Soul Eye Brasileira

Autor(a): ReaderBecameWriter

Revisão: Delongas


Volume 4

Capítulo 234: Eu te amo

No pequeno palácio da cidade de Starlith, dentro do Grande Salão, um grande número de homens usando belas roupas estava nesse momento em pé de forma solene de frente para um trono.

O trono era alto, representando a superioridade de quem sentava nele, e muito adornado, representando sua vasta riqueza.

Nesse trono, estava sentada uma bela menina. Ela tinha longos cabelos negros que caíam sob seus ombros e usava um belo vestido azul. Com características requintadas que pareciam emanar uma atmosfera gentil, seus olhos poderiam roubar almas, seus lábios poderiam fazer até o mais frio dos homens sentir desejo, e sua expressão poderia fazer com que qualquer pessoa, homem ou mulher, sentisse bondade em sua direção, como se fosse imperdoável sequer pensar em machucá-la.

Essa mesma menina estava, nesse momento, olhando para esses homens de forma solene enquanto falava:

“Nós já descobrimos o motivo, só precisamos descobrir uma forma de desviar de suas armadilhas. Embora Orcs não sejam conhecidos por sua inteligência, lembrem-se, seus estrategistas são os melhores do mundo.”

“Por isso, quero que cada um de vocês despache três batedores para investigar a floresta. Eu quero um mapeamento completo das armadilhas.”

Os homens fizeram um pequeno arco e responderam:

“Sim senhora.”

Um dos homens se aproximou e perguntou enquanto fazia um pequeno arco, tentando não olhar muito para a bela aparência da menina que não parecia ter nem 16 anos:

“Senhora, o que faremos depois de mapear as armadilhas? Vamos exterminá-los? Ou sequestrá-los? Ou seguir o pensamento do Senhor anterior e fazer amizade com eles?”

A menina não levou muito tempo para pensar, ela já tinha um pensamento claro sobre isso:

“Vamos tentar um contato amigável. Afinal, precisamos aprender com os livros de história que ser inimigos dos Orcs não é inteligente.”

“Claro, vamos apenas tentar um pouco. Afinal, os Orcs há muito perderam qualquer confiança na humanidade. Se a abordagem amigável não funcionar, devemos pedir que saiam da floresta. Se eles escolherem a luta, vamos exterminá-los.”

O homem que fez a pergunta estremeceu ao escutar a palavra “exterminá-los”. Depois de algum pensamento, ele perguntou hesitantemente:

“Senhora, o que acha de contar isso a um nobre de alto nível, ou ao próprio Rei? O aparecimento de uma tribo de Orcs é sempre um grande evento.”

Os olhos da bela menina brilharam friamente. Com um levantar de suas mãos, ela falou:

“Eu contei a vocês em primeiro lugar porque quero confiar em vocês. Mas se essa informação vazar, se qualquer outra pessoa fora dessa sala descobrir sobre isso, eu planejo matar todos, não vou nem questionar quem foi o traidor. Se eu descobrir que a informação foi vazada, vou decapitá-los em praça pública.”

Ouvindo isso, os homens na sala estremeceram por dentro, nenhum deles falou mais nada. Com a permissão da menina, todos se despediram respeitosamente e saíram da sala.

Quando todos saíram, a menina soltou um pequeno suspiro e falou:

“O que acha?”

De outra porta, um rapaz lentamente entrou no Grande Salão. Ele parecia quieto, tinha uma expressão calma, e um pequeno sorriso no rosto enquanto olhava para a menina.

“Você foi bem…”

Vendo que ele não continuou, a menina olhou para ele com um sorriso suave e perguntou:

“Só isso? Sei que cometi um erro.”

Com um sorriso, o rapaz se aproximou do trono e pegou a mão da menina. A menina então, sem pensar muito, se levantou e puxou o menino para se sentar no trono.

Se sentando no trono, a menina logo depois se sentou em seu colo e sorriu:

“Está tentando não ferir meus sentimentos?”

O menino balançou a cabeça. Ele pegou o rostinho da menina com as duas mãos e sorriu:

“Você sabe o erro que cometeu, pois errou de propósito. Se essa é a sua vontade, eu não tenho nada a dizer sobre isso.”

A menina sorriu suavemente enquanto encostava a cabeça no peito do menino.

“Eu não tive coragem de simplesmente mandar matar aquelas pessoas.”

Com um sorriso, o menino abraçou a bela menina em seus braços e falou:

“Não precisa matar, certo?”

A menina assentiu com a cabeça e sorriu feliz. Depois de alguns minutos assim, ela se sentou novamente e perguntou:

“O que houve? Por que chegou daquela forma? Os guardas quase te atacaram.”

Com uma expressão estranha, o menino respondeu:

“Pensei que não tinha problema voar por cima da cidade. Afinal, é uma pequena cidade, não sabia que tinha uma unidade aérea… E eu também não sabia que você tinha se tornado a Senhora da cidade.”

Com uma expressão um pouco tímida, a menina brincou com as bordas do seu vestido enquanto perguntava:

“Você ficou impressionado?”

Sorrindo feliz, o rapaz novamente abraçou a menina e falou:

“Com as suas capacidades? Não, sempre soube que você era muito capaz. Eu fiquei impressionado por você ter vontade de se tornar a Senhora de uma cidade, não parece algo que você faria normalmente.”

Ouvindo a primeira parte, Xue’er ficou feliz, sabendo que Baijian nunca a subestimou. Mas ouvindo a segunda parte, ela desviou o olhar com uma expressão estranha.

Depois de alguns segundos em silêncio, ela falou:

“Eu estava pensando… Você é tão incrível. Se eu, como sua noiva, não puder fazer nada, sentirei que não te mereço.”

Surpreso, Baijian olhou para os olhos esquivos de Xue’er e sorriu. Apertando seu abraço, ele falou:

“Vocês se sentem inseguras?”

Desviando os olhos, Xue’er corou e falou baixinho:

“Você pergunta isso mesmo já sabendo?”

Com um sorriso, Baijian lentamente se aproximou do rosto de Xue’er e deu um beijo em sua bochecha. Sorrindo carinhosamente, ele perguntou:

“Vocês sentem que não me merecem?”

Baixando a cabeça, Xue’er lentamente assentiu com a cabeça enquanto corava. Vendo que ela parecia gostar, Baijian sorriu novamente e deu outro beijo nela enquanto falava:

“Vocês deviam parar de se subestimar.”

Nesse momento, a expressão tímida de Xue’er mudou para uma de seriedade:

“Baijian, você deve saber isso, nós… Nós nascemos na terra.”

“Seu pai nos contou sobre o seu potencial, sobre que tipo de pessoa você pode se tornar… Ele também contou que, se nós não formos boas o suficiente, mesmo que ele quisesse que fossemos suas esposas, a família dele não deixaria.”

Ouvindo isso, um sorriso com claro desdém apareceu no rosto de Baijian. Ao ver esse sorriso, o coração de Xue’er balançou. Desde que o conheceu, era a primeira vez que ela via esse tipo de expressão desdenhosa no rosto de Baijian.

A expressão de Baijian rapidamente mudou e se tornou solene:

“Xue’er, lembre-se. Minhas famílias lá fora, não importa o quão poderosas sejam, mesmo que uma delas seja a mais poderosa de todo o universo, não pode fazer absolutamente nada para impedir nosso relacionamento.”

“Mesmo que tentem, eu só preciso me tornar mais forte. Quanto mais forte eu for, mais controle sobre o meu destino eu vou ter. Contanto que eu seja forte o suficiente, quem dirá com quem eu posso estar?”

“Mesmo meus pais não terão esse direito sobre minha vida. Eu escolho quem eu quiser.”

“E, como falei antes, vocês precisam parar de se subestimar.”

Vendo a seriedade das palavras de Baijian, Xue’er ficou momentaneamente em branco. Ela simplesmente ficou ali, olhando fixamente para o rosto do menino que ela amava.

Depois de alguns segundos, duas lágrimas cristalinas lentamente percorreram seu belo rosto. Percebendo suas lágrimas, ela rapidamente enterrou a cabeça no peito de Baijian e chorou em silêncio.

Abraçando Xue’er com ainda mais força, Baijian falou:

“Vocês vão entender no futuro. Se vocês não estão qualificadas para serem parte da minha vida, ninguém mais em todo o universo está.”

Pode parecer que ele está falando isso para confortar Xue’er, e talvez até a própria pense que é assim, mas só Baijian sabia que tudo que ele acabou de falar era a mais pura verdade.

Desde que acordou, ele têm observado as pessoas. Ele tem observado todos a sua volta. Com seus olhos que podem enxergar a alma das pessoas, ele consegue ver o verdadeiro eu de todos a sua volta.

Pessoas que podem esconder sua sujeira com um belo sorriso não conseguem enganar os olhos de Baijian.

Ele consegue ver através da real face das pessoas.

E exatamente por ter visto a alma de tantas pessoas, Baijian consegue dizer: as meninas são diferentes.

Elas são especiais.

A alma delas… Não importa quanto tempo passe, sempre permanece pura, como se nada tivesse a capacidade de maculá-las.

A alma dele é igual a delas, e isso com certeza não é algo tão simples quanto parece.

Entre Baijian e as meninas, existe uma ligação invisível, e essa ligação com certeza não era tão simples quanto parecia.

Esses fatos levam Baijian a acreditar com total certeza que elas não são indignas dele.

Depois de alguns segundos em silêncio, ele levantou o belo rosto de Xue’er com a mão, e lentamente beijou seus lábios vermelhos.

Os olhos de Xue’er se arregalaram, mas rapidamente se fecharam, enquanto ela se envolvia no momento mais feliz da sua vida.

O beijo parecia fazer os dois se perderem, já que simplesmente ficaram em silêncio se beijando, como se nada mais fosse importante.

Os dois pareciam entrar em um mundo só deles.

O beijo durou um longo tempo, e foi Xue’er que tomou a iniciativa de pará-lo. Tirando seus lábios dos de Baijian, um fio de saliva os ligava.

Seu rosto estava completamente vermelho, seus olhos lacrimejantes olhavam para Baijian com uma expressão extremamente amorosa. Ela o olhou por alguns segundos, e finalmente falou:

“Eu te amo.”

Um sorriso caloroso apareceu no rosto de Baijian ao ouvir essas palavras. Novamente tomando a iniciativa, ele a beijou nos lábios.

Sentindo a língua de Baijian percorrendo sua boca, o corpo de Xue’er tremeu enquanto ela parecia perder o fôlego. Depois de alguns segundos, ela não aguentou e rapidamente se afastou.

Arfando pesadamente, ela o olhou com um brilho estranho nos olhos, e Baijian falou com um sorriso:

“Eu também te amo.”

Ao ouvir isso, Xue’er se jogou nos braços de Baijian e lágrimas caíam sem parar de seus belos olhos.

Os dois se abraçaram em silêncio, sentindo o calor um do outro.



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