Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli e Koto Tenske


Volume 1

Capítulo 13: Uma Noite Conturbada!

Quando Tyler pensou que poderia finalmente descansar Noeru abriu a porta, ele tinha uma cara preocupada. — Mestre venha logo, temos problemas. 

Tyler realmente estava irritado, nesse dia nada tinha cooperado com ele… — O que diabos está acontecendo? 

— Os guardas dos portões vieram informar que há muitos gritos e sons vindos da floresta, eles acham que os trolls estão vindo! 

Tyler ficou massageando suas têmporas então disse cansado. — Vamos para os portões… 

Guiando seu ATV rapidamente chegou lá, ele meio que já tinha desistido da ideia de fazer tanto segredo sobre seus aparelhos. 

As paredes eram altas e especialmente reforçadas perto dos portões. A altura média dos muros era de uns seis metros e nos portões era de oito metros. 

— Vocês aí! Levem essas caixas lá para cima! — Tyler ordenou aos guardas. 

Tendo visto aquela pequena demonstração de poder mais cedo eles não iam hesitar. Além do mais, esse velho parecia estar mais irritado. 

Havia uma torre de vigilância em cima do portão, de lá Tyler tinha uma excelente visão. Os guardas não mentiram quando falaram sobre os trolls. 

Um rugido alto e sons de madeira quebrando podia ser ouvido no interior da floresta. — Faz quanto tempo que esses barulhos começaram? — Tyler perguntou enquanto abria suas caixas. 

— Um pouco mais que o tempo de fazer uma xícara de chá. — Um dos guardas respondeu. 

“De novo essa medida? Quantos minutos são isso?” Tyler bufou, os sons pareciam vir da região onde ficava o ninho de goblins destruído. 

— A fumaça mais de cedo podia ser vista daqui? 

— Sim mestre, ela era especialmente escura, era fácil de ver contra a copa das árvores. — Outro guarda respondeu. 

Tyler retirou sua Barrett e começou a montar a mira de visão noturna, só esta mira tinha custado mais de 10.000 dólares, mas Tyler não reclamou nem um pouco, ele já estava de olho nela fazia anos e ficou feliz em ter um bom motivo para comprá-la. 

Sua mira na verdade era térmica, qualquer animal de sangue quente brilhava forte na tela esverdeada. 

No seu campo de visão Tyler não via nada além de pequenos pontinhos brancos nos campos, ele aproximou um pouco e viu que eram pequenos coelhos. 

Aquela algazarra na floresta parecia ter ficado mais próxima. Tyler pegou outro equipamento que ele trouxera para essa missão. Era um microfone direcional! 

O microfone direcional se parece com uma pistola e tem uma pequena parábola de acrílico na ponta, para onde você apontar irá ouvir claramente, mesmo uma pessoa conversando à uns quinhentos metros vai parecer que ela está do seu lado. 

Os barulhos feitos pelos trolls eram altos, o que facilitou Tyler achar a posição deles. 

— Noeru, você ainda tem aquele isqueiro que eu lhe dei? 

— Claro mestre, como eu não poderia tê-lo? — O caçador falou firme. 

— Você vai precisar dele para acender isso aqui. — Tyler puxou diversos foguetes de fogos de artifícios, ele tinha comprado um monte deles justamente para isso, ele queria atrair a atenção dos trolls direto para o portão, se eles ficassem dentro da floresta seria muito difícil acertar um tiro por causa de todas as árvores e galhos. 

Tyler o ensinou como deveria fazer, e o mais importante para não se assustar. Ele mandou um guarda lhe trazer uma cadeira, com o bipé do fuzil apoiado no muro ele estava muito confortável e estável para fazer seus disparos. 

— Vocês todos, é melhor ficarem afastados e taparem os ouvidos. 

Seguindo sua ordem todos recuaram quatro passos e taparam fortemente os ouvidos com as mãos. 

Tyler se sentou e começou a procurar seus alvos. — Noeru, acenda o primeiro. 

Seguindo as ordens o primeiro fogo de artifício foi aceso. Após o pavio queimar por inteiro um foguete subiu apitando em direção ao céu. 

Phoww… 

Um clarão seguido de uma explosão foi ouvido por toda a cidade. 

Os trolls pararam seus barulhos por um momento, e então recomeçaram de maneira descontrolada. 

Tyler podia ver longe as árvores sendo derrubadas. 

Aos poucos ele podia ver pequenos pontos se aproximando, no começo eram apenas pontos brilhantes, depois eles foram ficando cada vez maiores. Tyler agora podia ver todo o seu contorno com clareza, embora estivessem a quase dois quilômetros de distância. 

Eles estavam correndo por entre as árvores com uma velocidade incrível. Tyler pôde contar quatro figuras. 

Eles se aproximaram da linha da mata antes do campo. Eram quinhentos metros, nesse mundo não havia um único homem que pudesse lançar uma lança ou uma flecha a essa distância. 

E se pudessem de que adiantaria? Tyler pode calcular a altura deles entre quatro e seis metros. 

Um gigante tão alto quanto um prédio de dois andares ia temer flechas? 

Contudo Tyler não podia querer melhor, uma boa distância para esse fuzil era de mil a mil e quinhentos metros, Tyler estava a quinhentos. 

E quanto a força de impacto… Bom essa belezinha era calibre .50, munição especial com núcleo de tungstênio, perfurar um trilho de trem era brincadeira de criança. 

O único problema agora era a vegetação atrapalhando. 

— Noeru, mire o foguete para o campo e atire de novo. — Tyler ordenou. 

Seguindo as instruções o caçador acendeu outro foguete. 

Ele saiu apitando em direção ao descampado, seu rastro brilhante mostrou que ele bateu no chão e ricocheteou, voou para o céu e explodiu a uns três metros de altura. 

O flash azul brilhante e o som alto assustaram os trolls que rapidamente reagiram lançando galhos e pedras. 

As pedras eram grandes e não conseguiam atravessar todo o campo… 

— Ei vocês aí, gritem e façam muito barulho! — Tyler mandou. 

Os guardas ficaram sem entender nada, mas obedeceram mais de 100 homens ficaram gritando e batendo seus escudos. 

Tyler queria provocar os trolls para que saíssem e viessem para o descampado. 

— Noeru faça de novo, agora mire na direção deles! 

Mais uma vez o fogo de artifício foi disparado. Ele voou até as árvores e explodiu bem perto dos monstros, essa foi a gota d’água. 

Com grandes troncos nas mãos eles correram para atacar a cidade. 

Tyler estava mirando na cabeça deles, entretanto um pequeno probleminha apareceu. Dois deles tinha duas cabeças, um deles o que Tyler supôs ser o líder tinha duas cabeças do mesmo tamanho, a segunda saia do seu ombro e estava inclinada para fora de um jeito estranho. 

Pelo que tinha pesquisado, essa pseudo cabeça não tinha função vital nenhuma, era mais como um enfeite ou símbolo de status. 

Os dois maiores com as pseudo cabeças vinham correndo na frente. 

Tyler não atirou até que todos estivessem nos campos. 

— Noeru, mais uma vez! 

Dessa vez o caçador mirou e acertou bem perto dos líderes, a explosão não os machucou em nada, mas os irritou muito. 

Agora todos os quatro estavam no descampado, correndo e lançado pedras. 

Parece que devido a raiva eles estavam mais fortes. As pedras agora atingiam os muros. 

Phaaa!!! Phaaa!!! O som seco reverberava por todos os lados e o impacto tremia tudo ao redor. 

A pouca coragem dos soldados se foi e eles pararam seus gritos. 

Cada vez mais próximos dos muros os trolls gritavam como feras desafiando a todos. 

Tyler estava em um estado totalmente indiferente, sua tranquilidade era impressionante, em um estado quase meditativo ele conseguiu até diminuir seus batimentos. 

Fazendo sua mira ele fez como todo bom atirador de elite, na cabeça do seu alvo ele imaginou uma letra “T” bem grande, a linha superior era a linha dos olhos e a vertical era uma linha com o nariz como centro. 

Se alguém levar um tiro bem ali é fatal, não importa a que distância. O objetivo principal de atirar nesse local é acertar o que os snipers chamam de “damasco”. 

A palavra certa para damasco é bulbo raquidiano, uma parte posterior da cabeça logo acima da medula espinhal, é o lugar onde todo o sistema nervoso começa. 

Um tiro bem-dado nessa região faz a vítima cair como uma boneca de pano. O alvo não sabe o que o atingiu ou mesmo quando morreu. 

Bem relaxado Tyler atirou em sua primeira vítima, o troll mais atrás do grupo. 

Como a mira era térmica, quando Tyler acertou uma grande nuvem brilhante se espalhou atrás da cabeça, era o sangue quente. 

Phooww!!! 

O monstro não soube o que aconteceu, nem seus companheiros. Ele morreu sem nem pronunciar um pio. Seu corpo simplesmente perdeu a força e rolou no chão. 

Desavisados do perigo eles avançavam. Tyler atirou no segundo. 

Phooww!!! O mesmo resultado se repetiu. 

Os dois maiores jogaram suas pedras e correram para o portão, Tyler atirou no segundo líder e ele caiu morto no chão. Parece que a segunda cabeça não o mantinha vivo mesmo… 

Só agora o troll líder percebeu que seus companheiros estavam mortos. 

Sem saber a causa dos seus companheiros morrerem, ele deu meia volta e começou a fugir. 

Dessa vez Tyler mirou nas pernas e atirou! 

Phoww!!! Phoww!!! Tyler decepou as duas. 

Os guardas incrédulos começaram a gritar e festejar. 

— Silêncio! — Tyler gritou. 

Ele não atirou nas pernas por uma crueldade aleatória. Ele pegou seu microfone direcional e começou a gravar o pobre troll gemendo de dor. 

Ele gritava e se arrastava tentando fugir, Tyler atirou em um braço, fazendo-o gritar mais ainda. 

Tyler gravou os gritos e gemidos por quase cinco minutos. 

O monstro tinha se arrastado debilmente até a linha das árvores quando Tyler o matou. 

Aquele último disparo fez todos ficarem apreensivos. A lua naquele dia era quarto crescente, ou seja, embora tivesse luz era muito pouco. 

Quando os três mais próximos morreram todos viram, contudo, o último só Tyler podia ver. 

— Então mestre? — Noeru perguntou incerto. 

— Morto. — Tyler foi curto. — Abram os portões. 

Nem era preciso mandar, todos estavam curiosos. 

Os portões foram abertos e todos sem exceção saíram para ver. 

Tyler e Noeru lideraram o caminho, pois tinham lanternas. 

O primeiro corpo era do vice-líder que também tinha duas cabeças. Embora morto, o corpo se tremia muito. A segunda cabeça abria e fechava os olhos em uma aparência esquisita, contudo não fazia nenhum som. 

— Terminem o serviço. 

Embora tenha sido uma ordem os soldados adoraram. Era quase como 

uma vingança pelos anos de opressão. 

O segundo e o terceiro nem tinham tremores, suas cabeças inteiras tinham explodido. 

O líder um pouco mais distante estava deplorável. Seu sangue tinha escorrido muito, deixando um rastro negro na grama. 

Tyler olhou o estrago no corpo do monstro e ficou aliviado, pois sabia que seu plano daria certo. 

Tyler puxou sua câmera e começou a tirar fotos de todos os corpos. 

— Vamos voltar. — Tyler disse a Noeru enquanto se afastava. 



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