro rodar melhor! Venda o máximo possível, não se preocupe com o estoque acabando ou se eu terei 10 ou mesmo 100 vezes mais. Eu terei, será simples assim.

— O mestre quer é dinheiro, estou certo? — Morimoto era um comerciante experiente, ele sabia o que Tyler queria, sem perguntar muito.

— Sim, você deve saber de apenas uma coisa, eu posso prover tudo o que quiser na quantidade que quiser! Mas será por pouco tempo, então venda o máximo possível.

— Se é assim que o senhor quer, eu vou obedecer suas instruções.

Tyler achava que economicamente essa era a melhor estratégia a seguir… Um exemplo claro seria um isqueiro, se ele fosse vendido por 50 ouros, apenas duas ou três pessoas os compraria, entretanto se o valor fosse 2 ouros... Talvez milhares de pessoas comprariam.

Como o custo era irrisório para Tyler ele não se preocupou tanto.

Tyler fez uma viagem de volta até a cidade, sua cidade agora. Ele convocou todos os guardas para carregarem a prata e trazerem a mercadoria de volta. Cada homem seguia com o cavalo carregado de prata!

— Senhor, porque prefere prata? — O comerciante perguntou.

— É mais fácil para eu trocar! — Tyler só falou isso para não dar muitas informações.

— Não gosta de joias?

— Quais gemas está falando? — Tyler ficou curioso.

— Safira, rubis, esmeraldas, diamantes, pérolas essas jóias.

— Sim eu gosto.

— Não aceitaria elas no lugar da prata, é melhor de transportar.

Tyler ficou sem ação por um tempo, ele de repente se lembrou que aqui nesse mundo os valores eram desproporcionais aos da terra. Ele tinha sentido que os metais raros, não eram tão raros aqui.

— Tem algumas amostras das pedras?

— Algumas, mas muito poucas — falando isso o homem puxou uma bolsa de couro e deu a Tyler!

Tyler tinha conseguido algumas tanto no ninho de goblins quanto na caverna dos trolls. Toda pedra que ele encontrava era no mínimo um pouco menor que uma uva… Pode não parecer muito, mas uma safira do tamanho de uma uva não era algo simples de se encontrar.

— Quanto custa uma pedra como esta? — Tyler ergueu um rubi de tamanho “médio”.

— Umas trinta moedas de ouro.

Tyler congelou... “Como é??!!!” Em um cálculo rápido 30 moedas de ouro davam 7.000 dólares, entretanto uma pedra dessas dependendo da pureza podiam alcançar das centenas de milhares até a casa dos milhões!

— Certo, pode me pagar tudo em pedras preciosas, na próxima.

— Não vai ser possível pagar sempre tudo com pedras, o senhor se importa?

— Está tudo bem. — Tyler ficou calmo, afinal mesmo que as pedras preciosas valessem muito mais, não era tão simples vendê-las como era com a prata.

A carga de moedas era enorme, quando os soldados colocaram dentro do container deu para encher um quarto dele. Pode não soar como se fosse muito, mas quantas vezes já se ouviu falar que encheu esse tanto de um container com moedas de prata?

— E quanto aos soldados a mais que eu pedi? — Tyler perguntou a Noeru!

— Estou trabalhando nisso, acho que mais 50 homens serão mais que o suficiente! Estou escolhendo cada um a dedo, serão os melhores dos melhores! — Noeru respondeu prontamente, parecia que ele estava se esforçando para cumprir a missão deixada.

Tyler deixou uma carta com Noeru para ele entregar a Thoran, o antigo senhor da cidade e atual funcionário, a carta continha uma série de instruções, Tyler também deixou uma pequena parte do dinheiro para ele fazer algumas melhorias na cidade.

Do lado de dentro do portal, Tyler colocou tudo em no seu pequeno caminhão, como as compras e o pagamento agora eram todos de grande volume, ele achou que era mais prático andar num desses.

Quando voltou para casa ele começou a derreter tudo novamente, só que dessa vez seria bem mais rápido, Tyler tinha comprado um cadinho elétrico, ele funcionava a indução! Apesar de gastar muita energia a velocidade nem se comparava.

Após derreter tudo em lingotes Tyler terminou.

— Acho que está na hora de fazer uma pequena experiência.

Tyler tinha pesquisado um pouco e descobriu que estava na moda liofilizadores residenciais. Ele normalmente não compraria um desses, mas agora, ele além de ter muito dinheiro também tinha um bom uso para ele.

Tyler pegou a pequena muda de yang sangrento e com muito cuidado a retirou do solo, temendo que ela perdesse suas propriedades medicinais Tyler a congelou em nitrogênio líquido, o nitrogênio líquido está em uma temperatura de -173° centígrados!

A máquina funcionava da seguinte forma, a pessoa colocava o alimento em bandejas de inox e as inseria no liofilizador e apertava o botão. Era preciso apenas apertar um botão que ela começava o programa automaticamente. 

Ela congelava a comida rapidamente a uma temperatura de -40° e -50° então ligava um compressor que retirava todo o ar. Quando o vácuo era formado os cristais de gelo evaporavam e viravam nuvem! Todo o processo levava 24 horas.

O produto restante era algo muito parecido com um bloco de isopor. Apesar da cor, sabor e aroma serem iguais a antes, o peso era no mínimo 90% menor.

Tyler fatiou os morangos os colocou em outra bandeja, ele tinha muitas frutas que podia aproveitar na máquina.

Quando finalmente colocou a primeira leva na máquina ele foi dormir, quando ele acordou-se foi cuidar de mais um pequeno detalhe, a caixa para armazenar a planta pronta.

Macal tinha lhe dado um pequeno tronco de anaboar junto com um pouco de sua resina, era uma peça âmbar do tamanho de um punho. Tyler foi fazer um teste, ele caminhou até a máquina e a resina realmente brilhou em uma luz dourada muita bonita!

Tyler quis fazer mais um pequeno experimento, ele cortou um pouco da resina e colocou numa panela junto com resina de pinheiro comum. Ele colocou na proporção de 1 para 10, 1 de anaboar e 10 de pinheiro.

Quando estava tudo completamente derretido ele colocou o liquido em pequenas formas de silicone.

Após frio a resina já tinha endurecido completamente em um pequeno cubo. Tyler aproximou o cubo perto das frutas e do vidro do liofilizador. O cubo emitia uma luz bem fraca, muitíssimo menor do que antes.

Agora Tyler sabia que tudo tinha dado certo!

Ele começou a derreter os pedaços de resina de anaboar junto com a de pinheiro. A cada fornada ele mudava as proporções, 2 para 10, 3 para 10, 4 para 10. Até chegar a ter somente a resina de anaboar pura.

Agora ele tinha um indicador confiável para saber quanto da força medicinal restava na planta.

Funcionava da seguinte maneira, se o cubo na proporção 1 para 10 acendesse a planta ainda tinha mais de 90% da força medicinal, apenas os cubos na proporção 2 para 10 em diante se acendessem era que a planta tinha apenas 80% de eficácia. Resumindo, se todos estivessem acesos, incluindo o que tem apenas 1 para 10 de anaboar, sua eficiência seria superior a 90%, e para cada um que se apague sua eficiência seria reduzida.

Agora Tyler foi cuidar da caixa.

Em sua garagem ele pegou o pequeno tronco, com uma motosserra ele cortou seis tábuas, e é claro que elas não estavam iguais. 

Passando de máquina em máquina ele aplainou, desengrossou e cortou até que tudo estivesse da maneira que planejou.

Tyler não queria usar pregos na caixa, então ele usou algumas fresas e fez um padrão de encaixe. Para colá-la ele misturou cola com o restante da resina. Na manhã seguinte ela já estava pronta.

Enquanto esperava aquela primeira leva ficar pronta no liofilizador, ele começou a comprar muitas coisas na internet.

A RH Enterprises estava funcionando a todo vapor! Tyler ia mandando os tópicos que queria, e os meninos logo pesquisavam e baixavam.

Eles seguiam uma regra inventada por eles, ela se chamava “como fazer”. Sempre que eles lembravam de algo do quotidiano, eles se perguntavam como aquilo era feito, então iam atrás.

Por exemplo, uma furadeira. Eles pesquisavam quem tinha feito, quais os melhores modelos, as melhores marcas e baixavam dezenas ou mesmo centenas de desenhos técnicos de furadeiras. Assim as pessoas poderiam fazê-las no futuro pós apocalíptico que seria a terra.

Tyler deu preferência às coisas de natureza militar. Contudo, havia espaço para tudo! Os garotos descobriram que muitas faculdades têm muitas vídeo-aulas em seus arquivos. E Tyler pediu para baixarem todas.

Ter um grupo de hacker ajudou enormemente, a maioria dos dados que ele queria podiam estar protegidos de alguma maneira, entretanto não era problema algum para eles.

Quando o liofilizador terminou todo o processo, Tyler pegou o yang sangrento.

Quando o ele o colocou perto da caixa nove cubos se acenderam e o décimo ficou quase querendo acender.

Isso indicava que ainda restava mais de 90% da força medicinal na planta. Em seguida Tyler a triturou em um liquidificador. Ele tinha comprado um profissional com copo de vidro temperado e lâminas de inox. 

Em poucos segundos só restava um fino pó vermelho vivo.

O último passo era encapsular todo o pó. Como químico Tyler já tinha isso em casa, apesar de parecer algo complicado e científico, na verdade é bem simples. Os comprimidos são feitos de uma espécie de gelatina que vem em duas metades, a pessoa os coloca em um gabarito e põe o remédio, que nesse caso é o pó da planta. E então fecha as duas metades do molde como se fosse uma sanduicheira.

As metades se encaixam e o comprimido está pronto. A erva depois de seca pesava 100 gramas, Tyler conseguiu fazer 200 comprimidos de 500mg cada.

Com as frutas ele fez uns 500 comprimidos e depois embalou as fatias em sacos aluminizados fechados a vácuo!

Pronto! Agora ele tinha alguns remédios para emergência e os comprimidos das frutas serviam para dar uma energia extra.

— Um bom dia, agora vamos para o próximo passo. — Tyler fechou aquela caixa e sorriu.



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